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Administração Eclesiástica
Administração
Eclesiástica
IBETEL
Site: www.ibetel.com.br
E-mail: ibetel@ibetel.com.br
Telefax: (11) 4743.1964 - Fone: (11) 4743.1826
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Administração Eclesiástica
(Org.) Prof. Pr. VICENTE LEITE
Administração Eclesiástica
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Administração Eclesiástica
Apresentação
Estávamos em um culto de doutrina, numa sexta-feira destas quentes do
verão daqui de São Paulo e a congregação lotada até pelos corredores
externos. Ouvíamos atentamente o ensino doutrinário ministrado pelo Pastor
Vicente Paula Leite, quando do céu me veio uma mensagem profética e o
Espírito me disse “fale com o pastor Vicente no final do culto”. Falei: - Jesus
te chama para uma grande obra de ensino teológico para revolucionar a
apresentação e metodologia empregada no desenvolvimento da Educação
Cristã.
Hoje com imensurável alegria, vejo esta profecia cumprida e a Faculdade
IBETEL transbordando como uma fonte que aciona apressuradamente com
eficácia o processo da educação teológico-cristã.
A experiência acumulada da Faculdade IBETEL nessa década de ensino
teológico transforma hoje suas apostilas, produtos de intensas pesquisas e
eloqüente redação, em noites não dormidas, em livros didáticos da literatura
cristã com uma preciosíssima contribuição ao pensamento cristão hodierno e
aplicação didática produtiva. Esta correção didática usando uma metodologia
eficaz que aponta as veredas que leva ao único caminho, a saber, o
SENHOR e Salvador Jesus Cristo, chega as nossas mãos com os aromas do
nardo, da mirra, dos aloés, da qual você pode fazer uso de irrefutável valor
pedagógico-prático para a revolução proposta na gênese de todo trabalho.
E com certeza debaixo das mãos poderosas do SENHOR ser um motor
propulsor permanentemente do mandamento bíblico: “Conheçamos e
prossigamos em conhecer ao Senhor...”. Por certo esta semente frutificará na
terra boa do seu coração para alcançar preciosas almas compradas pelo
Senhor Jesus.
Dr. Messias José da Silva
In memorian
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Administração Eclesiástica
Prefácio
Este Livro de Administração Eclesiástica, parte de uma série que compõe a
grade curricular do curso em Teologia da nossa Faculdade, se propõe a ser
um instrumento de pesquisa e estudo. Embora de forma concisa, objetiva
fornecer informações introdutórias acerca dos seguintes pontos:
Administração Eclesiástica; Qualidade na Vida Psicológica e Espiritual;
Qualidade Total e o Serviço Ministerial; Qualidade de Vida e Relações
Humanas na Igreja; Qualidade Total e Autoridade Espiritual e Obreiro e seu
Ministério.
Esta obra teológica destina-se a pastores, evangelistas, pregadores,
professores da escola bíblica dominical, obreiros, cristãos em geral e aos
alunos do Curso em Teologia da Faculdade IBETEL, podendo, outrossim, ser
utilizado com grande préstimo por pessoas interessadas numa introdução
Administração Eclesiástica.
Finalmente, exprimo meu reconhecimento e gratidão aos professores que
participaram de minha formação, que me expuseram a teologia bíblica
enquanto discípulo e aos meus alunos que contribuíram estimulando debates
e pesquisas. Não posso deixar de agradecer também àqueles que
executaram serviços de digitação e tarefas congêneres, colaborando, assim,
para a concretização desta obra.
Prof. Pr. Vicente Leite
Diretor Presidente IBETEL
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Administração Eclesiástica
Declaração de fé
A expressão “credo” vem da palavra latina, que apresenta a mesma grafia e
cujo significado é “eu creio”, expressão inicial do credo apostólico -,
provavelmente, o mais conhecido de todos os credos: “Creio em Deus Pai
todo-poderoso...”. Esta expressão veio a significar uma referência à
declaração de fé, que sintetiza os principais pontos da fé cristã, os quais são
compartilhados por todos os cristãos. Por esse motivo, o termo “credo” jamais
é empregado em relação a declarações de fé que sejam associadas a
denominações específicas. Estas são geralmente chamadas de “confissões”
(como a Confissão Luterana de Augsburg ou a Confissão da Fé Reformada
de Westminster). A “confissão” pertence a uma denominação e inclui dogmas
e ênfases especificamente relacionados a ela; o “credo” pertence a toda a
igreja cristã e inclui nada mais, nada menos do que uma declaração de
crenças, as quais todo cristão deveria ser capaz de aceitar e observar. O
“credo” veio a ser considerado como uma declaração concisa, formal,
universalmente aceita e autorizada dos principais pontos da fé cristã.
O Credo tem como objetivo sintetizar as doutrinas essenciais do cristianismo
para facilitar as confissões públicas, conservar a doutrina contra as heresias
e manter a unidade doutrinária. Encontramos no Novo Testamento algumas
declarações rudimentares de confissões fé: A confissão de Natanael (Jo
1.50); a confissão de Pedro (Mt 16.16; Jo 6.68); a confissão de Tomé (Jo
20.28); a confissão do Eunuco (At 8.37); e artigos elementares de fé (Hb 6.1-
2).
A Faculdade Teológica IBETEL professa o seguinte Credo alicerçado
fundamentalmente no que se segue:
(a) Crê em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: o Pai,
o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29).
(b) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé
normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17).
(c) No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória,
em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão
vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9).
(d) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e
que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora
de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19).
(e) Na necessidade absoluta no novo nascimento pela fé em Cristo e pelo
10
poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o
homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8).
(f) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna
justificação da alma recebidos gratuitamente na fé no sacrifício
efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-
26; Hb 7.25; 5.9).
(g) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez
em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme
determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12).
(h) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa
mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através
do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que
nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Jesus Cristo
(Hb 9.14; 1Pe 1.15).
(i) No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus
mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em
outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7).
(j) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à
Igreja para sua edificação conforme a sua soberana vontade (1Co
12.1-12).
(k) Na segunda vinda premilenar de Cristo em duas fases distintas.
Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra,
antes da grande tribulação; Segunda - visível e corporal, com sua
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts
4.16.17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14).
(l) Que todos os cristãos comparecerão ante ao tribunal de Cristo para
receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo,
na terra (2Co 5.10).
(m)No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis,
(Ap 20.11-15).
(n) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e
tormento eterno para os infiéis (Mt 25.46).
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Administração Eclesiástica
Sumário
Apresentação 5
Prefácio 7
Declaração de fé 9
Capítulo 1
Administração Eclesiástica 13
1.1. Governo Eclesiástico 13
1.2. Um Conceito de Administração Eclesiástica 16
1.3. Administração Eclesiástica do Ponto de Vista Bíblico 16
1.4. Objetivos de Organização 16
1.5. Administração Secular 17
1.6. O & M (Organização & Métodos) 17
1.7. O Que É Administrar? 17
1.8. Princípios Básicos de Administração 17
1.9. Igreja Cristã 18
1.10. Organograma da Igreja 21
1.11. Epílogo 27
Capítulo 2
Qualidade na Vida Psicológica e Espiritual 29
2.1. A Psicologia e o Obreiro 29
2.2. A tricotomia do homem 32
2.3. O homem sob três aspectos bíblicos 36
Capítulo 3
Qualidade Total e o Serviço Ministerial 43
3.1. Princípios básicos e fundamentos da qualidade 44
3.2. Os princípios da qualidade 47
Capítulo 4
Qualidade de Vida e Relações Humanas na Igreja 53
4.1. O que significa relações humanas? 53
4.2. Relações Humanas no pIano de Deus 54
4.3. Sua necessidade dentro do ministério 54
4.4. Relações humanas e a comunicação 56
4.5. Os problemas do relacionamento humano 57
4.6. A influência da crítica no comportamento humano 59
4.7. Outros problemas do relacionamento humano 64
Capítulo 5
Qualidade Total e Autoridade Espiritual 71
5.1. Autoridade de Cristo 72
5.2. O Trabalho ministerial deve ser prestado em obediência 72
12
5.3. Não existe autoridade que não provenha de Deus 74
5.4. A primeira lição do obreiro deve ser obediência 74
5.5. A cabeça é a autoridade do corpo 75
5.6. Davi respeitava a autoridade que estava sobre Saul 77
5.7. Obediência à autoridade delegada 78
5.8. Requisitos para reconhecer uma autoridade delegada 80
Capítulo 6
Obreiro e seu Ministério 83
6.1. Qualidades do obreiro 83
6.2. Nunca negligenciando ou omitindo o dever 86
6.3. Unção Ministerial 88
6.4. Habilitação Ministerial 90
6.5. A Pessoa do Obreiro e seu Ministério 92
6.6. Aceitando os Desafios do Ministério 98
6.7. Aceitando os desafios da fé 99
Referências 103
13
Administração Eclesiástica
Capítulo 1
Administração Eclesiástica
Administração. Conjunto de princípios, normas e funções destinadas a
ordenar, dirigir e controlar os esforços de grupos de indivíduos para obtenção
de um resultado comum. Por extensão, função que estabelece as diretrizes
da empresa, de forma a organizar os fatores de produção e controlar os
resultados. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
1.1 Governo Eclesiástico
Uma igreja cristã é uma sociedade com vida coletiva, organizada de
conformidade com algum plano definido, adaptado a algum propósito
definido, que ela se propõe realizar.
Podemos distinguir quatro padrões gerais, embora muitos grupos não se
enquadrem exatamente em nenhum deles.
1.1.1 Episcopal
É o governo por meio de bispos (episkopoi). É a ordem adotada pelas igrejas
anglicana, luterana, metodista (esta com modificações). Um ministério triplo é
mantido, abrangendo bispos, pastores (principalmente o clero local, que
exerce a liderança nas igrejas e nas paróquias) e diáconos/diaconisas, que
trabalham como auxiliares da igreja. Na prática, os diáconos são quase
sempre pastores-aprendizes. Só os bispos podem ordenar outros para o
ministério e eles traçam a sucessão através dos séculos. Este sistema não
tem como reivindicar base bíblica, no sentido de que o Novo Testamento
apresente alguma exigência indiscutível quanto ao assunto. Os estudiosos de
todas as tradições aceitam hoje a idéia de que os termos episkopos (bispo) e
prebyteros (ancião) são equivalentes no Novo Testamento (At 20.17,28; Fp
1.1; Tt 1.5,7). Assim sendo, a idéia da palavra bispos no Novo Testamento
não é em geral aquela encontrada no sistema episcopal. Eles eram oficiais da
igreja local, havendo quase sempre alguns servindo na mesma igreja,
segundo o modelo dos anciãos do Antigo Testamento, na sinagoga judaica.
Por outro lado, as igrejas episcopais destacam dois fatores significativos
como apoio ao sistema. Primeiro, a presença de ministérios na igreja primitiva
que transcendiam os da igreja local. Os apóstolos são o exemplo supremo
14
neste caso; os profetas parecem ter às vezes atuado nesse sentido. Timóteo,
Tito e Tiago são vistos como exemplos especiais dessa terceira dimensão do
ministério do Novo Testamento, desde que foram claramente investidos de
responsabilidade sobre várias igrejas. Segundo, não pode haver dúvida de
que a ordem de ministério tríplice retroceda quase até a era apostólica, sendo
em meados do segundo século o padrão praticamente universal para o
ministério cristão. Quando a igreja teve de enfrentar a perseguição extrema e
a heresia em seu próprio meio, ela reforçou sua liderança oficial,
principalmente o episcopado, a fim de fazer frente a esses desafios. Trata-se,
portanto, de uma forma de ministério que provou ser de considerável valor
para a igreja no decorrer dos séculos.
1.1.2 Presbiteriano
O governo por meio de anciãos (presbyteroi) caracteriza as igrejas
Reformada e Presbiteriana em todo o mundo e, com certas modificações
episcopais, o Metodismo. Os anciãos se reúnem geralmente num corpo
central, como uma assembléia nacional, e nos presbitérios locais, com
jurisdição sobre territórios geograficamente menores. Uma forma de
presbiterianismo também opera onde uma igreja local é administrada por um
grupo de líderes nomeados. Esta forma reivindica autorização bíblica direta,
baseada no padrão do Novo Testamento, onde presbíteros são nomeados
nas igrejas locais. Esses líderes aparecem consultando os apóstolos no
Concílio de Jerusalém, em Atos 15. Entre os presbíteros na congregação
local, um pode ser escolhido como presbítero-mestre, para administrar a
Palavra e os sacramentos, à parte dos outros presbíteros administradores,
que participam da liderança com ele (1Tm 5.17). Em termos gerais, o governo
é quase sempre exercido por um sistema de presbitérios, sínodos e concílios.
O presbiterianismo também reconhece o direito de cada igreja participar da
escolha dos pastores. Os diáconos realizam um ministério de apoio, ligado
aos assuntos administrativos da igreja. De modo diferente dos episcopais,
todos os pastores têm formalmente o mesmo status.
1.1.3 Congregacional (Independente)
É o governo através da igreja local em conjunto, seguido pelas igrejas
batistas, congregacionais, pentecostais e outras igrejas independentes. A
igreja local é a unidade básica: nenhum líder ou organização pode exercer
qualquer autoridade sobre ela. Todas as decisões são tomadas por toda a
igreja; o pastor, os diáconos e os presbíteros (se houver) acham-se no
mesmo nível que os demais membros. Cada igreja local tem liberdade para
interpretar a vontade de Deus sem interferência de outras igrejas ou grupos,
embora na prática a maioria das igrejas independentes se una com outras de
interesse comum. A ordenação para o ministério pode ser efetuada sem o
15
Administração Eclesiástica
envolvimento de outras igrejas, apesar de isso ser raro na prática; muitos
congregacionalistas consideram essencial uma representação mais
abrangente. O ministério é geralmente duplo, com pastores e diáconos,
embora em alguns casos o pastor divida a responsabilidade espiritual com
vários presbíteros. Algumas igrejas do tipo congregacional põem em dúvida a
validade da idéia de nomear um determinado indivíduo para ministrar na
congregação local.
Os congregacionalistas se baseiam no significado da igreja local no Novo
Testamento. Como vimos, a Escritura faz uso da mesma linguagem, relativa
à natureza da igreja, tanto para se referir à igreja local como à igreja
universal. Além disso, não existe no Novo Testamento qualquer evidência
quanto à imposição de grupos mais amplos ou oficiais de fora sobre a vida da
igreja local, excetuando-se evidentemente os apóstolos ou seus
representantes pessoais, como Tito e Timóteo. Subjacente a isso, acha-se a
convicção de que a liderança de Cristo na igreja implica sua presença
imediata entre o povo e o poder de transmitir a sua vontade sem a mediação
de qualquer outro agente, quer pessoal ou corporativo.
Na prática, o congregacionalismo reconhece o valor da comunhão mútua e
da cooperação entre as igrejas, embora não a ponto de restringir a suprema
liberdade do grupo local para agir conforme a vontade do Senhor, segundo o
seu discernimento.
1.1.4 Católico-Romano
O catolicismo é essencialmente uma expressão histórica específica do
episcopalianismo. Existem sérios desvios das normas bíblicas em sua
compreensão da igreja. O aspecto singular da organização católica é a
primazia do Bispo de Roma, o Papa. A Igreja Católica difere, outrossim, das
igrejas reformadas em seu conceito de um sistema eclesiástico sacerdotal,
também encontrado nas igrejas ortodoxas do oriente e em algumas igrejas
anglicanas.
Este breve resumo mostra que nem o sistema episcopal, nem o presbiteriano,
nem o congregacional pode reivindicar o apoio total das Escrituras, embora
isso possa ser negado por alguns, em cada tradição. Não queremos sugerir
com isso que a evidência bíblica deva ser posta de lado e o assunto seja
decidido em bases pragmáticas. Mas, a fim de nos identificarmos com o
corpo de Cristo, precisamos unir-nos a um desses grupos, e um mínimo de
compromisso com suas estruturas é algo essencial para dar significado à
nossa adesão. Devemos reconhecer, entretanto, os limites assim como a
extensão de nossas convicções em assuntos que não contradigam
claramente o ensino bíblico e exercer aquele respeito mútuo fraternal que é o
sinal que distingue o povo de Deus (Jo 13.14s).
16
1.2 Um Conceito de Administração Eclesiástica
Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao
trabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador
principal da igreja a que serve.
A Igreja é um ORGANISMO e também uma ORGANIZAÇÃO e o povo de
Deus está organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e econômico,
para atender à missão para a qual Deus a constituiu.
1.3 Administração Eclesiástica do Ponto de Vista Bíblico
Em muitos casos, a Bíblia tem sido situada por sua demonstração de
princípios administrativos.
1.3.1 No Antigo Testamento
a) Conselho de Jetro - Êx 18.13-27;
b) avi divide os sacerdotes por turmas - 1Cr 27;
c) José no Egito - Gn 41.28-57
1.3.2 No Novo Testamento
Jesus envia doze discípulos às ovelhas perdidas da casa de Israel, Mt 10.1.
Jesus envia setenta discípulos de dois em dois, Lc 10.1.
Jesus mandou a multidão assentar-se em grupos de 50 e 100 na
multiplicação de pães e peixes, Mc 6.39-44.
Uma boa administração não impede a necessária operação do Espírito
Santo, pelo contrário, o Executivo Divino deve ser consultado em primeiro
lugar, antes de qualquer planejamento ou deliberação, pois Ele é o maior
interessado no progresso do reino de Deus na terra.
1.4 Objetivos de Organização
a) Simplificar o trabalho. Há muitas maneiras de se fazer às coisas,
porém devemos procurar aquela que é mais prática e eficiente;
b) facilitar a produção. Simplificando o trabalho, facilitamos a sua
produção e, por conseguinte produzimos mais e melhor.
17
Administração Eclesiástica
1.5 Administração Secular
Possui dois grandes ramos:
Pessoal. Cuida das pessoas que compõe a organização, seus direitos,
deveres e desenvolvimento.
Financeira. Busca recursos, analisa receitas e programa despesas.
1.6 O & M (Organização & Métodos)
Estuda e pesquisa a maneira de operar estabelecendo seqüências lógicas.
1.7 O Que É Administrar?
É a capacidade de gerar organismos eficazes, eficientes distribuindo
responsabilidades, permitindo participação, promovendo crescimento (da
organização e dos envolvidos).
1.8 Princípios Básicos de Administração
1.8.1 Planejar
Predeterminar um curso de ação.
1.8.1.1 Atividades
a) Prever;
b) estabelecer objetivos;
c) programa;
d) cronogramar;
e) orçar;
f) determinar procedimentos;
g) elaborar políticas.
1.8.2 Organizar
Reunir meios, recursos materiais e humanos, distribuir racional e
harmoniosamente para fazer funcionar a Organização.
1.8.2.1 Atividades
a) Tomar decisões;
b) delegar responsabilidades;
c) estabelecer relações.
18
1.8.3 Comandar
Determinar providências de funcionamento de acordo com normas vigentes
1.8.3.1 Atividades
a) Tomar decisões;
b) comunicar-se;
c) motivar;
d) selecionar;
e) desenvolver pessoal.
1.8.4 Coordenar
Manter a organização em funcionamento homogêneo e integrado,
proporcionando desenvolvimento de modo equilibrado, evitando atritos.
1.8.5 Controlar
Avaliar e regular o trabalho em andamento e acabado.
1.8.5.1 Atividades
a) Estabelecer padrões de execução;
b) medir desempenho;
c) avaliar desempenho;
d) corrigir desempenho.
A Administração perfeita está nos céus. O próprio Deus estabeleceu regras
fixas para o Universo teve seu planejamento (Pv 8.22). Nenhuma Igreja
prosperará e se manterá sem administração.
1.9 Igreja Cristã
1.9.1 Definição
Conjunto de pessoas divinamente chamadas e separadas do mundo, unidos
sob pacto para o culto e serviço cristão, são a suprema atividade de Cristo,
cuja palavra é a sua única lei e regra de vida em todas as questões de fé e
prática.
19
Administração Eclesiástica
1.9.2 Divisão
a) UNIVERSAL - conjunto de todos os salvos;
b) LOCAL - Conjunto de salvos de um determinado local.
1.9.3 Missão
a) Adorar;
b) edificar;
c) evangelizar.
1.9.4 Características ideais
a) Está presente e vive para desempenhar sua missão;
b) liderança própria;
c) reprodução própria;
d) sustento próprio.
1.9.5 Fatores Para Formar Uma Igreja
a) Comunhão, At 2.44;
b) cooperação, At 4.32.
1.9.6 Corpo Eclesial
a) Pastor, Ministro, Ancião, Presbítero, Bispo (At 20.18,28; 1Tm 3.1, Tt
l.5-7).
b) Diácono (At 6)
1.9.7 Filiação
a) Pelo batismo (Mt 28.15; At 2.38): salvos, casados, solteiros ou viúvos;
b) por carta de transferência: membros de outras igrejas de mesma fé e
ordem;
c) por aclamação: membros de organizações genuinamente evangélicas,
de igreja que já desaparecera, de igrejas que não dão carta de
transferência, cujos documentos foram extraviados.
1.9.8 Tipos de Cartas
a) Recomendação;
b) mudança;
c) declaração;
d) apresentação.
20
1.9.9 Rebatismo
a) Se não foi batismo conforme o modelo bíblico;
b) se foi antes da convicção da salvação;
c) se a pessoa pede por motivo justo.
1.9.10 Disciplina
Uma bênção e uma necessidade (Mt 18.15-17; Hb 12.5-11).
1.9.11 Propósitos da Disciplina
a) Corrigir (1Co 7-9).
b) restaurar (Gl 6.1);
c) manter bom testemunho (1Tm 3.7);
d) advertir (1Co 5.6-7);
e) apelar à consciência do ofensor.
1.9.12 Motivos de Disciplinas
a) Conduta desordenada (2Ts 3.11-15);
b) imoralidade (1Co 5);
c) contenciosidade (1Tm 3.15,20);
d) propagar falsas doutrinas (Tt 3.10,11);
e) filiação a igreja incompatíveis com o cristianismo.
1.9.13 Como tratar o disciplinado
a) Não como inimigo (2Ts 3.15);
b) ganhá-lo novamente (Tg 5.19,20);
c) recebê-lo, se mostrar-se realmente arrependido.
1.9.14 Casos especiais
Pessoas que exercem cargos:
b) Limitar direitos;
c) tempo de prova para verificar arrependimento;
d) segurança na medida disciplinar.
1.9.15 Defesas extra-bíblica
a) Advogado;
b) justiça comum.
21
Administração Eclesiástica
1.9.16 Atitude do Pastor quanto à disciplina
a) Deve ministrar com humildade e amor;
b) não deve ser usada como castigo;
c) não deve ser usada como revanche;
d) deve estar ansioso pela sua volta;
e) deve ser imparcial;
f) não pode ser usada como arma para imposições.
1.10 Organograma da Igreja
1.10.1 Principais órgãos necessários
1.10.1.1 Departamento de Administração
1.10.1.1.1 Serviços gerais
a) Alimentação;
b) manutenção;
c) conservação e limpeza.
1.10.1.1.2 Material
a) Compras;
b) Slmoxarifado.
1.10.1.1.3Pessoal
1.10.1.1.4 Economia e finanças
a) Contabilidade;
b) Tesouraria.
1.10.1.1.5Outros
a) Transporte;
b) segurança;
c) hospedagem;
d) secretaria.
1.10.1.2 Departamento de Assistência Social
a) Alimento e roupa;
b) saúde e beneficio;
22
c) amparo;
d) orfanato;
e) creches;
f) aAsilo.
1.10.1.3 Departamento de Música
1.10.1.3.1 Treinamento
a) Ensaio;
b) Cursos.
1.10.1.3.2 Som
a) Instrumentos;
b) Aparelhos.
1.10.1.3.3 Grupos
a) Orquestras;
b) corais;
c) bandas;
d) conjuntos.
1.10.1.4 Departamento de Evangelismo
a) Planejamento;
b) material;
c) áreas.
1.10.1.5 Departamento de Missões
a) Secretaria;
b) missões nacionais;
c) missões estrangeiras.
1.10.2 Departamento
1.10.2.1 Biblioteca
1.10.2.2 Escola Dominical
a) Superintendência;
b) secretaria;
23
Administração Eclesiástica
c) setores:
• berçário;
• infantil;
• adolescente;
• jovem;
• adulto;
• novos convertidos.
1.10.2.3 Ensino
a) Escola teológica.
b) cursos Seculares;
c) treinamento;
d) palestras;
e) seminários;
f) estudos Bíblicos.
1.10.3 Departamento de Comunicação
1.10.3.1 Assessoria Comunicação
a) Relações Públicas.
b) avisar, editar, agendar;
c) convites, propagandas.
1.10.3.2 Imprensa
a) Jornal;
b) rádio;
c) tv.
1.10.3.3 Publicações
a) Livros;
b) apostilas.
1.10.4 A Igreja como Pessoa Jurídica
1.10.4.1 Estatuto
Documento fundamental constitutivo do grupo, conjunto de nomes que
estabeleçam a estrutura e a organização da sociedade ou do grupo.
24
1.10.4.2 Razões Porque a Igreja deve ter Estatuto
a) Para não figurar como entidade abstrata, inobjetiva;
b) para poder ser representada juridicamente, proprietária de bem,
condições de reclamarem direitos;
c) pode ser inscrito no CPMF - Cadastro Geral de Contribuintes.
1.10.4.3 Denominações usuais
a) Nome;
b) sede e foro;
c) finalidades;
d) duração;
e) membros;
f) diretoria;
g) assembléias Gerais;
h) quorum;
i) eleições;
j) patrimônio;
k) modificações estatutárias;
l) disposições gerais.
1.10.4.4 Complementos
1.10.4.4.1 Deve constar
Administração;
responsabilidades;
origem e aplicações de bem e prestação de contas;
definição de tarefas;
regime interno;
pastor como presidente;
quorum de decisões.
1.10.4.4.2 O que não deve constar
a) Particularidades dos cultos;
b) organizações internas;
c) métodos de trabalhos;
d) afinações de caráter doutrinário;
e) especificações de uso de propriedades, entidade filiais, e modo de
recebimento ou exclusão de membros.
25
Administração Eclesiástica
1.10.4.5 Diretoria da Igreja
a) Presidente;
b) Vice Presidente;
c) 1º Secretário;
d) 2º Secretário;
e) 3º Secretário;
f) 1º Tesoureiro;
g) 2º Tesoureiro.
1.10.4.6 Registro do Estatuto
1.10.4.6.1 Em assembléia Geral Extraordinária aprova-se o estatuto
1.10.4.6.2 Documentos para registro
a) Ata datilografada em 3 vias;
b) oficio ao Cartório;
c) relações dos membros da Diretoria.
1.10.4.7 Reforma do Estatuto
1.10.4.7.1 Razões
a) Mudança de nome;
b) atualização da metodologia;
c) imposições legais.
1.10.4.7.2 Procedimentos
a) Comunicar assembléia geral;
b) apresentar projeto de mudança;
c) igreja aprova;
d) procede-se o registro;
e) divulga-se a reforma.
1.10.4.8 Orientações Legais
a) Deve inscrever-se no CPMF (Cadastro Geral de Contribuintes);
b) não poderá inscrever-se no INSS, FGTS, PIS;
c) não poderá apresentar Declaração de Rendimentos;
d) não poderá ter empregados assalariados;
e) deverá ter carimbo do CPMF padronizado;
f) deverá requerer junto à Receita Federal isenção de Imposto de
Renda;
g) deverá requerer junto à Prefeitura isenção de Imposto Sobre Serviços.
26
1.10.5 Administração da Igreja
1.10.5.1 Principais Registros e Documentos
a) Rol de membros;
b) livro de Atas;
c) livro de Registros de Patrimônio;
d) cartão de Membro;
e) envelopes de Dízimos;
f) ficha de Membro;
g) cartas de Recomendação, mudança, transferência.
1.10.6 Bandeiras
1.10.6.1 Do Brasil
a) Horário de hasteamento: normalmente 8 horas;
b) horário de armamento: normalmente 18 horas;
c) se hasteada à noite deve estar iluminada.
1.10.6.2 Posições
1.10.6.2.1 Ao centro: se estiver isolada
1.10.6.2.2 A diretoria
(Em ralação às pessoas que estiver atrás dela): quando se achar ao lado de
outra bandeira.
1.10.6.2.3 Em desfiles
Erguida e ao Centro se isolada; à direita se houver outra, e à frente e isolada
quando houver outras bandeiras.
1.10.6.3 Regras Fundamentais de Reuniões
1.10.6.3.1 Discussões em grupo
a) Falar um de cada vez;
b) ir diretamente ao assunto;
c) decidir, tão logo haja opinião formada.
1.10.6.3.2 Peças de uma reunião produtiva
a) Dar conhecimento prévio dos assuntos a serem tratados;
b) ter horário de início e término;
27
Administração Eclesiástica
c) construir presidente da reunião;
d) verificar quorum;
e) elaborar ata.
1.10.6.3.3 Decisões por votação
a) Maioria absoluta;
b) totalidade;
c) nominal;
d) secreta;
e) simbólica.
1.10.6.3.4 Como liderar uma reunião
a) Prepare um resumo;
b) determine objetivos a serem alcançados;
c) tenha pronto todo o material necessário;
d) mantenha o local devidamente arrumado;
e) permita a total participação;
f) consiga aceitação dos resultados;
g) resuma a discussão.
1.11 Epílogo
“Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios,
e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes” 1Co
1.27
Como mordomos de Deus, à frente de sua Igreja, ou de algum grupo que Ele
nos confia a dirigir, devemos esquecer o errôneo refrão: “Deus só quer
qualidade e não quantidade”. Esta é uma afirmação diabólica a fim de induzir
alguém a menosprezar a obra de Deus, a não cuidar dela com amor, carinho
e total dedicação. Deus requer qualidade sim pois é um Deus Santo (Hb
12.14) e perfeito (Dt 18. 13) e exige estas qualidades de seus servos mas
também requer quantidade, como podemos ver que na parábola dos talentos
(Mt 25.15-30), os que foram recompensados foram os que no mínimo
dobraram o valor recebido.
O trabalho para ter sucesso é preciso primeiro a ação de Deus (Jo 15.16)
mas também, sem dúvida a ação organizada de alguém (1Tm 3.4,5) que não
quer ter do que se envergonhar e tem esperança de ser recompensado pelo
Senhor pelo seu trabalho (Is 40.10), que tem consciência que seu trabalho é
simbolizado por ouro, prata ou pedras preciosas (1Co 3.12-14).
28
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Administração Eclesiástica
Capítulo 2
Qualidade na Vida Psicológica e
Espiritual
Introdução
Etimologicamente, psicologia significa ciência da alma. A curiosidade acerca
da alma sempre foi e continua sendo uma característica do homem. O
primitivo considerava a alma como uma entidade responsável pelas
manifestações de natureza subjetiva, que se justificava pela vivência dos
sonhos, pelas manifestações delirantes e pela experiência da morte,
chegando a conceituá-la como substância sutil numa concepção materialista,
constituindo um duplo.
Aristóteles, também interessado no estudo da alma, porém com o propósito
de averiguar sua imortalidade, definiu-a como o ato primeiro, ou seja, como
perfeição fundamental de um ser vivo.
Atualmente, a alma ainda constitui-se num alvo de interesse do homem
contemporâneo e é descrita como um substrato substancial das
representações, das sensações, das emoções, dos sentimentos; enfim, de
uma expressão psíquica.
Ocorre que com o advento da ciência, a alma, como objeto de estudo, tornou-
se inconcebível. A psicologia passou a ser definida como a ciência que
estuda o comportamento. O comportamento substitui a alma, uma vez que a
ela é possível empregar todos os princípios científicos e seus respectivos
métodos, principalmente o método hipotético-dedutivo.
Por conseguinte, a psicologia passou a pertencer ao rol das ciências naturais,
que contêm no bojo de seu objeto de estudo os fenômenos fisiológicos. Neste
aspecto a psicologia fica reduzida à fisiologia.
2.1 A Psicologia e o Obreiro
O obreiro responsável por um trabalho ou que atue no campo da ministração
ou numa classe de escola bíblica, precisa conhecer a base da psicologia,
embora muitos afirmem que esta disciplina é anti-bíblica, discordamos
30
plenamente, cremos que sem haver um mínimo de conhecimento, o obreiro
pode passar por momento de dissabores.
É claro que neste livro não ofereceremos um curso de psicologia, mesmo
porque o tema geral insere discussão sobre a qualidade total, entretanto,
faremos menção de alguns tópicos necessários para que o obreiro possa
entender o relacionamento entre espírito, alma e corpo, afim de produção da
qualidade total.
2.1.2 Método da Psicologia
O método da Psicologia será então a um tempo experimental e racional. Aqui
apenas precisamos os pontos em que este método se distingue do método
comum às disciplinas experimentais.
2.1.2.1 A observação interior
A observação interior ou introspecção consiste em observar-se a si mesmo,
aplicando sua atenção aos fenômenos da consciência.
A introspecção tem a vantagem imensa de atingir imediatamente seu objeto,
sem os riscos que comporta a percepção externa. É necessário notar,
contudo, que ela nem sempre é praticável: certos fatos psicológicos, como a
cólera, não podem ser observados no mesmo instante em que se produzem.
Além disso, a atenção interior tende a modificar mais ou menos os fatos de
consciência, impondo-lhes uma espécie de fixidez, que eles não possuem:
como observar um desvario sem o interromper, uma distração sem a
suprimir? - Enfim, a introspecção é deficiente para atingir o inconsciente e
mesmo o subconsciente.
Se for verdade que, em muitos casos, pode-se utilizar a memória (lembramo-
nos do que se passou no estado de cólera), sabe-se muito bem o quanto o
uso desta faculdade comporta riscos de erro. Donde a necessidade de
recorrer à observação objetiva para completar, verificar e corrigir os
resultados da introspecção.
2.1.2.2 A observação exterior
Este gênero de observação psicológica nos é perfeitamente familiar. Com
efeito, servimo-nos comumente e espontaneamente da observação objetiva
quando encontramos em certos fatos psicológicos os fatos ou os estados
psicológicos que lhes estão ligados. As lágrimas nos revelam o sofrimento ou
a tristeza; a imobilidade do corpo, a fixidez da visão revela o esforço de
31
Administração Eclesiástica
atenção etc. Em Psicologia, só se cogita em dar uma forma científica a esse
processo de observação.
2.1.2.3 Processos de observação objetiva
Estes processos são muito variados. Os mais empregados são os seguintes:
métodos dos testes (pesquisas ou questionários), pelos quais se revelam as
reações psicológicas de pessoas mais ou menos numerosas, numa situação,
ou diante de um fato dado, tendo em vista isolar-lhe o elemento comum, —
estudo dos casos anormais ou patológicos, que fazem sobressair, por
contraste, os comportamentos normais, - estudo comparado dos adultos e
das crianças, dos civilizados e dos selvagens - estudos dos comportamentos
ou atitudes exteriores que traduzem os estados psicológicos - psicanálise,
esforçando-se por revelar as fontes inconscientes da vida psíquica.
2.1.2.4 Alcance do método objetivo
O método objetivo não pode, evidentemente, ser suficiente. É apenas um
auxiliar da introspecção, uma vez que jamais poderíamos dar um sentido às
manifestações exteriores de outrem se não tivéssemos experimentado e
observado em nós próprios os fenômenos interiores que revelam os
movimentos ou atitudes externas. Mas é um auxiliar precioso, e mesmo
indispensável, quando se quer passar da observação à experimentação.
2.1.2.5 O paralelismo psicofísico
O paralelismo dos fatos psíquicos e dos fatos fisiológicos, que utiliza,
sobretudo o método objetivo, tem por vezes incitados os psicólogos a
perseguir uma redução do psíquico ao puro fisiológico, como se os estados
de consciência fossem apenas um simples aspecto das modificações
orgânicas.
Ora, esta redução é insustentável, porque existem entre a ordem psíquica e a
ordem fisiológica diferenças tais que implicam uma distinção radical. Com
efeito, os fenômenos psíquicos são essencialmente interiores, qualitativos,
quer dizer, desprovidos de dimensões espaciais, personalizados e grupados
em sínteses originais, enquanto que os fatos fisiológicos são periféricos,
extensos, mensuráveis e localizados, exteriores uns aos outros.
A estreita dependência dos fatos psíquicos e dos fatos fisiológicos não
poderia, pois, ser interpretada como significando uma causalidade real dos
segundos em relação aos primeiros. A dependência das duas ordens significa
apenas que a consciência depende de condições fisiológicas. Por exemplo,
32
os movimentos cerebrais não produzem o pensamento, mas este está
condicionado, em seu exercício, por fenômenos cerebrais.
No campo da pesquisa psicológica o homem esbarra em certas questões que
envolvem a alma, o espírito e o corpo. Quando esses fatores estão em
desarmonia o obreiro sente-se debilitado, tanto físico quanto espiritualmente,
neste estado, não produz e não atinge a eficiência da qualidade total na vida
espiritual.
2.2 A tricotomia do homem
A palavra tricotomia vem do grego - trica (3) + tomia (partes). O homem
dividido em três partes, nesta visão o homem é dividido em corpo, alma e
espírito.
2.2.1 Como DEUS criou o homem
Segundo Gênesis 1.26a; '' E disse DEUS façamos o homem à nossa imagem
conforme a nossa semelhança; (27); E criou DEUS o homem à sua imagem;
à imagem de DEUS o criou; macho e fêmea os criou''.
Na criação do homem DEUS soprou em suas narinas o espírito da vida,
quando o espírito penetrou no corpo, produziu a alma, neste primeiro
momento o espírito teve total controle sobre a alma e o homem vivia em
obediência, o homem tinha total comunhão, através de seu espírito.
Encontramos no capítulo 3 de Gênesis no versículo 8 e 9 que DEUS descia
do céu e conversava com Adão. Por esses textos entendemos que DEUS
conversava com eles, estando eles na dispensação da inocência, Adão vivia
em santificação. A comunhão de Adão como era totalmente pelo espírito, pois
o espírito dominava a alma e o corpo.
Encontramos nessa fase DEUS ordenando a Adão que ele podia comer todo
fruto de árvore incluindo a árvore da vida (Gênesis 2:16), isso prova que era
plano de DEUS mantê-lo eternamente no jardim, tendo apenas uma
condição, não tocar na árvore da ciência do bem e do mal (Gênesis 2:17).
Porém Adão não vigiou permitindo que a alma dominasse seu espírito,
percebemos que quando Satanás o enganou, apela para o seu intelecto
(faculdade da alma); ''disse a serpente: Certamente não morrerás, porque
DEUS sabe que no dia que dele comerdes se abrirão vossos olhos e sereis
como DEUS; sabendo o bem e o mal. E vendo a mulher que aquela árvore
era boa para se comer, e agradável aos olhos, e a árvore desejável para dar
entendimento, tomou do seu fruto e comeu, e deu também ao seu marido, e
ele comeu com ela. Entretanto, Adão e Eva continuaram a viver por centenas
33
Administração Eclesiástica
de anos depois de comerem o fruto proibido. Obviamente, isso indica que a
morte predita não era física. A morte de Adão começou no seu espírito.
2.2.2 O que é a morte realmente?
Segundo a definição científica, a morte é '' A suspensão da comunicação com
o ambiente''. A morte do espírito é a suspensão da sua comunicação com
DEUS. A morte do corpo é a interrupção da comunicação entre esse e o
espírito. Por isso, quando dizemos que o espírito está morto, não significa
que não haja mais espírito, quer dizer simplesmente que o espírito perdeu
sua sensibilidade para com DEUS e assim está morto para Ele. A situação
exata é que o espírito está incapacitado de Ter comunhão com DEUS.
Usemos como ilustração o mudo: ele tem boca e pulmões mais algo está
errado com suas cordas vocais tornando-o sem capacidade para falar. No
tocante à linguagem humana, sua boca pode ser considerada como morta.
Semelhantemente o espírito de Adão morreu por causa de sua desobediência
a DEUS. Ele ainda tinha o seu espírito, todavia estava morto para com DEUS
porque havia perdido seu instinto espiritual. Isto ainda é assim: o pecado
destruiu o aguçado intuitivo conhecimento de DEUS que o espírito possuía
tornando o homem espiritualmente morto.
Ele pode ser religiosos, respeitáveis, educados, capazes, fortes e sábios,
mas está morto para DEUS. Ele pode até mesmo falar sobre DEUS,
raciocinar sobre DEUS, pregar sobre DEUS, mas ainda assim está morto
para Ele. O homem não pode ouvir ou sentir a voz do espírito de DEUS. Por
isso, no testamento DEUS freqüentemente se refere àqueles que estão
vivendo na carne como mortos.
A morte que iniciou no espírito do nosso antepassado gradativamente até
alcançar seu corpo. Embora continuar a viver por muitos anos depois que seu
espírito morreu, a morte, todavia, continuou operando nele até que seu
espírito, alma e corpo estivessem mortos. Seu corpo que poderia Ter sido
transformado e glorificado, retornou ao pó. Porque se o homem interior
precipitou-se no caos, seu corpo exterior deve morrer e ser destruído. A partir
dali o espírito de Adão (como também de todos os seus descendentes) caiu
sobre opressão da alma até que, gradativamente, uniu-se com a alma
tornando suas duas partes intimamente unidas. O escritor de Hebreus diz que
a palavra de DEUS vai penetrar e dividir a alma e espírito (4.12). A separação
é necessária porque o espírito e a alma tornaram-se um. Enquanto estiverem
intimamente unidos ao homem será lançado por eles no mundo psíquico.
Tudo é feito segundo os preceitos do intelecto ou sentimento . O espírito
perdeu seu poder e impressão como se estivesse em sono profundo.
Qualquer instinto que ele tenha para conhecer e servir a DEUS estão
completamente paralisados. Ele permanece em coma como se não existisse.
34
Este é o significado de Judas 19: ''naturais, não tendo espírito'' (literal).
Certamente isso não quer dizer que o espírito humano deixa de existir, pois
Números 16.22 diz claramente que DEUS é '' O DEUS dos espíritos de toda
carne''. Todo ser humano tem em sua posse um espírito, embora esteja
obscurecido pelo pecado e impotente para manter comunhão com DEUS.
Por mais morto que esse espírito esteja para DEUS, ele ainda pode
permanecer tão ativo quanto a mente ou o corpo. Ele é considerado morto
para DEUS, mas ainda é muito ativo com outros aspectos. Algumas vezes o
espírito de um homem caído pode ser até mais forte do que sua alma ou
corpo e ganhar domínio por todo o seu ser. Tais pessoas são ''espirituais'', da
mesma forma que muitas pessoas são grandemente da alma ou do corpo,
pois seus espíritos são muito maiores do que as pessoas comuns. Estes
são os feiticeiros e bruxos, e verdadeiramente mantém contato com a esfera
espiritual, só que realizam isso através do espírito maligno e não pelo Espírito
Santo. Desta forma, o espírito do homem caído está aliado com Satanás e
seus espíritos maus. Está morto para DEUS, entretanto bem vivo para
Satanás e segue o espírito mau que segue nele.
Rendendo-se à exigência de suas paixões e cobiça, a alma tornou-se
escrava do corpo de tal forma que o Espírito Santo considera inútil contender
pelo lugar de DEUS neste alguém. Daí a declaração de escritura : '' Meu
espírito não pleiteará para sempre com o homem; porque ele é realmente
carne'' (Gn 6.3). A Bíblia refere-se à carne como sendo o composto da alma
regenerada e a vida física embora mais freqüentemente indique o pecado
que está no corpo. Uma vez que o homem esteja totalmente sobre o domínio
da carne, ele não tem de liberar-se. A alma tomou o lugar de autoridade do
espírito. Tudo é feito independentemente e segundo as ordens da sua mente.
Mesmo em questões religiosas, na mais acalorada busca de DEUS, tudo é
realizado pela força e vontade da alma do homem, sem a revelação do
Espírito Santo. A alma não está apenas independente do espírito;
adicionalmente ela está sob o controle do corpo. Ela é solicitada a obedecer,
a executar e cumprir as cobiças, paixões e exigências do corpo. Cada filho de
Adão está, não somente morto em seu espírito, mas ela é também ''da terra,
terreno'' (1Co 15.47). Os homens caídos são governados completamente
pela carne, andando em reação aos desejos das suas vidas da alma e das
paixões físicas. Estes são incapacitados de Ter comunhão com DEUS. Às
vezes eles exibem sua inteligência e paixão, porém, os mais freqüentes são
ambos: inteligência e paixão. Sem impedimento, a carne está sobre rígido
controle sobre o homem total.
Isto é o que está esclarecido em Judas: ''escarnecedores andando segundo
as suas ímpias concupiscências. Estes são os que põem à parte, homens
naturais, não tendo espírito''. Ser da alma é antagônico ao ser do espírito,
35
Administração Eclesiástica
nossa parte mais nobre, a parte que pode unir-se a DEUS e que pode regular
a alma e o corpo, está agora sob o domínio da alma, aquela parte em nós
que é terrena tanto no motivo como no alvo. O espírito foi despojado da sua
posição original. A condição do homem é anormal, por resultado de ser da
alma é que se torna um escarnecedor, buscando paixões ímpias e criando
divisões.
1Coríntios 2.14 faz referência de tais pessoas não regeneradas desta forma:
''O homem natural não aceita coisas de DEUS, porque para ele são loucuras;
e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. ''Tais
homens, sob o controle de suas almas e com seus espíritos oprimidos, estão
em contraste direto com as pessoas espirituais. Eles podem ser
excessivamente inteligentes, capazes de apresentar idéias ou teorias
magistrais, todavia não aprovam as coisas do Espírito de DEUS. São
inadequados para receber revelação do Espírito Santo. Tal revelação é
amplamente diferente das idéias humanas. O homem pode pensar que o
intelecto e o raciocínio humano são todo-poderosos, que o cérebro é capaz
de compreender todas as verdades do mundo, mas o veredicto da Palavra de
DEUS é : '' vaidade de vaidades''.
Enquanto o homem está em seu estado de alma, ele freqüentemente sente a
insegurança desta era, e, por isso, também busca a vida eterna da era
vindoura. Mas mesmo que o faça, ainda é impotente para descobrir a Palavra
da vida pelo seu muito pensar e teorizar. Quão indignos de confiança são os
raciocínios humanos!
Freqüentemente observamos como pessoas muito inteligentes colidem em
suas diferentes opiniões. As teorias conduzem o homem facilmente ao erro.
São castelos no ar, atirando-os nas trevas eternas.
Quão verdadeiro é que, sem a liderança do Espírito Santo, o intelecto não é
apenas indigno de confiança, mas também extremamente perigoso, porque
freqüentemente confunde a questão do certo e do errado. Um pequeno
descuido pode provocar não só a perda temporária, mas até danos eternos. A
mente entenebrecida do homem muitas vezes o conduz à morte eterna. Se
as almas não regeneradas apenas pudessem ver isto, quão bom seria!
Enquanto o homem é carnal, ele pode ser controlado por mais do que
simplesmente a alma, ele pode estar sob direção do corpo também, porque a
alma e o corpo estão intimamente entrelaçados. Pelo fato do corpo de
pecado estar abundando em desejos e paixões, o homem pode cometer os
mais hediondos pecados. Visto que o corpo é formado do pó, assim sua
tendência natural é em direção a terra. A introdução do veneno da serpente
no corpo do homem transforma todos os seus desejos legítimos em lascívia.
36
Tendo cedido uma vez ao corpo, em desobediência a DEUS, a alma vê-se
compelida a ceder toda vez. Os baixos desejos do corpo podem ser
freqüentemente manifestos por meio da alma. O poder do corpo torna-se tão
irresistível que a alma não consegue senão ser o escravo obediente.
A idéia de DEUS é que o espírito tenha a preeminência, governando nossa
alma. Mas uma vez que o homem torna-se carnal, seu espírito afunda em
servidão à alma. Maior degradação sucede quando o homem torna-se
''material'' (do corpo), pois o corpo, mais baixo, ergue-se para ser soberano.
O homem desceu então do '' controle do espírito'' para o ''controle da alma'', e
do ''controle da alma'' para o controle do corpo”. Ele afunda cada vez mais
profundamente. Quão lamentável deve ser quando a carne ganha domínio.
O pecado matou o espírito: morte espiritual então, torna-se a porção de
todos, pois todos estão mortos em delitos e pecados. O pecado levou a alma
a ser independente: a vida da alma é, portanto, uma vida egoísta e obstinada.
O pecado finalmente deu autoridade ao corpo: a natureza pecaminosa
conseqüentemente reina através do corpo.
2.3 O homem sob três aspectos bíblicos
DEUS classifica o homem sob três planos como veremos no decorrer deste
tópico. Não temos como escapar dessa classificação. Ou somos o homem
natural, ou o homem carnal.
2.3.1 O Homem Natural
Embora o plano mais elevado para o homem seja o espiritual, DEUS começa
em sua palavra, pelo plano mais inferior: o natural. Isto é começa a falar do
homem que vive uma vida natural, a vida deste mundo, e que não tem o
Espírito Santo em seu viver.
2.3.1.1 A descrição do homem natural
Ele é chamado de natural porque ainda não experimentou a regeneração.
Vive segundo a natureza pecaminosa e decaída desde a queda ocorrida no
Éden. Ele está perdido. A menos que aceite a Jesus, não há solução para
ele. Esse homem não pode ser reformado nem melhorado. Ele tem de ser
transformado pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.9; 7.18). Não importa quão
bons, cultos, educados, experientes, moralistas e religiosos seja, se não a
aceitar Cristo, estará irremediavelmente perdido e morto em seus pecados (Sl
14.13; Rm 3.23, 8.9).
37
Administração Eclesiástica
O mesmo termo traduzido natural em 1Co 2.14, é traduzido animal, em 1Co
15.44, referindo-se ali ao corpo impulsionado e controlado pela alma humana
e suas paixões. O nosso termo ''alma” vem do latim ánima e nada tem a ver
com animal e, sim, criatura especial de DEUS (Gn 1.26,27; Sl 8.4-6).
O mesmo termo é traduzido por sensual em Jd v.19, no sentido de ser
governado apenas pelos sentidos naturais da alma, e não pelo Espírito
Santo. ''Sensual'', aqui, não se refere á volúpia, lascívia, cobiça carnal ou à
incontinência, mas ao que é percebido pelos sentidos.
O mesmo termo é ainda traduzido por animal em relação à sabedoria que
não procede do Espírito Santo, e sim da capacidade puramente humana;
inteiramente da alma humana. Esses fatos bíblicos ajudam a descrever o
homem chamado natural.
Natural também significa não trabalhado, ou seja: não transformado, não
modificado, não processado, não cultivado. Exemplo: a madeira tal qual
cortada do tronco; não trabalhada, bruta. Vamos dar um outro exemplo: a
pedra como se encontra na pedreira: não polida nem esculpida. Assim é o
homem natural. Ele se acha morto em seus pecados: ainda não foi
transformado pelo Espírito Santo. Ele precisa nascer de novo para tornar-se
agradável aos olhos de DEUS.
2.3.2 O Homem Espiritual
O homem espiritual é assim chamado por ser impulsionado, controlado e
dirigido pelo Espírito Santo. O seu “eu” está vivo, mas se acha crucificado
com Cristo (Gl 2.20, Rm 6.11). O plano (e a vontade) de DEUS é que
sejamos espirituais (Rm 12.1,2). Ver mais sobre o homem espiritual em Gl
6.1,1; 1Pe 2.5; Hb 5.14.
1.3.2.1 O relacionamento do Homem Espiritual com DEUS
O homem espiritual é exatamente o inverso do homem natural. Este
relacionamento é tríplice:
a) O homem espiritual aceitou a Cristo como seu salvador e “nasceu de
novo” espiritualmente (Jo 3.5).
b) Ele submete-se inteiramente a Cristo como seu Senhor, em todas as
áreas de sua vida. Segue o exemplo de Cristo (Jo 8.29).
c) Ele é cheio do Espírito. Tem vigor e vida espiritual abundante, como
ocorre entre o tronco e os ramos da videira (Jo 15.5).
38
2.3.2.2 A condição do homem espiritual diante de DEUS
O homem espiritual é cheio do Espírito Santo, o qual possibilita-o a viver para
DEUS.
Sendo cheio do Espírito Santo, esse crente dá fruto espiritual automática e
abundante para DEUS, uma vez que esse fruto, de que fala a Bíblia, não vem
do esforço humano: vem da natureza divina do Espírito Santo que age com
toda liberdade na vida do crente (1Pe1.4).
O homem espiritual tem a mente de Cristo, e pelo Espírito Santo, discerne
bem tudo (1Co 2.16).
Essa é à vontade de DEUS para todo crente. A Bíblia descreve a condição do
homem espiritual como sentado nas “regiões celestiais” com Cristo (Ef 1.3;
2.6).
O seu espírito passa a intuir a voz de DEUS (revelação), o homem passa a
ter a intimidade que DEUS deseja que ele tivesse.
Neste momento a alma passa a ser submissa ao espírito, essa comunhão
com DEUS só acontece com a regeneração do espírito.
O nascer de novo não é uma reforma da velha natureza, mas é um ato
criativo do Espírito Santo que gerou Jesus em Maria é o mesmo Espírito
Santo que nos gerou em Jesus.
2.3.3 O homem carnal
Pelo contexto desta passagem e de outras congêneres, vê-se que o homem
carnal é crente e salvo. Não obstante sua vida cristã é mista , dividida e
marcada por constantes subidas e decidas. Ele á um crente que “começa
pelo Espírito e termina pela carne” (Gl 3.3). é chamado carnal porque a
velha natureza adâmica, herdada da raça humana, nele prevalece ; ainda
não subjugado pelo Espírito Santo (Rm 8.13).
A natureza humana pecaminosa, existente em todo crente, embora não
possa ser mudada, precisa ser modificada e vencida pelo poder do Espírito
Santo (Cl 3.5; Gl 2.19; 6.14; Rm 8.13). nem todo crente vive uma vida
consagrada, nem se acha disposto a vencer plenamente a natureza adâmica.
Na igreja de Corinto, muitos crentes eram carnais. A sua velha natureza
estava livre para agir ao invés de “levar cativo todo pensamento à obediência
de Cristo” (2Co 10.3-5).
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Administração Eclesiástica
Isso só há de ser obtido por nossa inteira submissão a Cristo, como nosso
Senhor, e pela obra santificada do Espírito Santo em nosso ser (Rm 6.13; Gl
5.16).
Conforme está escrito em Rm 6.11, não é o pecado que morre dentro do
crente , o crente é que deve morrer para o pecado e viver para DEUS.
Também, conforme Gl 6.14, não bastava o mundo estar crucificado para o
crente; o crente é quem deve estar crucificado para o mundo. Um dos
grandes perigos da vida cristã consiste em descer da cruz. Essa é uma
mensagem para quem já é discípulo de Cristo (Mt 16.24; Lc 14.27).
2.3.3.1 A condição do homem carnal
Ele é divido: em parte vive para DEUS, e em parte vive para agradar a si
mesmo. Enquanto o homem espiritual vive em um plano superior das “regiões
celestiais”, o carnal vive mais na esfera do terreno, porque a sua visão está
voltada para o natural. Sinais do homem carnal:
a) É espiritual infantil; imaturo (1Co 3.1);
b) Vive de “Leite”, no sentido de rudimentos da doutrina (Hb 5.1213);
c) É sectário e dado a isso (1Co 3.4);
d) É dominado pela inveja (1Co 3.3);
e) É dado a contendas e considera isso uma virtude e um direito (1Co
3.3);
f) Não se aflige ante os problemas da igreja, como ocorria em Corinto
(1Co 5.1-13; 6.13-20);
g) O carnal, com naturalidade e facilidade, move ação judicial contra a
igreja e os irmãos na fé (1Co 6.1-8);
h) O crente carnal vive uma mista, querendo agradar a si mesmo, aos
outros, ao mundo e a DEUS (1Co 10.20,21).
2.3.4 A regeneração do homem
Por que um pecador deve nascer de novo? Por que deve-o nascer de cima?
Por que deve haver uma regeneração do espírito? Porque o homem é um
caído . Um espírito caído precisa renascer para poder tornar-se um novo
espírito. Assim como Satanás é um espírito caído, assim também é o homem;
só que este possui um corpo. A queda de Satanás aconteceu antes da queda
do homem. A queda de Satanás pode, portanto, nos ensinar a respeito do
nosso espírito decaído. Ele foi criado como um espírito afim de que pudesse
Ter comunhão direta com DEUS. Porém ele caiu e tornou-se a cabeça dos
poderes das trevas. Ele agora está separado de DEUS e de toda virtude
piedosa. Mas isso não significa que Satanás não existe. Sua queda apenas
tirou seu relacionamento direto com DEUS. O homem, semelhantemente, em
40
sua queda também afundou nas trevas e na separação com DEUS. O espírito
do homem ainda existe, mas está separado de DEUS, sem o poder de
comungar com Ele incapaz de governar. Espiritualmente falando, o espírito
do homem está morto. Entretanto, assim como o espírito do querubim
pecaminoso existe para sempre, do mesmo modo o espírito do homem
pecaminoso existe e continuará existindo. Por Ter ele um corpo, sua queda
fez dele um homem de carne (Gn 6.3). Numa religião deste mundo, ética,
cultura ou lei pode melhorar este humano caído. O homem corrompeu-se a
uma posição carnal, nada dele mesmo pode levá-lo de volta a uma posição
espiritual. Portanto, a regeneração ou regeneração do espírito, é
absolutamente necessária. Somente o Filho de DEUS pode nos restaurar a
DEUS, pois Ele derramou seu sangue para purificar nossos pecados e nos
dar uma nova vida. No momento em que o pecador crê no Senhor Jesus ele
nasce de novo. DEUS lhe concede sua vida não criada afim de que o espírito
do pecador possa ser vivificado. A regeneração de um pecador ocorre em
seu espírito.
A obra de DEUS começa, sem exceção, dentro do homem, do centro para a
circunferência. Quão diferente é o padrão de obra de Satanás! Ele do exterior
para o interior. DEUS visa primeiro renovar o espírito entenebrecido do
homem comunicando vida a ele, porque este espírito que DEUS
originalmente designou para receber sua vida e para comungar a Ele.
O propósito de DEUS, depois disso, é sair do espírito para invadir a alma e o
corpo do homem.
Esta regeneração concede ao homem um novo espírito (Espírito Santo),
como também vivifica o seu antigo espírito. “Porei dentro de vós um novo
espírito” - “O que é nascido do Espírito é do espírito” (Ez 36.26; Jo 3.6).
O “espírito'' nesta passagem tem a vida de DEUS em vista, pois não é algo
que originalmente possuíamos; ele nos é concedida por DEUS em nossa
regeneração. Esta nova vida do espírito pertence a DEUS (2Pd 1.4) e “não
pode pecar” (Jo 3.9); mas nosso espírito, embora vivificado, ainda pode ser
imaculado (2Co 7.1) e necessitar de santificação (1Ts 5.23).
O propósito de DEUS num homem regenerado é levá-lo, por meio de seu
espírito a livrar-se de tudo que pertence à sua velha criação, pois dentro do
seu espírito regenerado jaz todas as obras de DEUS para com ele.
2.3.5 O Homem Espiritual Regenerado
Uma pessoa cujo espírito é regenerado e dentro do qual já habita o Espírito
Santo ainda pode ser carnal; pois, seu espírito pode estar sobre opressão de
41
Administração Eclesiástica
sua alma ou corpo. Algumas ações bem definidas são exigidas, caso ele
queira se tornar espiritual.
Falando de modo geral, encontramos pelo menos dois grandes perigos em
nossa vida, mas somos capacitados a vencer não apenas o primeiro, mas o
segundo também. Esses dois perigos com seus correspondentes triunfos
são: o de continuar sendo um pecador que perece ou se tornar um crente
salvo e o de continuar como um crente carnal ou se tornar um crente
espiritual. Um pecador pode tornar-se crente e do mesmo modo um crente
carnal pode tornar-se espiritual. O DEUS que pode transformar um pecador
num cristão carnal por dar-lhe Sua vida, pode, igualmente transformá-lo de
cristão carnal em cristão espiritual, dando-lhe Sua vida abundantemente. A fé
em Cristo faz de alguém um crente espiritual. Assim como o relacionamento
correto com Cristo gera um cristão, assim o relacionamento adequado com o
Espírito Santo produz um homem espiritual.
Somente o Espírito pode fazer crentes espirituais. É seu trabalho levar os
homens à espiritualidade (Rm 1.9 - 8.4); (1Co 6.17); (Gl 5.22-24).
2.3.5.1 Entende-se por regeneração
O conceito de regeneração conforme encontrado na Bíblia, fala do processo
de passar da morte para a vida. O espírito do homem, antes da regeneração,
está longe de DEUS e é considerado morto, pois morte é a separação da vida
e de DEUS que é a fonte de vida. A morte é, portanto, separação de DEUS.
O espírito do homem está morto e incapaz de ter comunhão com Ele. Ou sua
alma o controla lançando-o numa vida de idéias e imaginações, ou as cobiças
e hábitos do seu corpo o estimulam e reduzem sua alma à servidão.
O espírito do homem precisa ser vivificado, porque ele nasce morto. O novo
nascimento, sobre o qual o Senhor Jesus falou a Nicodemos, é o novo
nascimento do espírito. Por certo não é um nascimento físico, como
Nicodemos suspeitava, nem tampouco é da alma (soulical). Devemos
observar cuidadosamente que o novo nascimento comunica a vida de DEUS
ao espírito do homem. Visto que Cristo fez expiação por nossa alma e
destruiu o princípio da carne, assim, nós que estamos unidos a Ele,
participamos da Sua vida de ressurreição. Fomos unidos com ele em sua
morte, conseqüentemente, é em nosso espírito que primeiro colhemos o
conhecimento da Sua vida de ressurreição. O novo nascimento é algo que
acontece inteiramente dentro do espírito; não tem relação alguma com a alma
ou o corpo. O que torna o homem único na criação de DEUS não é por ele
possuir uma alma, mas sim por Ter um espírito que, unido à alma, constitui o
homem. Tal união distingue o homem como extraordinário no universo. A
alma do homem não está diretamente relacionada a DEUS; segundo a Bíblia,
42
é seu espírito que se relaciona com DEUS . DEUS é espírito, todos os que O
adoram, portanto devem adorá-Lo em espírito. Somente ele pode Ter
comunhão com DEUS . Só o espírito pode adorar o Espírito. Daí
encontramos na Bíblia expressões tais como: “servindo a DEUS em meu
espírito (Rm 1.9; 7.6; 12.11). conhecendo através do espírito (1Co 2.9-12 );
adorando em meu espírito (Jo 4.23,24; Fl 3.3); ''recebendo no espírito a
revelação de DEUS'' (Ap 1.10; 1Co 2.10 ).
Por causa deste fato, lembremos que DEUS estabeleceu que vai tratar com o
homem Somente através do seu espírito e que, pelo o espírito do homem,
Seus propósitos serão realizados. Se isto é assim, quão necessário é que o
espírito do homem continua em constante e viva em união com DEUS, sem
ser afetado, nem sequer por um momento, a desobedecer às leis divinas
seguindo os sentimentos, desejos e ideais da alma exterior. Caso contrário, a
morte se manifestará imediatamente, e ao espírito será negada sua união
com a vida de DEUS. Isto não quer dizer que o homem não mais tenha um
espírito. Significa simplesmente, como já discutimos anteriormente, que o
espírito renunciaria à sua elevada posição, para a alma. Sempre que o
homem interior de alguém atende aos ditames do homem exterior, ele perde
contato com DEUS e se torna morto espiritualmente. “Estando vós mortos
nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes” por fazer “à
vontade da carne e dos pensamentos'' (Ef 2.1-3).
43
Administração Eclesiástica
Capítulo 3
Qualidade Total e o Serviço
Ministerial
Introdução
Vivemos um período de plena transformação. Isto é fato e não é nenhuma
novidade. Porém, este processo de mudanças atinge a todos e em todos os
lugares, alterando hábitos e costumes como nunca se viu. Como exemplo,
hoje podemos nos comunicar com qualquer parte do planeta e brevemente
até com outros planetas – assim que se descubra vida inteligente neles. Com
a Internet podemos acessar informações instantaneamente sobre os mais
variados temas: futebol, notícias, política, culinária ou até como fazer uma
bomba caseira. Diversos produtos, serviços e comodidades invadem nossas
casas diariamente através dos meios de comunicação e sem pedir licença.
Enfim, fomos pegos por essa onda de transformação conhecida como:
GLOBALIZAÇÃO.
Diante dessas mudanças encontra-se o homem. Responsável direto por elas,
mas ao mesmo tempo atônito a tudo que se passa, tentando entender e
adaptar-se ao que está a seu redor: produtividade, melhoria contínua,
qualidade de produtos e serviços, housekeeping (Administração interna),
assertividade, desemprego e empregabilidade, interconectividade, entre
outros.
A batalha da qualidade começou quando os japoneses lançaram sua guerra
comercial contra a Europa e os Estados Unidos. Alguns consultores definem
qualidade como o nível de excelência que a empresa escolheu alcançar para
satisfazer à sua clientela-alvo.
Então, como sobreviver nesta era, neste mundo? Será preciso que hajam
super-homens, super-heróis? Ou será que nós temos a força necessária para
atingirmos a qualidade total no ser humano?
Aqui estão os 10 passos que consideramos essenciais para que possamos
nos sobressair diante deste mundo moderno e atingirmos o que propomos
como a qualidade total na vida cristã:
a) Tenha confiança em Deus. Este é o primeiro passo, pois a partir d’Ele
você conseguirá trilhar pela estrada da transformação, tirando seu
44
melhor proveito. Portanto, cuide de sua auto-estima, valorize seu
ministério!
b) Cuide de sua aparência e comunicação. Além de fazer bem a você,
causará uma boa impressão aos demais.
c) Seja bom ouvinte. Valorize o tempo que passa com as pessoas. Dê-
lhes atenção, ouça o que dizem e também seus corações, pois assim
estará entendendo melhor e julgando menos.
d) Atualize-se constantemente. Vivemos a era da informação, portanto,
busque a melhor forma de estar sempre atualizado com sua área de
interesse, seja através de cursos, livros, viagens, grupos de amigos,
reuniões ministeriais, estudos bíblicos, seminários e EBDs.
e) Dedique-se de coração, corpo e alma em um projeto, mas mantenha-
se aberto para outros.
f) Cada pessoa é diferente; cada uma tem uma personalidade única.
Contudo, o tipo de pessoa que tende a nos perturbar é aquela que
não é como nós. Aceite essa diversidade e aprenda a desfrutá-la.
g) Esteja preparado para a mudança. Entender a realidade e estar pronto
para quebrar os paradigmas é essencial para não se deixar levar pela
acomodação e pela rotina. Então, mexa-se!
h) Desenvolva seu potencial. As pessoas bem sucedidas sabem utilizar o
seu potencial para alavancar seu crescimento ministerial e pessoal.
Como está o seu?
i) Esteja feliz. Tenha prazer no que faz e faça com prazer.
j) Este espaço é seu! Pense em algo que realmente o diferencia dos
demais, o torna especial, que faz com que as pessoas lembrem-se de
você, gostem de ficar ao seu lado. Junte esta característica/habilidade
aos outros passos já apresentados e atinja a graça ministerial!
3.1 Princípios básicos e fundamentos da qualidade
3.1.1 Qualidade total - conceito
Muitos são os conceitos possíveis de qualidade total, mas qualquer um que
mostre acerto deve passar a idéia da ligação máxima entre uma organização
e seus clientes. Para qualquer organização que pratique qualidade, seus
clientes são a razão de sua existência, e também, somente terá sucesso à
instituição que conseguir envolver todos os seus integrantes com a
Qualidade.
Adotaremos um conceito simples que se prestará bem ao nosso objetivo:
É uma filosofia de administração envolvendo todos os integrantes de uma
organização, que controla e aperfeiçoa, de modo contínuo, a maneira como o
45
Administração Eclesiástica
trabalho é realizado, a fim de ir ao encontro das expectativas de qualidade do
cliente.
3.1.2 Clientes
Clientes são todas as pessoas envolvidas ou beneficiadas pelos processos
produtivos de uma organização. As pessoas que se envolvem com os
processos produtivos são os clientes internos e pertencem à organização (os
crentes); as pessoas beneficiadas com os processos são os clientes
externos, são aqueles que consomem os produtos ou serviços produzidos
pela organização (os pecadores).
Uma organização orientada pela Gestão da Qualidade Total comunga do
seguinte princípio: Ela existe em razão dos seus clientes externos, e tem nos
seus clientes internos o seu maior patrimônio.
As organizações são constituídas por seres humanos e são eles ou por meio
deles que tudo acontece.
É sabido que somente o estado de satisfação permanente leva o indivíduo ou
grupo de pessoas, a um estado de elevação moral. O moral elevado é o fator
determinante para que as pessoas estejam motivadas, condição essencial
para o crescimento pessoal e o aparecimento da produtividade na
organização.
3.1.3 Elementos da qualidade
Sete são os elementos constitutivos de um bem ou serviço com qualidade:
1) Satisfação do cliente
2) Moral dos clientes internos
3) Qualidade intrínseca
4) Custo
5) Segurança
6) Ambiente
7) Prazo
3.1.4 A satisfação do cliente
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É a condição primeira para se conferir qualidade a um bem ou serviço, se o
cliente não estiver satisfeito, inúteis foram os esforços. Na era pré-qualidade
poderíamos dizer a frase: “ Quem entende de igreja somos nós, os crentes”,
hoje é inconcebível tal postura, devemos conhecer o que nossos clientes
precisam e desejam.
As Organizações produtivas existem para a satisfação dos seus clientes,
atuando em conformidade com a missão que determina a sua existência.
3.1.5 Moral
Conforme prescrevem os japoneses, criadores da qualidade total, o cliente
reina em primeiro lugar; clientes são todos aqueles participantes (crentes) ou
beneficiados pelos processos (pecadores). É preciso que as pessoas que
integram a organização, no nosso caso a igreja, estejam com o moral
elevado, ou seja, estejam motivadas para o trabalho do Senhor.
A motivação vem do interior de cada um, mas os fatores externos, contribuem
para o surgimento de tal estado de animação para o trabalho.
3.1.6 Qualidade intrínseca
É a qualidade própria do bem ou do serviço que foi produzido. É a qualidade
que você vê, como aspectos de aparência, de organização, ou seja, é a
qualidade propriamente dita. Exemplo: Um crente bem vestido, educado, que
demonstra ter Deus no seu coração e domina bem a palavra do Senhor, etc.
A qualidade intrínseca é um dos primeiros elementos da qualidade
reconhecidos pelo cliente, dessa forma, ela se torna muito importante, pois
exerce um poder de sedução ou de repulsa no cliente. É a primeira
impressão, e conforme o dito popular, ela é quem fica. A apresentação de um
produto é de suma importância para sua aceitação e o sucesso do
empreendimento.
3.1.7 Custo
Ainda que as organizações eclesiásticas não sejam geradoras de lucro, elas
não conseguem existir gerando prejuízo. A relação de custo/benefício
favorável é indispensável na gestão pela qualidade total.
O custo deve ser considerado, lembrando que uma organização não vive de
um projeto exclusivo, assim, deve distribuir de forma racional, proba e
eficiente os seus recursos.
47
Administração Eclesiástica
3.1.8 A segurança
É outro aspecto importante. Imaginem uma indústria que produzisse uma
lâmpada que iluminasse o dobro do que a lâmpada comum gastasse a
metade de energia elétrica que as demais, que custasse menos que as
lâmpadas convencionais, mas que ao terminar sua vida útil, explodisse e
projetasse pedaços de vidro para todos os lados. Teria qualidade?
A qualidade depende de segurança, trás consigo o conceito da garantia da
qualidade.
3.1.9 O ambiente
Onde a organização atua deve ser propício à qualidade. Existe um programa
internacionalmente conhecido, desenvolvido no Japão, denominado
“Programa dos 5S” que através de ações de educação dos funcionários,
consegue um ambiente sadio e propício para o trabalho.
O ambiente propício para a qualidade é aquele onde existe paz, harmonia,
respeito, ordem, fraternidade, saúde, higiene, compromisso com o trabalho, e
disciplina consciente .
3.1.10 O prazo
Está ligado ao momento da entrega do bem adquirido pelo cliente ou o
momento em que lhe é prestado o serviço.
Se apenas um desses sete elementos não estiver presente, não é possível
conferir qualidade ao bem ou serviço produzido.
3.2 Os princípios da qualidade
A Gestão pela Qualidade Total possui princípios que devem ser conhecidos e
praticados por todos os integrantes da organização. Tais princípios foram
elaborados a partir da filosofia básica da qualidade e da experiência de
iminentes teóricos como Deming, Juran, Crosby, e outros, são eles:
3.2.1 Aperfeiçoamento contínuo
Toda igreja está inserida no ambiente social, com a finalidade de satisfazer
necessidades de pessoas com serviços, assim, não pode se esquecer que a
sociedade é dinâmica, que as necessidades das pessoas mudam de tempo
em tempo, o que demanda uma constante vigilância e aperfeiçoamento
48
contínuo por parte das organizações (ex: caso das concessões de canais de
televisão e rádio).
O aperfeiçoamento consiste na modificação de processos já existentes ou na
criação de novos processos, sempre com fulcro nas necessidades dos
clientes.
Para que a organização possa se aperfeiçoar ela deve manter mecanismos
eficientes de consulta aos clientes e detectar suas necessidades no momento
mais precoce possível, para surpreendê-los com a excelência dos serviços
prestados.
3.2.2 Constância de Propósitos
A Gestão pela Qualidade Total é consubstanciada em programas que
estabelecem metas específicas para serem atingidas ao longo de um certo
período. Cronogramas são estabelecidos para serem atingidos, de sorte que
independente de pessoas as metas devem ser atingidas, e para tal, esse
propósito é constante. “Sedes firmes e constantes, sempre abundantes no
Senhor”.
A constância de propósitos não pode tornar-se obstáculo para o
aperfeiçoamento contínuo, ser constante não significa ser estagnado; as
metas podem ser alteradas dentro do propósito inicial, qual seja, de atender
as necessidades dos clientes, mas somente por esse motivo.
3.2.3 Delegação de Competência
A gestão pela Qualidade Total parte do pressuposto de que não sendo
possível à onipresença ou onisciência ao ser humano, fica desaconselhável a
centralização. Atributos de onisciência e onipresença pertencem só a Deus.
O poder de decisão não é delegável, ele é atributo exclusivo daquele que
detém o cargo ou a função, entretanto, todos os integrantes da organização
têm um potencial produtivo, responsabilidade formal, vontade de participar,
necessidade de estar motivado para o trabalho. A delegação de competência
refere-se a dar a cada um a plenitude de possibilidades para que todos se
sintam importantes e responsáveis pelos destinos da organização. Moisés no
auge de seu ministério passou a ter dificuldades em dar assistência a todas
as pessoas que dependiam de sua decisão, o que lhe trouxe bastante
prejuízo, tanto na priorização de problemas a serem geridos, como no
cuidado com a própria saúde, sendo necessário o conselho de Jetro, seu
sogro, no sentido de que delegasse parte de seu poder a homens confiáveis.
49
Administração Eclesiástica
Há de se compreender, entretanto, que gerir com qualidade não significa dar
um golpe no princípio da hierarquia e da autoridade; as pessoas continuam
sendo, cada uma delas, responsáveis pelos resultados obtidos por seus
setores, mesmo porque, só se delega o que pode ser delegado.
3.2.4 Disseminação de Informações
Todos os integrantes da igreja devem saber com clareza sua missão , seus
propósitos, seus planos e metas. As informações só serão úteis se
viabilizarem uma atividade operacional que gere qualidade para seus
clientes.
Deve ser incentivado um sentimento de captação dos fatos mais significativos
relacionados aos processos produtivos da igreja, e transformá-los em dados
para posteriormente receberem as interpretações estatísticas necessárias a
monitorização de tais processos. Kaoru Ishikawa prescreve que não é
possível atribuir qualidade àquilo que não se pode medir, pode-se, quando
muito ter impressões se algo vai ou não bem, mas a qualidade deve ser
quantificada.
A organização deve criar mecanismos internos de disseminação das
informações de interesse da qualidade, certificar-se que todos terão acesso,
e também, criar mecanismos permanentes de escuta de seus clientes, tanto
os internos quanto os externos.
3.2.5 Desenvolvimento de Recursos Humanos
“A grandiosidade de uma organização se mede pelo nível de realização dos
homens que ela tem”.
Referida frase de autor desconhecido revela que investir no homem é investir
em quem produz a qualidade. Todos os integrantes da organização precisam
poder sentir-se confortáveis e felizes com a igreja e poder usar suas
capacidades e realizar seu potencial.
Além dos fatores motivadores convencionais deve-se criar nos homens o que
Albrecht chamou de “Espírito de serviço”; ou seja, sentir-se valorizado por
estar exercendo a função da forma e nas condições que lhe são
apresentadas.
Se qualidade se faz com educação, deve-se investir numa educação de
qualidade, que capacitará as pessoas não só como líderes, mas como
pessoas, desenvolvendo conhecimentos complementares ao entendimento
50
do porque devemos satisfazer as necessidades legítimas dos nossos
semelhantes.
Cabe ao administrador da qualidade nas igrejas, em qualquer nível, dar aos
seus membros a satisfação, de ter a capacidade de levar ajuda aos seus
semelhantes, de terem valor na organização da igreja, de serem motivados
com os mecanismos já existentes de reconhecimento de mérito (elogios).
As necessidades higiênicas devem estar realizadas para que os fatores
motivacionais possam fazer seus efeitos e permitir que as pessoas se
motivem. Todo crente com cargo de chefia deve estar atento a este fato, as
condições de moradia, de alimentação, o convívio social, etc.
3.2.6 Garantia da Qualidade
Garantir a qualidade dos serviços prestados não significa estar certificando a
inexistência de erro. O que se garante é a padronização dos processos
produtivos e a adesão, pela organização, da política da qualidade.
Sem sombra de dúvidas, estando os processos monitorados, os erros quase
inexistem, entretanto, não se pode falar em zero defeitos. Uma igreja com
qualidade garante o bem estar de seus membros; deve possuir mecanismos
que lhes permitam sugestões. A organização aceita a sugestão como
elemento de evolução e faz desta oportunidade, motivo de aproximação e de
conquista do cliente insatisfeito.
3.2.7 Gerência de Processos
Os processos são estruturados dentro de uma organização comprometida
com a qualidade, para produzir os serviços que irão ser consumidos pelos
seus clientes.
Para assegurar-se que os serviços estejam sendo produzidos com qualidade
é preciso que os processos sejam o foco da gerência, e isto é feito dentre
outras maneiras, pelo Ciclo PDCA, que veremos mais à frente quando
estudarmos as ferramentas da qualidade .
Os processos dependem da mão-de-obra, dos métodos utilizados e dos
equipamentos
Quando o processo não cumpriu o papel para o qual foi planejado, diz-se ter
ocorrido um defeito, momento em que se estuda cada de suas etapas,
localiza-se o (s) defeito(s) e o corrige. Gerenciar os processos significa
51
Administração Eclesiástica
mantê-los sob constante monitorização, reconhecendo defeitos, se
houverem, e agindo retroativamente na busca de um serviço com qualidade.
Albrecht é categórico em dizer que quando da ocorrência de um defeito, via
de regra a responsabilidade foi da gerência que falhou em alguma etapa do
processo produtivo (método errado, mão-de-obra despreparada ou
equipamentos inadequados ou insuficientes), não o operador que com o seu
ato trouxe ao mundo palpável o que estava oculto pela falta de visão da
gerência.
3.2.8 Gerência Participativa
Gerência participativa não se confunde com anarquia ou desestruturação da
hierarquia da organização. É simplesmente um modo de gerenciar que dá
oportunidade para que todos os integrantes da organização dêem sua
colaboração, tornando-os orgulhosos e motivados a uma gestão
empreendedora.
Julgam os teóricos da qualidade total ser de fundamental importância que se
crie mecanismos para ouvir os clientes, e com isto, as experiências daqueles
que fazem as horas da verdade, cheguem aos planejadores da qualidade.
Os membros comuns são mais livres para apreciar os processos produtivos,
são desvinculados das pessoas que detém o poder da organização, o que via
de regra não ocorre com os líderes, assim, são mais propensos a uma
análise isenta, além de vivenciarem na prática o funcionamento dos
processos.
3.2.9 Não-aceitação de Defeitos
A palavra defeito deve significar obtenção de resultado indesejado para
aquele processo; ela detém-se ao fato, não às pessoas envolvidas com o
processo defeituoso.
O defeito pode ser resultado da má interpretação do requisito do cliente (o
que ele desejava do produto ou serviço), da má escolha dos insumos, da má
atuação da mão-de-obra, da falta de qualidade do serviço fornecido para o
processo se efetivar, de métodos imprecisos ou mal planejados para o dado
processo produtivo, ou no mau desempenho dos equipamentos disponíveis.
Com estes novos conceitos fica mais claro porque do princípio da gerência
dos processos. O administrador da qualidade deve diagnosticar em que
momento do processo ocorreu o defeito, entender o mecanismo de
52
ocorrência, freqüência, causas mais incidentes e combatê-lo até sua extinção
e encontrar a otimização do processo.
É através do emprego das ferramentas da qualidade, com realce para o Ciclo
PDCA, que se estuda os processos e se busca a excelência.
3.2.10 Total Satisfação dos Clientes
Esta é a questão básica da qualidade total; o sentimento de satisfação deve
existir em todos os níveis.
Não é uma tarefa fácil satisfazer a expectativa dos seres humanos, uma vez
que a individualidade dá a cada pessoa um nível diferente de necessidades.
A tarefa se torna mais complexa ainda quando uma igreja se propõe a
satisfazer as necessidades de seus membros. O serviço é permeado de
aspectos intangíveis, abstratos, especialmente naqueles ligados ao
oferecimento de segurança às pessoas.
De outro lado, as necessidades existem, as igrejas são criadas para
satisfazê-las, e só sobreviverão se vencerem o desafio de deixarem seus
membros satisfeitos com seus serviços.
Satisfazer os clientes tem um duplo caráter: o primeiro do imediatismo, qual
seja, a questão da própria sobrevivência das igrejas, e o segundo de caráter
futurista, em que o processo de consciência social e globalização, torna cada
vez mais o grau de qualidade das organizações, fator de diferenciação e
preferência.
53
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Capítulo 4
Qualidade de Vida e Relações
Humanas na Igreja
Introdução
Abordarei neste trabalho os aspectos normais do relacionamento humano
dentro da qualidade total. A extensão do relacionamento humano dentro do
ministério é muito importante, pois se trata do tratamento humano e como o
obreiro deverá efetuar seu trabalho entre pessoas, creio que um breve curso
sobre relações humanas fará muito bem ao obreiro.
O relacionamento humano faz-se necessário em todas as áreas. A verdade, o
desejo, a determinação são diferentes em cada indivíduo. Os homens
embora todos nascidos de um só – Adão diferenciam-se em muitos aspectos.
Cada elemento tem uma filosofia de vida, embora pertença a um mesmo
grupo social. Um político pensa diferente do outro; mesmo quando ambos
desejam o mesmo posto na política.
O obreiro deverá viver sua vida ministerial entre pessoas diferentes - com
pensamentos diversos; alguns com um alto índice de humanitarismo, outros,
sem o mínimo desse senso. Portanto, seu trabalho dependerá muito do tipo
de relacionamento que mantiver com seus companheiros e com os homens
da sociedade.
4.1 O que significa relações humanas?
Como determinar a frase Relações Humanas de modo claro e objetivo? O
homem é um ser que necessita de companhia. E “Disse Deus... não é bom
que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”,
Gn 2.18. Após a criação, Deus notou a necessidade do homem se relacionar
com outro ser da mesma espécie, então, criou a mulher. Pode-se dar ai o
início das Relações Humanas - um homem e uma mulher estavam vivendo
sob o mesmo teto, e tinham que se relacionar. Portanto, do ponto de vista
bíblico, Relações Humanas é o ato de duas pessoas se ajudarem entre si.
Definindo Relações Humanas como ciência. Pode-se ainda definir relações
humanas como sendo uma carência. Neste aspecto, deverá abranger todas
as teorias que tratam o homem como ser humano.
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A sociologia trata o homem como ser social - isto é, ele necessita comunicar-
se com outro para poder ter seus anseios revelados e satisfeitos. Tanto os
anseios como a satisfação do homem só completam-se quando são expostos
de forma clara, por meio de uma linguagem clara e por meio do
relacionamento humano.
4.2 Relações Humanas no pIano de Deus
Em todo o tempo da história do homem, Deus traçou planos para que esse
tivesse o melhor relacionamento com outros de sua espécie. Contudo, em
todos os lugares onde se queira ir, existe uma dependência; eu dependo de
meus leitores, meus leitores dependem de mim para expor-lhes essas idéias,
eu e meus leitores dependemos dos impressores e dos vendedores; os
primeiros dão o acabamento necessário à obra, os outros dão a devida
valorização a ela perante os compradores; e assim, de modo geral, embora
não exista um relacionamento próximo, nos relacionamos por meio de um
objeto de interesse de todos - este livro.
Se não houvesse Relações Humanas não haveria escritor, impressor,
vendedor e leitor. Se resolvêssemos viver cada um para si mesmo, teríamos
um mundo para cada um - passaríamos a depender cada um de seu próprio
ambiente. Conseqüentemente, não poderíamos expor as nossas idéias ou as
nossas qualificações profissionais, pois não haveria ninguém para apreciá-
las. Teríamos que nos contentar em ser nós mesmos.
O relacionamento humano parte de uma premissa divina - “não é bom que o
homem esteja só”. O homem foi criado possuindo dentro de si os atributos
divinos: sentimento, amor, vontade, prazer etc. Esses sentimentos são partes
inseparáveis da vida do homem. Para amar, tenho que me relacionar com
outra pessoa, se sinto prazer, sinto por alguma coisa, e se há em mim algum
sentimento, ele existe por alguma razão. Mas só verei satisfeitos os meus
sentimentos se me relacionar com outras pessoas.
Assim, pode-se chegar a uma definição mais clara sobre Relações Humanas.
Portanto, ela é “o elo principal” entre duas pessoas que pensam de modo
diferentes, possuem idéias contrárias, mas quando essas idéias se
condensam formam um só pensamento sobre um determinado ponto de
vista.
4.3 Sua necessidade dentro do ministério
Talvez não fosse necessário fazer nenhum outro comentário sobre a
necessidade de Relações Humanas dentro do ministério. Tudo que já se
falou até aqui seria mais que suficiente, não obstante, se não for feita à
55
Administração Eclesiástica
colocação exata do relacionamento humano dentro do ministério, todo esse
trabalho não terá nenhum significado. Assim como, escrever esse capítulo só
para esclarecer alguns pontos não seria necessário, seria perda de tempo
repassar um assunto já tratado anteriormente. Entretanto, será tratado o
assunto mais profundamente e mostrar a necessidade do relacionamento
humano dentro do ministério.
A necessidade básica do relacionamento humano dinamizado está no fato do
obreiro estar sempre envolvido com pessoas. Quando o obreiro trata com
pessoas, o tipo de relacionamento que estiver cultivando será notado. Se ele
é um homem polido, se possui a sabedoria do Espírito Santo, logo se
verificará nele o hábito de manter com todos um relacionamento normal.
Dentro do ministério, esse tipo de relacionamento é de suma importância -
quer pela responsabilidade do cargo, quer pela própria natureza cristã.
Haverá sempre pessoas que questionam certos pontos de vista. Embora
pertençam à mesma classe social, não estão de acordo com as idéias
apresentadas. É direito das pessoas aceitar ou não as idéias dos outros, não
são obrigadas a fazer uma coisa só porque alguém o quer. É natural que seja
requerido obediência aos sistemas doutrinários e a liderança quer que todos
aceitem passivamente, quer esses sistemas sejam bons ou ruins.
A função fundamental da ciência das Relações Humanas é mostrar que as
outras pessoas também possuem os mesmos direitos. Quando se está
envolvido com homens, não há como deixar de envolver-se com
pensamentos diversificados. Só por meio do relacionamento humano pode-se
chegar ao comum acordo. Em Zacarias 4.6 tem-se a seguinte expressão
“não por força, nem por violência, mas por meu Espírito...”. Deus tem poder
para fazer penetrar à sua palavra em quem quer que seja, contudo, exclama:
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às comunidades” Deus se
relaciona com o homem; faz isso para poder comunicar-lhe à sua vontade;
comunica e deixa que o homem O busque para que ambos tenham
comunhão - bom relacionamento.
No transcurso deste estudo dar-se-á mais detalhes sobre a necessidade do
relacionamento humano. Contudo, por enquanto, apenas será definido,
relativamente, a necessidade das Relações Humanas no ministério.
a) A necessidade do relacionamento humano vem à baila porque o homem é
um ser social - necessita comunicar a outro homem às suas necessidades
físicas e emocionais.
b) O homem vive num mundo onde tem muitos pontos em comum com
outro: o trabalho, estudo, a religião, a política, a diversão e a fantasia.
56
c) Relacionar-se é sinal de amor fraternal. É prova que os homens vivem
num mesmo mundo e partilham comumente de tudo.
d) Por fim, a relação humana é tão necessária hoje como o é o oxigênio para
a vida. Vivemos num mundo eletronizado, onde tudo está sendo feito por
meio de equipamentos eletrônicos; por isso, o homem precisa relacionar-
se com outro ser da mesma espécie, pois do contrário, não formará uma
sociedade e não será membro de uma comunidade participativa e
humanitária. Correrá o risco de tornar-se máquina, robô com cérebro
eletrônico.
4.4 Relações humanas e a comunicação
Na comunicação podem surgir várias barreiras. Algumas tão sutis que não
vale a pena mencioná-las, Entretanto, alguns exemplos dessas barreiras
serão citados.
4.4.1 Opiniões e atitudes
Algumas vezes as opiniões e atitudes pessoais formam as primeiras barreiras
na comunicação. Há pessoas que só ouvem e lêem o que lhes interessa,
mesmo que a mensagem do que lê não coincida com o conteúdo da
mensagem de seu interlocutor.
4.4.2 Egocentrismo
Esse impede o homem de enxergar o ponto de vista de seu interlocutor;
também lhe impele a rebater tudo que ele diz. A sua opinião é a que vale;
mesmo que esteja errado, não admite. Não dá nenhuma chance a ele para
explicar ou expressar melhor o assunto. Outras vezes, seu desejo de falar é
tão forte (egocentrismo) que fala o tempo todo.
4.4.3 A percepção que tem do outro
Outras vezes permite acumular em seus conscientes ressentimentos contra
alguém e quando está numa mesma conversa deixa transparecer isso. Às
vezes, não concorda com a linha de pensamento dele - não que seja
inaceitável, mas, porque tem ressentimentos contra ele. Enquanto estiver
falando, sua atenção estará voltada para outro campo de sua preferência.
4.4.4 Competição
A competição está presente em qualquer área. Lamentavelmente existem
pessoas que estão sempre dispostas a competir e, não será numa conversa
57
Administração Eclesiástica
que não tentará competir. Numa conversa longa, dificilmente permitirá que as
pessoas terminem as palavras. Ora completando-as, ora mudando o assunto.
4.4.5 Frustração
Essa impede que a pessoa ouça e entenda o que está sendo anunciado por
seu interlocutor. As proposições acima podem acabar um relacionamento
bem antes de ter começado. Por isso, o tato na comunicação é muito
importante. Concluindo esse assunto, é preciso deixar bem claro que a
comunicação é um ponto importante nas relações humanas.
4.5 Os problemas do relacionamento humano
Em qualquer área, principalmente quando envolve o ser humano haverá
problemas. Alguns podem ser evitados, outros, infelizmente, não são
possíveis evitar-se. Um antigo filósofo afirmava “O homem é um mistério
dentro da natureza; só Deus o conhece por dentro e por fora”. Não há como
conhecer o ser humano. “Não conheço o meu interior, não sei quando estou
bem ou quando estou mal; quando posso aceitar ou quando devo rejeitar”. Há
em mim duas naturezas ou duas nações, como escreveu o apóstolo Paulo,
uma espiritual e outra carnal; entre as duas existe um constante conflito. “Em
minha natureza espiritual admito a superioridade alheia, mas na minha
natureza carnal sou superior”.Acho-me tão acima dos outros que só os vejo
abaixo de mim. São problemas como os descritos acima que atrapalham o
relacionamento humano, dificultam a comunicação e põem fim ao elo entre
duas ou mais pessoas.
Abaixo alguns dos problemas do relacionamento humano que são tratados de
modo claro, objetivo e humano.
4.5.1 A superioridade pessoal
O homem desde sua criação foi criado superior às outras coisas; superior aos
animais, terra, aves, até mesmo sobre a mulher, Gn 1.28; 2.16; 2.18. Essa
atitude de superioridade é nata no homem, contudo, ele precisa conhecer a
sua condição perante os outros. Jesus em Mc 10.43-44 ensina como Deus
quer que o obreiro seja com os outros; as palavras do Mestre dos mestres:
“Mas entre vós não é assim, pelo contrário, quem quiser tomar-se grande
entre vós será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós
será servo de todos”. para Jesus, superioridade não existe - todos são iguais;
mais que isso aquele que quiser ser o maior seja o menor. Em outro lugar diz:
“... antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem
serve...” Lc 22.26. Jesus era o maior entre todos os homens, entretanto,
lavou aos pés dos discípulos, Jo 13.4-5.
58
A superioridade pessoal é uma trave resistente no relacionamento. Quando
uma pessoa demonstra superioridade sobre as demais pessoas elas se
afastam dela, se recusam a fazer parte do mesmo grupo em que está e se
defendem contra a superioridade que aquilo demonstra. O fato de alguém ter
cursado várias faculdades não a faz superior a outras pessoas.
Atendi, em meu gabinete de trabalho, a certo senhor que estava com alguns
problemas pessoais. Normalmente tomo nota do nome, endereço e profissão
das pessoas. Ao perguntar a sua profissão ele me disse que era engenheiro
mecânico. Passamos a conversar e logo descobri os seus problemas. Ele
havia cursado além da faculdade de engenharia mecânica, mais três outras
faculdades na área de engenharia e mais uma na área de administração; era
mestre e doutor em física, além de outros cursos especializados e estágios;
em síntese, era um homem altamente culto, possuidor de uma cultura
invejável, Entretanto, não sabia fazer uso de tal sabedoria, pois na área do
relacionamento humano, não conseguia manter contato com as pessoas.
Seus colegas de trabalho o achavam antipático e autoritário.
Após nossa conversa, passei a analisar o caso com mais atenção - pois lhe
havia solicitado que voltasse outro dia para que pudesse lhe dar uma
orientação melhor. Por meio das anotações, fiz a avaliação da entrevista e
descobri que ele trabalhava com pessoas, que embora formadas, não
possuíam um currículo tão completo. Ele afirmara várias vezes durante a
entrevista o fato de seu chefe não possuir as mesmas qualificações que ele.
Em sua opinião era ele que devia ser o chefe. Nesse exemplo, há um tipo de
superioridade pessoal revelada. Ainda que seus companheiros de serviço
pudessem apontá-lo para a chefia do departamento, não o fariam, pois já
haviam rompido o elo com ele.
No campo espiritual acontece à mesma coisa. Se um obreiro muito
inteligente, cuja vida espiritual estiver elevada achar-se superior aos outros e
demonstrar isso claramente, não demorará muito para ser notado pelos
demais; muitos reconhecerão seus valores, mas se manterão afastados dele
por causa de sua superioridade. A Bíblia nos ensina fazer tudo com
humildade, se o obreiro é conhecedor de determinada matéria, se a domina
mais que os outros devem se portar como aprendiz para que possa alcançar
a simpatia de todos. Existem pessoas que por estarem em posições
privilegiadas não se misturam, mostram superioridade; outros, por possuírem
dinheiro, se julgam superiores aos pobres. Preguei numa comunidade cuja
ala central do templo era ocupada por homens ricos; ao final do culto,
permaneciam juntos, conversando sobre os seus negócios milionários.
Em resumo: superioridade é querer ser mais que os outros. Viver em atitude
elevada não ajudará ninguém no relacionamento humano. O obreiro deve ser
59
Administração Eclesiástica
o que é -viver no ambiente que vive normalmente. Tratar os outros como se
todos fossem superiores a ele mesmo.
4.5.2 As críticas e as censuras
As relações em grupo podem ser afetadas por causa das críticas e das
censuras. Esses dois pontos serão tratados separadamente.
Em qualquer circunstância da vida haverá críticas. Tanto no âmbito
construtivo, como no destrutivo. Um artista, ao terminar sua obra, a expõe
publicamente para ser criticada. Trata-se duma crítica construtiva. O mesmo
acontece com o escritor, antes de publicar um livro, entrega os originais aos
críticos literários ou a um amigo para receber as críticas. Também nesse
caso, trata-se de crítica construtiva. Em ambos os casos, as críticas irão
influenciar positivamente na vida do artista ou do escritor Para eles, essa
crítica é importante, dela dependerá o sucesso da obra. De forma alguma
eles serão prejudicados psicologicamente; não sentirão os efeitos
psicológicos das críticas. O efeito seria ao contrário com eles se ao terminar a
obra as expusessem ao público e, no dia seguinte, os jornais anunciassem a
opinião negativa do público e dos críticos. Eles esperavam sucesso e não o
fracasso acompanhado de criticas destrutivas.
Segundo a psicologia, os efeitos da crítica, tanto positiva como negativa,
refletem diretamente no indivíduo.
4.5.3 Os efeitos negativos das criticas
São tantos os efeitos negativos das críticas que neste espaço será impossível
relacioná-los. Contudo, os mais comuns, os que provocam o rompimento das
relações humanas serão tratados.
4.6 A influência da crítica no comportamento humano
O ajustamento do indivíduo, em certas áreas da vida, dependerá da forma
como se faz o ajustamento. Desde a influência o indivíduo leva dentro de si
aspirações. Algumas nunca serão alcançadas, outras, entretanto, são
atingidas, mas muitas vezes abandonadas pela metade. A realização de
nossas aspirações no futuro dependerá muito da forma psicológica que o
indivíduo a toma.
O exemplo abaixo ilustra a influência da crítica no comportamento humano.
“Uma criança que desde pequena receba por seus atos certos ou errados
algum tipo de crítica, se tornaria deprimida, medrosa e frustrada. Toda vez
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Administração eclesiástica

  • 1. 1 Administração Eclesiástica Administração Eclesiástica IBETEL Site: www.ibetel.com.br E-mail: ibetel@ibetel.com.br Telefax: (11) 4743.1964 - Fone: (11) 4743.1826
  • 2. 2
  • 3. 3 Administração Eclesiástica (Org.) Prof. Pr. VICENTE LEITE Administração Eclesiástica
  • 4. 4
  • 5. 5 Administração Eclesiástica Apresentação Estávamos em um culto de doutrina, numa sexta-feira destas quentes do verão daqui de São Paulo e a congregação lotada até pelos corredores externos. Ouvíamos atentamente o ensino doutrinário ministrado pelo Pastor Vicente Paula Leite, quando do céu me veio uma mensagem profética e o Espírito me disse “fale com o pastor Vicente no final do culto”. Falei: - Jesus te chama para uma grande obra de ensino teológico para revolucionar a apresentação e metodologia empregada no desenvolvimento da Educação Cristã. Hoje com imensurável alegria, vejo esta profecia cumprida e a Faculdade IBETEL transbordando como uma fonte que aciona apressuradamente com eficácia o processo da educação teológico-cristã. A experiência acumulada da Faculdade IBETEL nessa década de ensino teológico transforma hoje suas apostilas, produtos de intensas pesquisas e eloqüente redação, em noites não dormidas, em livros didáticos da literatura cristã com uma preciosíssima contribuição ao pensamento cristão hodierno e aplicação didática produtiva. Esta correção didática usando uma metodologia eficaz que aponta as veredas que leva ao único caminho, a saber, o SENHOR e Salvador Jesus Cristo, chega as nossas mãos com os aromas do nardo, da mirra, dos aloés, da qual você pode fazer uso de irrefutável valor pedagógico-prático para a revolução proposta na gênese de todo trabalho. E com certeza debaixo das mãos poderosas do SENHOR ser um motor propulsor permanentemente do mandamento bíblico: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...”. Por certo esta semente frutificará na terra boa do seu coração para alcançar preciosas almas compradas pelo Senhor Jesus. Dr. Messias José da Silva In memorian
  • 6. 6
  • 7. 7 Administração Eclesiástica Prefácio Este Livro de Administração Eclesiástica, parte de uma série que compõe a grade curricular do curso em Teologia da nossa Faculdade, se propõe a ser um instrumento de pesquisa e estudo. Embora de forma concisa, objetiva fornecer informações introdutórias acerca dos seguintes pontos: Administração Eclesiástica; Qualidade na Vida Psicológica e Espiritual; Qualidade Total e o Serviço Ministerial; Qualidade de Vida e Relações Humanas na Igreja; Qualidade Total e Autoridade Espiritual e Obreiro e seu Ministério. Esta obra teológica destina-se a pastores, evangelistas, pregadores, professores da escola bíblica dominical, obreiros, cristãos em geral e aos alunos do Curso em Teologia da Faculdade IBETEL, podendo, outrossim, ser utilizado com grande préstimo por pessoas interessadas numa introdução Administração Eclesiástica. Finalmente, exprimo meu reconhecimento e gratidão aos professores que participaram de minha formação, que me expuseram a teologia bíblica enquanto discípulo e aos meus alunos que contribuíram estimulando debates e pesquisas. Não posso deixar de agradecer também àqueles que executaram serviços de digitação e tarefas congêneres, colaborando, assim, para a concretização desta obra. Prof. Pr. Vicente Leite Diretor Presidente IBETEL
  • 8. 8
  • 9. 9 Administração Eclesiástica Declaração de fé A expressão “credo” vem da palavra latina, que apresenta a mesma grafia e cujo significado é “eu creio”, expressão inicial do credo apostólico -, provavelmente, o mais conhecido de todos os credos: “Creio em Deus Pai todo-poderoso...”. Esta expressão veio a significar uma referência à declaração de fé, que sintetiza os principais pontos da fé cristã, os quais são compartilhados por todos os cristãos. Por esse motivo, o termo “credo” jamais é empregado em relação a declarações de fé que sejam associadas a denominações específicas. Estas são geralmente chamadas de “confissões” (como a Confissão Luterana de Augsburg ou a Confissão da Fé Reformada de Westminster). A “confissão” pertence a uma denominação e inclui dogmas e ênfases especificamente relacionados a ela; o “credo” pertence a toda a igreja cristã e inclui nada mais, nada menos do que uma declaração de crenças, as quais todo cristão deveria ser capaz de aceitar e observar. O “credo” veio a ser considerado como uma declaração concisa, formal, universalmente aceita e autorizada dos principais pontos da fé cristã. O Credo tem como objetivo sintetizar as doutrinas essenciais do cristianismo para facilitar as confissões públicas, conservar a doutrina contra as heresias e manter a unidade doutrinária. Encontramos no Novo Testamento algumas declarações rudimentares de confissões fé: A confissão de Natanael (Jo 1.50); a confissão de Pedro (Mt 16.16; Jo 6.68); a confissão de Tomé (Jo 20.28); a confissão do Eunuco (At 8.37); e artigos elementares de fé (Hb 6.1- 2). A Faculdade Teológica IBETEL professa o seguinte Credo alicerçado fundamentalmente no que se segue: (a) Crê em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). (b) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). (c) No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). (d) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). (e) Na necessidade absoluta no novo nascimento pela fé em Cristo e pelo
  • 10. 10 poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). (f) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna justificação da alma recebidos gratuitamente na fé no sacrifício efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24- 26; Hb 7.25; 5.9). (g) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). (h) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Jesus Cristo (Hb 9.14; 1Pe 1.15). (i) No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). (j) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à Igreja para sua edificação conforme a sua soberana vontade (1Co 12.1-12). (k) Na segunda vinda premilenar de Cristo em duas fases distintas. Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação; Segunda - visível e corporal, com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 4.16.17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). (l) Que todos os cristãos comparecerão ante ao tribunal de Cristo para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo, na terra (2Co 5.10). (m)No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis, (Ap 20.11-15). (n) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e tormento eterno para os infiéis (Mt 25.46).
  • 11. 11 Administração Eclesiástica Sumário Apresentação 5 Prefácio 7 Declaração de fé 9 Capítulo 1 Administração Eclesiástica 13 1.1. Governo Eclesiástico 13 1.2. Um Conceito de Administração Eclesiástica 16 1.3. Administração Eclesiástica do Ponto de Vista Bíblico 16 1.4. Objetivos de Organização 16 1.5. Administração Secular 17 1.6. O & M (Organização & Métodos) 17 1.7. O Que É Administrar? 17 1.8. Princípios Básicos de Administração 17 1.9. Igreja Cristã 18 1.10. Organograma da Igreja 21 1.11. Epílogo 27 Capítulo 2 Qualidade na Vida Psicológica e Espiritual 29 2.1. A Psicologia e o Obreiro 29 2.2. A tricotomia do homem 32 2.3. O homem sob três aspectos bíblicos 36 Capítulo 3 Qualidade Total e o Serviço Ministerial 43 3.1. Princípios básicos e fundamentos da qualidade 44 3.2. Os princípios da qualidade 47 Capítulo 4 Qualidade de Vida e Relações Humanas na Igreja 53 4.1. O que significa relações humanas? 53 4.2. Relações Humanas no pIano de Deus 54 4.3. Sua necessidade dentro do ministério 54 4.4. Relações humanas e a comunicação 56 4.5. Os problemas do relacionamento humano 57 4.6. A influência da crítica no comportamento humano 59 4.7. Outros problemas do relacionamento humano 64 Capítulo 5 Qualidade Total e Autoridade Espiritual 71 5.1. Autoridade de Cristo 72 5.2. O Trabalho ministerial deve ser prestado em obediência 72
  • 12. 12 5.3. Não existe autoridade que não provenha de Deus 74 5.4. A primeira lição do obreiro deve ser obediência 74 5.5. A cabeça é a autoridade do corpo 75 5.6. Davi respeitava a autoridade que estava sobre Saul 77 5.7. Obediência à autoridade delegada 78 5.8. Requisitos para reconhecer uma autoridade delegada 80 Capítulo 6 Obreiro e seu Ministério 83 6.1. Qualidades do obreiro 83 6.2. Nunca negligenciando ou omitindo o dever 86 6.3. Unção Ministerial 88 6.4. Habilitação Ministerial 90 6.5. A Pessoa do Obreiro e seu Ministério 92 6.6. Aceitando os Desafios do Ministério 98 6.7. Aceitando os desafios da fé 99 Referências 103
  • 13. 13 Administração Eclesiástica Capítulo 1 Administração Eclesiástica Administração. Conjunto de princípios, normas e funções destinadas a ordenar, dirigir e controlar os esforços de grupos de indivíduos para obtenção de um resultado comum. Por extensão, função que estabelece as diretrizes da empresa, de forma a organizar os fatores de produção e controlar os resultados. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda. 1.1 Governo Eclesiástico Uma igreja cristã é uma sociedade com vida coletiva, organizada de conformidade com algum plano definido, adaptado a algum propósito definido, que ela se propõe realizar. Podemos distinguir quatro padrões gerais, embora muitos grupos não se enquadrem exatamente em nenhum deles. 1.1.1 Episcopal É o governo por meio de bispos (episkopoi). É a ordem adotada pelas igrejas anglicana, luterana, metodista (esta com modificações). Um ministério triplo é mantido, abrangendo bispos, pastores (principalmente o clero local, que exerce a liderança nas igrejas e nas paróquias) e diáconos/diaconisas, que trabalham como auxiliares da igreja. Na prática, os diáconos são quase sempre pastores-aprendizes. Só os bispos podem ordenar outros para o ministério e eles traçam a sucessão através dos séculos. Este sistema não tem como reivindicar base bíblica, no sentido de que o Novo Testamento apresente alguma exigência indiscutível quanto ao assunto. Os estudiosos de todas as tradições aceitam hoje a idéia de que os termos episkopos (bispo) e prebyteros (ancião) são equivalentes no Novo Testamento (At 20.17,28; Fp 1.1; Tt 1.5,7). Assim sendo, a idéia da palavra bispos no Novo Testamento não é em geral aquela encontrada no sistema episcopal. Eles eram oficiais da igreja local, havendo quase sempre alguns servindo na mesma igreja, segundo o modelo dos anciãos do Antigo Testamento, na sinagoga judaica. Por outro lado, as igrejas episcopais destacam dois fatores significativos como apoio ao sistema. Primeiro, a presença de ministérios na igreja primitiva que transcendiam os da igreja local. Os apóstolos são o exemplo supremo
  • 14. 14 neste caso; os profetas parecem ter às vezes atuado nesse sentido. Timóteo, Tito e Tiago são vistos como exemplos especiais dessa terceira dimensão do ministério do Novo Testamento, desde que foram claramente investidos de responsabilidade sobre várias igrejas. Segundo, não pode haver dúvida de que a ordem de ministério tríplice retroceda quase até a era apostólica, sendo em meados do segundo século o padrão praticamente universal para o ministério cristão. Quando a igreja teve de enfrentar a perseguição extrema e a heresia em seu próprio meio, ela reforçou sua liderança oficial, principalmente o episcopado, a fim de fazer frente a esses desafios. Trata-se, portanto, de uma forma de ministério que provou ser de considerável valor para a igreja no decorrer dos séculos. 1.1.2 Presbiteriano O governo por meio de anciãos (presbyteroi) caracteriza as igrejas Reformada e Presbiteriana em todo o mundo e, com certas modificações episcopais, o Metodismo. Os anciãos se reúnem geralmente num corpo central, como uma assembléia nacional, e nos presbitérios locais, com jurisdição sobre territórios geograficamente menores. Uma forma de presbiterianismo também opera onde uma igreja local é administrada por um grupo de líderes nomeados. Esta forma reivindica autorização bíblica direta, baseada no padrão do Novo Testamento, onde presbíteros são nomeados nas igrejas locais. Esses líderes aparecem consultando os apóstolos no Concílio de Jerusalém, em Atos 15. Entre os presbíteros na congregação local, um pode ser escolhido como presbítero-mestre, para administrar a Palavra e os sacramentos, à parte dos outros presbíteros administradores, que participam da liderança com ele (1Tm 5.17). Em termos gerais, o governo é quase sempre exercido por um sistema de presbitérios, sínodos e concílios. O presbiterianismo também reconhece o direito de cada igreja participar da escolha dos pastores. Os diáconos realizam um ministério de apoio, ligado aos assuntos administrativos da igreja. De modo diferente dos episcopais, todos os pastores têm formalmente o mesmo status. 1.1.3 Congregacional (Independente) É o governo através da igreja local em conjunto, seguido pelas igrejas batistas, congregacionais, pentecostais e outras igrejas independentes. A igreja local é a unidade básica: nenhum líder ou organização pode exercer qualquer autoridade sobre ela. Todas as decisões são tomadas por toda a igreja; o pastor, os diáconos e os presbíteros (se houver) acham-se no mesmo nível que os demais membros. Cada igreja local tem liberdade para interpretar a vontade de Deus sem interferência de outras igrejas ou grupos, embora na prática a maioria das igrejas independentes se una com outras de interesse comum. A ordenação para o ministério pode ser efetuada sem o
  • 15. 15 Administração Eclesiástica envolvimento de outras igrejas, apesar de isso ser raro na prática; muitos congregacionalistas consideram essencial uma representação mais abrangente. O ministério é geralmente duplo, com pastores e diáconos, embora em alguns casos o pastor divida a responsabilidade espiritual com vários presbíteros. Algumas igrejas do tipo congregacional põem em dúvida a validade da idéia de nomear um determinado indivíduo para ministrar na congregação local. Os congregacionalistas se baseiam no significado da igreja local no Novo Testamento. Como vimos, a Escritura faz uso da mesma linguagem, relativa à natureza da igreja, tanto para se referir à igreja local como à igreja universal. Além disso, não existe no Novo Testamento qualquer evidência quanto à imposição de grupos mais amplos ou oficiais de fora sobre a vida da igreja local, excetuando-se evidentemente os apóstolos ou seus representantes pessoais, como Tito e Timóteo. Subjacente a isso, acha-se a convicção de que a liderança de Cristo na igreja implica sua presença imediata entre o povo e o poder de transmitir a sua vontade sem a mediação de qualquer outro agente, quer pessoal ou corporativo. Na prática, o congregacionalismo reconhece o valor da comunhão mútua e da cooperação entre as igrejas, embora não a ponto de restringir a suprema liberdade do grupo local para agir conforme a vontade do Senhor, segundo o seu discernimento. 1.1.4 Católico-Romano O catolicismo é essencialmente uma expressão histórica específica do episcopalianismo. Existem sérios desvios das normas bíblicas em sua compreensão da igreja. O aspecto singular da organização católica é a primazia do Bispo de Roma, o Papa. A Igreja Católica difere, outrossim, das igrejas reformadas em seu conceito de um sistema eclesiástico sacerdotal, também encontrado nas igrejas ortodoxas do oriente e em algumas igrejas anglicanas. Este breve resumo mostra que nem o sistema episcopal, nem o presbiteriano, nem o congregacional pode reivindicar o apoio total das Escrituras, embora isso possa ser negado por alguns, em cada tradição. Não queremos sugerir com isso que a evidência bíblica deva ser posta de lado e o assunto seja decidido em bases pragmáticas. Mas, a fim de nos identificarmos com o corpo de Cristo, precisamos unir-nos a um desses grupos, e um mínimo de compromisso com suas estruturas é algo essencial para dar significado à nossa adesão. Devemos reconhecer, entretanto, os limites assim como a extensão de nossas convicções em assuntos que não contradigam claramente o ensino bíblico e exercer aquele respeito mútuo fraternal que é o sinal que distingue o povo de Deus (Jo 13.14s).
  • 16. 16 1.2 Um Conceito de Administração Eclesiástica Administração Eclesiástica é o estudo dos diversos assuntos ligados ao trabalho do pastor no que tange à sua função de líder ou administrador principal da igreja a que serve. A Igreja é um ORGANISMO e também uma ORGANIZAÇÃO e o povo de Deus está organizado num tríplice aspecto: espiritual, social e econômico, para atender à missão para a qual Deus a constituiu. 1.3 Administração Eclesiástica do Ponto de Vista Bíblico Em muitos casos, a Bíblia tem sido situada por sua demonstração de princípios administrativos. 1.3.1 No Antigo Testamento a) Conselho de Jetro - Êx 18.13-27; b) avi divide os sacerdotes por turmas - 1Cr 27; c) José no Egito - Gn 41.28-57 1.3.2 No Novo Testamento Jesus envia doze discípulos às ovelhas perdidas da casa de Israel, Mt 10.1. Jesus envia setenta discípulos de dois em dois, Lc 10.1. Jesus mandou a multidão assentar-se em grupos de 50 e 100 na multiplicação de pães e peixes, Mc 6.39-44. Uma boa administração não impede a necessária operação do Espírito Santo, pelo contrário, o Executivo Divino deve ser consultado em primeiro lugar, antes de qualquer planejamento ou deliberação, pois Ele é o maior interessado no progresso do reino de Deus na terra. 1.4 Objetivos de Organização a) Simplificar o trabalho. Há muitas maneiras de se fazer às coisas, porém devemos procurar aquela que é mais prática e eficiente; b) facilitar a produção. Simplificando o trabalho, facilitamos a sua produção e, por conseguinte produzimos mais e melhor.
  • 17. 17 Administração Eclesiástica 1.5 Administração Secular Possui dois grandes ramos: Pessoal. Cuida das pessoas que compõe a organização, seus direitos, deveres e desenvolvimento. Financeira. Busca recursos, analisa receitas e programa despesas. 1.6 O & M (Organização & Métodos) Estuda e pesquisa a maneira de operar estabelecendo seqüências lógicas. 1.7 O Que É Administrar? É a capacidade de gerar organismos eficazes, eficientes distribuindo responsabilidades, permitindo participação, promovendo crescimento (da organização e dos envolvidos). 1.8 Princípios Básicos de Administração 1.8.1 Planejar Predeterminar um curso de ação. 1.8.1.1 Atividades a) Prever; b) estabelecer objetivos; c) programa; d) cronogramar; e) orçar; f) determinar procedimentos; g) elaborar políticas. 1.8.2 Organizar Reunir meios, recursos materiais e humanos, distribuir racional e harmoniosamente para fazer funcionar a Organização. 1.8.2.1 Atividades a) Tomar decisões; b) delegar responsabilidades; c) estabelecer relações.
  • 18. 18 1.8.3 Comandar Determinar providências de funcionamento de acordo com normas vigentes 1.8.3.1 Atividades a) Tomar decisões; b) comunicar-se; c) motivar; d) selecionar; e) desenvolver pessoal. 1.8.4 Coordenar Manter a organização em funcionamento homogêneo e integrado, proporcionando desenvolvimento de modo equilibrado, evitando atritos. 1.8.5 Controlar Avaliar e regular o trabalho em andamento e acabado. 1.8.5.1 Atividades a) Estabelecer padrões de execução; b) medir desempenho; c) avaliar desempenho; d) corrigir desempenho. A Administração perfeita está nos céus. O próprio Deus estabeleceu regras fixas para o Universo teve seu planejamento (Pv 8.22). Nenhuma Igreja prosperará e se manterá sem administração. 1.9 Igreja Cristã 1.9.1 Definição Conjunto de pessoas divinamente chamadas e separadas do mundo, unidos sob pacto para o culto e serviço cristão, são a suprema atividade de Cristo, cuja palavra é a sua única lei e regra de vida em todas as questões de fé e prática.
  • 19. 19 Administração Eclesiástica 1.9.2 Divisão a) UNIVERSAL - conjunto de todos os salvos; b) LOCAL - Conjunto de salvos de um determinado local. 1.9.3 Missão a) Adorar; b) edificar; c) evangelizar. 1.9.4 Características ideais a) Está presente e vive para desempenhar sua missão; b) liderança própria; c) reprodução própria; d) sustento próprio. 1.9.5 Fatores Para Formar Uma Igreja a) Comunhão, At 2.44; b) cooperação, At 4.32. 1.9.6 Corpo Eclesial a) Pastor, Ministro, Ancião, Presbítero, Bispo (At 20.18,28; 1Tm 3.1, Tt l.5-7). b) Diácono (At 6) 1.9.7 Filiação a) Pelo batismo (Mt 28.15; At 2.38): salvos, casados, solteiros ou viúvos; b) por carta de transferência: membros de outras igrejas de mesma fé e ordem; c) por aclamação: membros de organizações genuinamente evangélicas, de igreja que já desaparecera, de igrejas que não dão carta de transferência, cujos documentos foram extraviados. 1.9.8 Tipos de Cartas a) Recomendação; b) mudança; c) declaração; d) apresentação.
  • 20. 20 1.9.9 Rebatismo a) Se não foi batismo conforme o modelo bíblico; b) se foi antes da convicção da salvação; c) se a pessoa pede por motivo justo. 1.9.10 Disciplina Uma bênção e uma necessidade (Mt 18.15-17; Hb 12.5-11). 1.9.11 Propósitos da Disciplina a) Corrigir (1Co 7-9). b) restaurar (Gl 6.1); c) manter bom testemunho (1Tm 3.7); d) advertir (1Co 5.6-7); e) apelar à consciência do ofensor. 1.9.12 Motivos de Disciplinas a) Conduta desordenada (2Ts 3.11-15); b) imoralidade (1Co 5); c) contenciosidade (1Tm 3.15,20); d) propagar falsas doutrinas (Tt 3.10,11); e) filiação a igreja incompatíveis com o cristianismo. 1.9.13 Como tratar o disciplinado a) Não como inimigo (2Ts 3.15); b) ganhá-lo novamente (Tg 5.19,20); c) recebê-lo, se mostrar-se realmente arrependido. 1.9.14 Casos especiais Pessoas que exercem cargos: b) Limitar direitos; c) tempo de prova para verificar arrependimento; d) segurança na medida disciplinar. 1.9.15 Defesas extra-bíblica a) Advogado; b) justiça comum.
  • 21. 21 Administração Eclesiástica 1.9.16 Atitude do Pastor quanto à disciplina a) Deve ministrar com humildade e amor; b) não deve ser usada como castigo; c) não deve ser usada como revanche; d) deve estar ansioso pela sua volta; e) deve ser imparcial; f) não pode ser usada como arma para imposições. 1.10 Organograma da Igreja 1.10.1 Principais órgãos necessários 1.10.1.1 Departamento de Administração 1.10.1.1.1 Serviços gerais a) Alimentação; b) manutenção; c) conservação e limpeza. 1.10.1.1.2 Material a) Compras; b) Slmoxarifado. 1.10.1.1.3Pessoal 1.10.1.1.4 Economia e finanças a) Contabilidade; b) Tesouraria. 1.10.1.1.5Outros a) Transporte; b) segurança; c) hospedagem; d) secretaria. 1.10.1.2 Departamento de Assistência Social a) Alimento e roupa; b) saúde e beneficio;
  • 22. 22 c) amparo; d) orfanato; e) creches; f) aAsilo. 1.10.1.3 Departamento de Música 1.10.1.3.1 Treinamento a) Ensaio; b) Cursos. 1.10.1.3.2 Som a) Instrumentos; b) Aparelhos. 1.10.1.3.3 Grupos a) Orquestras; b) corais; c) bandas; d) conjuntos. 1.10.1.4 Departamento de Evangelismo a) Planejamento; b) material; c) áreas. 1.10.1.5 Departamento de Missões a) Secretaria; b) missões nacionais; c) missões estrangeiras. 1.10.2 Departamento 1.10.2.1 Biblioteca 1.10.2.2 Escola Dominical a) Superintendência; b) secretaria;
  • 23. 23 Administração Eclesiástica c) setores: • berçário; • infantil; • adolescente; • jovem; • adulto; • novos convertidos. 1.10.2.3 Ensino a) Escola teológica. b) cursos Seculares; c) treinamento; d) palestras; e) seminários; f) estudos Bíblicos. 1.10.3 Departamento de Comunicação 1.10.3.1 Assessoria Comunicação a) Relações Públicas. b) avisar, editar, agendar; c) convites, propagandas. 1.10.3.2 Imprensa a) Jornal; b) rádio; c) tv. 1.10.3.3 Publicações a) Livros; b) apostilas. 1.10.4 A Igreja como Pessoa Jurídica 1.10.4.1 Estatuto Documento fundamental constitutivo do grupo, conjunto de nomes que estabeleçam a estrutura e a organização da sociedade ou do grupo.
  • 24. 24 1.10.4.2 Razões Porque a Igreja deve ter Estatuto a) Para não figurar como entidade abstrata, inobjetiva; b) para poder ser representada juridicamente, proprietária de bem, condições de reclamarem direitos; c) pode ser inscrito no CPMF - Cadastro Geral de Contribuintes. 1.10.4.3 Denominações usuais a) Nome; b) sede e foro; c) finalidades; d) duração; e) membros; f) diretoria; g) assembléias Gerais; h) quorum; i) eleições; j) patrimônio; k) modificações estatutárias; l) disposições gerais. 1.10.4.4 Complementos 1.10.4.4.1 Deve constar Administração; responsabilidades; origem e aplicações de bem e prestação de contas; definição de tarefas; regime interno; pastor como presidente; quorum de decisões. 1.10.4.4.2 O que não deve constar a) Particularidades dos cultos; b) organizações internas; c) métodos de trabalhos; d) afinações de caráter doutrinário; e) especificações de uso de propriedades, entidade filiais, e modo de recebimento ou exclusão de membros.
  • 25. 25 Administração Eclesiástica 1.10.4.5 Diretoria da Igreja a) Presidente; b) Vice Presidente; c) 1º Secretário; d) 2º Secretário; e) 3º Secretário; f) 1º Tesoureiro; g) 2º Tesoureiro. 1.10.4.6 Registro do Estatuto 1.10.4.6.1 Em assembléia Geral Extraordinária aprova-se o estatuto 1.10.4.6.2 Documentos para registro a) Ata datilografada em 3 vias; b) oficio ao Cartório; c) relações dos membros da Diretoria. 1.10.4.7 Reforma do Estatuto 1.10.4.7.1 Razões a) Mudança de nome; b) atualização da metodologia; c) imposições legais. 1.10.4.7.2 Procedimentos a) Comunicar assembléia geral; b) apresentar projeto de mudança; c) igreja aprova; d) procede-se o registro; e) divulga-se a reforma. 1.10.4.8 Orientações Legais a) Deve inscrever-se no CPMF (Cadastro Geral de Contribuintes); b) não poderá inscrever-se no INSS, FGTS, PIS; c) não poderá apresentar Declaração de Rendimentos; d) não poderá ter empregados assalariados; e) deverá ter carimbo do CPMF padronizado; f) deverá requerer junto à Receita Federal isenção de Imposto de Renda; g) deverá requerer junto à Prefeitura isenção de Imposto Sobre Serviços.
  • 26. 26 1.10.5 Administração da Igreja 1.10.5.1 Principais Registros e Documentos a) Rol de membros; b) livro de Atas; c) livro de Registros de Patrimônio; d) cartão de Membro; e) envelopes de Dízimos; f) ficha de Membro; g) cartas de Recomendação, mudança, transferência. 1.10.6 Bandeiras 1.10.6.1 Do Brasil a) Horário de hasteamento: normalmente 8 horas; b) horário de armamento: normalmente 18 horas; c) se hasteada à noite deve estar iluminada. 1.10.6.2 Posições 1.10.6.2.1 Ao centro: se estiver isolada 1.10.6.2.2 A diretoria (Em ralação às pessoas que estiver atrás dela): quando se achar ao lado de outra bandeira. 1.10.6.2.3 Em desfiles Erguida e ao Centro se isolada; à direita se houver outra, e à frente e isolada quando houver outras bandeiras. 1.10.6.3 Regras Fundamentais de Reuniões 1.10.6.3.1 Discussões em grupo a) Falar um de cada vez; b) ir diretamente ao assunto; c) decidir, tão logo haja opinião formada. 1.10.6.3.2 Peças de uma reunião produtiva a) Dar conhecimento prévio dos assuntos a serem tratados; b) ter horário de início e término;
  • 27. 27 Administração Eclesiástica c) construir presidente da reunião; d) verificar quorum; e) elaborar ata. 1.10.6.3.3 Decisões por votação a) Maioria absoluta; b) totalidade; c) nominal; d) secreta; e) simbólica. 1.10.6.3.4 Como liderar uma reunião a) Prepare um resumo; b) determine objetivos a serem alcançados; c) tenha pronto todo o material necessário; d) mantenha o local devidamente arrumado; e) permita a total participação; f) consiga aceitação dos resultados; g) resuma a discussão. 1.11 Epílogo “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios, e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes” 1Co 1.27 Como mordomos de Deus, à frente de sua Igreja, ou de algum grupo que Ele nos confia a dirigir, devemos esquecer o errôneo refrão: “Deus só quer qualidade e não quantidade”. Esta é uma afirmação diabólica a fim de induzir alguém a menosprezar a obra de Deus, a não cuidar dela com amor, carinho e total dedicação. Deus requer qualidade sim pois é um Deus Santo (Hb 12.14) e perfeito (Dt 18. 13) e exige estas qualidades de seus servos mas também requer quantidade, como podemos ver que na parábola dos talentos (Mt 25.15-30), os que foram recompensados foram os que no mínimo dobraram o valor recebido. O trabalho para ter sucesso é preciso primeiro a ação de Deus (Jo 15.16) mas também, sem dúvida a ação organizada de alguém (1Tm 3.4,5) que não quer ter do que se envergonhar e tem esperança de ser recompensado pelo Senhor pelo seu trabalho (Is 40.10), que tem consciência que seu trabalho é simbolizado por ouro, prata ou pedras preciosas (1Co 3.12-14).
  • 28. 28
  • 29. 29 Administração Eclesiástica Capítulo 2 Qualidade na Vida Psicológica e Espiritual Introdução Etimologicamente, psicologia significa ciência da alma. A curiosidade acerca da alma sempre foi e continua sendo uma característica do homem. O primitivo considerava a alma como uma entidade responsável pelas manifestações de natureza subjetiva, que se justificava pela vivência dos sonhos, pelas manifestações delirantes e pela experiência da morte, chegando a conceituá-la como substância sutil numa concepção materialista, constituindo um duplo. Aristóteles, também interessado no estudo da alma, porém com o propósito de averiguar sua imortalidade, definiu-a como o ato primeiro, ou seja, como perfeição fundamental de um ser vivo. Atualmente, a alma ainda constitui-se num alvo de interesse do homem contemporâneo e é descrita como um substrato substancial das representações, das sensações, das emoções, dos sentimentos; enfim, de uma expressão psíquica. Ocorre que com o advento da ciência, a alma, como objeto de estudo, tornou- se inconcebível. A psicologia passou a ser definida como a ciência que estuda o comportamento. O comportamento substitui a alma, uma vez que a ela é possível empregar todos os princípios científicos e seus respectivos métodos, principalmente o método hipotético-dedutivo. Por conseguinte, a psicologia passou a pertencer ao rol das ciências naturais, que contêm no bojo de seu objeto de estudo os fenômenos fisiológicos. Neste aspecto a psicologia fica reduzida à fisiologia. 2.1 A Psicologia e o Obreiro O obreiro responsável por um trabalho ou que atue no campo da ministração ou numa classe de escola bíblica, precisa conhecer a base da psicologia, embora muitos afirmem que esta disciplina é anti-bíblica, discordamos
  • 30. 30 plenamente, cremos que sem haver um mínimo de conhecimento, o obreiro pode passar por momento de dissabores. É claro que neste livro não ofereceremos um curso de psicologia, mesmo porque o tema geral insere discussão sobre a qualidade total, entretanto, faremos menção de alguns tópicos necessários para que o obreiro possa entender o relacionamento entre espírito, alma e corpo, afim de produção da qualidade total. 2.1.2 Método da Psicologia O método da Psicologia será então a um tempo experimental e racional. Aqui apenas precisamos os pontos em que este método se distingue do método comum às disciplinas experimentais. 2.1.2.1 A observação interior A observação interior ou introspecção consiste em observar-se a si mesmo, aplicando sua atenção aos fenômenos da consciência. A introspecção tem a vantagem imensa de atingir imediatamente seu objeto, sem os riscos que comporta a percepção externa. É necessário notar, contudo, que ela nem sempre é praticável: certos fatos psicológicos, como a cólera, não podem ser observados no mesmo instante em que se produzem. Além disso, a atenção interior tende a modificar mais ou menos os fatos de consciência, impondo-lhes uma espécie de fixidez, que eles não possuem: como observar um desvario sem o interromper, uma distração sem a suprimir? - Enfim, a introspecção é deficiente para atingir o inconsciente e mesmo o subconsciente. Se for verdade que, em muitos casos, pode-se utilizar a memória (lembramo- nos do que se passou no estado de cólera), sabe-se muito bem o quanto o uso desta faculdade comporta riscos de erro. Donde a necessidade de recorrer à observação objetiva para completar, verificar e corrigir os resultados da introspecção. 2.1.2.2 A observação exterior Este gênero de observação psicológica nos é perfeitamente familiar. Com efeito, servimo-nos comumente e espontaneamente da observação objetiva quando encontramos em certos fatos psicológicos os fatos ou os estados psicológicos que lhes estão ligados. As lágrimas nos revelam o sofrimento ou a tristeza; a imobilidade do corpo, a fixidez da visão revela o esforço de
  • 31. 31 Administração Eclesiástica atenção etc. Em Psicologia, só se cogita em dar uma forma científica a esse processo de observação. 2.1.2.3 Processos de observação objetiva Estes processos são muito variados. Os mais empregados são os seguintes: métodos dos testes (pesquisas ou questionários), pelos quais se revelam as reações psicológicas de pessoas mais ou menos numerosas, numa situação, ou diante de um fato dado, tendo em vista isolar-lhe o elemento comum, — estudo dos casos anormais ou patológicos, que fazem sobressair, por contraste, os comportamentos normais, - estudo comparado dos adultos e das crianças, dos civilizados e dos selvagens - estudos dos comportamentos ou atitudes exteriores que traduzem os estados psicológicos - psicanálise, esforçando-se por revelar as fontes inconscientes da vida psíquica. 2.1.2.4 Alcance do método objetivo O método objetivo não pode, evidentemente, ser suficiente. É apenas um auxiliar da introspecção, uma vez que jamais poderíamos dar um sentido às manifestações exteriores de outrem se não tivéssemos experimentado e observado em nós próprios os fenômenos interiores que revelam os movimentos ou atitudes externas. Mas é um auxiliar precioso, e mesmo indispensável, quando se quer passar da observação à experimentação. 2.1.2.5 O paralelismo psicofísico O paralelismo dos fatos psíquicos e dos fatos fisiológicos, que utiliza, sobretudo o método objetivo, tem por vezes incitados os psicólogos a perseguir uma redução do psíquico ao puro fisiológico, como se os estados de consciência fossem apenas um simples aspecto das modificações orgânicas. Ora, esta redução é insustentável, porque existem entre a ordem psíquica e a ordem fisiológica diferenças tais que implicam uma distinção radical. Com efeito, os fenômenos psíquicos são essencialmente interiores, qualitativos, quer dizer, desprovidos de dimensões espaciais, personalizados e grupados em sínteses originais, enquanto que os fatos fisiológicos são periféricos, extensos, mensuráveis e localizados, exteriores uns aos outros. A estreita dependência dos fatos psíquicos e dos fatos fisiológicos não poderia, pois, ser interpretada como significando uma causalidade real dos segundos em relação aos primeiros. A dependência das duas ordens significa apenas que a consciência depende de condições fisiológicas. Por exemplo,
  • 32. 32 os movimentos cerebrais não produzem o pensamento, mas este está condicionado, em seu exercício, por fenômenos cerebrais. No campo da pesquisa psicológica o homem esbarra em certas questões que envolvem a alma, o espírito e o corpo. Quando esses fatores estão em desarmonia o obreiro sente-se debilitado, tanto físico quanto espiritualmente, neste estado, não produz e não atinge a eficiência da qualidade total na vida espiritual. 2.2 A tricotomia do homem A palavra tricotomia vem do grego - trica (3) + tomia (partes). O homem dividido em três partes, nesta visão o homem é dividido em corpo, alma e espírito. 2.2.1 Como DEUS criou o homem Segundo Gênesis 1.26a; '' E disse DEUS façamos o homem à nossa imagem conforme a nossa semelhança; (27); E criou DEUS o homem à sua imagem; à imagem de DEUS o criou; macho e fêmea os criou''. Na criação do homem DEUS soprou em suas narinas o espírito da vida, quando o espírito penetrou no corpo, produziu a alma, neste primeiro momento o espírito teve total controle sobre a alma e o homem vivia em obediência, o homem tinha total comunhão, através de seu espírito. Encontramos no capítulo 3 de Gênesis no versículo 8 e 9 que DEUS descia do céu e conversava com Adão. Por esses textos entendemos que DEUS conversava com eles, estando eles na dispensação da inocência, Adão vivia em santificação. A comunhão de Adão como era totalmente pelo espírito, pois o espírito dominava a alma e o corpo. Encontramos nessa fase DEUS ordenando a Adão que ele podia comer todo fruto de árvore incluindo a árvore da vida (Gênesis 2:16), isso prova que era plano de DEUS mantê-lo eternamente no jardim, tendo apenas uma condição, não tocar na árvore da ciência do bem e do mal (Gênesis 2:17). Porém Adão não vigiou permitindo que a alma dominasse seu espírito, percebemos que quando Satanás o enganou, apela para o seu intelecto (faculdade da alma); ''disse a serpente: Certamente não morrerás, porque DEUS sabe que no dia que dele comerdes se abrirão vossos olhos e sereis como DEUS; sabendo o bem e o mal. E vendo a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e a árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu, e deu também ao seu marido, e ele comeu com ela. Entretanto, Adão e Eva continuaram a viver por centenas
  • 33. 33 Administração Eclesiástica de anos depois de comerem o fruto proibido. Obviamente, isso indica que a morte predita não era física. A morte de Adão começou no seu espírito. 2.2.2 O que é a morte realmente? Segundo a definição científica, a morte é '' A suspensão da comunicação com o ambiente''. A morte do espírito é a suspensão da sua comunicação com DEUS. A morte do corpo é a interrupção da comunicação entre esse e o espírito. Por isso, quando dizemos que o espírito está morto, não significa que não haja mais espírito, quer dizer simplesmente que o espírito perdeu sua sensibilidade para com DEUS e assim está morto para Ele. A situação exata é que o espírito está incapacitado de Ter comunhão com DEUS. Usemos como ilustração o mudo: ele tem boca e pulmões mais algo está errado com suas cordas vocais tornando-o sem capacidade para falar. No tocante à linguagem humana, sua boca pode ser considerada como morta. Semelhantemente o espírito de Adão morreu por causa de sua desobediência a DEUS. Ele ainda tinha o seu espírito, todavia estava morto para com DEUS porque havia perdido seu instinto espiritual. Isto ainda é assim: o pecado destruiu o aguçado intuitivo conhecimento de DEUS que o espírito possuía tornando o homem espiritualmente morto. Ele pode ser religiosos, respeitáveis, educados, capazes, fortes e sábios, mas está morto para DEUS. Ele pode até mesmo falar sobre DEUS, raciocinar sobre DEUS, pregar sobre DEUS, mas ainda assim está morto para Ele. O homem não pode ouvir ou sentir a voz do espírito de DEUS. Por isso, no testamento DEUS freqüentemente se refere àqueles que estão vivendo na carne como mortos. A morte que iniciou no espírito do nosso antepassado gradativamente até alcançar seu corpo. Embora continuar a viver por muitos anos depois que seu espírito morreu, a morte, todavia, continuou operando nele até que seu espírito, alma e corpo estivessem mortos. Seu corpo que poderia Ter sido transformado e glorificado, retornou ao pó. Porque se o homem interior precipitou-se no caos, seu corpo exterior deve morrer e ser destruído. A partir dali o espírito de Adão (como também de todos os seus descendentes) caiu sobre opressão da alma até que, gradativamente, uniu-se com a alma tornando suas duas partes intimamente unidas. O escritor de Hebreus diz que a palavra de DEUS vai penetrar e dividir a alma e espírito (4.12). A separação é necessária porque o espírito e a alma tornaram-se um. Enquanto estiverem intimamente unidos ao homem será lançado por eles no mundo psíquico. Tudo é feito segundo os preceitos do intelecto ou sentimento . O espírito perdeu seu poder e impressão como se estivesse em sono profundo. Qualquer instinto que ele tenha para conhecer e servir a DEUS estão completamente paralisados. Ele permanece em coma como se não existisse.
  • 34. 34 Este é o significado de Judas 19: ''naturais, não tendo espírito'' (literal). Certamente isso não quer dizer que o espírito humano deixa de existir, pois Números 16.22 diz claramente que DEUS é '' O DEUS dos espíritos de toda carne''. Todo ser humano tem em sua posse um espírito, embora esteja obscurecido pelo pecado e impotente para manter comunhão com DEUS. Por mais morto que esse espírito esteja para DEUS, ele ainda pode permanecer tão ativo quanto a mente ou o corpo. Ele é considerado morto para DEUS, mas ainda é muito ativo com outros aspectos. Algumas vezes o espírito de um homem caído pode ser até mais forte do que sua alma ou corpo e ganhar domínio por todo o seu ser. Tais pessoas são ''espirituais'', da mesma forma que muitas pessoas são grandemente da alma ou do corpo, pois seus espíritos são muito maiores do que as pessoas comuns. Estes são os feiticeiros e bruxos, e verdadeiramente mantém contato com a esfera espiritual, só que realizam isso através do espírito maligno e não pelo Espírito Santo. Desta forma, o espírito do homem caído está aliado com Satanás e seus espíritos maus. Está morto para DEUS, entretanto bem vivo para Satanás e segue o espírito mau que segue nele. Rendendo-se à exigência de suas paixões e cobiça, a alma tornou-se escrava do corpo de tal forma que o Espírito Santo considera inútil contender pelo lugar de DEUS neste alguém. Daí a declaração de escritura : '' Meu espírito não pleiteará para sempre com o homem; porque ele é realmente carne'' (Gn 6.3). A Bíblia refere-se à carne como sendo o composto da alma regenerada e a vida física embora mais freqüentemente indique o pecado que está no corpo. Uma vez que o homem esteja totalmente sobre o domínio da carne, ele não tem de liberar-se. A alma tomou o lugar de autoridade do espírito. Tudo é feito independentemente e segundo as ordens da sua mente. Mesmo em questões religiosas, na mais acalorada busca de DEUS, tudo é realizado pela força e vontade da alma do homem, sem a revelação do Espírito Santo. A alma não está apenas independente do espírito; adicionalmente ela está sob o controle do corpo. Ela é solicitada a obedecer, a executar e cumprir as cobiças, paixões e exigências do corpo. Cada filho de Adão está, não somente morto em seu espírito, mas ela é também ''da terra, terreno'' (1Co 15.47). Os homens caídos são governados completamente pela carne, andando em reação aos desejos das suas vidas da alma e das paixões físicas. Estes são incapacitados de Ter comunhão com DEUS. Às vezes eles exibem sua inteligência e paixão, porém, os mais freqüentes são ambos: inteligência e paixão. Sem impedimento, a carne está sobre rígido controle sobre o homem total. Isto é o que está esclarecido em Judas: ''escarnecedores andando segundo as suas ímpias concupiscências. Estes são os que põem à parte, homens naturais, não tendo espírito''. Ser da alma é antagônico ao ser do espírito,
  • 35. 35 Administração Eclesiástica nossa parte mais nobre, a parte que pode unir-se a DEUS e que pode regular a alma e o corpo, está agora sob o domínio da alma, aquela parte em nós que é terrena tanto no motivo como no alvo. O espírito foi despojado da sua posição original. A condição do homem é anormal, por resultado de ser da alma é que se torna um escarnecedor, buscando paixões ímpias e criando divisões. 1Coríntios 2.14 faz referência de tais pessoas não regeneradas desta forma: ''O homem natural não aceita coisas de DEUS, porque para ele são loucuras; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. ''Tais homens, sob o controle de suas almas e com seus espíritos oprimidos, estão em contraste direto com as pessoas espirituais. Eles podem ser excessivamente inteligentes, capazes de apresentar idéias ou teorias magistrais, todavia não aprovam as coisas do Espírito de DEUS. São inadequados para receber revelação do Espírito Santo. Tal revelação é amplamente diferente das idéias humanas. O homem pode pensar que o intelecto e o raciocínio humano são todo-poderosos, que o cérebro é capaz de compreender todas as verdades do mundo, mas o veredicto da Palavra de DEUS é : '' vaidade de vaidades''. Enquanto o homem está em seu estado de alma, ele freqüentemente sente a insegurança desta era, e, por isso, também busca a vida eterna da era vindoura. Mas mesmo que o faça, ainda é impotente para descobrir a Palavra da vida pelo seu muito pensar e teorizar. Quão indignos de confiança são os raciocínios humanos! Freqüentemente observamos como pessoas muito inteligentes colidem em suas diferentes opiniões. As teorias conduzem o homem facilmente ao erro. São castelos no ar, atirando-os nas trevas eternas. Quão verdadeiro é que, sem a liderança do Espírito Santo, o intelecto não é apenas indigno de confiança, mas também extremamente perigoso, porque freqüentemente confunde a questão do certo e do errado. Um pequeno descuido pode provocar não só a perda temporária, mas até danos eternos. A mente entenebrecida do homem muitas vezes o conduz à morte eterna. Se as almas não regeneradas apenas pudessem ver isto, quão bom seria! Enquanto o homem é carnal, ele pode ser controlado por mais do que simplesmente a alma, ele pode estar sob direção do corpo também, porque a alma e o corpo estão intimamente entrelaçados. Pelo fato do corpo de pecado estar abundando em desejos e paixões, o homem pode cometer os mais hediondos pecados. Visto que o corpo é formado do pó, assim sua tendência natural é em direção a terra. A introdução do veneno da serpente no corpo do homem transforma todos os seus desejos legítimos em lascívia.
  • 36. 36 Tendo cedido uma vez ao corpo, em desobediência a DEUS, a alma vê-se compelida a ceder toda vez. Os baixos desejos do corpo podem ser freqüentemente manifestos por meio da alma. O poder do corpo torna-se tão irresistível que a alma não consegue senão ser o escravo obediente. A idéia de DEUS é que o espírito tenha a preeminência, governando nossa alma. Mas uma vez que o homem torna-se carnal, seu espírito afunda em servidão à alma. Maior degradação sucede quando o homem torna-se ''material'' (do corpo), pois o corpo, mais baixo, ergue-se para ser soberano. O homem desceu então do '' controle do espírito'' para o ''controle da alma'', e do ''controle da alma'' para o controle do corpo”. Ele afunda cada vez mais profundamente. Quão lamentável deve ser quando a carne ganha domínio. O pecado matou o espírito: morte espiritual então, torna-se a porção de todos, pois todos estão mortos em delitos e pecados. O pecado levou a alma a ser independente: a vida da alma é, portanto, uma vida egoísta e obstinada. O pecado finalmente deu autoridade ao corpo: a natureza pecaminosa conseqüentemente reina através do corpo. 2.3 O homem sob três aspectos bíblicos DEUS classifica o homem sob três planos como veremos no decorrer deste tópico. Não temos como escapar dessa classificação. Ou somos o homem natural, ou o homem carnal. 2.3.1 O Homem Natural Embora o plano mais elevado para o homem seja o espiritual, DEUS começa em sua palavra, pelo plano mais inferior: o natural. Isto é começa a falar do homem que vive uma vida natural, a vida deste mundo, e que não tem o Espírito Santo em seu viver. 2.3.1.1 A descrição do homem natural Ele é chamado de natural porque ainda não experimentou a regeneração. Vive segundo a natureza pecaminosa e decaída desde a queda ocorrida no Éden. Ele está perdido. A menos que aceite a Jesus, não há solução para ele. Esse homem não pode ser reformado nem melhorado. Ele tem de ser transformado pelo poder do Espírito Santo (Rm 8.9; 7.18). Não importa quão bons, cultos, educados, experientes, moralistas e religiosos seja, se não a aceitar Cristo, estará irremediavelmente perdido e morto em seus pecados (Sl 14.13; Rm 3.23, 8.9).
  • 37. 37 Administração Eclesiástica O mesmo termo traduzido natural em 1Co 2.14, é traduzido animal, em 1Co 15.44, referindo-se ali ao corpo impulsionado e controlado pela alma humana e suas paixões. O nosso termo ''alma” vem do latim ánima e nada tem a ver com animal e, sim, criatura especial de DEUS (Gn 1.26,27; Sl 8.4-6). O mesmo termo é traduzido por sensual em Jd v.19, no sentido de ser governado apenas pelos sentidos naturais da alma, e não pelo Espírito Santo. ''Sensual'', aqui, não se refere á volúpia, lascívia, cobiça carnal ou à incontinência, mas ao que é percebido pelos sentidos. O mesmo termo é ainda traduzido por animal em relação à sabedoria que não procede do Espírito Santo, e sim da capacidade puramente humana; inteiramente da alma humana. Esses fatos bíblicos ajudam a descrever o homem chamado natural. Natural também significa não trabalhado, ou seja: não transformado, não modificado, não processado, não cultivado. Exemplo: a madeira tal qual cortada do tronco; não trabalhada, bruta. Vamos dar um outro exemplo: a pedra como se encontra na pedreira: não polida nem esculpida. Assim é o homem natural. Ele se acha morto em seus pecados: ainda não foi transformado pelo Espírito Santo. Ele precisa nascer de novo para tornar-se agradável aos olhos de DEUS. 2.3.2 O Homem Espiritual O homem espiritual é assim chamado por ser impulsionado, controlado e dirigido pelo Espírito Santo. O seu “eu” está vivo, mas se acha crucificado com Cristo (Gl 2.20, Rm 6.11). O plano (e a vontade) de DEUS é que sejamos espirituais (Rm 12.1,2). Ver mais sobre o homem espiritual em Gl 6.1,1; 1Pe 2.5; Hb 5.14. 1.3.2.1 O relacionamento do Homem Espiritual com DEUS O homem espiritual é exatamente o inverso do homem natural. Este relacionamento é tríplice: a) O homem espiritual aceitou a Cristo como seu salvador e “nasceu de novo” espiritualmente (Jo 3.5). b) Ele submete-se inteiramente a Cristo como seu Senhor, em todas as áreas de sua vida. Segue o exemplo de Cristo (Jo 8.29). c) Ele é cheio do Espírito. Tem vigor e vida espiritual abundante, como ocorre entre o tronco e os ramos da videira (Jo 15.5).
  • 38. 38 2.3.2.2 A condição do homem espiritual diante de DEUS O homem espiritual é cheio do Espírito Santo, o qual possibilita-o a viver para DEUS. Sendo cheio do Espírito Santo, esse crente dá fruto espiritual automática e abundante para DEUS, uma vez que esse fruto, de que fala a Bíblia, não vem do esforço humano: vem da natureza divina do Espírito Santo que age com toda liberdade na vida do crente (1Pe1.4). O homem espiritual tem a mente de Cristo, e pelo Espírito Santo, discerne bem tudo (1Co 2.16). Essa é à vontade de DEUS para todo crente. A Bíblia descreve a condição do homem espiritual como sentado nas “regiões celestiais” com Cristo (Ef 1.3; 2.6). O seu espírito passa a intuir a voz de DEUS (revelação), o homem passa a ter a intimidade que DEUS deseja que ele tivesse. Neste momento a alma passa a ser submissa ao espírito, essa comunhão com DEUS só acontece com a regeneração do espírito. O nascer de novo não é uma reforma da velha natureza, mas é um ato criativo do Espírito Santo que gerou Jesus em Maria é o mesmo Espírito Santo que nos gerou em Jesus. 2.3.3 O homem carnal Pelo contexto desta passagem e de outras congêneres, vê-se que o homem carnal é crente e salvo. Não obstante sua vida cristã é mista , dividida e marcada por constantes subidas e decidas. Ele á um crente que “começa pelo Espírito e termina pela carne” (Gl 3.3). é chamado carnal porque a velha natureza adâmica, herdada da raça humana, nele prevalece ; ainda não subjugado pelo Espírito Santo (Rm 8.13). A natureza humana pecaminosa, existente em todo crente, embora não possa ser mudada, precisa ser modificada e vencida pelo poder do Espírito Santo (Cl 3.5; Gl 2.19; 6.14; Rm 8.13). nem todo crente vive uma vida consagrada, nem se acha disposto a vencer plenamente a natureza adâmica. Na igreja de Corinto, muitos crentes eram carnais. A sua velha natureza estava livre para agir ao invés de “levar cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10.3-5).
  • 39. 39 Administração Eclesiástica Isso só há de ser obtido por nossa inteira submissão a Cristo, como nosso Senhor, e pela obra santificada do Espírito Santo em nosso ser (Rm 6.13; Gl 5.16). Conforme está escrito em Rm 6.11, não é o pecado que morre dentro do crente , o crente é que deve morrer para o pecado e viver para DEUS. Também, conforme Gl 6.14, não bastava o mundo estar crucificado para o crente; o crente é quem deve estar crucificado para o mundo. Um dos grandes perigos da vida cristã consiste em descer da cruz. Essa é uma mensagem para quem já é discípulo de Cristo (Mt 16.24; Lc 14.27). 2.3.3.1 A condição do homem carnal Ele é divido: em parte vive para DEUS, e em parte vive para agradar a si mesmo. Enquanto o homem espiritual vive em um plano superior das “regiões celestiais”, o carnal vive mais na esfera do terreno, porque a sua visão está voltada para o natural. Sinais do homem carnal: a) É espiritual infantil; imaturo (1Co 3.1); b) Vive de “Leite”, no sentido de rudimentos da doutrina (Hb 5.1213); c) É sectário e dado a isso (1Co 3.4); d) É dominado pela inveja (1Co 3.3); e) É dado a contendas e considera isso uma virtude e um direito (1Co 3.3); f) Não se aflige ante os problemas da igreja, como ocorria em Corinto (1Co 5.1-13; 6.13-20); g) O carnal, com naturalidade e facilidade, move ação judicial contra a igreja e os irmãos na fé (1Co 6.1-8); h) O crente carnal vive uma mista, querendo agradar a si mesmo, aos outros, ao mundo e a DEUS (1Co 10.20,21). 2.3.4 A regeneração do homem Por que um pecador deve nascer de novo? Por que deve-o nascer de cima? Por que deve haver uma regeneração do espírito? Porque o homem é um caído . Um espírito caído precisa renascer para poder tornar-se um novo espírito. Assim como Satanás é um espírito caído, assim também é o homem; só que este possui um corpo. A queda de Satanás aconteceu antes da queda do homem. A queda de Satanás pode, portanto, nos ensinar a respeito do nosso espírito decaído. Ele foi criado como um espírito afim de que pudesse Ter comunhão direta com DEUS. Porém ele caiu e tornou-se a cabeça dos poderes das trevas. Ele agora está separado de DEUS e de toda virtude piedosa. Mas isso não significa que Satanás não existe. Sua queda apenas tirou seu relacionamento direto com DEUS. O homem, semelhantemente, em
  • 40. 40 sua queda também afundou nas trevas e na separação com DEUS. O espírito do homem ainda existe, mas está separado de DEUS, sem o poder de comungar com Ele incapaz de governar. Espiritualmente falando, o espírito do homem está morto. Entretanto, assim como o espírito do querubim pecaminoso existe para sempre, do mesmo modo o espírito do homem pecaminoso existe e continuará existindo. Por Ter ele um corpo, sua queda fez dele um homem de carne (Gn 6.3). Numa religião deste mundo, ética, cultura ou lei pode melhorar este humano caído. O homem corrompeu-se a uma posição carnal, nada dele mesmo pode levá-lo de volta a uma posição espiritual. Portanto, a regeneração ou regeneração do espírito, é absolutamente necessária. Somente o Filho de DEUS pode nos restaurar a DEUS, pois Ele derramou seu sangue para purificar nossos pecados e nos dar uma nova vida. No momento em que o pecador crê no Senhor Jesus ele nasce de novo. DEUS lhe concede sua vida não criada afim de que o espírito do pecador possa ser vivificado. A regeneração de um pecador ocorre em seu espírito. A obra de DEUS começa, sem exceção, dentro do homem, do centro para a circunferência. Quão diferente é o padrão de obra de Satanás! Ele do exterior para o interior. DEUS visa primeiro renovar o espírito entenebrecido do homem comunicando vida a ele, porque este espírito que DEUS originalmente designou para receber sua vida e para comungar a Ele. O propósito de DEUS, depois disso, é sair do espírito para invadir a alma e o corpo do homem. Esta regeneração concede ao homem um novo espírito (Espírito Santo), como também vivifica o seu antigo espírito. “Porei dentro de vós um novo espírito” - “O que é nascido do Espírito é do espírito” (Ez 36.26; Jo 3.6). O “espírito'' nesta passagem tem a vida de DEUS em vista, pois não é algo que originalmente possuíamos; ele nos é concedida por DEUS em nossa regeneração. Esta nova vida do espírito pertence a DEUS (2Pd 1.4) e “não pode pecar” (Jo 3.9); mas nosso espírito, embora vivificado, ainda pode ser imaculado (2Co 7.1) e necessitar de santificação (1Ts 5.23). O propósito de DEUS num homem regenerado é levá-lo, por meio de seu espírito a livrar-se de tudo que pertence à sua velha criação, pois dentro do seu espírito regenerado jaz todas as obras de DEUS para com ele. 2.3.5 O Homem Espiritual Regenerado Uma pessoa cujo espírito é regenerado e dentro do qual já habita o Espírito Santo ainda pode ser carnal; pois, seu espírito pode estar sobre opressão de
  • 41. 41 Administração Eclesiástica sua alma ou corpo. Algumas ações bem definidas são exigidas, caso ele queira se tornar espiritual. Falando de modo geral, encontramos pelo menos dois grandes perigos em nossa vida, mas somos capacitados a vencer não apenas o primeiro, mas o segundo também. Esses dois perigos com seus correspondentes triunfos são: o de continuar sendo um pecador que perece ou se tornar um crente salvo e o de continuar como um crente carnal ou se tornar um crente espiritual. Um pecador pode tornar-se crente e do mesmo modo um crente carnal pode tornar-se espiritual. O DEUS que pode transformar um pecador num cristão carnal por dar-lhe Sua vida, pode, igualmente transformá-lo de cristão carnal em cristão espiritual, dando-lhe Sua vida abundantemente. A fé em Cristo faz de alguém um crente espiritual. Assim como o relacionamento correto com Cristo gera um cristão, assim o relacionamento adequado com o Espírito Santo produz um homem espiritual. Somente o Espírito pode fazer crentes espirituais. É seu trabalho levar os homens à espiritualidade (Rm 1.9 - 8.4); (1Co 6.17); (Gl 5.22-24). 2.3.5.1 Entende-se por regeneração O conceito de regeneração conforme encontrado na Bíblia, fala do processo de passar da morte para a vida. O espírito do homem, antes da regeneração, está longe de DEUS e é considerado morto, pois morte é a separação da vida e de DEUS que é a fonte de vida. A morte é, portanto, separação de DEUS. O espírito do homem está morto e incapaz de ter comunhão com Ele. Ou sua alma o controla lançando-o numa vida de idéias e imaginações, ou as cobiças e hábitos do seu corpo o estimulam e reduzem sua alma à servidão. O espírito do homem precisa ser vivificado, porque ele nasce morto. O novo nascimento, sobre o qual o Senhor Jesus falou a Nicodemos, é o novo nascimento do espírito. Por certo não é um nascimento físico, como Nicodemos suspeitava, nem tampouco é da alma (soulical). Devemos observar cuidadosamente que o novo nascimento comunica a vida de DEUS ao espírito do homem. Visto que Cristo fez expiação por nossa alma e destruiu o princípio da carne, assim, nós que estamos unidos a Ele, participamos da Sua vida de ressurreição. Fomos unidos com ele em sua morte, conseqüentemente, é em nosso espírito que primeiro colhemos o conhecimento da Sua vida de ressurreição. O novo nascimento é algo que acontece inteiramente dentro do espírito; não tem relação alguma com a alma ou o corpo. O que torna o homem único na criação de DEUS não é por ele possuir uma alma, mas sim por Ter um espírito que, unido à alma, constitui o homem. Tal união distingue o homem como extraordinário no universo. A alma do homem não está diretamente relacionada a DEUS; segundo a Bíblia,
  • 42. 42 é seu espírito que se relaciona com DEUS . DEUS é espírito, todos os que O adoram, portanto devem adorá-Lo em espírito. Somente ele pode Ter comunhão com DEUS . Só o espírito pode adorar o Espírito. Daí encontramos na Bíblia expressões tais como: “servindo a DEUS em meu espírito (Rm 1.9; 7.6; 12.11). conhecendo através do espírito (1Co 2.9-12 ); adorando em meu espírito (Jo 4.23,24; Fl 3.3); ''recebendo no espírito a revelação de DEUS'' (Ap 1.10; 1Co 2.10 ). Por causa deste fato, lembremos que DEUS estabeleceu que vai tratar com o homem Somente através do seu espírito e que, pelo o espírito do homem, Seus propósitos serão realizados. Se isto é assim, quão necessário é que o espírito do homem continua em constante e viva em união com DEUS, sem ser afetado, nem sequer por um momento, a desobedecer às leis divinas seguindo os sentimentos, desejos e ideais da alma exterior. Caso contrário, a morte se manifestará imediatamente, e ao espírito será negada sua união com a vida de DEUS. Isto não quer dizer que o homem não mais tenha um espírito. Significa simplesmente, como já discutimos anteriormente, que o espírito renunciaria à sua elevada posição, para a alma. Sempre que o homem interior de alguém atende aos ditames do homem exterior, ele perde contato com DEUS e se torna morto espiritualmente. “Estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais outrora andastes” por fazer “à vontade da carne e dos pensamentos'' (Ef 2.1-3).
  • 43. 43 Administração Eclesiástica Capítulo 3 Qualidade Total e o Serviço Ministerial Introdução Vivemos um período de plena transformação. Isto é fato e não é nenhuma novidade. Porém, este processo de mudanças atinge a todos e em todos os lugares, alterando hábitos e costumes como nunca se viu. Como exemplo, hoje podemos nos comunicar com qualquer parte do planeta e brevemente até com outros planetas – assim que se descubra vida inteligente neles. Com a Internet podemos acessar informações instantaneamente sobre os mais variados temas: futebol, notícias, política, culinária ou até como fazer uma bomba caseira. Diversos produtos, serviços e comodidades invadem nossas casas diariamente através dos meios de comunicação e sem pedir licença. Enfim, fomos pegos por essa onda de transformação conhecida como: GLOBALIZAÇÃO. Diante dessas mudanças encontra-se o homem. Responsável direto por elas, mas ao mesmo tempo atônito a tudo que se passa, tentando entender e adaptar-se ao que está a seu redor: produtividade, melhoria contínua, qualidade de produtos e serviços, housekeeping (Administração interna), assertividade, desemprego e empregabilidade, interconectividade, entre outros. A batalha da qualidade começou quando os japoneses lançaram sua guerra comercial contra a Europa e os Estados Unidos. Alguns consultores definem qualidade como o nível de excelência que a empresa escolheu alcançar para satisfazer à sua clientela-alvo. Então, como sobreviver nesta era, neste mundo? Será preciso que hajam super-homens, super-heróis? Ou será que nós temos a força necessária para atingirmos a qualidade total no ser humano? Aqui estão os 10 passos que consideramos essenciais para que possamos nos sobressair diante deste mundo moderno e atingirmos o que propomos como a qualidade total na vida cristã: a) Tenha confiança em Deus. Este é o primeiro passo, pois a partir d’Ele você conseguirá trilhar pela estrada da transformação, tirando seu
  • 44. 44 melhor proveito. Portanto, cuide de sua auto-estima, valorize seu ministério! b) Cuide de sua aparência e comunicação. Além de fazer bem a você, causará uma boa impressão aos demais. c) Seja bom ouvinte. Valorize o tempo que passa com as pessoas. Dê- lhes atenção, ouça o que dizem e também seus corações, pois assim estará entendendo melhor e julgando menos. d) Atualize-se constantemente. Vivemos a era da informação, portanto, busque a melhor forma de estar sempre atualizado com sua área de interesse, seja através de cursos, livros, viagens, grupos de amigos, reuniões ministeriais, estudos bíblicos, seminários e EBDs. e) Dedique-se de coração, corpo e alma em um projeto, mas mantenha- se aberto para outros. f) Cada pessoa é diferente; cada uma tem uma personalidade única. Contudo, o tipo de pessoa que tende a nos perturbar é aquela que não é como nós. Aceite essa diversidade e aprenda a desfrutá-la. g) Esteja preparado para a mudança. Entender a realidade e estar pronto para quebrar os paradigmas é essencial para não se deixar levar pela acomodação e pela rotina. Então, mexa-se! h) Desenvolva seu potencial. As pessoas bem sucedidas sabem utilizar o seu potencial para alavancar seu crescimento ministerial e pessoal. Como está o seu? i) Esteja feliz. Tenha prazer no que faz e faça com prazer. j) Este espaço é seu! Pense em algo que realmente o diferencia dos demais, o torna especial, que faz com que as pessoas lembrem-se de você, gostem de ficar ao seu lado. Junte esta característica/habilidade aos outros passos já apresentados e atinja a graça ministerial! 3.1 Princípios básicos e fundamentos da qualidade 3.1.1 Qualidade total - conceito Muitos são os conceitos possíveis de qualidade total, mas qualquer um que mostre acerto deve passar a idéia da ligação máxima entre uma organização e seus clientes. Para qualquer organização que pratique qualidade, seus clientes são a razão de sua existência, e também, somente terá sucesso à instituição que conseguir envolver todos os seus integrantes com a Qualidade. Adotaremos um conceito simples que se prestará bem ao nosso objetivo: É uma filosofia de administração envolvendo todos os integrantes de uma organização, que controla e aperfeiçoa, de modo contínuo, a maneira como o
  • 45. 45 Administração Eclesiástica trabalho é realizado, a fim de ir ao encontro das expectativas de qualidade do cliente. 3.1.2 Clientes Clientes são todas as pessoas envolvidas ou beneficiadas pelos processos produtivos de uma organização. As pessoas que se envolvem com os processos produtivos são os clientes internos e pertencem à organização (os crentes); as pessoas beneficiadas com os processos são os clientes externos, são aqueles que consomem os produtos ou serviços produzidos pela organização (os pecadores). Uma organização orientada pela Gestão da Qualidade Total comunga do seguinte princípio: Ela existe em razão dos seus clientes externos, e tem nos seus clientes internos o seu maior patrimônio. As organizações são constituídas por seres humanos e são eles ou por meio deles que tudo acontece. É sabido que somente o estado de satisfação permanente leva o indivíduo ou grupo de pessoas, a um estado de elevação moral. O moral elevado é o fator determinante para que as pessoas estejam motivadas, condição essencial para o crescimento pessoal e o aparecimento da produtividade na organização. 3.1.3 Elementos da qualidade Sete são os elementos constitutivos de um bem ou serviço com qualidade: 1) Satisfação do cliente 2) Moral dos clientes internos 3) Qualidade intrínseca 4) Custo 5) Segurança 6) Ambiente 7) Prazo 3.1.4 A satisfação do cliente
  • 46. 46 É a condição primeira para se conferir qualidade a um bem ou serviço, se o cliente não estiver satisfeito, inúteis foram os esforços. Na era pré-qualidade poderíamos dizer a frase: “ Quem entende de igreja somos nós, os crentes”, hoje é inconcebível tal postura, devemos conhecer o que nossos clientes precisam e desejam. As Organizações produtivas existem para a satisfação dos seus clientes, atuando em conformidade com a missão que determina a sua existência. 3.1.5 Moral Conforme prescrevem os japoneses, criadores da qualidade total, o cliente reina em primeiro lugar; clientes são todos aqueles participantes (crentes) ou beneficiados pelos processos (pecadores). É preciso que as pessoas que integram a organização, no nosso caso a igreja, estejam com o moral elevado, ou seja, estejam motivadas para o trabalho do Senhor. A motivação vem do interior de cada um, mas os fatores externos, contribuem para o surgimento de tal estado de animação para o trabalho. 3.1.6 Qualidade intrínseca É a qualidade própria do bem ou do serviço que foi produzido. É a qualidade que você vê, como aspectos de aparência, de organização, ou seja, é a qualidade propriamente dita. Exemplo: Um crente bem vestido, educado, que demonstra ter Deus no seu coração e domina bem a palavra do Senhor, etc. A qualidade intrínseca é um dos primeiros elementos da qualidade reconhecidos pelo cliente, dessa forma, ela se torna muito importante, pois exerce um poder de sedução ou de repulsa no cliente. É a primeira impressão, e conforme o dito popular, ela é quem fica. A apresentação de um produto é de suma importância para sua aceitação e o sucesso do empreendimento. 3.1.7 Custo Ainda que as organizações eclesiásticas não sejam geradoras de lucro, elas não conseguem existir gerando prejuízo. A relação de custo/benefício favorável é indispensável na gestão pela qualidade total. O custo deve ser considerado, lembrando que uma organização não vive de um projeto exclusivo, assim, deve distribuir de forma racional, proba e eficiente os seus recursos.
  • 47. 47 Administração Eclesiástica 3.1.8 A segurança É outro aspecto importante. Imaginem uma indústria que produzisse uma lâmpada que iluminasse o dobro do que a lâmpada comum gastasse a metade de energia elétrica que as demais, que custasse menos que as lâmpadas convencionais, mas que ao terminar sua vida útil, explodisse e projetasse pedaços de vidro para todos os lados. Teria qualidade? A qualidade depende de segurança, trás consigo o conceito da garantia da qualidade. 3.1.9 O ambiente Onde a organização atua deve ser propício à qualidade. Existe um programa internacionalmente conhecido, desenvolvido no Japão, denominado “Programa dos 5S” que através de ações de educação dos funcionários, consegue um ambiente sadio e propício para o trabalho. O ambiente propício para a qualidade é aquele onde existe paz, harmonia, respeito, ordem, fraternidade, saúde, higiene, compromisso com o trabalho, e disciplina consciente . 3.1.10 O prazo Está ligado ao momento da entrega do bem adquirido pelo cliente ou o momento em que lhe é prestado o serviço. Se apenas um desses sete elementos não estiver presente, não é possível conferir qualidade ao bem ou serviço produzido. 3.2 Os princípios da qualidade A Gestão pela Qualidade Total possui princípios que devem ser conhecidos e praticados por todos os integrantes da organização. Tais princípios foram elaborados a partir da filosofia básica da qualidade e da experiência de iminentes teóricos como Deming, Juran, Crosby, e outros, são eles: 3.2.1 Aperfeiçoamento contínuo Toda igreja está inserida no ambiente social, com a finalidade de satisfazer necessidades de pessoas com serviços, assim, não pode se esquecer que a sociedade é dinâmica, que as necessidades das pessoas mudam de tempo em tempo, o que demanda uma constante vigilância e aperfeiçoamento
  • 48. 48 contínuo por parte das organizações (ex: caso das concessões de canais de televisão e rádio). O aperfeiçoamento consiste na modificação de processos já existentes ou na criação de novos processos, sempre com fulcro nas necessidades dos clientes. Para que a organização possa se aperfeiçoar ela deve manter mecanismos eficientes de consulta aos clientes e detectar suas necessidades no momento mais precoce possível, para surpreendê-los com a excelência dos serviços prestados. 3.2.2 Constância de Propósitos A Gestão pela Qualidade Total é consubstanciada em programas que estabelecem metas específicas para serem atingidas ao longo de um certo período. Cronogramas são estabelecidos para serem atingidos, de sorte que independente de pessoas as metas devem ser atingidas, e para tal, esse propósito é constante. “Sedes firmes e constantes, sempre abundantes no Senhor”. A constância de propósitos não pode tornar-se obstáculo para o aperfeiçoamento contínuo, ser constante não significa ser estagnado; as metas podem ser alteradas dentro do propósito inicial, qual seja, de atender as necessidades dos clientes, mas somente por esse motivo. 3.2.3 Delegação de Competência A gestão pela Qualidade Total parte do pressuposto de que não sendo possível à onipresença ou onisciência ao ser humano, fica desaconselhável a centralização. Atributos de onisciência e onipresença pertencem só a Deus. O poder de decisão não é delegável, ele é atributo exclusivo daquele que detém o cargo ou a função, entretanto, todos os integrantes da organização têm um potencial produtivo, responsabilidade formal, vontade de participar, necessidade de estar motivado para o trabalho. A delegação de competência refere-se a dar a cada um a plenitude de possibilidades para que todos se sintam importantes e responsáveis pelos destinos da organização. Moisés no auge de seu ministério passou a ter dificuldades em dar assistência a todas as pessoas que dependiam de sua decisão, o que lhe trouxe bastante prejuízo, tanto na priorização de problemas a serem geridos, como no cuidado com a própria saúde, sendo necessário o conselho de Jetro, seu sogro, no sentido de que delegasse parte de seu poder a homens confiáveis.
  • 49. 49 Administração Eclesiástica Há de se compreender, entretanto, que gerir com qualidade não significa dar um golpe no princípio da hierarquia e da autoridade; as pessoas continuam sendo, cada uma delas, responsáveis pelos resultados obtidos por seus setores, mesmo porque, só se delega o que pode ser delegado. 3.2.4 Disseminação de Informações Todos os integrantes da igreja devem saber com clareza sua missão , seus propósitos, seus planos e metas. As informações só serão úteis se viabilizarem uma atividade operacional que gere qualidade para seus clientes. Deve ser incentivado um sentimento de captação dos fatos mais significativos relacionados aos processos produtivos da igreja, e transformá-los em dados para posteriormente receberem as interpretações estatísticas necessárias a monitorização de tais processos. Kaoru Ishikawa prescreve que não é possível atribuir qualidade àquilo que não se pode medir, pode-se, quando muito ter impressões se algo vai ou não bem, mas a qualidade deve ser quantificada. A organização deve criar mecanismos internos de disseminação das informações de interesse da qualidade, certificar-se que todos terão acesso, e também, criar mecanismos permanentes de escuta de seus clientes, tanto os internos quanto os externos. 3.2.5 Desenvolvimento de Recursos Humanos “A grandiosidade de uma organização se mede pelo nível de realização dos homens que ela tem”. Referida frase de autor desconhecido revela que investir no homem é investir em quem produz a qualidade. Todos os integrantes da organização precisam poder sentir-se confortáveis e felizes com a igreja e poder usar suas capacidades e realizar seu potencial. Além dos fatores motivadores convencionais deve-se criar nos homens o que Albrecht chamou de “Espírito de serviço”; ou seja, sentir-se valorizado por estar exercendo a função da forma e nas condições que lhe são apresentadas. Se qualidade se faz com educação, deve-se investir numa educação de qualidade, que capacitará as pessoas não só como líderes, mas como pessoas, desenvolvendo conhecimentos complementares ao entendimento
  • 50. 50 do porque devemos satisfazer as necessidades legítimas dos nossos semelhantes. Cabe ao administrador da qualidade nas igrejas, em qualquer nível, dar aos seus membros a satisfação, de ter a capacidade de levar ajuda aos seus semelhantes, de terem valor na organização da igreja, de serem motivados com os mecanismos já existentes de reconhecimento de mérito (elogios). As necessidades higiênicas devem estar realizadas para que os fatores motivacionais possam fazer seus efeitos e permitir que as pessoas se motivem. Todo crente com cargo de chefia deve estar atento a este fato, as condições de moradia, de alimentação, o convívio social, etc. 3.2.6 Garantia da Qualidade Garantir a qualidade dos serviços prestados não significa estar certificando a inexistência de erro. O que se garante é a padronização dos processos produtivos e a adesão, pela organização, da política da qualidade. Sem sombra de dúvidas, estando os processos monitorados, os erros quase inexistem, entretanto, não se pode falar em zero defeitos. Uma igreja com qualidade garante o bem estar de seus membros; deve possuir mecanismos que lhes permitam sugestões. A organização aceita a sugestão como elemento de evolução e faz desta oportunidade, motivo de aproximação e de conquista do cliente insatisfeito. 3.2.7 Gerência de Processos Os processos são estruturados dentro de uma organização comprometida com a qualidade, para produzir os serviços que irão ser consumidos pelos seus clientes. Para assegurar-se que os serviços estejam sendo produzidos com qualidade é preciso que os processos sejam o foco da gerência, e isto é feito dentre outras maneiras, pelo Ciclo PDCA, que veremos mais à frente quando estudarmos as ferramentas da qualidade . Os processos dependem da mão-de-obra, dos métodos utilizados e dos equipamentos Quando o processo não cumpriu o papel para o qual foi planejado, diz-se ter ocorrido um defeito, momento em que se estuda cada de suas etapas, localiza-se o (s) defeito(s) e o corrige. Gerenciar os processos significa
  • 51. 51 Administração Eclesiástica mantê-los sob constante monitorização, reconhecendo defeitos, se houverem, e agindo retroativamente na busca de um serviço com qualidade. Albrecht é categórico em dizer que quando da ocorrência de um defeito, via de regra a responsabilidade foi da gerência que falhou em alguma etapa do processo produtivo (método errado, mão-de-obra despreparada ou equipamentos inadequados ou insuficientes), não o operador que com o seu ato trouxe ao mundo palpável o que estava oculto pela falta de visão da gerência. 3.2.8 Gerência Participativa Gerência participativa não se confunde com anarquia ou desestruturação da hierarquia da organização. É simplesmente um modo de gerenciar que dá oportunidade para que todos os integrantes da organização dêem sua colaboração, tornando-os orgulhosos e motivados a uma gestão empreendedora. Julgam os teóricos da qualidade total ser de fundamental importância que se crie mecanismos para ouvir os clientes, e com isto, as experiências daqueles que fazem as horas da verdade, cheguem aos planejadores da qualidade. Os membros comuns são mais livres para apreciar os processos produtivos, são desvinculados das pessoas que detém o poder da organização, o que via de regra não ocorre com os líderes, assim, são mais propensos a uma análise isenta, além de vivenciarem na prática o funcionamento dos processos. 3.2.9 Não-aceitação de Defeitos A palavra defeito deve significar obtenção de resultado indesejado para aquele processo; ela detém-se ao fato, não às pessoas envolvidas com o processo defeituoso. O defeito pode ser resultado da má interpretação do requisito do cliente (o que ele desejava do produto ou serviço), da má escolha dos insumos, da má atuação da mão-de-obra, da falta de qualidade do serviço fornecido para o processo se efetivar, de métodos imprecisos ou mal planejados para o dado processo produtivo, ou no mau desempenho dos equipamentos disponíveis. Com estes novos conceitos fica mais claro porque do princípio da gerência dos processos. O administrador da qualidade deve diagnosticar em que momento do processo ocorreu o defeito, entender o mecanismo de
  • 52. 52 ocorrência, freqüência, causas mais incidentes e combatê-lo até sua extinção e encontrar a otimização do processo. É através do emprego das ferramentas da qualidade, com realce para o Ciclo PDCA, que se estuda os processos e se busca a excelência. 3.2.10 Total Satisfação dos Clientes Esta é a questão básica da qualidade total; o sentimento de satisfação deve existir em todos os níveis. Não é uma tarefa fácil satisfazer a expectativa dos seres humanos, uma vez que a individualidade dá a cada pessoa um nível diferente de necessidades. A tarefa se torna mais complexa ainda quando uma igreja se propõe a satisfazer as necessidades de seus membros. O serviço é permeado de aspectos intangíveis, abstratos, especialmente naqueles ligados ao oferecimento de segurança às pessoas. De outro lado, as necessidades existem, as igrejas são criadas para satisfazê-las, e só sobreviverão se vencerem o desafio de deixarem seus membros satisfeitos com seus serviços. Satisfazer os clientes tem um duplo caráter: o primeiro do imediatismo, qual seja, a questão da própria sobrevivência das igrejas, e o segundo de caráter futurista, em que o processo de consciência social e globalização, torna cada vez mais o grau de qualidade das organizações, fator de diferenciação e preferência.
  • 53. 53 Administração Eclesiástica Capítulo 4 Qualidade de Vida e Relações Humanas na Igreja Introdução Abordarei neste trabalho os aspectos normais do relacionamento humano dentro da qualidade total. A extensão do relacionamento humano dentro do ministério é muito importante, pois se trata do tratamento humano e como o obreiro deverá efetuar seu trabalho entre pessoas, creio que um breve curso sobre relações humanas fará muito bem ao obreiro. O relacionamento humano faz-se necessário em todas as áreas. A verdade, o desejo, a determinação são diferentes em cada indivíduo. Os homens embora todos nascidos de um só – Adão diferenciam-se em muitos aspectos. Cada elemento tem uma filosofia de vida, embora pertença a um mesmo grupo social. Um político pensa diferente do outro; mesmo quando ambos desejam o mesmo posto na política. O obreiro deverá viver sua vida ministerial entre pessoas diferentes - com pensamentos diversos; alguns com um alto índice de humanitarismo, outros, sem o mínimo desse senso. Portanto, seu trabalho dependerá muito do tipo de relacionamento que mantiver com seus companheiros e com os homens da sociedade. 4.1 O que significa relações humanas? Como determinar a frase Relações Humanas de modo claro e objetivo? O homem é um ser que necessita de companhia. E “Disse Deus... não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele”, Gn 2.18. Após a criação, Deus notou a necessidade do homem se relacionar com outro ser da mesma espécie, então, criou a mulher. Pode-se dar ai o início das Relações Humanas - um homem e uma mulher estavam vivendo sob o mesmo teto, e tinham que se relacionar. Portanto, do ponto de vista bíblico, Relações Humanas é o ato de duas pessoas se ajudarem entre si. Definindo Relações Humanas como ciência. Pode-se ainda definir relações humanas como sendo uma carência. Neste aspecto, deverá abranger todas as teorias que tratam o homem como ser humano.
  • 54. 54 A sociologia trata o homem como ser social - isto é, ele necessita comunicar- se com outro para poder ter seus anseios revelados e satisfeitos. Tanto os anseios como a satisfação do homem só completam-se quando são expostos de forma clara, por meio de uma linguagem clara e por meio do relacionamento humano. 4.2 Relações Humanas no pIano de Deus Em todo o tempo da história do homem, Deus traçou planos para que esse tivesse o melhor relacionamento com outros de sua espécie. Contudo, em todos os lugares onde se queira ir, existe uma dependência; eu dependo de meus leitores, meus leitores dependem de mim para expor-lhes essas idéias, eu e meus leitores dependemos dos impressores e dos vendedores; os primeiros dão o acabamento necessário à obra, os outros dão a devida valorização a ela perante os compradores; e assim, de modo geral, embora não exista um relacionamento próximo, nos relacionamos por meio de um objeto de interesse de todos - este livro. Se não houvesse Relações Humanas não haveria escritor, impressor, vendedor e leitor. Se resolvêssemos viver cada um para si mesmo, teríamos um mundo para cada um - passaríamos a depender cada um de seu próprio ambiente. Conseqüentemente, não poderíamos expor as nossas idéias ou as nossas qualificações profissionais, pois não haveria ninguém para apreciá- las. Teríamos que nos contentar em ser nós mesmos. O relacionamento humano parte de uma premissa divina - “não é bom que o homem esteja só”. O homem foi criado possuindo dentro de si os atributos divinos: sentimento, amor, vontade, prazer etc. Esses sentimentos são partes inseparáveis da vida do homem. Para amar, tenho que me relacionar com outra pessoa, se sinto prazer, sinto por alguma coisa, e se há em mim algum sentimento, ele existe por alguma razão. Mas só verei satisfeitos os meus sentimentos se me relacionar com outras pessoas. Assim, pode-se chegar a uma definição mais clara sobre Relações Humanas. Portanto, ela é “o elo principal” entre duas pessoas que pensam de modo diferentes, possuem idéias contrárias, mas quando essas idéias se condensam formam um só pensamento sobre um determinado ponto de vista. 4.3 Sua necessidade dentro do ministério Talvez não fosse necessário fazer nenhum outro comentário sobre a necessidade de Relações Humanas dentro do ministério. Tudo que já se falou até aqui seria mais que suficiente, não obstante, se não for feita à
  • 55. 55 Administração Eclesiástica colocação exata do relacionamento humano dentro do ministério, todo esse trabalho não terá nenhum significado. Assim como, escrever esse capítulo só para esclarecer alguns pontos não seria necessário, seria perda de tempo repassar um assunto já tratado anteriormente. Entretanto, será tratado o assunto mais profundamente e mostrar a necessidade do relacionamento humano dentro do ministério. A necessidade básica do relacionamento humano dinamizado está no fato do obreiro estar sempre envolvido com pessoas. Quando o obreiro trata com pessoas, o tipo de relacionamento que estiver cultivando será notado. Se ele é um homem polido, se possui a sabedoria do Espírito Santo, logo se verificará nele o hábito de manter com todos um relacionamento normal. Dentro do ministério, esse tipo de relacionamento é de suma importância - quer pela responsabilidade do cargo, quer pela própria natureza cristã. Haverá sempre pessoas que questionam certos pontos de vista. Embora pertençam à mesma classe social, não estão de acordo com as idéias apresentadas. É direito das pessoas aceitar ou não as idéias dos outros, não são obrigadas a fazer uma coisa só porque alguém o quer. É natural que seja requerido obediência aos sistemas doutrinários e a liderança quer que todos aceitem passivamente, quer esses sistemas sejam bons ou ruins. A função fundamental da ciência das Relações Humanas é mostrar que as outras pessoas também possuem os mesmos direitos. Quando se está envolvido com homens, não há como deixar de envolver-se com pensamentos diversificados. Só por meio do relacionamento humano pode-se chegar ao comum acordo. Em Zacarias 4.6 tem-se a seguinte expressão “não por força, nem por violência, mas por meu Espírito...”. Deus tem poder para fazer penetrar à sua palavra em quem quer que seja, contudo, exclama: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às comunidades” Deus se relaciona com o homem; faz isso para poder comunicar-lhe à sua vontade; comunica e deixa que o homem O busque para que ambos tenham comunhão - bom relacionamento. No transcurso deste estudo dar-se-á mais detalhes sobre a necessidade do relacionamento humano. Contudo, por enquanto, apenas será definido, relativamente, a necessidade das Relações Humanas no ministério. a) A necessidade do relacionamento humano vem à baila porque o homem é um ser social - necessita comunicar a outro homem às suas necessidades físicas e emocionais. b) O homem vive num mundo onde tem muitos pontos em comum com outro: o trabalho, estudo, a religião, a política, a diversão e a fantasia.
  • 56. 56 c) Relacionar-se é sinal de amor fraternal. É prova que os homens vivem num mesmo mundo e partilham comumente de tudo. d) Por fim, a relação humana é tão necessária hoje como o é o oxigênio para a vida. Vivemos num mundo eletronizado, onde tudo está sendo feito por meio de equipamentos eletrônicos; por isso, o homem precisa relacionar- se com outro ser da mesma espécie, pois do contrário, não formará uma sociedade e não será membro de uma comunidade participativa e humanitária. Correrá o risco de tornar-se máquina, robô com cérebro eletrônico. 4.4 Relações humanas e a comunicação Na comunicação podem surgir várias barreiras. Algumas tão sutis que não vale a pena mencioná-las, Entretanto, alguns exemplos dessas barreiras serão citados. 4.4.1 Opiniões e atitudes Algumas vezes as opiniões e atitudes pessoais formam as primeiras barreiras na comunicação. Há pessoas que só ouvem e lêem o que lhes interessa, mesmo que a mensagem do que lê não coincida com o conteúdo da mensagem de seu interlocutor. 4.4.2 Egocentrismo Esse impede o homem de enxergar o ponto de vista de seu interlocutor; também lhe impele a rebater tudo que ele diz. A sua opinião é a que vale; mesmo que esteja errado, não admite. Não dá nenhuma chance a ele para explicar ou expressar melhor o assunto. Outras vezes, seu desejo de falar é tão forte (egocentrismo) que fala o tempo todo. 4.4.3 A percepção que tem do outro Outras vezes permite acumular em seus conscientes ressentimentos contra alguém e quando está numa mesma conversa deixa transparecer isso. Às vezes, não concorda com a linha de pensamento dele - não que seja inaceitável, mas, porque tem ressentimentos contra ele. Enquanto estiver falando, sua atenção estará voltada para outro campo de sua preferência. 4.4.4 Competição A competição está presente em qualquer área. Lamentavelmente existem pessoas que estão sempre dispostas a competir e, não será numa conversa
  • 57. 57 Administração Eclesiástica que não tentará competir. Numa conversa longa, dificilmente permitirá que as pessoas terminem as palavras. Ora completando-as, ora mudando o assunto. 4.4.5 Frustração Essa impede que a pessoa ouça e entenda o que está sendo anunciado por seu interlocutor. As proposições acima podem acabar um relacionamento bem antes de ter começado. Por isso, o tato na comunicação é muito importante. Concluindo esse assunto, é preciso deixar bem claro que a comunicação é um ponto importante nas relações humanas. 4.5 Os problemas do relacionamento humano Em qualquer área, principalmente quando envolve o ser humano haverá problemas. Alguns podem ser evitados, outros, infelizmente, não são possíveis evitar-se. Um antigo filósofo afirmava “O homem é um mistério dentro da natureza; só Deus o conhece por dentro e por fora”. Não há como conhecer o ser humano. “Não conheço o meu interior, não sei quando estou bem ou quando estou mal; quando posso aceitar ou quando devo rejeitar”. Há em mim duas naturezas ou duas nações, como escreveu o apóstolo Paulo, uma espiritual e outra carnal; entre as duas existe um constante conflito. “Em minha natureza espiritual admito a superioridade alheia, mas na minha natureza carnal sou superior”.Acho-me tão acima dos outros que só os vejo abaixo de mim. São problemas como os descritos acima que atrapalham o relacionamento humano, dificultam a comunicação e põem fim ao elo entre duas ou mais pessoas. Abaixo alguns dos problemas do relacionamento humano que são tratados de modo claro, objetivo e humano. 4.5.1 A superioridade pessoal O homem desde sua criação foi criado superior às outras coisas; superior aos animais, terra, aves, até mesmo sobre a mulher, Gn 1.28; 2.16; 2.18. Essa atitude de superioridade é nata no homem, contudo, ele precisa conhecer a sua condição perante os outros. Jesus em Mc 10.43-44 ensina como Deus quer que o obreiro seja com os outros; as palavras do Mestre dos mestres: “Mas entre vós não é assim, pelo contrário, quem quiser tomar-se grande entre vós será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos”. para Jesus, superioridade não existe - todos são iguais; mais que isso aquele que quiser ser o maior seja o menor. Em outro lugar diz: “... antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve...” Lc 22.26. Jesus era o maior entre todos os homens, entretanto, lavou aos pés dos discípulos, Jo 13.4-5.
  • 58. 58 A superioridade pessoal é uma trave resistente no relacionamento. Quando uma pessoa demonstra superioridade sobre as demais pessoas elas se afastam dela, se recusam a fazer parte do mesmo grupo em que está e se defendem contra a superioridade que aquilo demonstra. O fato de alguém ter cursado várias faculdades não a faz superior a outras pessoas. Atendi, em meu gabinete de trabalho, a certo senhor que estava com alguns problemas pessoais. Normalmente tomo nota do nome, endereço e profissão das pessoas. Ao perguntar a sua profissão ele me disse que era engenheiro mecânico. Passamos a conversar e logo descobri os seus problemas. Ele havia cursado além da faculdade de engenharia mecânica, mais três outras faculdades na área de engenharia e mais uma na área de administração; era mestre e doutor em física, além de outros cursos especializados e estágios; em síntese, era um homem altamente culto, possuidor de uma cultura invejável, Entretanto, não sabia fazer uso de tal sabedoria, pois na área do relacionamento humano, não conseguia manter contato com as pessoas. Seus colegas de trabalho o achavam antipático e autoritário. Após nossa conversa, passei a analisar o caso com mais atenção - pois lhe havia solicitado que voltasse outro dia para que pudesse lhe dar uma orientação melhor. Por meio das anotações, fiz a avaliação da entrevista e descobri que ele trabalhava com pessoas, que embora formadas, não possuíam um currículo tão completo. Ele afirmara várias vezes durante a entrevista o fato de seu chefe não possuir as mesmas qualificações que ele. Em sua opinião era ele que devia ser o chefe. Nesse exemplo, há um tipo de superioridade pessoal revelada. Ainda que seus companheiros de serviço pudessem apontá-lo para a chefia do departamento, não o fariam, pois já haviam rompido o elo com ele. No campo espiritual acontece à mesma coisa. Se um obreiro muito inteligente, cuja vida espiritual estiver elevada achar-se superior aos outros e demonstrar isso claramente, não demorará muito para ser notado pelos demais; muitos reconhecerão seus valores, mas se manterão afastados dele por causa de sua superioridade. A Bíblia nos ensina fazer tudo com humildade, se o obreiro é conhecedor de determinada matéria, se a domina mais que os outros devem se portar como aprendiz para que possa alcançar a simpatia de todos. Existem pessoas que por estarem em posições privilegiadas não se misturam, mostram superioridade; outros, por possuírem dinheiro, se julgam superiores aos pobres. Preguei numa comunidade cuja ala central do templo era ocupada por homens ricos; ao final do culto, permaneciam juntos, conversando sobre os seus negócios milionários. Em resumo: superioridade é querer ser mais que os outros. Viver em atitude elevada não ajudará ninguém no relacionamento humano. O obreiro deve ser
  • 59. 59 Administração Eclesiástica o que é -viver no ambiente que vive normalmente. Tratar os outros como se todos fossem superiores a ele mesmo. 4.5.2 As críticas e as censuras As relações em grupo podem ser afetadas por causa das críticas e das censuras. Esses dois pontos serão tratados separadamente. Em qualquer circunstância da vida haverá críticas. Tanto no âmbito construtivo, como no destrutivo. Um artista, ao terminar sua obra, a expõe publicamente para ser criticada. Trata-se duma crítica construtiva. O mesmo acontece com o escritor, antes de publicar um livro, entrega os originais aos críticos literários ou a um amigo para receber as críticas. Também nesse caso, trata-se de crítica construtiva. Em ambos os casos, as críticas irão influenciar positivamente na vida do artista ou do escritor Para eles, essa crítica é importante, dela dependerá o sucesso da obra. De forma alguma eles serão prejudicados psicologicamente; não sentirão os efeitos psicológicos das críticas. O efeito seria ao contrário com eles se ao terminar a obra as expusessem ao público e, no dia seguinte, os jornais anunciassem a opinião negativa do público e dos críticos. Eles esperavam sucesso e não o fracasso acompanhado de criticas destrutivas. Segundo a psicologia, os efeitos da crítica, tanto positiva como negativa, refletem diretamente no indivíduo. 4.5.3 Os efeitos negativos das criticas São tantos os efeitos negativos das críticas que neste espaço será impossível relacioná-los. Contudo, os mais comuns, os que provocam o rompimento das relações humanas serão tratados. 4.6 A influência da crítica no comportamento humano O ajustamento do indivíduo, em certas áreas da vida, dependerá da forma como se faz o ajustamento. Desde a influência o indivíduo leva dentro de si aspirações. Algumas nunca serão alcançadas, outras, entretanto, são atingidas, mas muitas vezes abandonadas pela metade. A realização de nossas aspirações no futuro dependerá muito da forma psicológica que o indivíduo a toma. O exemplo abaixo ilustra a influência da crítica no comportamento humano. “Uma criança que desde pequena receba por seus atos certos ou errados algum tipo de crítica, se tornaria deprimida, medrosa e frustrada. Toda vez