2. Introdução
O Batismo é o sacramento pelo qual, pela
graça, nascemos para a vida nova em Cristo.
O Batismo limpa o pecado original e faz-nos
filhos de Deus e membros da Igreja.
4. O sentido do batismo
Um bebê recém-nascido vem a este mundo com a alma
sobrenaturalmente morta. Possui plenamente a vida natural:
tem todas as faculdades e poderes (alguns ainda não
desenvolvidos) que lhe pertencem estritamente como ser
humano: a faculdade de ver, ouvir e sentir; o poder de
raciocinar, recordar e querer. Tem tudo o que é próprio da
natureza humana, mas nada mais.
A vida sobrenatural, efeito da inabitação pessoal e íntima
de Deus na alma, está ausente dessa alma. De um bebê
assim, dizemos que está em “estado de pecado original”. O
pecado original não é, em sentido estrito, uma “mancha” na
alma, nem, para falar com propriedade, uma “coisa”. É a
ausência de algo que devia estar ali.
5. Para restaurar na alma da criança essa herança
perdida, Jesus instituiu o sacramento do Batismo. O
Batismo é o meio instituído por Jesus para aplicar a cada
alma individual a reparação do pecado original que Ele
nos obteve na cruz. Jesus não nos força a receber o seu
dom, esse dom de vida sobrenatural que Ele nos
conseguiu. Oferece-o com todo o interesse, mas cada um
tem que aceitá-lo livremente. E essa aceitação realiza-se
quando recebemos o sacramento do Batismo.
6. Para quem é batizado em criança, a aceitação é passiva.
Poderíamos dizer que Deus, movido pelo seu ardente desejo
de morar na nossa alma, presume essa aceitação; se bem
que os pais em primeiro lugar e os padrinhos, em nome da
criança, aceitam formalmente a vida sobrenatural. Mas, quer
se trate de aceitação passiva da criança, quer da explícita do
adulto, em sendo administrado o sacramento do Batismo
esse vazio espiritual a que chamamos pecado original
desaparece, e Deus torna-se presente na alma. A alma
passa a participar da própria vida de Deus, e a essa
participação chamamos graça santificante.
7. O Batismo confere a primeira graça santificante,
pela qual é perdoado o pecado original e também os
atuais, se os há; redime toda a pena por eles devida;
imprime o caráter de cristão; faz-nos filhos de Deus,
membros da Igreja e herdeiros da glória do céu; e
habilita-nos a receber os demais sacramentos.
8. A marca do Cristão
Ao sermos batizados, acontecem conosco duas grandes
coisas: recebemos a vida sobrenatural – a graça santificante
– que preenche o vazio espiritual do pecado original; e a
nossa alma fica selada com uma qualidade permanente e
distintiva a que chamamos o caráter ou marca do Batismo.
Se depois de batizados pecamos mortalmente, cortamos a
nossa união com Deus e o fluxo de sua graça. Perdemos a
graça santificante, mas não o caráter batismal, que
transformou a nossa alma para sempre.
9. O batizado da criança
Quando uma pessoa se batiza na Igreja Católica, torna-se
um personagem histórico; o seu nome e outros dados
pertinentes são inscritos no registro batismal da paróquia e
cuidadosamente guardados. Se não sobrevier nenhuma
catástrofe esse registro permanecerá até o fim do mundo.
O registro batismal é essencial na vida do católico. Uma
vez que nenhum dos demais sacramentos é válido se não se
recebeu previamente o batismo, um católico deve provar
esse fato em cada escalão do seu progresso espiritual.
10. Quando for fazer a primeira comunhão, ser-lhe-á pedido
que mostre uma cópia da certidão batismal. Quando chegar
a hora de ser crismado, deverá apresentá-la outra vez.
Quando for com a noiva ou o noivo ver o pároco para
contrair matrimônio, os dois terão que voltar a exibi-la. Se
um jovem resolve ingressar num seminário e uma jovem
num convento, um e outra deverão apresentar-se providos
da correspondente certidão de batismo. O Batismo tem uma
importância tão absoluta que a Igreja o comprova em cada
etapa da vida para ter certeza de que não houve falhas
nessa questão capital.
11. “Os pais tem obrigação de que os filhos sejam batizados
nas primeiras semanas de vida. Logo depois do nascimento,
devem recorrer ao pároco a fim de pedirem o sacramento
para o filho e prepararem-se devidamente”. (CDC, cân 867)
Em princípio, a paróquia competente é a da residência
dos pais. Salvo os casos de emergência, nenhum sacerdote
a não ser o pároco dos pais, ou o sacerdote delegado pelo
pároco, tem o direito de administrar o sacramento do
Batismo a uma criança. Isto é assim para assegurar a boa
ordem na Igreja e para que cada pastor possa conhecer as
suas ovelhas. Ordinariamente, nenhum outro sacerdote
batizará a criança, a não ser que o pároco dos pais autorize
a fazê-lo em outro lugar.
12. Pode-se batizar uma criança nascida fora do
casamento religioso?
A resposta é sim. A Igreja não penaliza o filho
pelos pecados dos pais. Toda criança pode ser
batizada na Igreja Católica sob uma única condição:
que o sacerdote tenha provas razoáveis de que será
educada na fé. Como se trata de um assunto de
critério, o pároco deve avaliar cada caso particular e
as suas circunstâncias.
13. Os padrinhos
Ser padrinho de batismo é uma grande honra. Quando os
pais de um recém-nascido pedem a um parente ou amigo
que seja padrinho do seu filho, o que na realidade pedem é:
“Se alguma coisa nos acontecer, não há ninguém no mundo
a quem quereríamos confiar a criança mais que a você.” Os
padrinhos assumem uma responsabilidade por toda a vida
para com o bem espiritual do afilhado ou da afilhada.
Na maioria dos casos, esta responsabilidade cumpre-se
rezando pelos afilhados nas orações diárias e dando-lhes
bom exemplo de vida cristã. Mas, se alguma coisa acontece
aos pais, ou se os mesmos negligenciarem a formação
católica do filho, compete aos padrinhos assegurar os meios
para que o afilhado ou afilhada recebam uma sólida
formação na fé.
14. Condições para ser padrinho.
Ser bom católico.
Maior de dezesseis anos.
Ser batizado, crismado e já ter feito a 1ª
Comunhão.
(CDC cân 874)
15. Como os padrinhos têm que substituir os pais em caso de
necessidade, é natural que estes não sejam os padrinhos –
não se podem substituir a si mesmos. Por uma razão
parecida, também não pode ser padrinho o esposo ou esposa
de uma pessoa adulta que vai batizar-se.
Pelo Batismo, cria-se uma relação espiritual entre o
afilhado e o padrinho, relação que é muito real, e que
constitui, portanto, um impedimento para o matrimônio entre
ambos. Se quem vai batizar-se é uma pessoa adulta, o seu
noivo ou noiva não deveria apadrinhá-la porque, nesse caso,
seria necessário obter mais tarde a dispensa para se poder
celebrar o matrimônio.
16. Às vezes, acontece que os pais desejam que determinada pessoa seja
o padrinho do afilhado, mas a pessoa está impedida de assistir à
cerimônia por estar doente, viver em outra cidade, etc. Nessas
circunstâncias, o ausente pode ser escolhido como padrinho e delegar sua
presença. Basta-lhe estar informado do batismo, dar o seu consentimento
e concordar com que alguém o represente. O melhor é fazê-lo por escrito
(mencionando o nome da pessoa que o representará), e o documento
deverá ser apresentado ao sacerdote quando se marcar a cerimônia.
O ausente será o padrinho real, e será dele o nome inscrito no registro
batismal. É ele quem contrai a responsabilidade pelo afilhado. Quem
apadrinha obriga-se a manter um afetuoso interesse pelo afilhado durante
toda a vida. Qualquer pessoa, incluídos os pais, pode fazer as suas vezes
ao pé da pia batismal, mas quem atua em nome do padrinho não contrai
nenhuma obrigação espiritual.
17. Rito do Batismo
O rito do Batismo está cheio de riqueza e simbolismo
espiritual. Sempre que possível, é celebrado no domingo, dia
em que a Igreja comemora o mistério da Ressurreição de
Cristo e que, portanto, é muito apropriado para o nascimento
espiritual de uma alma que, nas águas batismais, vai
ressuscitar com Cristo e nascer para uma vida nova.
O sentido da graça do sacramento do Batismo aparece
claramente nos ritos da sua celebração. Seguindo, com a
participação atenta, os gestos e as palavras desta celebração,
os fiéis são iniciados nas riquezas que o sacramento significa
e realiza em cada novo batizado.
18. Acompanhados pelos padrinhos, o pai e a mãe apresentam o filho à
Igreja e solicitam o batismo, que é a porta de ingresso na Igreja. O
sacerdote (ou o diácono) que vai administrar o batismo dirige-se então ao
encontro dos pais e padrinhos, à porta ou no local da Igreja onde estes
se encontram reunidos, e, depois de saudá-los, recorda-lhes a alegria de
acolher os filhos como dom de Deus, desse Deus que é a fonte de toda a
vida e quer dar agora ao novo ser a sua própria vida: a graça santificante
e a filiação divina.
O celebrante inicia então o rito com um breve diálogo, em que lhes
pergunta, além do nome escolhido para a criança, o que pedem à Igreja
para ela. A resposta dos pais pode ser: “O Batismo”, “a graça de Cristo”,
“a entrada na Igreja”. Qualquer dessas respostas exprime bem a
consciência da grandeza do momento e dos frutos sobrenaturais do
santo Batismo.
19. A seguir, o celebrante lembra o compromisso
que pais e padrinhos assumem em relação à
criança, e convida-os a traçar, juntamente com ele,
o sinal da cruz na fronte da criança. É o sinal do
cristão, que deverá marcar-lhe os passos da vida e
acompanhá-la sempre.
20. Como acontece na celebração de todos os sacramentos,
antes de se iniciar o rito sacramental propriamente dito, tem
lugar a Liturgia da Palavra, que consta de algumas leituras
bíblicas relacionadas com o Batismo. A homilia que se segue
à liturgia tem como finalidade, além de comentar os textos
lidos, preparar todos os presentes para entenderem melhor a
profundidade do mistério do Batismo e assumirem com
alegria as obrigações que dele decorrem, especialmente
quanto aos pais e aos padrinhos.
21. A Liturgia da Palavra encerra-se com a oração dos fiéis, a
invocação dos santos e uma bela oração pedindo a Deus
que faça com “que estas crianças, livres da mancha original,
se tornem um templo vivo pela presença do Espírito Santo”;
e por último, com a unção pré-batismal.
Esta primeira unção é feita pelo celebrante no peito de
cada criança com o óleo dos catecúmenos, ao mesmo
tempo que diz: “O Cristo Salvador vos dê a sua força. Que
ela penetre em vossas vidas como este óleo no vosso
peito.” O óleo dos catecúmenos é um dos três óleos que o
bispo da diocese consagra todos os anos na Quinta-feira
Santa. Os outros dois são o Santo Crisma e o óleo dos
enfermos. A unção no peito da criança representa a
“couraça” espiritual com que o Batismo a recobre.
22. Logo após, todos se dirigem ao batistério, e,
quando se encontram junto da pia batismal, o
celebrante recorda o admirável plano de Deus,
que pela água quis santificar o homem. Está a
começar a Liturgia Sacramental, que tem como
primeiro passo uma oração sobre a água, que o
celebrante toca com a mão, enquanto pede que
venha sobre ela a força do Espírito Santo, para
que todos os que forem batizados ressuscitem
com Cristo para a vida.
23. Depois, chega o momento de fazer as promessas do Batismo, que
serão pronunciadas pelos pais e padrinhos. O celebrante pergunta-lhes:
“Renunciais a Satanás?”, e eles respondem: “Renuncio.” “E a todas as
suas obras?”. “Renuncio.” “E a todas as suas seduções?” “Renuncio.”
Uma vez formuladas as primeiras, o celebrante recebe a profissão de fé
dos pais e padrinhos, perguntando-lhes: “Credes em Deus Pai todo-
poderoso, criador do céu e da terra?” “Credes em Jesus Cristo, seu único
Filho, Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi
sepultado, ressuscitou dos mortos e subiu ao Céu?” “Credes no Espírito
Santo, na Santa Igreja Católica, na Comunhão dos Santos, na remissão
dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna?” A cada uma
destas três perguntas, os pais e padrinhos respondem: “Creio”.
Todos os anos, na Liturgia da Vigília Pascal, os batizados renovam
solenemente estas promessas e esta profissão da nossa fé.
24. Chega, por fim, o momento central da cerimônia. O sacerdote (ou
diácono) vai administrar o batismo à criança. Primeiro, o celebrante
convida a família a aproximar-se da pia batismal. Citando o nome da
criança, pergunta aos pais e padrinhos se querem que seja batizada na
mesma fé da Igreja que acabam de professar, e logo a seguir batiza a
criança dizendo as palavras sacramentais: “N..., eu te batizo em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo.”
Ao mencionar o nome de cada uma das três Pessoas divinas,
mergulha três vezes a criança na água (batismo por imersão) ou derrama-
a três vezes sobre a sua cabeça (batismo por infusão). Na prática, a
forma que se segue normalmente é a do batismo por infusão, e, neste
caso, o pai ou a mãe seguram a criança sobre a pia batismal. Onde for
tradicional que a segurem o padrinho ou a madrinha, conserva-se essa
tradição.
25. Uma vez transcorrido este momento culminante, a
cerimônia vai chegando rapidamente ao fim. A criança é agora
um filho de Deus, um príncipe da família real dos céus.
Participa também do sacerdócio eterno de Cristo. E assim
como os reis e sacerdotes dos tempos antigos eram ungidos,
a criança é agora ungida também, na cabeça, com o óleo
santo. Antes da unção, o celebrante pede a Deus: “Que Ele te
consagre com o óleo santo para que, como membro de Cristo,
sacerdote, profeta e rei, continues no seu Povo até a vida
eterna”.
26. É agora que tem lugar o breve rito da veste
branca; se a criança não estiver de branco, é
revestida com uma pequena túnica ou véu branco.
O celebrante recorda: “Agora nasceste de novo e te
revestiste de Cristo; por isso trazes esta veste
branca. Que os teus pais e amigos te ajudem pela
sua palavra e exemplo a conservar a dignidade de
filho de Deus até a vida eterna”.
27. Acabada esta oração, o sacerdote apresenta o círio pascal
e diz: “Recebe a luz de Cristo”. E os pais ou padrinhos
acendem no círio pascal a vida da criança, que tem um belo
simbolismo, expresso nas palavras que o celebrante lhes
dirige: “Pais e padrinhos, esta luz vos é entregue para que a
alimenteis. Por isso, esforçai-vos para que esta criança
caminhe na vida iluminada por Cristo, como filho da luz.
Perseverando na fé, possa com todos os santos ir ao
encontro do Senhor quando Ele vier”. A seguir, o celebrante
pode tocar os ouvidos e a boca da criança, dizendo: “O
Senhor Jesus, que fez os surdos ouvir e os mudos falar, te
conceda que possas logo ouvir a sua palavra e professar a
fé para louvor e glória de Deus Pai.”
28. Vem agora a conclusão do rito do Batismo. De pé,
diante do altar, o celebrante dirige aos presentes
uma exortação, para que preparem os novos
batizados para a recepção dos Sacramentos da
Crisma e da Eucaristia, quando chegar o momento
e todos juntos rezam o Pai-Nosso. Dá uma benção
às mães, aos pais e a todos os presentes, e encerra
o rito com uma benção final e a despedida.
Os pais ofereceram o seu filho a Deus. Deus
devolve-lhes um santo.
29. Quem pode administrar o batismo?
São ministros ordinários do Batismo, o bispo e o
presbítero, e, na Igreja Latina, também o diácono.
Em caso de necessidade, qualquer pessoa, mesmo
não batizada, desde que tenha a intenção requerida,
pode batizar. A intenção requerida é a de querer
fazer o que faz a Igreja quando batiza e aplicar a
fórmula batismal trinitária. A Igreja vê a razão desta
possibilidade na vontade salvífica universal de Deus
e na necessidade do Batismo para a salvação.
30. Se o Batismo é absolutamente necessário para ir
para o céu, que acontece com toda a gente que
morre sem oportunidade de recebê-lo e que talvez
nem sequer saiba que existe? Perderão o céu, sem
culpa alguma de sua parte?
31. Ninguém que tenha chegado ao uso da razão perde o céu a não ser
por culpa própria. É um artigo de fé cristã – definido pela Igreja – que
Deus dá a cada alma que cria a graça suficiente para se salvar.
Ninguém poderá jamais dizer: “Não pude alcançar o céu porque não
tive meios para isso.”
Para os que não tem ocasião de receber o batismo, o caminho até
Deus é um caminho de amor. Uma pessoa que ama a Deus sobre
todas as coisas e quer fazer tudo o que Deus quer, tem o batismo de
desejo. Se as circunstâncias a impedem de receber o batismo
sacramental, bastará o seu batismo de desejo para lhe serem abertas
as portas do céu. Do mesmo modo que um ato de supremo amor a
Deus perdoa todos os pecados, mesmo mortais, à alma que não pôde
apresentar-se à Confissão, um ato de supremo amor a Deus apagará
todos os pecados, tanto o original como os atuais, da alma que não
pode receber o batismo.
32. Quando alguém que ama a Deus conhece o
Batismo e quer recebê-lo, chamamos a essa
disposição batismo de desejo explícito. Quando
alguém que desconhece o Batismo ama a Deus e
quer fazer a sua vontade em tudo, possui o batismo
de desejo implícito.
33. A forma mais elevada de substituir o batismo
sacramental ou de desejo é aquela que chamamos
batismo de sangue. Mesmo sem batismo, qualquer
pessoa que sofra o martírio por Cristo tem a
certeza de alcançar a recompensa eterna. Mártir é
todo aquele que sofre por motivo sobrenatural a
morte ou uma ferida mortal infligida por ódio a
Cristo, à sua religião ou a uma verdade cristã.
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1. Para que serve o Sacramento do Batismo?
2. Pode-se batizar uma criança nascida fora do casamento religioso?
3. Quais são as condições necessárias para ser padrinho?
4. Em que consiste o rito essencial do Batismo?
5. Quem pode administrar o Sacramento do Batismo?
6. O que acontece com uma pessoa que morre sem o oportunidade de
receber o Sacramento do Batismo?