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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CCE-DEPARTAMENTO DE QUÍMICA
QUÍMICA DE PRODUTOS NATURAIS

ALCALÓIDES

RALPH GOMES
Alcalóides

Alcalóides generalidades


Alcalóides derivados do ácido nicotínico



Alcalóides terpênicos



Alcalóides derivados da histidina: imidazólicos



Alcalóides derivados da fenilalanina e tirosina I: aporfínicos, protoberberínicos
Introdução

Farmacognosia e os Produtos Naturais...
 Estudo das propriedades físicas, químicas, bioquímicas e biológicas de
produtos naturais buscando a identificação de novas substâncias ativas
com potencial terapêutico (Sociedade Americana de Farmacognosia,
2005).

Produtos Naturais → Atividade Biológica → Diversidade Química
 Plantas
 Animais
 Microorganismos
Metabolismo Vegetal
METABÓLITOS PRIMÁRIOS

Macromoléculas:
lipídios, glicídios e
proteínas
Funções constitutivas
Distribuição universal

METABÓLITOS SECUNDÁRIOS

Micromoléculas
complexas
Atividades biológicas
Funções variadas
Distribuição restrita

Quimiotaxonomia
Ecologia química
Metabólitos Secundários
Não são simples resíduos do metabolismo primário

Agentes de defesa: combate a organismos patogênicos, insetos e
herbívoros
 Agentes de competição: modificação do comportamento germinativo e
do crescimento de espécies vegetais estranhas
 Atratores de animais polinizadores e dispersores de sementes:
manutenção da espécie

Metabólitos Secundários

400.000 espécies de plantas superiores no mundo

10% foram caracterizadas até o momento

100.000 compostos descobertos
12.000 alcalóides conhecidos
 produção restrita a algumas famílias
 atividades antimicrobiana,disuasória alimentar
 rotas biossintéticas complexas, multi-passos

Metabólitos Secundários
Classes Representativas dos Metabólitos Secundários

Terpenos
Lignanas
Flavonóides

Fenilpropanóides

Xantonas

Esteróides

Cromanos

ALCALÓIDES

Quinonas
Cumarinas
Acetofenonas
Alcalóides – Conceito
Substâncias orgânicas de origem natural
 Possuem nitrogênio formando um heterociclo
 Natureza básica
 Derivados de aminoácidos
 Distribuição restrita
 Apresentam atividade farmacológica




O termo não define um grupo homogêneo químico, bioquímico ou fisiológico



Grande número de substâncias descritas



Diversidade estrutural



Várias origens (plantas, bactérias, fungos, animais)
Alcalóides – Distribuição


Animais: peixes e anfíbios



Bactérias: Pseudomonas aeruginosa (fiocanina)



Fungos: Psilocibe sp. (psilocibina)



Pteridófitas: Equisetales e Licopodiales



Gimnospermas: Taxales e Gnetales



Angiospermas – diocotiledôneas principalmente

Distribuição seletiva leva a considerações
quimiotaxonômicas importantes


Muitas vezes é possível estabelecer um
paralelismo entre evolução bioquímica e evolução
botânica: todos alcalóides de uma planta
apresentam origem biossintética comum

Alcalóides – Localização
A mobilização de alcalóides pelos tecidos vegetais varia conforme o
período germinativo e variações ambientais




Pouco comum em células jovens



Presentes em diversas partes do vegetal

Geralmente temos 1 majoritário mais centenas de minoritários:
atividade farmacológica pode estar relacionada a qualquer um deles


Cinchona sp.
Catharanthus roseus
Vincristina e vimblastina
(ppm)

Quinina 15% (p/p)
Alcalóides – Biossíntese


Síntese a partir de aminoácidos



Alcalóides terpênicos, esteroidais e purínicos possuem diversos precursores

L-Ornitina
HO

Pirrolizidínicos
retronecina

H2 N

H2 N

CO2H

N

H

Pirrolidínicos

O

N

higrina

H 3C

N
H

Tropânicos
hiosciamina

OH

H

OH
H

O
O
Alcalóides – Biossíntese
L-Lisina
OH

Quinolizidínicos

H

lupinina

N

H 2N

H 2N

CO2H

Indolizidínicos

N

L-Triptofano

CO2H
NH2

Indólicos
ajmalicina

N
H

N

N
H H

H
H

H3COOC

O

H
Alcalóides – Biossíntese

L-Fenilalanina / L-Tirosina
MeO

CO2H
NH2

R

Isoquinolínicos

N

MeO

papaverina

OMe

OMe

L-Histidina
CO2H
N

NH2
N
H

Imidazólicos
pilocarpina

H3C
N
N

O
Alcalóides – Biossíntese
Ácido Antranílico
H

Quinolínicos
quinina

CO2H

HO

H
H

O

NH2

N

N

N

Quinazolínicos
N

Ácido Nicotínico
CO2H

N

Piridínicos
nicotina

H
N

N
CH3
Alcalóides – Estruturas
N
N

N

H

H

pirrol

N

N
H
piperidina

pirrolidina

N
piridina

pirimidina

N
N

N
quinolina

isoquinolina

N

H

N
imidazol

quinolizidina

N CH3

tropano

cicloperhidrofenantreno

H
N

N
N
indol

H

O

N
purina

OH

N
tropolona

Principais estruturas
encontradas em
alcalóides
Alcalóides
Propriedades físico-químicas


Grande parte dos alcalóides oxigenados são sólidos cristalinos incolores



Não-oxigenados em geral são líquidos e voláteis (coniína, nicotina)



Muitos são oticamente ativos

Na forma de base livre: instáveis e solúveis em solventes orgânicos, pouco solúvel em
água




Na forma de sal: solúveis em água, pouco solúveis em solventes orgânicos



Peso molecular entre 100 e 900
Alcalóides – Extração


forma de sal → solúveis em água

forma de base livre → solúveis
em solventes orgânicos


Solubilidade em diferentes solventes,
dependendo do pH do meio

Eliminação de interferentes lipofílicos
como ceras e gorduras

hexano
éter de petróleo
Alcalóides – Extração
Extrato
+
solução aquosa ácida diluída

¨
N

HCl ou H2SO4 (2 – 5%)

+
+

H+ Cl-

H

Cl-

N
SOLÚVEL EM
ÁGUA

Partição com solvente lipofílico
Fase Aquosa
alcaloídica

Fase Orgânica
descartada
Alcalóides – Extração
Extrato Aquoso Ácido
+
solução aquosa alcalina diluída

+

H
N

+

¨
Na :OH
¨

NH4OH ou NaOH (10 - 25%)

¨
N
SOLÚVEL EM SOLVENTE
ORGÂNICO

Partição com CHCl3, CH2Cl2 ou éter etílico
Fase Aquosa

Fase Orgânica
alcaloídica

Extrato de
alcalóides
totais
Alcalóides – Detecção
reagentes de precipitação
 combinação com metais pesados
 diferentes colorações de ppt


Mayer (tetraiodomercurato de potássio)
Dragendorff (tetraiodobismutato de potássio)
Bertrand (ácido silícico-túngstico)
Bouchardat (solução de iodo e iodeto de potássio)
Hager (solução de ácido pícrico)
Alcalóides – Purificação

O resultado da extração ácido-base é uma mistura complexa
de substâncias alcalinas que devem ser purificadas para
obtenção de um alcalóide isolado

MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS
CCD, CC, CLV, CLAE, CG
MÉTODOS ESPECTROSCÓPICOS
UV, IV, MS,RMN-1H, 13C, COSY, DEPT

Elucidação estrutural
Alcalóides – Classificação

pseudoalcalóide

protoalcalóide

verdadeiro
Alcalóides – Classificação

origem biossintética
origem do átomo de N



Alcalóides terpênicos (e esteroidais)



Derivados da histidina: IMIDAZÓIS



Derivados do ácido nicotínico: PIRIDINAS



Derivados da fenilalanina e tirosina: ISOQUINOLÍNICOS



Derivados da ornitina e lisina: PIRROLIDINA, PIPERIDINA,
INDOLIZIANINA, QUINOLIZIDINA, TROPÂNICOS



Derivados do triptofano: INDÓLICOS, QUINOLÍNICOS
Alcalóides Terpênicos
Não derivam biossinteticamente de aminoácidos. A partir do
ácido mevalônico as unidades isoprênicas formadas recebem
tardiamente um N

PSEUDOALCALÓIDES
Artefatos: iridóides + amônia
• Monoterpênicos
• Sesquiterpênicos
• Diterpênicos
• Triterpênicos
Alcalóides Imidazólicos
Distribuição restrita: Rutaceae, Cactaceae, Fabaceae
 Biossinteticamente derivados da histidina


Pilocarpus jaborandi
(Rutaceae)
P. microphyllus: jaborandi-do-Maranhão
P. jaborandi: jaborandi-do-Pernambuco
P. pennatifolius: jaborandi-do-Paraguai
P. trachypholus: jaborandi-do-Ceará
P. racemosus: jaborandi-de-Guadalupe
Árvore, arbusto: origem Amazônia

Pilocarpina: única substância com interesse terapêutico
Seu emprego para combater a xerofilia,
comum causa do mau-hálito, é ainda
incipiente, porém muito promissor
Alcalóides Imidazólicos



Jaborandi: nativo do Nordeste do Brasil, muito utilizado pelos índios



Alcalóides: pilocarpina, isopilocarpina e pilosina

Pilocarpina (C3 alfa) é uma base frágil que se isomeriza a isopilocarpina (C3
beta), em meio ácido ou básico perdendo a atividade farmacológica




Meio aquoso: ácido pilocárpico e isopilocarpina
Alcalóides Imidazólicos
Propriedades da pilocarpina:


Parassimpatomimético: efeitos muscarínicos

Hipersecreção salivar, gástrica, sudorípara; bradicardia
broncoconstrição


Miótica: contrai os músculos ciliares e facilita a drenagem
nos casos de glaucoma crônico e retem a íris no caso de
glaucoma agudo




Em doses elevadas tem efeitos nicotínicos
Alcalóides Derivados do Ácido Nicotínico
Ácido aspártico + Gliceraldeído

Ácido nicotínico
CO2H

tabaco
 indústria fumageira
 originalmente era utilizada para fins
medicinais contra exaqueca
 indústria farmacêutica: patches cutâneos
 Nicotiana tabacum (Solanaceae) 5 %


Produzido nas raízes e transportado às folhas

N

Nicotiana tabacum
Alcalóides Derivados do Ácido Nicotínico

Nicotina



Alcalóide majoritário, acompanhado por anabasina,

antabina, nornicotina: extraídos das folhas


Age no SNC: ativa os centros respiratórios e a êmese,

pode causar tremores e convulsão


Age no músculo liso intestinal



Aumenta a pressão arterial



Ação inseticida

H
N

N
CH3
Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina

COOH

COOH
NH2
fenilalanina

NH2

OH
tirosina

Grande maioria dos derivados apresentam núcleo
tetraisoquinolínico
Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina
1. Arilalquilaminas: efedrina (pseudoalcalóide para emagrecer! Atenção
mulheres!)
2. Tetraisoquinolínicos simples: mescalina (protoalcalóide) Alucinações!
3. Benzilisoquinolínicos:
3.1 Aporfinóides: boldina (antioxidante, problemas no fígado)
3.2 Protoberberínicos: hidrastina
3.3 Simples: papaverina (vasodilatador, usado contra impotência)
3.4 Bisbenzil tetraisoquinolinicos: curare (índios usaram muito!)
3.5 Morfinanos: morfina, codeína
4. Fenetilisoquinolínico: colchicina
5. Isoquinolínico monoterpênicos: emetina
Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina
1. Arilalquilaminas:
Principal alcalóide: efedrina (Ephedra
Ephedraceae;
 Rendimento 0,5 a 2% a partir dos ramos
 Usado há mais de 5000 anos na China;
 Propriedades redutoras do apetite;
 Uso proibido nos EUA (FDA)


sp.),

(+) - pseudoefedrina

Ephedra sp.
E. equisetina
E. sinica
E. intermedia
E. gerardiana
Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina
Propriedades


Estimulante adrenérgico, estrutura semelhante à adrenalina



Liberação de catecolaminas endógenas: fibras simpáticas pós-ganglionares



Estimula o músculo cardíaco



Acelera movimentos respiratórios (aumenta intensidade)



Broncodilatador



Estimula a atenção e capacidade de concentração



Diminui sensação de cansaço e necessidade de sono



Pode produzir angústia, tremores e insônia

Muito utilizada em xaropes expectorantes e descongestionantes nasais
(rinites)

Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina
2. Tetraisoquinolínicos
simples:


Destaca-se Echinocactus sp. (cactáceas)

Rendimento alcaloídico pode chegar a 6%: mescalina,
anhalamina, anhalonidina




Efeitos alucinógenos e hipotensores



Utilizada em rituais religiosos

mescalina

Lophophora williamnsii (peiote)
Cactaceae
Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina
3. Benzilisoquinolínicos:
A) Aporfínicos


Cerca de 500 representantes



Dois alcalóides principais: apomorfina e boldina

HO

morfina

O

HO
H

HO

N

CH3

N CH3
H

apomorfina

HO

 É um agonista dopaminérgico: contra mal de Parkinson
 Propriedades eméticas (intoxicação): injetável ou sub-lingual
 Pode provocar: manifestações psicóticas, confusão mental, náuseas, vômitos
Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina
HO
N CH3

H3CO

[1]

H3CO
OH



Fonte: folhas de Peumus boldus Moll.;

Boldo é estimulante digestivo, empregado em
insuficiências hepáticas e em transtornos digestivos:
alcalóides, flavonóides, óleo essencial;




Boldina: comprovada ação antioxidante;

Em associação com outros extratos (bardana, sene) é
utilizada contra dispepsias hepato-biliares

Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina
3. Benzilisoquinolínicos:
B) Protoberberínicos


São alcalóides tetracíclicos amplamente distribuídos



Reduzidos relatos de uso popular



Principal representante da classe: hidrastina

O
O

N

CH3

O

O

OCH3
OCH3

Odor desagradável e sabor amargo
Farmacógeno: raízes e rizomas secos


Hydrastis canadensis L.
Ranunculaceae (golden seal)
Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina
 USO (índios Cherokee): vasoconstritor, oxitotóxico, hipertensor,
convulsivante (em altas doses)
 Associação com castanha da Índia e hamamelis para afecções venosas
 Tintura (0,4 %) é vendida como antiviral e febrífugo
 Bacteriostática e bactericida (dependendo da dose)
 Antiprotozoário: Leishmania, Plasmodium sp.
MAS!

É bom lembrar o seguinte: as três substâncias mais
venenosas que existem são naturais. Uma, até a vovózinha
bem intencionada pode te oferecer, quando serve um chá de
cicuta que preparou carinhosamente (efeito da curare).
A segunda é encontrada num peixe, o baiacu, aquele que incha
quando se toca nele. Na Bahia e no norte do país, já foram registrados
vários casos de intoxicação grave porque as pessoas comeram esse
peixe sem retirar as glândulas que contêm o veneno.
O terceiro vem de uma planta e é usado para fabricar um raticida
potentíssimo.
CONCLUSÃO

Para ser mais preciso, das dez substâncias mais tóxicas que se conhece
oito são naturais. Diante de certas circunstâncias e exagerando um
pouco, talvez valha mais a pena comer um hambúrguer do que aceitar
um remédio ou um sanduíche natural.
BIBLIOGRAFIA

SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; et al,
Farmacognosia: da Planta ao medicamento

Sociedade Brasileira de Farmacognosia-http://www.sbfgnosia.org.br/
http://pt.wikilingue.com/es/Venenos_vegetales
A. M. Lobo & A. M. Lourenço (Ed.), “Biossíntese de Produtos Naturais",
IST Press, Lisboa, 2007

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Alcalóides: propriedades e classificação

  • 1. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CCE-DEPARTAMENTO DE QUÍMICA QUÍMICA DE PRODUTOS NATURAIS ALCALÓIDES RALPH GOMES
  • 2. Alcalóides Alcalóides generalidades  Alcalóides derivados do ácido nicotínico  Alcalóides terpênicos  Alcalóides derivados da histidina: imidazólicos  Alcalóides derivados da fenilalanina e tirosina I: aporfínicos, protoberberínicos
  • 3. Introdução Farmacognosia e os Produtos Naturais...  Estudo das propriedades físicas, químicas, bioquímicas e biológicas de produtos naturais buscando a identificação de novas substâncias ativas com potencial terapêutico (Sociedade Americana de Farmacognosia, 2005). Produtos Naturais → Atividade Biológica → Diversidade Química  Plantas  Animais  Microorganismos
  • 4. Metabolismo Vegetal METABÓLITOS PRIMÁRIOS Macromoléculas: lipídios, glicídios e proteínas Funções constitutivas Distribuição universal METABÓLITOS SECUNDÁRIOS Micromoléculas complexas Atividades biológicas Funções variadas Distribuição restrita Quimiotaxonomia Ecologia química
  • 5. Metabólitos Secundários Não são simples resíduos do metabolismo primário Agentes de defesa: combate a organismos patogênicos, insetos e herbívoros  Agentes de competição: modificação do comportamento germinativo e do crescimento de espécies vegetais estranhas  Atratores de animais polinizadores e dispersores de sementes: manutenção da espécie 
  • 6. Metabólitos Secundários 400.000 espécies de plantas superiores no mundo 10% foram caracterizadas até o momento 100.000 compostos descobertos 12.000 alcalóides conhecidos  produção restrita a algumas famílias  atividades antimicrobiana,disuasória alimentar  rotas biossintéticas complexas, multi-passos 
  • 7. Metabólitos Secundários Classes Representativas dos Metabólitos Secundários Terpenos Lignanas Flavonóides Fenilpropanóides Xantonas Esteróides Cromanos ALCALÓIDES Quinonas Cumarinas Acetofenonas
  • 8. Alcalóides – Conceito Substâncias orgânicas de origem natural  Possuem nitrogênio formando um heterociclo  Natureza básica  Derivados de aminoácidos  Distribuição restrita  Apresentam atividade farmacológica   O termo não define um grupo homogêneo químico, bioquímico ou fisiológico  Grande número de substâncias descritas  Diversidade estrutural  Várias origens (plantas, bactérias, fungos, animais)
  • 9.
  • 10. Alcalóides – Distribuição  Animais: peixes e anfíbios  Bactérias: Pseudomonas aeruginosa (fiocanina)  Fungos: Psilocibe sp. (psilocibina)  Pteridófitas: Equisetales e Licopodiales  Gimnospermas: Taxales e Gnetales  Angiospermas – diocotiledôneas principalmente Distribuição seletiva leva a considerações quimiotaxonômicas importantes  Muitas vezes é possível estabelecer um paralelismo entre evolução bioquímica e evolução botânica: todos alcalóides de uma planta apresentam origem biossintética comum 
  • 11. Alcalóides – Localização A mobilização de alcalóides pelos tecidos vegetais varia conforme o período germinativo e variações ambientais   Pouco comum em células jovens  Presentes em diversas partes do vegetal Geralmente temos 1 majoritário mais centenas de minoritários: atividade farmacológica pode estar relacionada a qualquer um deles  Cinchona sp. Catharanthus roseus Vincristina e vimblastina (ppm) Quinina 15% (p/p)
  • 12. Alcalóides – Biossíntese  Síntese a partir de aminoácidos  Alcalóides terpênicos, esteroidais e purínicos possuem diversos precursores L-Ornitina HO Pirrolizidínicos retronecina H2 N H2 N CO2H N H Pirrolidínicos O N higrina H 3C N H Tropânicos hiosciamina OH H OH H O O
  • 13. Alcalóides – Biossíntese L-Lisina OH Quinolizidínicos H lupinina N H 2N H 2N CO2H Indolizidínicos N L-Triptofano CO2H NH2 Indólicos ajmalicina N H N N H H H H H3COOC O H
  • 14. Alcalóides – Biossíntese L-Fenilalanina / L-Tirosina MeO CO2H NH2 R Isoquinolínicos N MeO papaverina OMe OMe L-Histidina CO2H N NH2 N H Imidazólicos pilocarpina H3C N N O
  • 15. Alcalóides – Biossíntese Ácido Antranílico H Quinolínicos quinina CO2H HO H H O NH2 N N N Quinazolínicos N Ácido Nicotínico CO2H N Piridínicos nicotina H N N CH3
  • 16. Alcalóides – Estruturas N N N H H pirrol N N H piperidina pirrolidina N piridina pirimidina N N N quinolina isoquinolina N H N imidazol quinolizidina N CH3 tropano cicloperhidrofenantreno H N N N indol H O N purina OH N tropolona Principais estruturas encontradas em alcalóides
  • 17. Alcalóides Propriedades físico-químicas  Grande parte dos alcalóides oxigenados são sólidos cristalinos incolores  Não-oxigenados em geral são líquidos e voláteis (coniína, nicotina)  Muitos são oticamente ativos Na forma de base livre: instáveis e solúveis em solventes orgânicos, pouco solúvel em água   Na forma de sal: solúveis em água, pouco solúveis em solventes orgânicos  Peso molecular entre 100 e 900
  • 18. Alcalóides – Extração  forma de sal → solúveis em água forma de base livre → solúveis em solventes orgânicos  Solubilidade em diferentes solventes, dependendo do pH do meio Eliminação de interferentes lipofílicos como ceras e gorduras hexano éter de petróleo
  • 19. Alcalóides – Extração Extrato + solução aquosa ácida diluída ¨ N HCl ou H2SO4 (2 – 5%) + + H+ Cl- H Cl- N SOLÚVEL EM ÁGUA Partição com solvente lipofílico Fase Aquosa alcaloídica Fase Orgânica descartada
  • 20. Alcalóides – Extração Extrato Aquoso Ácido + solução aquosa alcalina diluída + H N + ¨ Na :OH ¨ NH4OH ou NaOH (10 - 25%) ¨ N SOLÚVEL EM SOLVENTE ORGÂNICO Partição com CHCl3, CH2Cl2 ou éter etílico Fase Aquosa Fase Orgânica alcaloídica Extrato de alcalóides totais
  • 21. Alcalóides – Detecção reagentes de precipitação  combinação com metais pesados  diferentes colorações de ppt  Mayer (tetraiodomercurato de potássio) Dragendorff (tetraiodobismutato de potássio) Bertrand (ácido silícico-túngstico) Bouchardat (solução de iodo e iodeto de potássio) Hager (solução de ácido pícrico)
  • 22. Alcalóides – Purificação O resultado da extração ácido-base é uma mistura complexa de substâncias alcalinas que devem ser purificadas para obtenção de um alcalóide isolado MÉTODOS CROMATOGRÁFICOS CCD, CC, CLV, CLAE, CG MÉTODOS ESPECTROSCÓPICOS UV, IV, MS,RMN-1H, 13C, COSY, DEPT Elucidação estrutural
  • 24. Alcalóides – Classificação origem biossintética origem do átomo de N  Alcalóides terpênicos (e esteroidais)  Derivados da histidina: IMIDAZÓIS  Derivados do ácido nicotínico: PIRIDINAS  Derivados da fenilalanina e tirosina: ISOQUINOLÍNICOS  Derivados da ornitina e lisina: PIRROLIDINA, PIPERIDINA, INDOLIZIANINA, QUINOLIZIDINA, TROPÂNICOS  Derivados do triptofano: INDÓLICOS, QUINOLÍNICOS
  • 25. Alcalóides Terpênicos Não derivam biossinteticamente de aminoácidos. A partir do ácido mevalônico as unidades isoprênicas formadas recebem tardiamente um N PSEUDOALCALÓIDES Artefatos: iridóides + amônia • Monoterpênicos • Sesquiterpênicos • Diterpênicos • Triterpênicos
  • 26. Alcalóides Imidazólicos Distribuição restrita: Rutaceae, Cactaceae, Fabaceae  Biossinteticamente derivados da histidina  Pilocarpus jaborandi (Rutaceae) P. microphyllus: jaborandi-do-Maranhão P. jaborandi: jaborandi-do-Pernambuco P. pennatifolius: jaborandi-do-Paraguai P. trachypholus: jaborandi-do-Ceará P. racemosus: jaborandi-de-Guadalupe Árvore, arbusto: origem Amazônia Pilocarpina: única substância com interesse terapêutico Seu emprego para combater a xerofilia, comum causa do mau-hálito, é ainda incipiente, porém muito promissor
  • 27. Alcalóides Imidazólicos  Jaborandi: nativo do Nordeste do Brasil, muito utilizado pelos índios  Alcalóides: pilocarpina, isopilocarpina e pilosina Pilocarpina (C3 alfa) é uma base frágil que se isomeriza a isopilocarpina (C3 beta), em meio ácido ou básico perdendo a atividade farmacológica   Meio aquoso: ácido pilocárpico e isopilocarpina
  • 28. Alcalóides Imidazólicos Propriedades da pilocarpina:  Parassimpatomimético: efeitos muscarínicos Hipersecreção salivar, gástrica, sudorípara; bradicardia broncoconstrição  Miótica: contrai os músculos ciliares e facilita a drenagem nos casos de glaucoma crônico e retem a íris no caso de glaucoma agudo   Em doses elevadas tem efeitos nicotínicos
  • 29. Alcalóides Derivados do Ácido Nicotínico Ácido aspártico + Gliceraldeído Ácido nicotínico CO2H tabaco  indústria fumageira  originalmente era utilizada para fins medicinais contra exaqueca  indústria farmacêutica: patches cutâneos  Nicotiana tabacum (Solanaceae) 5 %  Produzido nas raízes e transportado às folhas N Nicotiana tabacum
  • 30. Alcalóides Derivados do Ácido Nicotínico Nicotina  Alcalóide majoritário, acompanhado por anabasina, antabina, nornicotina: extraídos das folhas  Age no SNC: ativa os centros respiratórios e a êmese, pode causar tremores e convulsão  Age no músculo liso intestinal  Aumenta a pressão arterial  Ação inseticida H N N CH3
  • 31. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina COOH COOH NH2 fenilalanina NH2 OH tirosina Grande maioria dos derivados apresentam núcleo tetraisoquinolínico
  • 32. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina 1. Arilalquilaminas: efedrina (pseudoalcalóide para emagrecer! Atenção mulheres!) 2. Tetraisoquinolínicos simples: mescalina (protoalcalóide) Alucinações! 3. Benzilisoquinolínicos: 3.1 Aporfinóides: boldina (antioxidante, problemas no fígado) 3.2 Protoberberínicos: hidrastina 3.3 Simples: papaverina (vasodilatador, usado contra impotência) 3.4 Bisbenzil tetraisoquinolinicos: curare (índios usaram muito!) 3.5 Morfinanos: morfina, codeína 4. Fenetilisoquinolínico: colchicina 5. Isoquinolínico monoterpênicos: emetina
  • 33. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina 1. Arilalquilaminas: Principal alcalóide: efedrina (Ephedra Ephedraceae;  Rendimento 0,5 a 2% a partir dos ramos  Usado há mais de 5000 anos na China;  Propriedades redutoras do apetite;  Uso proibido nos EUA (FDA)  sp.), (+) - pseudoefedrina Ephedra sp. E. equisetina E. sinica E. intermedia E. gerardiana
  • 34. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina Propriedades  Estimulante adrenérgico, estrutura semelhante à adrenalina  Liberação de catecolaminas endógenas: fibras simpáticas pós-ganglionares  Estimula o músculo cardíaco  Acelera movimentos respiratórios (aumenta intensidade)  Broncodilatador  Estimula a atenção e capacidade de concentração  Diminui sensação de cansaço e necessidade de sono  Pode produzir angústia, tremores e insônia Muito utilizada em xaropes expectorantes e descongestionantes nasais (rinites) 
  • 35. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina 2. Tetraisoquinolínicos simples:  Destaca-se Echinocactus sp. (cactáceas) Rendimento alcaloídico pode chegar a 6%: mescalina, anhalamina, anhalonidina   Efeitos alucinógenos e hipotensores  Utilizada em rituais religiosos mescalina Lophophora williamnsii (peiote) Cactaceae
  • 36. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina 3. Benzilisoquinolínicos: A) Aporfínicos  Cerca de 500 representantes  Dois alcalóides principais: apomorfina e boldina HO morfina O HO H HO N CH3 N CH3 H apomorfina HO  É um agonista dopaminérgico: contra mal de Parkinson  Propriedades eméticas (intoxicação): injetável ou sub-lingual  Pode provocar: manifestações psicóticas, confusão mental, náuseas, vômitos
  • 37. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina HO N CH3 H3CO [1] H3CO OH  Fonte: folhas de Peumus boldus Moll.; Boldo é estimulante digestivo, empregado em insuficiências hepáticas e em transtornos digestivos: alcalóides, flavonóides, óleo essencial;   Boldina: comprovada ação antioxidante; Em associação com outros extratos (bardana, sene) é utilizada contra dispepsias hepato-biliares 
  • 38. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina 3. Benzilisoquinolínicos: B) Protoberberínicos  São alcalóides tetracíclicos amplamente distribuídos  Reduzidos relatos de uso popular  Principal representante da classe: hidrastina O O N CH3 O O OCH3 OCH3 Odor desagradável e sabor amargo Farmacógeno: raízes e rizomas secos  Hydrastis canadensis L. Ranunculaceae (golden seal)
  • 39. Alcalóides Derivados da Fenilalanina e Tirosina  USO (índios Cherokee): vasoconstritor, oxitotóxico, hipertensor, convulsivante (em altas doses)  Associação com castanha da Índia e hamamelis para afecções venosas  Tintura (0,4 %) é vendida como antiviral e febrífugo  Bacteriostática e bactericida (dependendo da dose)  Antiprotozoário: Leishmania, Plasmodium sp.
  • 40. MAS! É bom lembrar o seguinte: as três substâncias mais venenosas que existem são naturais. Uma, até a vovózinha bem intencionada pode te oferecer, quando serve um chá de cicuta que preparou carinhosamente (efeito da curare). A segunda é encontrada num peixe, o baiacu, aquele que incha quando se toca nele. Na Bahia e no norte do país, já foram registrados vários casos de intoxicação grave porque as pessoas comeram esse peixe sem retirar as glândulas que contêm o veneno. O terceiro vem de uma planta e é usado para fabricar um raticida potentíssimo.
  • 41. CONCLUSÃO Para ser mais preciso, das dez substâncias mais tóxicas que se conhece oito são naturais. Diante de certas circunstâncias e exagerando um pouco, talvez valha mais a pena comer um hambúrguer do que aceitar um remédio ou um sanduíche natural.
  • 42. BIBLIOGRAFIA SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; et al, Farmacognosia: da Planta ao medicamento Sociedade Brasileira de Farmacognosia-http://www.sbfgnosia.org.br/ http://pt.wikilingue.com/es/Venenos_vegetales A. M. Lobo & A. M. Lourenço (Ed.), “Biossíntese de Produtos Naturais", IST Press, Lisboa, 2007