2. Definição
• A dependência de álcool (alcoolismo) é uma
doença crônica e multifatorial;
• Isso significa que diversos fatores contribuem
para o seu desenvolvimento, incluindo a
quantidade e frequência de uso do álcool, a
condição de saúde do indivíduo e fatores
genéticos, psicossociais e ambientais.
• No entanto, o diagnóstico é baseado na 5ª
edição do Manual Diagnóstico Estatístico de
Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders, DSM-5), da
Associação Americana de Psiquiatria.
3.
4. Nível de álcool no sangue
• É a quantidade de álcool no sangue, medida em
gramas por 100ml.
• Quando ingerimos uma bebida alcoólica, cerca
de 20% do álcool é absorvido no estômago
diretamente para a corrente sanguínea.
• Os 80% restantes passam para o intestino,
onde são absorvidos a uma velocidade que
depende do estômago estar cheio ou vazio.
• Beber de estômago cheio retarda a absorção
em até 90 minutos.
5. Nivel de álcool X Efeitos a curto
prazo
• 0,01 a 0,05 g% - Sensação de relaxamento e
leve euforia;
• 0,10 a 0,15 g% - Caminhar e utilizar
habilidades motoras finas tornam-se muito
difíceis;
• 0,20 a 0,25 g% - A visão se torna obscura, a
fala é confusa, é impossível caminhar sem
cambalear e pode haver coma alcoólico;
• Acima de 0,35 g% - Pode ocorrer a morte.
7. O perfil dos alcoolistas
• Em termos de gênero, os homens em
comparação com as mulheres fazem uso do
álcool bem superior, tomam bebedeiras e fazem
o consumo pesado do álcool;
• No caso brasileiro, a diferença entre o consumo
masculino e feminino é profunda. Entre homens,
a taxa chega a mais de 13 litros por ano. Para
as mulheres é de 4 litros. Cerca de 60%do
consumo é de cerveja; apenas 4% é
representado pelo vinho.
8.
9. • Quase 3% da população brasileira acima de 15
anos de idade é considerada alcoólatra,
segundo o levantamento da Organização
Mundial da Saúde (OMS). Parece pouco, mas
essa porcentagem equivale a mais de 4 milhões
de pessoas;
• De acordo com o estudo divulgado pela OMS
em Maio de 2014, o brasileiro bebe 8,7% litros
de álcool puro por pessoa a cada ano, contra a
média global de 6,2%.
O perfil dos alcoolistas
brasilleiros
10. • 30 a 50% dos usuários satisfazem os
critérios para transtorno depressivo
maior(17,1%);
• 33% tem um transtorno de ansiedade
concomitante(5,1%);
• 14% possuem personalidades
antissociais(1 a 3%) e
• 36% são adictos em outras substâncias.
O perfil dos alcoolistas x
Transtornos mentais
12. O álcool e o cérebro
• O desejo que certas pessoas desenvolvem por
álcool, se deve a mudanças bioquímicas no
cérebro causadas pelo consumo a longo prazo.
• Seu consumo prolongado e em níveis elevados
pode fazer o cérebro encolher, sobretudo em
mulheres.
• Inibição da neurogênese(processo de geração
de novos neurônios e novas conexões
sinápticas).
13. O álcool e o cérebro
• Síndrome de Korsakoff: condição
neurológica induzida pelo álcool,
caracterizada pela incapacidade de
armazenar memórias novas.
• Fortes efeitos sobre o hipocampo, que
está associado a aprendizagem, memória,
regulação emocional, processamento
sensorial, apetite e estresse. Pois o álcool
inibe neurotransmissores importantes. Ex:
Dopamina.
14. O álcool e os sistemas imune e
endócrino
• Enfraquecimento do sistema imune;
• Danos ao DNA;
• Interferência no desenvolvimento do
sistema endócrino;
• Perturbações na secreção do hormônio
do crescimento(GH);
• Nos homens, diminuição no nível de
testosterona, levando a impotência e
menor fertilidade;
15. O álcool e os sistemas imune e
endócrino
• Nas mulheres, perturbações menstruais e
abortos espontâneos;
• O álcool pode diminuir os níveis de
estrogênio, podendo explicar em parte a
associação entre o uso de álcool e um
risco maior de câncer de mama.
16. O álcool e o sistema
cardiovascular
• Formação de depósitos de gordura no
músculo cardíaco, diminuindo sua
eficiência;
• Aumento da frequência cardíaca e
dilatação dos vasos sanguíneos,
resultando na perda de calor corporal;
• Aumento da pressão arterial e o colesterol
sérico, lesionando as artérias
coronarianas.
17. O álcool e o trato gastrintestinal
• Inflamação do estômago e formação de
úlceras gastrintestinais;
• Inflamação grave do fígado(hepatite) e a
substituição de células normais hepáticas
por tecido fibroso(cirrose);
• Obs: A cirrose hepática é uma doença
irreversível que causa em torno de 26 mil
mortes somente nos EUA.
18. O álcool e a gravidez
• Síndrome alcoólica fetal: causa má
formações congênitas graves, incluindo
baixa inteligência, microcefalia, retardo
mental, atraso no crescimento corporal,
anormalidades faciais, como olhos,
ouvidos, nariz e bochechas malformados,
e defeitos cardíacos congênitos.
20. Efeitos Psicossociais
• Desinibição comportamental: falsa
sensação de confiança e liberdade dos
limites sociais resultantes do consumo de
álcool. Resultando em maior
agressividade, riscos ou comportamentos
que seriam evitados em outras
circunstâncias.
21. • Miopia do álcool: tendência do álcool a
aumentar a concentração da pessoa em
situações imediatas e de reduzir a
consciência a respeito de situações
distantes;
• Por exemplo, estudo com universitários
divididos em pares e conversando por 15
minutos após ingestão de bebidas
alcoólicas.
Efeitos Psicossociais
22. • Envolvimento em situações sexuais sem
proteção;
• Problemas sociais diversos, como
dificuldades em relacionamentos
interpessoais;
• Diversos tipos de violências, como
homicídios, agressões, roubos, suicídios,
estupros e assédio doméstico.
Efeitos Psicossociais
24. Genética e o alcoolismo
• Pesquisadores localizaram os genes em
alguns alcoolistas que altera o receptor de
Dopamina chamado DRD2 e DRD4;
• Quando a mãe ou pai de uma criança do
sexo masculino são dependentes de
álcool, essa criança tem
significativamente mais probabilidade de
abusar do álcool mais tarde.
25. • Crianças adotadas são mais suscetíveis a
dependência de álcool se 1 ou os 2 pais
biológicos tiverem sido dependentes;
• Gêmeos idênticos tem 2 vezes a taxa de
concordância (76%) de gêmeos fraternos
para abuso e dependência de álcool.
Genética e o alcoolismo
26. • Indivíduos que herdam uma variação
genética na produção da enzima álcool
desidrogenase, sentem uma reação
excessiva de rubor quando bebem. Na
ausência dessa variação genética, o
consumo exagerado torna-se mais
provável;
Genética e o alcoolismo
27. • Traços de personalidades em sua maior
parte determinados geneticamente,
daqueles que tem mais probabilidade de
abusar de álcool: temperamento agitado,
impulsividade, intolerância à frustração,
vulnerabilidade à depressão e atração
geral pela excitação.
Genética e o alcoolismo
28. Interação Genes e o ambiente
• Interações entre a pessoa e o ambiente
que incluíam impulsividade, desinibição,
associações com grupos de amigos
disfuncionais e pouco controle parental
agem como catalisadores para o uso de
álcool;
• Condições familiares caóticas e
desinteressadas são fortes prognósticos
do consumo de álcool.
30. Traços específicos de
personalidade
• Temperamento que inclui atração pela
aventura e intolerância a frustração;
• Subcontrole
comportamental(propensão à
transgressão) caracterizado por
agressividade, falta de convencionalidade,
hiperatividade e comportamento
impulsivo;
• Emotividade negativa se caracteriza por
depressão e ansiedade.
31. Álcool e redução da tensão
• Hipótese da redução da tensão, ou seja,
o álcool e outras substâncias que causam
dependência são reforçadores porque
aliviam a tensão, em parte por
estimularem o SNC para liberar
neurotransmissores que acalmam a
ansiedade e reduzem a sensibilidade a
dor.
32. Fatores cognitivos sociais
• Modelo da autoconsciência, propõe que
o álcool distorce o processamento de
informações, tornando o pensamento
mais superficial e menos crítico;
• Modelo da autodepreciação, propõe que
algumas pessoas que bebem utilizam o
álcool como desculpa para os fracassos
pessoais e outros resultados negativos
em suas vidas.
33. • Um terceiro modelo defende que o
comportamento sob o efeito do álcool
represente um descanso bem vindo das
regras da vida cotidiana.
• Cada um desses modelos, enfatiza a
importância do contexto social no ato de
beber.
Fatores cognitivos sociais
34. Álcool e o contexto
• Pesquisas indicam que o contexto em que
se se esta inserido influenciam o consumo
de bebidas alcoólicas;
• O ato de beber em grupo grande com os
2 sexos esta associado a baixa depressão
e personalidade socialmente extrovertida;
• Já grupos pequenos do mesmo sexo,
indica indivíduos mais introvertidos,
bebendo em resposta a estados internos
negativos.
35. Álcool e expectativas
• Crenças dos indivíduos a respeito do consumo
de álcool sobre seu próprio comportamento e
dos outros;
• As pessoas que acreditam estar sob influência
de álcool se comportam da mesma forma que
pessoas que beberam, mesmo que não tenham
bebido;
• Outro exemplo, são pessoas que creem que o
álcool promova excitação sexual respondem a
mais estímulos sexuais se acreditarem que
beberam.
37. Tratamento medicamentoso
• Os medicamentos incluem agentes de
desintoxicação para administrar a
abstinência, agentes sensibilizadores ao
álcool para impedir que o indivíduo beba
no futuro e agentes antidesejo para
reduzir o risco de recaída;
• No maioria dos casos devido a
depressão, são administrados
antidepressivos, pro exemplo, a
fluoxetina;
38. • Outro medicamento é o Naltrexona, que
se liga a receptores opioides no cérebro e
previne sua ativação, diminuindo o efeito
de gratificação que vem do consumo de
álcool;
• Estudos com placebos, comprovaram a
eficiência do Naltrexona, na manutenção
de pacientes por mais tempo abstinentes.
Tratamento medicamentoso
39. Terapia de aversão
• Terapia comportamental que conecta um
estímulo desagradável(um medicamento
nauseante) a um comportamento
indesejável(beber ou fumar), fazendo com
que o paciente evite o comportamento;
• Exemplo disso é a associação de
Dissulfiram e o consumo de álcool.
41. Recaídas
• 60% dos pacientes 1 ano após o fim do
tratamento tem recaídas, sendo assim
uma taxa extraordinariamente elevada;
• Muitas ocorrem em situações em que o
paciente se encontra expostos a bebidas,
como por exemplo, em coquetéis, onde
veem as pessoas bebendo
despreocupadas.
42. Programas de prevenção
• Uma forma de prevenção baseia-se na extinção
gradual dos estímulos para a bebida;
• A pessoa é exposta repetidas vezes a estímulos
relacionados ao álcool, como o aroma da bebida
preferida, mas não pode beber;
• As respostas dos pacientes, que de início
estavam física e psicologicamente
condicionadas, diminuem com a exposição
repetida em numerosas sessões.
43. • Treinamento de enfrentamento e
habilidades sociais, ensina-se
estratégias aos indivíduos para enfrentar
situações de alto risco sem ajuda do
álcool;
• Essas situações em geral, envolvem
pressões sociais, emoções negativas
como a raiva e a frustração e dificuldades
de comunicação.
Programas de prevenção
44. • Controle de bebida: Os pesquisadores
tem debatido de forma intensa sobre a
controversa questão de se as pessoas
que tem problemas com a bebida podem
aprender a beber com moderação;
• No entanto, para um pequeno contingente
desses indivíduos, beber com moderação
pode ser um objetivo social mais realista
do que a abstinência total.
Programas de prevenção
45. • Grupos de autoajuda: O grupo AA, fundado
em 1935, aborda 12 passos e reconhece o
modelo bioquímico de abuso de álcool e o
alcoolismo é visto como incurável;
• Os grupos envolvem discussões em grupo
sobre experiências dos membros na
recuperação do abuso de álcool;
• Outro grupo de autoajuda, o Rational Recovery,
oferece uma alternativa não espiritual ao
tratamento de dependência de álcool.
Programas de prevenção
47. Teoria do bem estar
• Propõe que o comportamento saudável seja a
abordagem consciente e deliberada para um
estado evoluído de saúde psicológica e
espiritual;
• Os jovens que tem senso de que seu mundo é
coerente e compreensível, que sentem
confiança de possuir habilidades necessárias
para lidar com as exigências da vida e que se
percebem comprometidos consigo mesmos e
com suas vidas geralmente adotam um estilo de
vida benéfico para a saúde.
48. Teoria do comportamento-
problema
• Sugere que o uso de substâncias, a
atividade sexual precoce, a ociosidade e
outros comportamentos de risco muitas
vezes ocorram em conjunto, como uma
síndrome, e desencadeiem outras
dificuldades mais adiante na vida.
49. • Maior eficácia quando voltados para crianças e
adolescentes antes de haverem sucumbido ao hábito;
• Estratégias de prevenção primária: fiscalização rígida
de leis contra bebida no trânsito, preços mais elevados
para álcool e cigarros, punições mais severas para
aqueles que vendem álcool e cigarros para menores e
aulas educativas que informem os pais sobre os perigos
de diversas drogas, melhorem a comunicação entre pais
e filhos e/ ou delineiem de maneira realista os riscos
potenciais do uso de substâncias.
Programas de prevenção
50. • Outra estratégia adotada pelos psicólogos
da saúde é retardar a experimentação dos
jovens ao máximo possível;
• Isso aumenta a probabilidade de que ele
seja informado de forma realista sobre os
riscos da substância e tenha a maturidade
cognitiva para evitar o raciocínio errôneo
que frequentemente leva ao abuso.
Programas de prevenção
51. Máxima do AA
• “Procurarei viver o dia que
passa apenas, sem tentar
resolver todos os problemas
da minha vida inteira.”