Este documento discute o ciberjornalismo, definindo seus termos, características e desafios. Ele descreve a hipertextualidade, multimidialidade e interatividade como marcas do ciberjornalismo e discute como ele influencia o relacionamento com fontes e públicos. Também aborda perspectivas positivas e negativas percebidas por jornalistas portugueses.
4. Hipertextualidade:
• Forma de organização de um texto, que
permite ligar qualquer uma das suas
partes a outro texto ou documento.
• <a href=“[endereço web]"> [NOME]</a>
• <img src=“[endereço web]”/>
5.
6. “A mente humana opera
por associação. Com um
dado item ao seu alcance,
salta instantaneamente
para o seguinte que lhe é
sugerido por associação de
ideias, segundo algum tipo
de rede intrincada de
pistas transportadas pelas
células do cérebro”
Vannevar Bush (1945) “As We May Think”
The Atlantic Monthly, July
www.ps.uni-sb.de/~duchier/pub/vbush/vbush-all.shtml
7. Ted Nelson
Propõe o termo “hipertexto”
numa comunicação que
apresentou na Association
for Computing Machinery,
em 1965.
8. Sobre o hipertexto
• Da linearidade bidimensional à
tridimensionalidade
• Valorização da profundidade, tendo como
ponto de partida uma superfície
bidimensional
• Mais do que um conjunto de links numa
página: uma estrutura
• Recepção como exploração,
reconstrução, escolha de possibilidades
9. Multimedialidade:
• Processamento (e difusão) de mensagens
compostas por diversos códigos - textuais,
visuais, sonoros – mas dotadas de
unidade comunicativa.
12. Interactividade:
• Possibilidade de todos os
interlocutores no processo
comunicativo – fontes,
jornalistas e público interagirem com o meio e
entre si.
13. Novas ferramentas
- auto-edição
• Blogging, Self Media: novas designações para utilizadores
que querem ser mais activos e iniciar actividades
mediáticas
• Liberdade face às agendas de outrem, no que diz respeito
a temas e frequência
• Os caminhos dos info-espaços são construídos sobre
links. Ler e escrever através dos processos de ‘linkagem’
constitui a competência mais estratégica que os bloggers
estão a realizar.
• Da periodicidade ao tempo real: perda de espaço de
reflexão, ganho de dinamismo e conversação, ampliação
do espaço público e novas redes sociais
• Escrutínio público e complemento dos media
15. Um novo jornalismo
emergente?
“Em vez da anarquia jornalística ou da
informação amordaçada, procuro um equilíbrio
que, simultaneamente, preserve o que o
sistema actual tem de melhor e estimule o
emergente jornalismo de publicação pessoal, o
do futuro (…) perfeitamente ao nosso alcance
(…). A possibilidade de qualquer um produzir
informação dará voz a pessoas que a não têm
tido”.
D. Gillmor (2005) Nós os Media. Lx: Presença, p.19
18. Sugestões de leitura
• Jose Luis Orihuela, Los 10 Paradigmas de la eComunicación
http://mccd.udc.es/orihuela/paradigmas/
• Lasica, J.D. (2003) We Media – How audiences are
shaping news and information
http://www.hypergene.net/wemedia/
• Gillmor, D. (2004) We the Media – Grassroots journalism
by the people, for the people [Trad. Port.: Nós os Media.
Lx: Presença, 2005]
http://www.authorama.com/we-the-media-1.html
• Neil Postman: Informing Ourselves to Death
http://www.mat.upm.es/~jcm/postman-informing.html
• M. Pinto: Jornalismo, Tecnologia e Mercado (texto
fotocopiado)
• Diaz Noci; R. Salaverría (coords.) (2003) Manual de
Redacción Ciberperiodística. Madrid: Ariel
20. Apêndice:
• Um estudo feito em 2001, com cerca
de meia centena de jornalistas
portugueses de vários media,
incluindo digitais, sobre as
mudanças no campo jornalístico
21. Concepções de jornalistas portugueses
sobre o ciberjornalismo
•
•
Não existem diferenças de fundo (normas
deontológicas e exigências de verificação
da informação...)
inquietações e perplexidades quanto a
incidências na prática do jornalismo:
–
–
potencialidades do multimedia, maior
contextualização, acesso a fontes, interacção
com o público, ausência de limites espáciotemporais
imediatismo, dificuldade de verificação, ênfase
nas breaking news, prejuízo para géneros como
a reportagem
22. O ciberjornalismo
e o relacionamento com as fontes
• No fundamental, não há mudanças nem
questões novas
• Facilita-se o acesso, recorrendo ao e-mail,
incluindo de fontes estrangeiras
• Há muito mais fontes: problemas de
credibilidade e desafio à verificação e
cruzamento
• Risco de maior distanciamento, relações
impessoais.
23. •
•
•
•
O Ciberjornalismo e o relacionamento
com os públicos
Maior interactividade e proximidade
Públicos mais valorizados: interventivos,
exigentes, participantes
Informação mais rápida, descartável,
menos contextualizada, logo: menos
formativa
Públicos mais voláteis, segmentados,
menos fiéis, mais ligados ao que é útil no
momento.
24. Designações emergentes de ‘produtores
de conteúdos’, ‘jornalistas polivalentes’
• Abertura relativa à polivalência (o
“verdadeiro jornalista” é ou deve ser
polivalente)
• Mas: se lhe pedirem que faça tudo, não
fará nada bem e usurpará funções
• Designação de quem pretende reduzir o
jornalismo a produto vendável
• Produtores de conteúdos? Designação
perigosa; é negação do jornalismo.
25. Aspectos positivos do J.online
• favoreceria um jornalismo mais
contextualizado e apoiado na pesquisa;
• estimularia o aproveitamento das
potencialidades multimedia dos factos
reportados;
• permitiria a correcção in situ dos trabalhos
disponibilizados, uma vez verificada a
existência de erro
• Ausência de limitações de espaço e
tempo
26. Aspectos negativos do J. online
• a velocidade exigida prejudicaria o
cruzamento de fontes, o aprofundamento
e a filtragem dos assuntos;
• o jornalismo online seria “stressante” no
que se refere a “breaking news”
• não favoreceria a investigação e o
investimento em géneros nobres como a
reportagem
• Imediatismo e ausência de
distanciamento