Para o prestigiado chef de Comida japonesa, Tsuyoshi Murakami, o futuro da alimentação consiste no fim dos excessos. Murakami explica aqui como trabalha para oferecer uma experiência sensorial a seus clientes, prezando sempre pela transparência, simplicidade e a natureza.
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Assim começou minha paixão pela gastronomia: fazer a diferença. Enquanto todos estão indo para um lado, eu me interesso pelo outro lado onde ninguém está indo, como o peixe que nada contra o cardume. Grandes inovadores, de diversas áreas, tornaram-se notáveis justamente por fazerem o oposto, ou então por fazerem diferente do que as pessoas estão acostumadas a esperar. É assim que surpreendo, conquisto, cativo a atenção e, principalmente, o respeito por um trabalho digno de ser reconhecido como desbravador: não basta ir para o lado oposto se você não tiver persistência para alcançar os resultados, independente das circunstâncias que apareçam no caminho.
O conceito que seguimos no Kinoshita é de trocar palavras por ingredientes: é mais fácil alimentar com o sabor real que vem da natureza, com nenhuma ou mínima interferência. Um exemplo é a limonada: colocamos açúcar porque ela é azeda, porém esquecemos que pedimos um suco feito de uma fruta azeda – é este sabor que devemos aprender a saborear, e não interferi-lo com outro produto. É aprender a conhecer o real sabor, tirar o excesso para conhecer o sabor em sua integridade.
É a síntese de todas as culinárias do mundo: p ossui todas as técnicas, que vão mudando de acordo com as estações do ano. Kappo também significa “apresentar tudo na frente de vocês” – é preciso de rápida execução, como uma cirurgia, com muita precisão pois o corpo está vivo, assim como o ingrediente: quanto mais fresco, mais real, cumprirei o papel que a filosofia oriental na gastronomia proporciona.
Todos nós temos um ou mais hobbies, e o meu é de assistir cirurgias. Ao vivo. Sem medo. Tenho colhões de ver o que apenas os médicos costumam ver. Essa experiência me fez pensar no corpo humano de forma mais cuidadosa, preocupada, como uma mãe se preocupa com o filho. Quando assistir o parto do meu filho Jun, foi uma emoção! A minha amiga obstetra manejava o bisturi como as nossas facas do restaurante. O corte horizontal na altura do umbigo, lembrou-me a penetração da minha lamina nos seres dos mares, das terras e dos ares. Mas a primeira vez, que senti um estomago com meus próprios olhos, na parte superior do corte, era um aneurisma na aorta abdominal. Como o estomago é forte, branquinho como um ursinho de pelúcia. Lindo, do tamanho de uma mão fechada. Meu, vamos parar de comer merda! Pelo amor de Deus! Nosso corpo não merece!
Apreciar a comida requer tempo, algo difícil nos dias de hoje principalmente para quem vive na correria do trabalho. Estamos trabalhando cada vez mais, cada vez menos priorizando o momento de comer. A alimentação precisa exercer um papel importante na vida que não é apenas colocar para dentro do corpo os nutrientes mas sim como um intervalo no dia, onde não apenas apreciamos o que estamos comendo e bebendo, mas também apreciamos aquela pausa no dia, o tempo, o momento de reflexão, colocar as ideias em ordem, realinhar os pensamentos, respirar um pouco antes de voltar para a correria de cada dia.
Vamos nos acalmar, como a água que sai da mina. Fechem os olhos. Imaginem seu trajeto até chegar a luz do dia, seu primeiro contato com a atmosfera, como o ser humano após o parto. O principal ingrediente da culinária japonesa, compõe a maior parte do corpo humano e de nosso planeta. Tem atitude, está sempre em movimento pelas artérias do universo. Ela é a diferença na vida, e eu lhes pergunto: qual a SUA diferença? Boa noite.