Alunos da USP oferecem cursinho gratuito na zona Oeste
1. SUPLEMENTOEXCLUSIVODOJORNALACIDADE
ZONA OESTEZONA OESTE
MEUBAIRRO
A CIDADE
SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
A CRECHE
MODELO
É NOSSA!
PAIS, COMO A PRISCILA, MÃE DA
MARIA CLARA, SE UNIRAM PARA
MANTER VIVA A ESCOLA INFANTIL
DA VILA VIRGÍNIA – TEM BINGO
E ATÉ RIFA DE MOTO!
MINHA
HISTÓRIA
MEU
LUGAR
MINHA
BRONCA
UM CURSINHO QUE FORMA
ALUNOS E CIDADÃOS
VERDE E FRUTAS
NO JARDIM PAIVA
MORADORES QUEREM PRAÇA
NO PAULO GOMES ROMEO
no
MATHEUS URENHA / A CIDADE
2. 2 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
Bons exemplos que
vêm da zona Oeste
No caderno “A Cidade no Meu Bairro” a nossa principal motivação
é, antes de mais nada, apresentar bons exemplo. Uma parte dele mostra
buracos, mato alto, falta de infraestrutura, sinônimos da impotência da
administração municipal em gerir o dia a dia da cidade.
Mas, acima de tudo, fazemos questão de destacar bons exemplos,
provas que, afinal de contas, vale a pena apostar em Ribeirão Preto ape-
sar de todos os problemas existentes.
Nesta edição, mostramos como pais de alunos de uma creche - que
não à toa se chama Modelo - se uniram para salvar essa escola do perigo
da falta de recursos.Também mostramos como um grupo de universitários
se juntou para oferecer um cursinho preparatório gratuito, que funciona
dentro de uma escola estadual.
E, claro, tem receita, lugares especiais e pontos de encontro. Gostou?
Então, boa leitura!
NOSSA OPINIÃO
tá bom
RECAPEAMENTO
As obras de recapeamento fi-
nalmente chegaram à Vila Virgínia,
a via escolhida para os trabalhos
foi a Abílio Sampaio. Moradores e
motoristas agradecem.
tá ruim
SEM ASFALTO
Na avenida Governador Lucas
Nogueira Garcês, no Parque Cidade
Universitária, o asfalto segue em
condições precárias. Moradores
já pediram ‘socorro’ e o problema
continua ignorado pela prefeitura.
tá indo
ESGOTO
O Departamento de Água e
Esgoto (Daerp) realiza na avenida
Patriarca uma obra de extensão de
rede de esgoto. O projeto promete
melhorar e muito a vida dos mora-
dores da zona Oeste.
FOTOSF.L.PITON/ACIDADE
EDIÇÃO
José Manuel Lourenço
REPORTAGEM
Jessica Ribeiro (colaboração)
EDITOR DE ARTE
Daniel Torrieri
EDIÇÃO DE FOTOGRAFIA
Mariana Martins
TRATAMENTO DE IMAGENS
Francielly Flamarini
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Antonio Carlos Coutinho Nogueira
José Bonifácio Coutinho Nogueira Filho
André Coutinho Nogueira
José Bonifácio Coutinho Nogueira Neto
Marcos Frateschi
Fernando Corrêa da Silva
GERENTE DE PUBLICIDADE
Marco Vallim
marco.vallim@jornalacidade.com.br
DEPARTAMENTO COMERCIAL
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REDAÇÃO
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CEP 14060-640 - Ribeirão Preto (SP)
JORNAL DO GRUPO
A CIDADEDESDE 1905
MEUBAIRRO
A CIDADE no
DIRETOR DE JORNAIS
E MÍDIAS DIGITAIS
Josué Suzuki
EDITOR-CHEFE
Thiago Roque
ZONA OESTE
NESTA EDIÇÃO
ESPECIAL
PRÓXIMA EDIÇÃO
3. 3A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
Pais se unem para
salvar creche
na Vila Virgínia
Na escola onde os filhos estudam há professoras
qualificadas, área verde, parquinho, refeição de
qualidade, colchão e lençóis limpos para a soneca das
crianças, psicóloga e assistente social para toda a
família. Foi o medo de perder tanto carinho e atenção
que fez com que pais da Escola de Educação Infantil
Creche Modelo da Vila Virgínia se mobilizassem para
salvar a instituição. Acompanhe, na próxima página.
meuorgulho
fOPERAÇÃO RESGATE PARA TENTAR MANTER A QUALIDADE NA EDUCAÇÃO DOS FILHOS, UM GRUPO DE
PAIS USAM DA CRIATIVIDADE (E MUITO ESFORÇO) PARA EVITAR QUE A CRECHE MODELO DA VILA VIRGÍNIA
FECHE AS PORTAS POR FALTA DE DINHEIRO
WEBER SIAN / A CIDADE
riberfestas@riberfestas.com.br / www.riberfestas.com.br
Av. Antonio e Helena Zerrenner, 555 - Ribeirão Preto - SP
Telefone: 3633 1868 - 3633 3629
ARTIGOS PARA FESTAS
EMBALAGENS E DESCARTÁVEIS
Linha completa para festas:
Doces, Chocolates, Artigos para cestas
MELHOR PREÇO DA REGIÃO
ATENDIMENTO PERSONALIZADO
FÁCIL ESTACIONAMENTO
CURSOS
VARIADOS
ATACADO
E VAREJO
4. 4 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
Bingos, pedágios e
até rifa de moto...
Vale tudo para tirar
a escola do vermelho
Os gastos mensais com a creche são de cerca
de R$ 100 mil, mas a prefeitura só dá a metade
A pequena Maria Clara Rocco
Aguiar, de 4 anos, chegou esse ano
à Creche Modelo de Vila Virgínia.A
escola foi escolhida a dedo pela mãe,
Priscila Danielle Rocco dos Reis, não
só pela qualidade no atendimento,
mas também por oferecer educação
em período integral para crianças
da idade da menina.“Já conhecia
a Modelo, porque duas sobrinhas
estudaram lá. Ela é famosa no bairro
e sempre atendeu as crianças dos
bairros próximos”, conta a promotora
de vendas, de 33 anos.
A mãe de Maria tem razão. Já são
57 anos recebendo crianças da região
da Vila Virgínia, de segunda a sexta.
Mas hoje, para manter a creche fun-
cionando são necessários mais de R$
100 mil mensais, mas a prefeitura só
disponibiliza a metade.A outra parte
normalmente vem de parceiros, mas
as coisas pioraram nos últimos meses.
“A presidente Mara fez uma reu-
nião conosco. Explicou que a creche
passava por dificuldades financeiras
e que talvez houvesse a possibilidade
de fechar”, explica Priscila.
Apavorados, pais e mães se
organizaram ali mesmo e formaram
um grupo em defesa da instituição, o
“SOS Creche Modelo”.A intenção era
promover ações que arrecadassem
fundos para a escola.“Fizemos pedá-
gios para pedir dinheiro, montamos
rifas de cestas e de uma moto e até
um bingo”.
Perder a creche não é uma opção
para muitas das mães, que depen-
dem de alguém para cuidar dos
filhos.“Nós precisamos da creche em
funcionamento para sair para traba-
lhar com tranquilidade, sabendo que
nossos filhos estão em segurança”.
Entrar numa nova lista de espera por
uma vaga também não é o desejo dos
pais.“Lá nossas crianças são cuida-
das e ensinadas. Não é só uma babá
cuidando, vai muito além disso”.
Em nome da Modelo, Priscila
pede que a nova administração cuide
melhor da instituição.“Nós, mães,
esperamos que o novo prefeito tome
novas atitudes e olhe com mais
carinho para a creche. Muitas mães
aqui são extremamente carentes,
não teriam condições de deixar os
filhos em outros lugares, e precisam
trabalhar. Ela é muito importante para
nós”, finaliza.
fDIVERSÃO E APRENDIZADO CRIANÇAS SE DIVERTEM, EM UM DIA DE AULAS NA CRECHE MODELO
meuorgulho
ANÁLISE
O problema em números
“Assumi a presidência da
Liga das Senhoras Católicas há
seis anos e, desde então, pre-
cisamos realizar algumas ade-
quações exigidas pela secretaria
da Educação. Essas mudanças
aumentaram também nossos
gastos, mas nunca deixamos
cair a qualidade do nosso aten-
dimento.
Hoje nós temos aqui, em
custos totais, uma despesa
mensal de R$ 106 mil. Tra-
balhamos em convênio com
a prefeitura. Na realidade, ela
“compra” nosso trabalho, por-
que a administração tem um
déficit muito grande de vagas
na educação infantil, então
fazemos o trabalho que ela não
consegue fazer. Nossa despesa
mensal por criança é de R$
500, só que a prefeitura paga
somente R$ 280. Fica difícil
trabalhar porque os outros R$
50 mil nós precisamos correr
atrás, buscar padrinhos para
nos ajudar com essa verba.
Nós já temos ajuda de
alguns parceiros, para comida.
Por exemplo, temos alguns
que doam carne, leite, o Banco
de Alimentos do município
também nos abastece e um
supermercado nos doa frutas,
verduras, legumes. Para arre-
cadar material de limpeza, os
pais fizeram uma campanha e
nós estamos bem, pelo menos
até o final do ano.
O que mais pesa no nosso
orçamento é a folha de paga-
mento e os encargos como
INSS, Fundo de Garantia e
Imposto de Renda. Temos um
número grande funcionários
e essa despesa fica cada vez
maior. É complicado porque,
se você corta funcionários, pre-
cisa cortar crianças, mas essa é
a última coisa que queremos.
Hoje atendemos a cerca de 240
crianças e temos uma fila de
espera com outras 350. Nós,
as funcionárias e as professoras
corremos atrás, elas são muito
comprometidas. Mas estamos
fazendo no almoço para comer
na janta”.
Mara Pereira Alvim
Presidente da Liga, mantenedora da Creche Modelo
WEBER SIAN / A CIDADE
PEDIDO
OS PAIS DEALUNOS DA MODELO PEDEM QUEA NOVA
EQUIPE DE GOVERNO DE RIBEIRÃO PRETO POSSAAPRESENTAR
SOLUÇÕES PARAA ESCOLA INFANTIL DAVILAVIRGÍNIA
/ACidadeON
No portal ACidadeOn você pode
assistir a um vídeo com mais
detalhes sobre a história da creche
6. 6 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
NÓS CRESCEMOS
ENSINO,EU
fALUNOS E PROFESSORES DO CURSINHO PREPARATÓRIO CRIADO EM UMA ESCOLA DO PAIVA II. ANA
ESTÁ À ESQUERDA E CAROL,AO LADO.ATRÁS, GABRIEL PEREIRA, UM DOS CRIADORES DO CURSINHO
TU APRENDES,
IDEIA
SUGGGIU DE
ALLLUNOS
DDDA USP
Ana esconde o sorriso e parecia viver o pior de seus pesadelos
ao dar entrevista – mesmo estando acostumada aos palcos do tea-
tro. Carol distribui sorrisos em cada final de frase e segurava firme a
mão da amiga nervosa.Além da amizade, o que têm em comum é o
desejo de cuidar do próximo no futuro: uma quer ser pedagoga e a
outra médica.
Apesar de morarem no mesmo bairro – Jardim Paiva – as
meninas não se conheciam. O que as uniu foi o cursinho popular
preparatório para o vestibular, oferecido aos finais de semana na Es-
cola Estadual Jardim Paiva II.As aulas são dadas gratuitamente por
alunos da Universidade de São Paulo (USP), que além das disciplinas
regulares (português, matemática, história e biologia), também ofe-
recem atividades extras como o plantio de árvores e aulas de teatro.
Aos 18 anos, ambas concluíram o ensino médio no ano
passado e já tiveram suas primeiras experiências com o vestibular.
“Eu estava muito despreparada, porque nunca tinha feito o Enem
(Exame Nacional do Ensino Médio)”, conta Ana Cláudia Souza.
Já Carla Caroline Lopes de Moura, a Carol, foi mais tranquila
fazer a prova e saiu dela surpresa.“Fui pensando que era fácil, mas
engano meu. Percebi o quanto a preparação faz falta e voltei com
uma ideia diferente”, revela a jovem.
Oficialmente as aulas no Cursinho começaram somente em
2016, mas desde o ano anterior professores já ‘recrutavam’ alunos
na própria escola.Aluna do Paiva II,Ana foi um deles.“Passaram
nas classes divulgando e pegando os nomes de quem gostaria de
participar. Coloquei o meu na lista e desde então nunca mais saí”.
Um dos idealizadores do cursinho é Gabriel Pereira, estudante
de Medicina, de 23 anos. Ele conta que a ideia surgiu em 2014,
mas só no final de 2015 é que se encontrou uma instituição que
abraçasse a proposta.“Fizemos uma parceria com a escola para
esse projeto, que visa promover o acesso ao vestibular e ao mesmo
tempo formar o aspecto humano dos alunos”.
Também professor, ele explica que o programa foi pensado para
ir além da sala de aula e formar também o aluno como cidadão.
“Buscamos oferecer atividades culturais, trouxemos o pessoal do
Sarau Preto para fazer alguns sarais aqui, fizemos oficina de teatro,
trabalhos de educação ambiental.Tudo é parte da proposta”.
Uma das “mães” do projeto é a vice-diretora do Programa Es-
cola da Família na instituição, Lucimara Zeotti.“Já era uma vontade
antiga da direção da escola tirar do papel algo assim para nossos
alunos, e quando surgiu a oportunidade agarramos e fizemos de
tudo para que acontecesse”, explica.
minhahistória
Um cursinho de
aulas gratuitas
que forma alunos
e cidadãos
Experiência é realizada desde 2015
em uma escola do Jardim Paiva
MATHEUS URENHA / A CIDADE
7. 7A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
minhahistória
Escola do Estado ajuda com
alimentação gratuita aos alunos
Além da estrutura física, a Escola Es-
tadual Jardim Paiva II também colabora
oferecendo uma refeição aos alunos e
professores, já que as aulas acontecem
durante todo o dia.
“Nós sabemos que alguns vêm de
longe e não teriam condições de arcar
com a despesa de um almoço. Fazemos
o possível para que nossos estudantes se
sintam motivados e continuem a buscar
um futuro melhor”, afirma Lucimara
Zeotti
Da lista de vestibulares, o primeiro
desafio das meninas é o Enem, que
acontece entre hoje (5) e amanhã (6).
Confiantes, elas já não sofrem por falta
de preparação. “O cursinho nos prepa-
rou bem, tanto em questão de estudo,
como para entender como funciona a
prova. Hoje entendo que é muito mais
interpretação do que só saber um conte-
údo específico ou outro”, esclarece Ana.
VOOS MAIS ALTOS
Atualmente, as aulas acontecem
somente aos sábados e domingos, mas
a intenção é que o projeto ganhe novas
proporções. “Queremos passar a contar
também com o período da tarde durante
a semana, dando aulas e aumentando
essas atividades culturais e de formação
extracurricular”, explica Gabriel.
No cursinho do Paiva II, a mais
valiosa lição aprendida não tem nada a
ver com números ou regras gramaticais,
mas sobre esperança e a chance de um
futuro diferente.
“Cada professor aqui nos ajudou de
uma forma.A oportunidade de fazer um
cursinho e de poder nos preparar para
esse momento tão importante da vida
ajudou a ampliar nossos horizontes e
enxergar quão longe a gente pode ir”,
finaliza Carol.
QUE TAL
CONHECER O
PROJETO?
AS AULAS NO CURSINHO
POPULAR DO PAIVA II SÃO
ABERTAS À COMUNIDADE E
ACONTECEM AOS SÁBADOS
E DOMINGOS,A PARTIR DAS
08H30. PARA CONHECER O
TRABALHO É SÓ DAR UMA
PASSADINHA POR LÁ NESSES
DIAS, OU BUSCAR MAIS
INFORMAÇÕES PELO DO
TELEFONE (16) 3630-3285.
/ACidadeON
Assista no portal ACidadeOn a
um vídeo sobre a experiência do
cursinho preparatório
8. 8 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
DE VIDA
SE CHAMAISSO
fANDRÉ DE MELO AO LADO DE UMA DAS MUITAS ÁRVORES FRUTÍFERAS PLANTADAS PELO PAI,
FRANCISCO, EM UMA ÁREA EM FRENTE ÀS SUAS CASAS. LOCAL TEM ATÉ REDE PARA DESCANSAR
QUALIDADE
QUER
FRUUUTA? É
SÓ PPPEGAR
NNNO PÉ!
“Minha família e eu nos mudamos para o Paiva há cerca de três
anos. Ganhamos a casa e viemos. Nós morávamos no JardimAero-
porto, numa comunidade que precisou ser desativada para os planos
de ampliação do Leite Lopes.
A história é engraçada. Quando eles passaram por lá fazendo o
cadastro das famílias e loteando os terrenos, eu e minha esposa não
estávamos em casa. Por causa disso, não conseguimos nos registrar.
Eu não ganhei, mas acabei vindo também porque meu pai, Francisco
Pereira de Melo, 72 anos, decidiu dividir o terreno dele comigo.Assim,
hoje como antes, continuamos vizinhos.
Quando chegamos, a prefeitura avisou que o terreno vago
próximo à nossa casa seria mantido como área verde para o bairro,
e pediu que nós, como moradores, ajudássemos a preservá-la. Era o
que meu pai queria ouvir! Ficou decidido que cada morador cuidaria
da área localizada em frente ao seu terreno e ele ficou todo animado.
Na parte que nos coube, decidimos plantar árvores frutíferas.
Então, aqui temos manga, seriguela, limão, banana e todos os dias,
religiosamente, meu pai levanta cedo para cuidar do terreno. É uma
coisa que já faz parte da rotina dele.
Nós construímos até um banquinho e, no final da tarde, toda
família se reúne, minha mãe arma a rede para deitar e ficamos por lá.
Os vizinhos vêm e nós ficamos conversando, aproveitando a sombra
e o espaço fresquinho.Virou um verdadeiro ponto de encontro para
os moradores da rua.
Esse amor pela natureza e cuidado com as plantas já é um
costume de meu pai. Quando morávamos noAeroporto ele tinha
uma área em que plantou árvores e cuidava diariamente.Assim como
aqui, era um lugar para todos, que ele cuidou ao longo dos anos em
que moramos ali.
Um dos momentos mais tristes da vida dele foi quando as má-
quinas passaram por cima e destruíram o que ele cultivava com tanto
carinho. Nós estávamos lá e assistimos tudo, sei que ele sofreu muito.
Apesar de a prefeitura ter dito que o espaço está destinado a
ser uma área verde, ele fica temeroso de um dia decidirem construir
algo ali. Não sei se ele aguentaria ver novamente algo que ele fez
com tanto amor destruído. Mesmo que seja somente uma praça, essa
ideia na verdade deixa ele assustado, porque ele tem medo de que
isso possa atrair “tranqueiras” para a nossa vizinhança que é tão
tranquila.”
ANDRÉ DE MELO
37 ANOS, MORADOR DO JARDIM PAIVA
O cantinho do
paraíso de André
no Jardim Paiva
Comunidade mantém áreas verdes
que viram espaços de convívio
meulugar
QUE TAL ‘VERDEJAR’ O SEU CANTINHO?
Tem uma área verde próximo a sua casa e quer fazer o mesmo? O Horto
Municipal Florestal (Parque Ecológico Ângelo Rinaldi) distribui gratuita-
mente mudas de árvores. Para garantir a sua é só ir até lá com o documento
de identidade, é possível retirar até três mudas – para uma quantidade
maior é preciso fazer um requerimento na Secretaria do Meio Ambiente.
SERVIÇO
Horto Municipal Florestal – Parque Ecológico Ângelo Rinaldi
Av. Manoel Antônio Dias, s/nº, no Jardim Marchesi
Horário de funcionamento: segunda-feira a sexta-feira, das 7h
às 10h30 e das 13h às 16h30
Telefone: (16) 3919-5099
F.L.PITON / A CIDADE
9. 9A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
zonanorte COMIDAS
CULTURA
CURTIÇÃO
VOCÊ SABE
QUEM FOI
ZERRENNER?
A avenida Antonio e Helena
Zerrenner é fprtemente
marcada pelo comércio e
locais de entretenimento.
UNIVET - HOSPITAL
VETERINÁRIO
Com 25 anos de trabalho, o Uni-
vet é um dos primeiros hospitais
veterinários de Ribeirão, com
atendimento 24h.
ESPAÇO SANTO ANTÔNIO
A avenida também é famosa pelos
inúmeros salões para eventos. Um deles
é o Espaço Santo Antônio, que recebe
todos os meses casamentos, aniversá-
rios, palestras e shows.
O alemão naturalizado
brasileiro João CarlosAntonio
Zerrenner foi um dos principais
acionistas e fundadores da
CompanhiaAntactica Pau-
lista (1891), em São Paulo.
Vinte anos depois, era aberta
a primeira filial, em Ribeirão
Preto, na avenida Jerônimo
Gonçalves.
‘OS CAIPIRA’ COUNTRY BAR
Por lá, a gastronomia e lazer também são
pontos fortes.A avenida abriga restaurantes,
lanchonetes e bares com cardápios variados.
Até quadra de esportes existe ali.
AVENIDA
ANTÔNIO E HELENA
ZERRENNER
FOTOSF.L.PITON/ACIDADE
Av.Luiz
Galv
ãoCézar
Av.Saudade
Av. do Café
Av.CelsoCharuri
Av.JoãoFiúsa
10. 10 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
Sempre bem-humorado, Otávio foi o
presente de aniversário da bisavó
Dez meses atrás Beatriz Malagutti
foi abençoada com o maior presente de
sua vida, o sorridente Otávio. Melhor
do que a descoberta, foi o momento de
dividir com a família a vinda do menino.
“Me lembro como se fosse hoje, era o
dia 5 de maio de 2015, dia do aniversá-
rio da minha avó”, conta Beatriz. Mo-
rando em Catalão, no estado de Goiás,
o jeito foi dar a notícia de um jeito nada
convencional.“Estavam todos reunidos
na casa da minha mãe. Então fizemos
uma chamada via Skype e contei”.
Beatriz ainda morou por ‘longe’
mais dois meses e, em agosto do ano
passado, voltou para a casa da família,
no Parque Ribeirão Preto.“Voltei para
ficar próxima a minha mãe, queria viver
esse momento com ela”.
Otávio nasceu em 31 de dezembro.
Programado para dia 30, resolveu brin-
car com a ansiedade da mãe.“A bolsa
rompeu as 6h45, quando havia acaba-
do de levantar. Estava tranquila, então
tomei banho e ainda fui tomar café da
manhã”, conta.
Jovem, a mamãe de primeira
viagem sabia que o início não seria
fácil, mas durante todo o caminho teve
o melhor apoio possível.“Minha mãe
esteve do meu lado sempre. Quando ele
nasceu tudo mudou, eu não sabia como
a vida ia ser e ela ficou durante todo o
primeiro mês em casa comigo”. Hoje
o pequeno já não é mais tão pequeno,
está praticamente independente.“Os
dentinhos estão nascendo, ele já está
começando a tentar os primeiros passi-
nhos. É muito bom poder acompanhar
essa evolução”.
vida nova
Seu Colombo tem o nome gravado
na história dos jornais da região
Linotipo é uma máquina que funde
caracteres tipográficos em blocos,
possui um teclado e foi utilizada para a
impressão de jornais, livros e panfletos.
José Sebastião da Luz Filho, o Colombo,
tinha 82 anos e morreu em agosto deste
ano, sendo um dos mais conhecidos (e
importantes) linotipistas da região de
Ribeirão Preto.
Nascido em São José do Rio Preto
(SP), em 1934, ele ficou órfão aos 10 anos
e foi morar com tios em Guaxupé (MG).
A história da máquina e do homem se
encontrou quando ainda menino, aos 14
anos, arrumou emprego numa gráfica.
“Pouco depois meu pai passou a trabalhar
em jornais. Ele contava que no início não
mexia nas linotipos, mas prestava atenção
aos que o faziam”, explica Sílvia Rissato
Luz Domingos da Silva, de 53 anos, filha de
Colombo.“Logo começou a se envolver e
quando viu, já era linotipista”.
O nome pelo qual ficaria conhecido,
“Colombo”, veio dos amigos, que o
achavam parecido com José Colombo,
ídolo corintiano da década de 50.
Antes de se firmar com a família na
Vila Tibério, andou por Mococa, Campinas
e finalmente sossegou em Ribeirão Preto.
Como linotipista trabalhou em grandes
veículos e chegou a ser convidado a
montar um jornal na cidade de Barretos.
“Era ele quem as pessoas procuravam
quando acontecia alguma coisa com as
linotipos, meu pai sempre trabalhou 24
horas por dia. Me lembro de muitas vezes
virem buscar ele de madrugada, porque
o jornal precisava sair, a máquina não
funcionava e só ele dava jeito”, conta
Sílvia.
memória ARQUIVO PESSOAL
F.L.PITON / A CIDADE
11. 11A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
zoomzonaoeste
CENAS URBANAS
Nas suas andanças pela cidade, o fotógrafo FL Piton
registrou algumas cenas interessantes da zona Oeste.
Algumas delas estão abaixo.
panorâmicaNas alturas e com vista para a USP, um trabalhador repara
antenas de televisão no teto de um edifício.
garupa
Tranquilidade é isso. Na garupa improvisada, uma
criança aproveita a viagem para apreciar a paisagem na
avenida Antonio e Helena Zerenner.
FOTOS F.L.PITON / A CIDADE
12. 12 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
minhabronca
Há seis anos, moradores esperam
praça no Paulo Gomes Romeo
Moradores reclamam da existência de áreas públicas desocupadas - com manutenção feita de vez
em quando pela prefeitura - e que poderiam ser transformadas em praças e outros locais de lazer
Cadê a praça que deveria estar
aqui? Essa é a pergunta que o moto-
rista Daniel Leandro Pereira Cardozo,
de 37 ano e todos os moradores do
Jardim Paulo Gomes Romeo I fazem
diariamente.
Morando há seis anos no bairro,
Cardozo é um dos muitos que percebe
a falta de atenção com o bairro,
principalmente a ausência de uma
praça, por causa da filha Júlia, de 1
ano.“Comprei um carrinho de passeio
para ela e não temos onde ir no bairro.
No máximo, damos uma volta no
quarteirão”, conta. O morador explica
que, nas proximidades de sua residên-
cia, são ao menos três áreas vagas,
onde poderiam ser instaladas praças ou
serviços públicos.“Eu moro na primeira
etapa do bairro, de 2010. Desde então
a segunda já foi entregue”.
Daniel não se importa de ter de
buscar atendimento médico em outro
bairro e nem com o fato de o bairro
não possuir uma escola própria. Mas,
a falta de áreas de lazer é realmente
incômoda.“As pessoas preferem ir até
a USP para caminhar, do que correr
risco nessas áreas sem estrutura e
segurança”.
Esses terrenos são públicos e
deveriam ser limpos pela administração
municipal, mas acabam esquecidos.“A
prefeitura aparece vez ou outra para
limpar, mas não dura muito. De vez
em quando o mato está muito alto,
alguém coloca fogo e o bairro fica todo
enfumaçado”.
O desejo geral é que essas áre-
as sejam transformadas em praças
ou espaços que, de alguma forma,
beneficiem a população.“Não custa
tanto plantar algumas árvores, colocar
uma calçada, bancos e quem sabe uma
academia ao ar livre”, finaliza.
fDANIEL CARDOZO COM A FILHA DE 1 ANO, EM UM TERRENO QUE PODERIA SER UMA PRAÇA
“Moro há seis anos aqui e essas
áreas sempre foram abandonadas. É
um milagre que a grama esteja baixa,
porque teve época em que ultrapas-
sava um metro de altura.Tem muita
criança no bairro e acho que o ideal
seria construir uma praça ou uma
quadra de esportes para que elas
tivessem um local para brincar”.
JOÃO BENATI
28 anos, mecânico de ar condicionado
“Acredito que nesses terrenos de-
veria ser construída alguma coisa em
benefício da população. Hoje essas
áreas estão esquecidas, com mato
alto, acumulando sujeira e até água
parada. Isso coloca os moradores em
risco, ficamos a mercê da dengue,
zika e até chikungunya”.
HELENA RODRIGUES
64 anos, dona de casa
LOCAL É ÓTIMO PARA CONVÍVIO COM A NATUREZA. ALI, O MATO COSTUMA PASSAR DE UM METRO DE ALTURA
MILENAAUREA/ACIDADE
WEBER SIAN / A CIDADEWEBER SIAN / A CIDADE
PROMESSA
ANTIGA Moradores dizem que é preferível ir até à USP em busca de
lazer ou prática de exercícios, do que correr riscos nessas áreas
públicas desocupadas e - em alguns casos - bastante perigosas.
LAZER E DESCANSO? NEM PENSAR!
Na segunda-feira, dia 31, às
15h52, o jornal enviou um pedido de
informações à Prefeitura de Ribeirão
Preto, a respeito das reclamações dos
moradores pela ausência de praças
e áreas de lazer no Jardim Paulo Go-
mes Romeo.Até o fechamento desta
edição, às 23h de quinta-feira (2), a
administração municipal não havia
enviado a resposta.
Prefeitura não
respondeu a pedido
de informações
OUTRO LADO
13. 13A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
Na marginal da avenida Bandeirantes,
acesso ao Jardim Recreio, pequenos buracos no
asfalto incomodam os motoristas. Mas não são
nada comparados à imensa valeta que se abriu
na lateral da via, colocando em risco veículos e
pedestres.
Na altura do número 500, a avenida Virgílio
Soeira tem calçada apenas em um dos lados da
via. Do outro, um terreno vago, com uma estrada
de terra e estacionamento improvisado não
permitem a passagem de pedestres.No início da avenida Virgílio Soeira, uma
sequência de buracos incomoda, sobretudo
os motoristas do transporte coletivo, já que o
problema fica ao lado de um ponto e os impede
de estacionar.
Buracos em profusão
Marginal perigosa
Esqueceram da calçada
FALTA RESOLVER
FALTA RESOLVERFALTA RESOLVER
minhabronca
WEBER SIAN / A CIDADE
MILENA AUREA / A CIDADE
MILENA AUREA / A CIDADE
WEBER SIAN / A CIDADE WEBER SIAN / A CIDADE
Depois de anos pedindo,
finalmente a avenida Monteiro
Lobato – uma das principais da
Vila VItgínia – foi recapeada e
agora parece um “tapete”.
No Parque Ribeirão Preto,
especialmente na esquina das
ruasWaldomiro Machado eAbel
Conceição, impressiona a quantidade
de buracos existentes na via.
Avenida Monteiro
Lobato recapeada
Buraqueira sem fim no
Parque Ribeirão Preto
RESOLVIDO FALTA RESOLVER
14. 14 A CIDADE SÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
minhareceita
DE BOLOS ‘DO TAMANHO
DE UMA PORTA’ A
MARAVILHAS NO POTE
Obras de arte culinárias de Maria Cacilda Pimenta
seguem vivas nos trabalhos da filha Susana e do
neto Renan
NaVilaVirgínia, não existe uma pes-
soa que não tenha ouvido falar da família
Pimenta. No bairro, o patriarca,Antônio, é
conhecido pelo trabalho impecável no ramo
de pintura. Já a matriarca, Maria Cacilda,
conquistou os vizinhos por sua generosidade,
carinho com a família e, há algumas décadas,
por ser a boleira oficial daquela região.
Dona Cacilda chegou a Ribeirão Preto
aos 21 anos. Casada, ela sentiu que precisa-
va ajudar o marido com o orçamento e assim
começou a história da família com os doces.
“Minha avó veio deAltinópolis (SP) e lá tudo
vira doce. De frutas a raiz de plantas, tudo
tem uma chance”, diverte-se Renan dos
Santos Pimenta, um dos netos.
Ela fez seu nome, e logo suas receitas
eram pré-requisitos nas festas do bairro. Os
anos se passaram, a família aumentou e,
dentre os filhos deAntônio e Cacilda, Susana
foi quem herdou o dom dos doces e deu
continuidade ao sucesso da mãe.“Cresci
vendo elas trocando receitas, cozinhando e
fazendo as melhores coisas na cozinha”.
Hoje, aos vinte e poucos anos e apesar
de quase formado em Odontologia, dentre
os netos Renan foi quem seguiu os passos
da avó. O estudante é conhecido entre os
amigos pelo “bolo de pote” feito e entregue
com capricho.“Eu sempre gostei de fazer
doces. Um dia fui num lugar, provei o tal
bolo que vinha no potinho, gostei e resolvi
tentar”. Renan comprou os ingredientes e
testou uma receita da avó. Deu tão certo que
ele acabou postando o resultado numa rede
social e daí em diante, nunca viu sua página
tão movimentada.
fRENAN COM ALGUMAS
DAS SOBREMESAS QUE
VÊM FAZENDO SUCESSO,
COMO O BOLO DE POTINHO
E O DE TAMANHO GG
5 PORÇÕES
Tem uma receita e quer compartilhar com a gente?
Mande para receita@jornalacidade.com.br
BOLO DE POTE
DE LEITE EM PÓ
COM MORANGOS
INGREDIENTES
Massa
2 xícaras de farinha de trigo
2 xícaras de açúcar refinado
3 ovos
1 colher de fermento químico
1 copo de leite fervendo.
Recheio
1 lata de leite condensado
1 caixa de creme de leite bem
gelado
200g de manteiga sem sal
12 colheres de sopa cheias de
leite em pó
MODO DE PREPARO
Para a massa, bater no
liquidificador os ovos com o
açúcar. Em um refratário colocar
a farinha e o fermento químico
e misturar com uma espátula.
Colocar os ovos batidos com o
açúcar no refratário e mexer bem.
Colocar o copo de leite fervendo
e mexer até obter uma massa
homogênea.Assar.
Já para o recheio, misturar
numa batedeira a manteiga e
o leite condensado. Bater e aos
poucos e colocar o leite pó. De-
pois de bem misturado colocar o
creme de leite gelado e misturar
com uma espátula.
Para montar o bolo de pote,
corte círculos na massa já assada
e em temperatura ambiente, de
preferência usando um cortador
com a mesma medida do pote.
Coloque no pote com camadas
alternadas de bolo e de recheio,
terminando com o recheio. Obs:
Os morangos devem ser higie-
nizados e picados colocando-os
entre as camadas de recheio.
FOTOSF.L.PITON/ACIDADE
bardonei29@gmail.com | Bar do Nei
Rua Conde de Irajá, 235 - Ribeirão Preto/Sp
16 3610-5891 | 3632-9280
15. 15A CIDADESÁBADO, 5 DE NOVEMBRO DE 2016
pontodeencontro
UM LUGAR ESPECIAL
Localizada na avenida Monteiro
Lobato, a “Pracinha da Ceterp”
é um ponto de encontro para os
moradores do Jardim Piratininga e
também do Centenário. Por lá, além
da sombra fornecida pelas inúmeras
árvores, você encontra a perua da
garapa, o carrinho de lanches e até o
moço que vende toalhas.
FOTOS MILENA AUREA / A CIDADE
Elder CorsiJosiane,Telma e Evaldo
João Fernandes Josué Mariano Erivaldo Santos