2. Em dias assim, como este, nevoento, Minha alma despe seu manto colorido, E num gesto manso e lento, Veste um novo vestido Muito triste feito de brumas, Sepulcral como um lamento...
3. E o vento que passa, gelado, Num vórtice bravio levando tudo, Leva-a também, num consentimento mudo Para os páramos sem fim dos desesperados...
4. Quando raia, porém, um novo dia E o sol vermelho tinge o céu de sangue, Ela desperta, exausta e ainda exangue, Já ensaia um riso de alegria... Quando afinal o sol a pino resplandece, Minha alma a vibrar toda se aquece E brilha mais do que o clarão do dia...
5. E no sereno negro-azul da noite clara, Quando a lua surge com seu véu de prata, Minha alma os laços de mil sonhos Ao léu desata, E voa atrás da lua que destila Gotas de amor, de paz e de saudade... E, minha pobre alma, feliz tanto cintila,
6. Que dir-se-ia (se alguém pudesse vê-la), Que nunca houve no escrínio do céu Tão constelado, Mais fulgurante e radiosa estrela...
7. Imagem: 2180258890099651178EACUpR_fs (webshots) Texto cedido pela autora: Yedda Maria Finamore Ferraz (25.10.l952) Música: E. Cortazar – Sicilian romance Formatação: adsrcatyb@terra.com.br Site: www.momentos-pps.com.br Respeite os direitos autorais e de quem formatou este trabalho