Este documento fornece um roteiro para análise de livros, abordando tópicos como a capa, estrutura narrativa, personagens, narrador, tempo, espaço, enredo e intertextualidade. O roteiro oferece perguntas guias para caracterizar os personagens e analisar outros elementos estruturais e literários da obra.
4. PERSONAGENS
Os personagens são peças-chave dentro da narrativa. É com eles que ocorrem os fatos, é
através de seus dramas, suas experiências, paixões, sofrimentos e vitórias que se provoca a
empatia do leitor.
Personagens são geralmente definidos através de suas ações, isto é, mostram-se
enquanto agem, ou através de qualificação, quando o narrador descreve seu modo físio,
psicológico e social de ser. Em sua construção os personagens podem ser lineares, simples,
formados de poucas características, que tendem a revelá-lo como protótipo do bem ou do
mal. Ou, então, são complexos, mais trabalhados, imprevisiveis, cheios de conflitos e até
contraditórios em suas atitudes.
Podem ter papel determinante no desenvolvimento do enredo — serão, então,
protagonistas (personagens principais) ou podem ser coadjuvantes nesse processo
(personagens secundários). Em muitas histórias, há personagens, secundários ou não, que se
contrapõem ao personagem principal: são os antagonistas.
Fala das personagens
Para representar o que os personagens dizem em determinadas situações, o narrador lança
mão basicamente de dois processos: o discurso direto e o discurso indireto. No primeiro,
através de marcas como verbos de elocução, dois pontos, travessões ou aspas, o narrador
mostra diretamente as talas dos personagens; no segundo, é o narrador quem nos conta o
que foi dito. Há ainda um recurso da prosa mais moderna: o discurso indireto livre,
quando o narrador reproduz a fala do personagem sem nenhuma indicação. As reflexões do
personagem e a faia do narrador misturam-se no mesmo discurso— apenas o contexto nos
esclarece o que pertence a um ou a outro.
5. CRIANDO PERSONAGENS
o sucesso de uma narrativa depende, em grande parte, da construção dos
personagens. Há personagens muito simples, chamados tipos ou lineares, que
apresentam muito poucas características, por exemplo o mocinho bom e justo ou
o bandido mau e corrupto. Esses personagens aparecem nas historias infantis e
nas de massa (novelas de televisão, algumas historias em quadrinhos), porque
não exigem nenhum esforço intelectual para serem compreendidos, isto é, são
bastante previsíveis, é facil adivinhar como eles vão agir em cada situação. Por
outro lado, há personagens mais complexos, misteriosos e imprevisiveis, mais
ricos são bandidos e mocinhos ao mesmo tempo, são herois e covardes, sao
capazes do bem e do mal, da justica e da injustiça.
Ha duas maneiras de caracterizar um perosnagem, seja ele linear ou complexo:
uma é pela qualificação, outra pela ações. No primeiro caso, o personagem é
descrito pelo narrador ou por outros personagens: características físicas
(estatura, aparência, idade, cor etc.), características psicológicas (personalidade,
qualidades e defeitos, sonhos, desejos, emoções, pensamentos, frustrações,
carências), características sociais (familia, amizades, atividades, situação
econômica etc.). No segundo caso, o personagem vai-se definido pelo que faz,
isto é, por suas ações o leitor vai percebendo como ele é. Algumas vezes essas
ações não são externas: passam-se na cabeça dos personagens, são ações
interiores, psicológicas. Entretanto, essas duas possbiidades se completam, pois
os autores recorrem tanto à qualificação quanto à ação para mostrar a
personagem.
6. Características físicas:
nome e apelido (se tiver);
idade, aparência (aproximados);
olhos, cabelos e pele, boca, nariz, pernas etc;
condições de saúde
Características psicológicas
qualidades, habilidades, defeitos, dificuldades;
o que gosta, adora, provoca irritação, detesta em relação a comidas, divertimentos, estudo, trabalho, esportes, religião,
política, roupas;
o que deseja, de que tem medo;
o que faz questão de mostrar, o que faz questão de esconder;
hábitos, manias.
Características sociais:
família: como são e o que fazem seus integrantes, estado civil (solteiro, casado etc);
condições econômicas: vantegens e dificuldades;
moradia: localização, como é a casa, como é a vizinhança;
moradia: localização, como é a casa, como é a vizinhança;
relações afetivas: namoros, quem são seus amigos e inimigos, como são;
trabalho e/ou estudo: o que faz, onde;
lazer: como ocupa seu tempo livre, se diverte, lugares que frenquenta;
acontecimentos que marcaram sua vida.
7. NARRADOR
Narrador e foco narrativo (ou ponto de vista)
É através da visão do narrador que a narrativa nos é
transmitida. Basicamente, este pode-se colocar em duas
posições ou situações: a de contar a história como
personagem, portanto em primeira pessoa, ou colocar-se
fora da história, contando-a como quem nos transmite algo
que acontece diante de seus olhos, isto é, em terceira
pessoa.
O foco narrativo de primeira pessoa, se por um lado
restringe essa visão panorâmica dos fatos, por estar preso
aos olhos e à personalidade de um único personagem, por
outro ganha em emoço. Já na terceira pessoa, o narrador
pode jogar com o fato de ser um espectador privilegiado, que
tudo vê e que, por vezes, sabe até os segredos, emoções e
sentimentos mais íntimos e inconfessos de seus
personagens, transitando assim da condição de simples
observador à de narrador onisciente.
8. TEMPO
Numa narrativa, o tempo pode ser entendido de duas formas:
tempo-época e tempo-duração. 0 primeiro indica o momento
histórico dos acontecimentos narrados. Em alguns textos, esse
tempo histórico pode vir claramente mencionado ou estar implícito
na caracterização dos personagens e do espaço.
O tempo duração é o que transcorre do começo ao fim da
história narrada (horas, dias, meses, anos etc.).
Quanto à organização da ação narrativa, isto é, à sequência
em que se apresentam os fatos, esta pode ser cronológica linear ou
não-linear. Na primeira, os fatos são narrados na ordem de sua
ocorrência; na sequência não-linear, há uma interrupção da
sucessão linear, para serem contados fatos do passado através de
uma retrospectiva ou f/ash-back. É possível também incluir-se uma
prospectiva, em que se antecipa um fato futuro, conhecido pelo
narrador, mas não pelos personagens.
Nos romances psicológicos, onde a ação é muito mais interna
do que externa, uma outra ordem temporal se impõe: a da
simultaneidade, em que prevalece a associação livre de ideias;
presente, passado e futuro se misturam num mesmo plano como se
tudo fosse presente.
9. ESPAÇO
Os personagens movimentam-se dentro
de um certo espaço e este pode muitas
vezes auxiliar em sua caracterização, na
medida em que permite transmitir
determinadas ideias ao leitor com maior
intensidade. Às vezes, porém, o espaço
assume apenas um caráter decorativo,
tornando-se não mais que um cenário,
pano de fundo sobre o qual se
desenrolam as ações.
10. ENREDO
Numa narrativa a ação compreende tudo o
que acontece na história: os fatos e atos
envolvendo os personagens.
As ações de uma narrativa se organizam
através do enredo, isto é, de uma sequência
e encadeamento que se tecem a partir de
duas linhas condutoras:
sequência lógico-causal: as ações seguem-
se como decorrência umas das outras;
sequência cronológica ou temporal: os fatos
são narrados em ordem linear ou não.
11. INTERTEXTUALIDADE
Intertextualidade acontece quando há
uma referência explícita ou implícita de
um texto em outro. Também pode
ocorrer com outras formas além do
texto, música, pintura, filme, novela etc.
Toda vez que uma obra fizer alusão à
outra ocorre a intertextualidade.
Procure uma outra forma de arte em que
ocorra uma referencia implícita ou
explícita com o seu livro lido.
12. apreciaçao
Significado de Apreciação
s.f. Ato de apreciar; estima, avaliação.
Julgamento, observação, análise: uma
apreciação justa.
Justifique se você gostou ou nãodo
livro com argumentos coerentes.
13. Bibliografia
Material Ensinar e Aprender, Caderno
2, Língua Portuguesa