O livro "Minha Vida de Menina" é um diário fictício escrito sob o pseudônimo de Helena Morley, mas na verdade foi escrito por Alice Dayrell Caldeira Brant. Narra as memórias da infância da autora em Diamantina, Minas Gerais entre 1893-1895, abordando temas como desigualdade social, preconceito religioso e educação feminina da época. O livro foi um sucesso de vendas quando lançado em 1942 e ajudou a popularizar o estilo de linguagem coloquial no modern
1. Helena Morley
“E como a vida era boa
naquele tempo!
Quanto desabafo, quantas
queixas, quantos casos
sobre os tios, as primas, os
professores, as colegas e as
amigas, coisas de que não
poderia mais me lembrar,
depois de tantos anos,
encontrei agora nos meus
cadernos antigos!”
2. Quem é Helena Morley ?
Helena é , na verdade, pseudônimo de
Alice Dayrell Caldeira Brant
nascida em 1880 em Diamantina (MG), filha de pai inglês e de mãe
mineira.
O livro surgiu em 1942 (em meio ao movimento
modernista).
Helena Morley
narradora
protagonista
pseudônimo da autora
Faleceu em 1970, aos 90 anos .
3. Como surgiu o pseudônimo?
Em 1941 a família Brant morava num apartamento, enquanto a sua casa
estava sendo construída na Lagoa Rodrigo de Freitas, perto do Corte Cantagalo
onde existe, hoje, o Edifício Helena Morley. Alice detestava morar em apartamento.
Certa tarde de sábado, para distrair os filhos, pegou dentre os seus guardados o
diário que havia escrito quando menina e resolveu ler para eles e para o marido.
Todos escutavam encantados. Ao final da leitura o marido Augusto Mário, sugeriu:
- Por que não publicamos esse diário? Muita gente iria ter a
oportunidade que estamos tendo de ouvir histórias tão interessantes de uma
menina inteligente numa cidadezinha mineira, no final do século passado.
Alice não achou muita graça na ideia. Ignez, sua filha, adorou.Depois de
muita discussão, Alice concordou em transformar tudo aquilo num livro, desde
que fosse com pseudônimo, do contrário Diamantina inteira iria brigar com ela.
Pensaram vários nomes. Alice preferiu Helena porque achava um nome muito
bonito. E o sobrenome Morley, de sua avó materna.
Assim nasceu Helena Morley.
(fonte: http://www.livrariakiron.com.br/alice-e-helena-morley.html)
4. Imagem do
lançamento
do livro
Rio de Janeiro,
anos 40.
“O diário de Helena Morley tem a data inicial de 5 de janeiro de 1893. O
livro foi lançado pela Livraria José Olympio em 1942. Foi o maior sucesso.
O Brasil inteiro comentava e as edições se esgotavam, uma após a outra.”
(fonte: http://www.livrariakiron.com.br/alice-e-helena-morley.html)
5. história original: mas e a escrita? “Os escritos de Alice foram organizados pelo
marido Mario Augusto Caldeira Brant, alto
funcionário no governo Getúlio Vargas e escritor
elogiado por Carlos Drummond de Andrade. Como
os originais nunca apareceram e podem ter sido até
queimados, as lendas correram soltas.
Entre os suspeitos de terem mais do que
editado o material, estavam Augusto Meyer e Cyro
dos Anjos(...).
Em conversa com o crítico Alexandre Eulálio,
Guimarães Rosa foi enfático a respeito da
controvérsia: se houve de fato a reescrita por um
adulto, “estaríamos diante de um ´caso’ ainda mais
extraordinário, pois, que soubesse, não existia em
nenhuma outra literatura mais pujante exemplo de
tão literal reconstrução da infância”.
VIEIRA, Enio.
(fonte: http://acervo.revistabula.com/posts/livros/uma-inglesinha-pobre-nos-trópicos)
6. “É uma biografia disfarçada, esta,
de Helena Morley, mas ao mesmo
tempo é uma espécie de
história natural da vida de família
brasileira no último período do
patriarcalismo escravocrata e
numa região menos conhecida
que o Nordeste da cana de
açúcar. [...] Sob esse aspecto que
o diário de Helena Morley [...]
interessa mais vivamente.”
(FREYRE, 1944 citado em SILVESTRE, 2011)
O registro histórico-social da obra
Por seu valor literário e histórico, o livro foi considerado
uma das melhores obras literárias do Brasil do século XIX.
7. Por meio das reflexões de Helena, o livro aborda temas e
problemas importantes da realidade daquela época, como o
racismo ( a abolição da escravatura era muito recente), a
desigualdade social e o preconceito religioso ( protestantismo
trazido pelos estrangeiros) e educação feminina repressora.
Os assuntos abordados na obra
A Helena é uma menina pobre, mas seus avós e tios
têm muito dinheiro. Ela convive com negros e brancos,
pobres e ricos, então tem uma visão da sociedade
brasileira bastante privilegiada.
Guia do estudante
11. A linguagem do texto aproxima-se da prosa coloquial, em que
a narradora deixa transparecer toda a franqueza de
adolescente.
A linguagem da obra
“o cenário literário era dominado pelo Parnasianismo. Esse
movimento elaborava uma linguagem mais erudita.
Essa garota escrevia de uma maneira muito mais livre e,
por isso, só muitos anos depois ela foi lida da maneira que
devia ser lida”
Guia do Estudante
Sábado, 11 de março
[]
Segunda-feira, 13 de março
[]
Terça-feira, 14 de março
[]
12. O modernismo de Helena
“A produção intelectual modernista passou a dar vez e voz a novos e
velhos personagens, aproximando a linguagem escrita à fala do povo,
reivindicando também uma gramática brasileira. Essa brasilidade
mestiça expressa entre outras coisas pela fala, é uma constante na
obra de Helena. Ao narrar, a escritora toma o cuidado de transcrever
o diálogo como ele ocorreu, havendo pessoas que se expressam por
meio da língua padrão e outras não. Assim a oralidade se põe à
mostra em seu texto”.
(JOVIANO, Lúcia Helena da Silva)
Quinta-feira, 13 de junho
[] []
(MORLEY, Helena.p.261, 262)
13. o espaço da narrativa“Os fatos são narrados,
predominantemente, dentro
da cidade de Diamantina
(MG). É um espaço que
mistura a vida urbana, a
mineração e a vida familiar”.
(fonte: mundoeducacao.)
Quinta-feira, 26 de julho
14. O contexto da narrativa
Os acontecimentos tem como pano de fundo o Brasil entre os anos 1893 e 1895, onde acabava
de ocorrer a abolição da escravatura, e a Proclamação da República era ainda um fato recente,
quando a autora mostra ser um momento de mudança tanto pessoal quanto nacional.
fonte: mundo educação
1888
Abolição da
Escravatura
1889
Proclamação
da República
Decadência
da mineração
Final do
século XIX
15. Helena, a inquieta
“
,
”
Helena não constrói uma imagem boazinha de si. Seu caráter não é
perfeito. Aproxima-se do anti-heroísmo pícaro. ‘Ela é individualista,
familiar, rebelde, esclarecida, amiga dos festejos e alérgica a
disciplina, critica a superstição, as fumaças de grandeza e o preço
dos preconceitos e ignorância’.
(ROBERTO SCHWARZ, citado no blog Entre elas).
16. De caráter inovador, ao pensar sobre seu contexto, Helena propunha-se agir para modificá-lo,
ela é vista muitas vezes como alguém que está além de seu tempo, pois ironiza, critica e se
sente inconformada com o que lhe ocorria. Com isso, o leitor tem a possibilidade de participar
de sua evolução, percebendo as mudanças em sua visão e atuação no mundo.
(fonte: mundo educação)
Quinta-feira 21 de fevereiro
Segunda-feira, 15 de abril
19. repercussão
O livro foi traduzido para inglês por
Elizabeth Bishop.
“
– –
”
fonte: Revista Bula — Literatura e Jornalismo Cultural
disponível em http://acervo.revistabula.com/posts/livros/uma-inglesinha-pobre-nos-
tropicos
Minha vida de Menina, que já foi traduzido para o francês,
Inglês e Italiano. Essa obra teve uma repercussão significativa,
conseguindo a atenção e a reflexão de importantes escritores,
como Raquel de Queiróz, Carlos Drummond de Andrade,
Manuel Bandeira e outros.
Fonte: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/helena-morley-sua-obra-minha-vida-menina.htm
20. Adaptação para o cinema
“ Vida de menina”, dirigido por Helena Solberg (2003)
Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=0pJZDAJkFyA
21. Personagens de destaque
Helena
(protagonista/narradora)
Carolina
(mãe de Helena)
tia Madge
(irmã do pai de Helena)
Alexandre
(pai de Helena, descendente de ingleses)
D. Teodora
(avó materna de Helena)
Luisinha
(irmã de Helena)
tios e tias
ricos; e primos
(parentes maternos
de Helena)
Renato e
Nhonô
(irmãos de Helena)
22. Carolina e Alexandre
os pais de Helena
Os pais de Helena levam uma vida simples e com pouco dinheiro, bem diferente do resto da
família. Isso leva a menina a vivenciar e questionar a desigualdade e o comportamento social.
Domingo, 26 de novembro
Domingo, 25 de fevereiro
23. tia Madge, a inglesa
Madge é tia paterna de Helena, e é
protestante. Procura ensinar-lhe boas
maneiras.
Sábado, 13 de outubro
25. D. Teodora, a avó amada
Quarta-feira, 20 de dezembro
26. “
”
[O diário] acaba com a morte de D. Teodora. Nesse momento o diário ganha outro tom, tornando-se mais sombrio. Não só pela morte
da avó, como também pela disputa em que a família entra por conta da partilha dos bens da falecida.
blog Entre Elas - adaptado
O diário termina abruptamente, com a menção ao fato que a parte da herança que chegou às mãos dos Morley serviu para sanar as
dívidas.
“
.”
27. Fontes de Pesquisa
MORLEY, Helena. Minha vida de Menina. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
SILVESTRE, Penha Lucilda De Souza. DIÁRIO DE UMA VIDA DE MENINA: cinema e literatura no Brasil (representações da personagem feminina) . Disponível em
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/103645/000676714.pdf?sequence=1
https://www.ebiografia.com/alice_dayrell_caldeira_brant/
BRANT, Sarina Caldeira. Foto do acervo. Disponível em http://www.familiadayrell.uaivip.com.br/brasil.htm
VIEIRA, Enio. Disponível em http://acervo.revistabula.com/posts/livros/uma-inglesinha-pobre-nos-tropicos
RIGONATTO, Mariana. Helena Morley e sua obra Minha vida de menina.
Disponível em: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/literatura/helena-morley-sua-obra-minha-vida-menina.htm
BLOG ENTRE ELAS. Minha Vida de Menina’ de Helena Morley: Resumo e Análise para Fuvest.
Disponível em: http://entreelas.com.br/index.php/2017/07/28/minha-vida-de-menina-resumo-e-analise-da-obra-de-helena-morley-fuvest/
Stoodi Ensino e Treinamento a distância LTDA - EPP
https://www.stoodi.com.br/blog/2017/06/02/minha-vida-de-menina-resumo-da-obra-de-helena-morley/
BYLAARDT,Cid Ottoni. Minha vida de menina - Helena Morley
Disponível em: http://www.sosestudante.com/resumos-m/minha-vida-de-menina-helena-morley.html
https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/estante/o-que-voce-precisa-saber-sobre-a-obra-minha-vida-de-menina/
JOVIANO, Lúcia Helena da Silva. Diário e escrita de si: Minha vida de Menina no contexto da discursividade Moderna. Darandina Revisteletrônica - Anais do Simpósio Internacional Literatura, Crítica,
Cultura V: Literatura e Política, realizado entre 24 e 26 de maio de 2011 pelo PPG Letras: Estudos Literários, na Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora. Disponível
em:http://www.ufjf.br/darandina/files/2011/08/Di%C3%A1rio-e-escrita-de-si-Minha-vida-de-Menina-no-contexto-da-discursividade-Moderna.pdf
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