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Capítulo 9<br />Informação, Cognição e Educação mediadas pela Biblioteca Virtual<br />A Biblioteca on line de Ciências da Comunicação (BOCC) constitui um paradigma científico de comunicação digital, que nos instiga a colocá-la em perspectiva para uma reflexão acerca do uso das plataformas numéricas aplicado à pesquisa no campo das Ciências da Comunicação e da Informação. Partimos do pressuposto que a utilização dos dispositivos informacionais, como a BOCC, contribui para revigorar a formação de profissionais qualificados, competência crítica, pragmatismo, consciência ético-política, ecológica e organizacional (a partir do compartilhamento da inteligência coletiva conectada). Simultaneamente, o exame da biblioteca portuguesa atualiza o intercâmbio entre as pesquisas brasileiras e européias, sob o signo da globalização, do pós-colonialismo e das interculturalidades.<br />Um estudo do site da BOCC, Biblioteca on line de Ciências da Comunicação, construída na Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal é importante porque abre espaço para o debate sobre o fenômeno sociocomunicacional no contexto da modernização científica e tecnológica de Portugal, do Brasil (e dos povos lusófonos).<br />Ao mesmo tempo, coloca em evidência o campo das Ciências da Comunicação, assegurando o estabelecimento de uma agenda de discussão sobre a produção de conhecimento e suas ressonâncias nos domínios da vida econômica, social, política, cultural. E inclui as preocupações com os temas da história, filosofia, linguagem, tecnologia e meio ambiente; este último, ameaçado pela ação predatória industrial, tem-se tornado passagem obrigatória no debate público. <br />Em suma, uma plataforma de Ciências da Comunicação como a BOCC representa a oportunidade de reflexão sobre o papel social dos cientistas da comunicação e a sua participação ativa na esfera pública.<br />Hoje nos aproximamos mais da idéia de “transparência na comunicação”, particularmente no que concerne à visibilidade do trabalho teórico-metodológico dos pesquisadores, principalmente devido às auto-estradas da informação que nos autorizam o acesso à vasta e atualizada produção dos estudos na área. <br />A projeção das pesquisas no espaço público digital - propiciado pelas redes sociotécnicas de informação científica - reaquece o ambiente comunicacional, gerando a operacionalização de uma dinâmica mais vigorosa em sala de aula, no âmbito dos estudos avançados, nos exercícios de capacitação, e além disso, promove a interação entre a práxis teórica e o trabalho laboratorial; mas fundamentalmente lança uma ponte que liga o trabalho dos profissionais do mercado e a experiência acadêmica.<br />As publicações disponibilizadas nos portais da internet, uma vez que se abre para um público mais amplo e segmentado, funcionam como lócus privilegiado para se avaliar as competências cognitivas dos pesquisadores e especialistas da área. Por um lado, favorece uma apreciação do modus operandi do trabalho acadêmico, e por outro, nos dá a conhecer as idéias e estratégias que norteiam o desempenho dos profissionais do mercado em suas rotinas produtivas. Hoje, com a disseminação das redes sociais abrem-se novas perspectivas para a publicização das idéias e práticas dos profissionais - também fora do espaço acadêmico – o que favorece um debate mais pluralista.<br />Assim, a BOCC é importante na medida em que contempla os exercícios do pensamento, discurso e ação comunicacionais, dos docentes, pesquisadores, gestores, empresários, especialistas e outros profissionais na área, observando as interações entre os atores advindos de cenários sociais, epistemológicos e institucionais diferentes.<br />Buscando enfatizar a importância da digitalização e compartilhamento das obras científicas, voltamos nossas atenções para a experiência do portal da BOCC - Biblioteca on line de Ciências da Comunicação. Trata-se de uma plataforma virtual criada em 1999, por professor António Fidalgo, e hoje (2011) atua sob a coordenação de Paulo Serra, vinculado ao LABCOM, da Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal. <br />A BOCC se mostra pertinente como objeto de análise, em primeiro lugar porque atualiza o arquétipo da “árvore do conhecimento”, acolhendo textos, saberes, discursos atuais e extemporâneos, mas sobretudo propiciadores de novas inteligências e conectividades. Depois porque reúne linguagens, idiomas e sotaques de países distintos, que, apesar das suas diferenças geográficas e históricas, possuem afinidades eletivas comuns, irrigadas pelo ethos da latinidade. E finalmente, porque favorece o intercâmbio entre as gramáticas da tradição e as sintaxes da (pos)modernidade. <br />Brasileiros e portugueses encontram assim a oportunidade para a territorialização de um novo espaço público virtual, em que as competências teóricas, críticas, analíticas, pragmáticas podem ser compartilhadas. Os produtos virtuais, disponíveis nas redes digitais de comunicação - não podemos esquecer - são acessados por usuários-e-leitores-cidadãos de todas as partes do mundo luso-brasileiro, que não cessam de irrigar e realimentar coletivamente essa grande árvore do conhecimento.<br />No contexto da globalização da economia, gerenciado pelas megacorporações transnacionais e pelo modelo norte-americano, em que os fluxos de informação são codificados hegemonicamente no idioma inglês, a biblioteca virtual portuguesa demonstra o vigor de um procedimento tecnossocial avançado. É transdisciplinar, pós-colonialista e multicultural, divulgando artigos científicos em português, espanhol e outros idiomas latinos; o portal da UBI não apenas é bastante atualizado, como também mantém um intercâmbio permanente com outras instituições científicas internacionais.<br />O trabalho realizado pelos gestores, autores e operadores desta biblioteca digital luso-brasileira é pertinente para se avaliar as estratégias do desenvolvimento científico: no caso do Brasil, é oportuno para debatermos os programas cooperativos de comunicação, educação e formação profissional face à modernização tecnológica e informatização social, e no caso de Portugal, para uma discussão dos modos de inserção da comunicação científica digital nos fóruns acadêmicos e nos mercados globais da Comunidade Européia, em plena crise socioeconômica; em última instância, tudo isso contabilizando os paradoxos e complexidades da chamada “era da informação”, assegura uma grande evolução no campo da comunicação em idioma luso-brasileiro.<br />2. O design e a aura da Biblioteca virtual: a iconologia do monge eletrônico<br />Miramos a biblioteca virtual como uma grande incubadora de idéias e um enérgico programa de ação no que respeita às temáticas da comunicação, processos midiáticos e mediações sociais; percebemos logo de saída como a digitalização das obras científicas de autores clássicos e contemporâneos tem favorecido um intercâmbio dinâmico e profícuo entre as Escolas de Comunicação do Brasil e de Portugal.<br />Como estratégia metodológica, como primeiro passo da investigação, apresentamos uma descrição sucinta do portal da BOCC, e desde uma primeira observação do seu formato, desenho e configuração, já podemos entender a idéia, a intencionalidade e o resultado desta experiência, empenhada em otimizar o trabalho em Comunicação, que começa colocando em prática uma teoria do webjornalismo e se amplia exercitando os saberes que informam, igualmente, as habilitações de Publicidade, Editoração, Relações Públicas, Radialismo, Cinema, Televisão.<br />Ao abrirmos a página da BOCC deparamos com a aparição, na tela do computador, da gravura de um monge, eremita, um hermeneuta lendo um manuscrito numa biblioteca medieval. Lá num cantinho, no silêncio da clausura, através do livro, o monge desvela os mistérios do mundo à luz das velas. <br />Essa iconicidade ancestral funciona como anunciação metonímica de uma história da comunicação, que instiga à pesquisa empírica, análise e reflexão. <br />Para além de suas referências filosóficas, religiosas, laicas, seculares, históricas, o monge representa o arquétipo da serenidade, iluminação e sabedoria; sua figura silenciosa, discreta e reflexiva atua como um elixir vigoroso em nossa era de exacerbado narcisismo, hedonismo, aceleração e velocidade.<br />Pressentimos então as ressonâncias da filosofia de Walter Benjamin e a sua compreensão do presente atualizando as emanações luminosas do passado: o monge, o livro, o mosteiro sinalizam aqui os indícios de uma sabedoria antiga, que se atualiza e se revigora no imaginário eletrônico do ciberespaço, gerando empoderamento coletivo.<br />A página digital - aberta na telinha de plasma - sensorialmente nos instiga a avançar, a percorrer a espessura da sua cartografia, a agir como quem se dirige a um oráculo, formulando questões, tirando dúvidas, satisfazendo curiosidades. Então a investigação pode fluir, desde que o pesquisador, fazendo bom uso da intuição, dedução, memória seletiva e inteligência cognitiva, adote um certo critério organizacional na coleta de dados e não se perca no caminho. <br />No alto da página de abertura da BOCC estão ordenadas - em linha horizontal - as vias de acesso para as seções index, autores, títulos, escolas, ano, recursos. Logo acima lemos o registro do portal no ISSN , um indicativo formal de sua inclusão nos quadros de referência científica institucional, difusor de pesquisas e publicações internacionais, e o link de acesso imediato ao LABCOM. Um calendário fixado no hipertexto indica o dia, o mês e o ano da publicação dos novos artigos e à direita, abre-se o espaço para inscrevermos as palavras-chave e acionarmos a ferramenta de busca.<br />O index, na página inicial da Biblioteca traz um eficiente instrumento técnico de investigação, que nos leva a qualquer documento da biblioteca; em seguida, a partir de um simples comando, os - quase mil - autores podem ser consultados a se apresentarem.<br />De modo similar, ao clicarmos na seção dos títulos podemos encontrar os artigos, os quais, datados e classificados em ordem alfabética, nos permitem o acesso ao conteúdo completo dos quase 2000 textos publicados. <br />Clicando nos subtítulos, podemos conhecer as escolas, instituições de ensino e pesquisa a que os autores estão vinculados, e uma leitura dos textos pode ser feita também pela indicação do ano da publicação. Através do link recursos o portal nos fornece informações sobre os assuntos ligados ao trabalho sócio-organizacional, cultural, político e publicitário da comunicação, quais sejam: cursos superiores; mestrados, pós-graduações; associações; revistas; media studies; livrarias; biblioteca; dicionários e enciclopédias; jornais portugueses.<br />Os cursos superiores de Comunicação e áreas do domínio conexo estão catalogados e indexados na BOCC, oferecendo ao usuário um cardápio diversificado de escolas e ramos do conhecimento; a página indica os endereços eletrônicos de 31 universidades, escolas e institutos de ensino superior portugueses, informando sobre os 11 Mestrados e Pós-Graduações em Comunicação. O portal apresenta também as instituições estrangeiras, atuantes na parceria com as escolas portuguesas, que habilitam os recursos humanos nos níveis de graduação, licenciatura, bacharelato e formação politécnica. Assim, a BOCC cumpre a função pública de reorganizar e redistribuir as informações básicas sobre as áreas de concentração e as linhas de pesquisa da Pós-Graduação em Comunicação, em Portugal.<br />Inscrevem-se numa seção específica as associações, portuguesas e internacionais, os fóruns especializados, os centros profissionais, sindicatos, institutos, federações, facilitando ao pesquisador o acesso à circulação de notícias referentes ao mundo do trabalho, da jurisprudência, dos serviços sociais, das gestões políticas e administrativas; este recurso da BOCC a caracteriza como motor ativo de cooperação e interacionalidade, gerador de inclusividade e ações sociais afirmativas.<br />Atualizando a rede de informação sobre os fenômenos emergentes no domínio comunicacional, são disponibilizados os periódicos, jornais, revistas especializadas cobrindo áreas que se deslocam da filosofia aos estudos científicos e tecnológicos, artes e culturas urbanas. São indicados gêneros e formatos de cursos de várias partes do mundo (também aqui a BOCC colabora, suprindo a carência de várias escolas de nível superior de publicações em língua estrangeira). <br />Uma seleção acurada lista os media studies (estudos midiáticos), em 26 seções, que nos remetem aos centros de pesquisa estrangeiros, cujas áreas de concentração – em sua grande maioria – fazem intercâmbio com as instituições científicas mundiais, revigorando a convergência dos estudos de Comunicação, Cultura e Tecnologia<br />3. A economia organizacional de um portal científico<br />Em sua organização vertical, o index divide a página em três grandes colunas, enunciando as seções Temáticas, Agenda em Comunicação e Novidades. <br />A agenda em comunicação hospeda o site Livros-Labcom-books, dedicado à disponibilização de livros virtuais editados pelo LABCOM (UBI), em versões integrais em PDF; aqui se apresentam as obras de alguns dos mais destacados pesquisadores portugueses, em Ciências da Comunicação.<br />Os mirrors da BOCC: a partir dos intercâmbios culturais, interinstitucionais, universitários, estabelecem-se conexões importantes resultando em experiências como os mirrors, literalmente espelhos da BOCC, transportados por outras instituições, cuja virtude consiste num processo de filtragem das informações gerais e reorganização dos dados particularmente interessantes aos contextos locais e nacionais. O Grupo de Estudios Avanzados de Comunicación - Universidad Rey Juan Carlos (Espanha), a Universidade Fernando Pessoa (Portugal) e a Unisinos (Brasil) são parceiros efetivos nessa experiência acadêmica interativa.<br />Quanto à seção de novidades, esta se mostra como espaço de mobilidade permanente, posto que no canto da tela são anunciados os novos textos, os quais chegam interruptamente ao longo da semana (podemos contabilizar a disponibilização de uma média de três a cinco, chegando até 10 artigos por semana). Há uma oferta de livros, que podem ser recomendados e comprados pelo correio, em sua versão impressa, tratam de temas que abrangem as narrativas fílmicas, videojogos, retórica e mediatização, teoria da comunicação, cultura digital, estética, tecnologia, epistemologia, ética, espaço público, identidade, persuasão, política e jornalismo, entre outras.<br />Neste espaço difundem-se igualmente as notícias de eventos, encontros, simpósios, congressos de Comunicação, que ocorrem nas várias partes do mundo. Para inserir notícias na agenda basta enviar e-mail com os dados ao responsável da BOCC. <br />O núcleo duro da BOCC é constituído pelo hiperlink temáticas, constituído por 42 links, que permitem o acesso aos textos agrupados por temas, e alguns dos quais se subdividem em subtemas. São vias de acesso a uma biblioteca que contém livros, tratados, teses, dissertações e ensaios acadêmicos, o que constitui um acervo de centenas de textos científicos, uma extensa variedade de trabalhos que têm atendido grande parte da demanda dos pesquisadores, profissionais e principalmente dos estudantes de graduação e pós-graduação em Comunicação.<br />A partir de um simples comando digital ingressamos na história do pensamento comunicacional, desde os seus antecedentes, nos campos da filosofia, sociologia, semiologia, ciência política, passando por orientações funcionalistas, estruturalistas, críticas e fenomenológicas até as convergências epistemológicas mais recentes. Percorremos assim, as interfaces da comunicação, informação, biodiversidade, mídia, educação, espaço público, jornalismo, ética, política, arte, rádio, cinema, televisão, arquitetura, design, semiótica, estudos culturais e cibercultura. <br />Sendo o maior e mais atualizado acervo da pesquisa em Comunicação no Brasil e Portugal, a BOCC apresenta um vasto programa institucional e epistemológico, trazendo os textos essenciais para a pesquisa em graduação e pós-graduação. É um portal gerador de interatividade, entre pesquisadores e profissionais, uma vez que disponibiliza os estudos realizados pelos membros das principais instituições científicas luso-brasileiras. Centenas de estudiosos da Comunicação e domínios conexos do saber fazem pontes entre as diversas escolas de Comunicação no Brasil e na Europa. <br />Em verdade, faz-se aqui uma exposição do quadro atual e das tendências investigativas neste domínio interdisciplinar do conhecimento, e também um resgate de autores e textos clássicos na área das ciências sociais e humanidades. O portal oferece uma farta documentação inédita em língua luso-brasileira, realizando a abertura de um canal de comunicação entre a academia e o mercado de trabalho.<br />A acepção de publicação tão cara no meio acadêmico (publish or perish) vem-se alterando radicalmente com a internet. As revistas científicas tradicionais são porventura os maiores cemitérios de idéias. Mesmo as publicações em CD-ROM não fazem sentido. Quem quiser verdadeiramente publicar o seu trabalho intelectual, a sua pesquisa científica, tem de fazê-lo online. Quem publica em papel está confinado a um país ou a uma região. O caso de Portugal e do Brasil é sintomático. Os livros portugueses não têm uma boa divulgação no Brasil, e os brasileiros também não chegam a Portugal. Essa dificuldade de difusão entre os dois países desaparece nas publicações online, essas, sim, verdadeiramente abertas “urbi et orbi”. (...) A maior parte dos autores e dos visitantes da Biblioteca são brasileiros. A criação de mirrors da BOCC no Brasil originou um espaço de perfeita publicação da pesquisa dos dois países. <br />(FIDALGO, 2001, on line)<br />4. Origem e significado da BOCC<br />Cumpre destacar que a BOCC nasceu do fruto do trabalho do LABCOM/UBI – Laboratório de Comunicação on line, da evolução das experiências do jornalismo on line Orbis et Urbis, realizado no laboratório da Escola de Comunicação da UBI. Então, veio responder às demandas e necessidades de ampliação da área de estudos de Jornalismo e do campo das ciências da comunicação. Conseqüentemente, o êxito desta experiência de webjornalismo propiciou o surgimento do grande portal que é a Biblioteca on line de Ciências da Comunicação, tal qual a conhecemos hoje, abrangendo as mais variadas arestas da comunicação, cultura, mídia e tecnologia.<br />Doravante temos a oportunidade de encontrar textos de envergadura, de autores já consagrados na seara acadêmica internacional, e de conhecer o pensamento comunicacional português, brasileiro e de outros mares, por meio dos discursos dos teóricos e estudiosos, cuja produção antes se restringira às fronteiras geográficas, impressas e institucionais. <br />Descobrimos aqui a disponibilização de artigos diversos, desde os clássicos de Aristóteles, obras como Nicomachean Ethics; On Interpretation; Politics; Rethoric, até preciosidades como os ensaios de Peirce. Como tornar claras as nossas idéias [1878]; assim como a publicação digital de artigos dos cientistas de várias universidades portuguesas. E no contexto da produção mundial, além dos portugueses e brasileiros, encontramos autores de distintas universidades, cuja diversidade teórica e metodológica tem enriquecido cada vez mais o acervo do saber comunicacional.<br />Os quase mil autores dos textos são - na maioria - brasileiros; a maior parte deles está vinculada às instituições de ensino superior, públicas e privadas. Encontramos teses de doutorado, dissertações de mestrado e monografias de graduação, assinadas por pesquisadores advindos das diversas unidades administrativas, distintos núcleos de pesquisa instalados nas instituições dos diferentes Estados Federativos do Brasil. <br />Uma consulta à Plataforma Lattes, hospedada no site do CNPQ, pode atestar a qualidade dos currículos dos autores brasileiros na BOCC, em sua maioria engajados na pesquisa científica em Comunicação. O livre acesso às obras e ao pensamento de intelectuais brasileiros, dispersos na extensão continental deste imenso país é um luxo para os pesquisadores, que não conheciam os trabalhos dos seus próprios conterrâneos. Muitas destes prestam-se à utilização em sala de aula, nos estudos orientados, na coleta de dados para as pesquisas pessoais, na educação à distância, o que já é um avanço num contexto em que as bibliotecas são escassas, sucateadas e desatualizadas.<br />A explosão dos cursos superiores de comunicação em Portugal não teve, nem podia ter um aumento correspondente na produção científica. Considerei que faria todo o sentido disponibilizar on line para todos, docentes e alunos, a produção científica que já havia, e que essa seria a melhor forma de ajudar os novos cursos a ganhar consistência científica. <br />(FIDALGO, 2001, on line)<br />5. A relevância da biblioteca digital<br />É preciso não perder de vista as condições de criação da BOCC, num nicho laboratorial voltado para o estudo e a prática do webjornalismo; a evolução do seu desempenho vai ocorrer então a partir desta perspectiva, tornando-se um portal de investigação científica que extrapola o âmbito restrito do jornalismo e ilumina o domínio mais complexo das Ciências da Comunicação. Podermos fazer uma sondagem qualitativa de sua performance seguindo as dicas fornecidas pela teoria do webjornalismo, formulada por Marcio Palácios: <br />Ao estudar as características do jornalismo desenvolvido para a Web, Bardoel e Deuze (2000) assinalam a existência de quatro elementos distintivos: Interatividade, Customização de Conteúdo, Hipertextualidade e Multimidialidade (Palácios, 1999); com a mesma preocupação, estabelece cinco características: Multimidialidade/Convergência, Interatividade, Hipertextualidade, Personalização e Memória. Cabe ainda acrescentar a Instantaneidade do Acesso, possibilitando a Atualização Contínua do material informativo como mais uma característica do Webjornalismo. <br />(PALÁCIOS, 2003).<br />6. Estratégia de ação, competência editorial e atualização permanente<br />A internet, como meio de comunicação, caracteriza-se pelo seu poder globalizante e pela velocidade com que a informação pode ser divulgada, atualizada e acessada. Seu advento tem possibilitado novas formas de obtenção de dados, aumento na comunicação interpessoal, visão de outras realidades culturais, melhoria da comunicação escrita, intercâmbio do trabalho cooperativo, bem como o desenvolvimento de outras tecnologias provenientes da informática e das telecomunicações, fatores estes observados na intencionalidade de criação dos portais corporativos analisados. <br />O número de pessoas conectadas em rede tem aumentado a cada dia, o que pode ser confirmado através de levantamentos sobre o número de usuários de internet existentes no Brasil. Isto porque os recursos disponibilizados por essa tecnologia são formas diferenciadas de serviços de informação prestados a toda sociedade, sendo importante destacar que os portais analisados atendem à proposta da rede. <br />Entendemos que a BOCC é uma biblioteca virtual de comunicação, que reúne uma ampla de diversidade de autores e escolas. E para uma avaliação de sua circulação no espaço público digital caberia sondarmos quanto à existência de um dispositivo que permitisse se detectar a freqüência de acessos; quais os artigos mais procurados. <br />Em meio a uma profusão de textos desta ordem, conviria apreciarmos os níveis de organização do acervo digital da BOCC; talvez seja preciso entendermos as regras para a submissão dos papers, o aceite e a disponibilização dos textos. <br />Este valioso material pode alavancar o exercício de uma rigorosa hermenêutica dos textos de Ciências da Comunicação, em língua portuguesa, favorecendo bastante as escolas de comunicação em Portugal e no Brasil. <br />Percorrendo o portal podemos fazer um balanço e refletir sobre as tendências temáticas dominantes no Brasil e nos países europeus; igualmente, podemos tentar decifrar as orientações filosófico-científicas, epistemológicas dos textos. <br />Diante de um trabalho do porte da BOCC, com formato enciclopédico e espírito de Ilustração, pensamos sobre a pertinência em se eleger alguns critérios para uma avaliação dos seus conteúdos, e com esse intuito nos perguntaríamos sobre os critérios para avaliar os conteúdos das bibliotecas virtuais. Em todo o caso, no plano da pesquisa e do trabalho profissional, novas exigências se colocam: é preciso encontrar linhas de ordenação em meio ao aparente caos do ciberespaço. Neste sentido, o pesquisador Márcio Palácios (UFBa) nos traz valiosas sugestões: <br />... com o crescimento da massa de informação disponível aos cidadãos, torna-se ainda mais crucial o papel desempenhado por profissionais que exercem funções de “filtragem e ordenamento” desse material, seja a nível jornalístico, acadêmico, lúdico, etc. Uma biblioteca digital, como a BOCC Biblioteca on line de Ciências da Comunicação (http://www.bocc.ubi.pt), ou o site do Prossiga (http://www.prossiga.br) constituem exemplos de “filtragem e ordenamento de informação” de caráter acadêmico. (PALÁCIOS, 2003).<br />7. A nova ambiência social e a linguagem informacional<br />A BOCC atua efetivamente na formação das competências teóricas fazendo a conexão das várias áreas e subáreas do conhecimento (contidas nas temáticas do portal). Como numa enciclopédia antiga, os assuntos estão agrupados em temáticas que podem ser acessadas a partir de um clique no “rato”.  Caberia - a título de exercício metodológico - explorarmos as formas como se organizam as temáticas, como são escolhidos os assuntos, o que rege a ordenação dos discursos competentes no campo da comunicação digital; quais as articulações do ethos comunicacional com a mídia, a escola, o mercado, a sociedade.<br />Diante do êxito da BOCC, o desafio maior que se coloca para nós – enquanto comunicólogos, leitores, usuários - é ampliar esta “agora midiática”, fazê-la iluminar os espaços globalizados em que proliferam os “sem-micro”, os desplugados, os desconectados, os sem infraestrutura informacional. Evidentemente, tudo isso passa pelo crivo da crítica da Economia, do Direito, da Ética, da Política e da Sociedade.<br />Nessa direção, emergem algumas questões solicitando respostas: este espaço público virtual, que favorece a expansão e revigora o campo da comunicação, poderia disseminar novos procedimentos éticos e voltados para a formação da cidadania? Na sociedade em rede, através dos meios digitais, podemos aprender mais sobre educação estética, produção da subjetividade e exercício da sociabilidade? A revolução digital tem chances de promover mudanças na dimensão socioeconômica e sociopolítica?<br />Alguns pensadores como Castells (1999) Rodrigues (1994), Boaventura dos Santos (2006), Milton Santos (2001), entre outros, têm despendido esforços analíticos, interpretativos, críticos e compreensivos para repensar a nova ambiência comunicacional e seus encadeamentos com os domínios da economia, sociedade, cultura, política. Repassando o repertório de artigos da BOCC, notamos que estes vínculos se fazem por toda a parte: sendo interdisciplinar, o campo das ciências da informação e da comunicação é permanentemente atravessado por discussões que advêm dos fenômenos emergentes nas várias esferas da vida cotidiana.<br />8. Gramáticas e sintaxes da comunicação luso-brasileira<br />Da tradição à contemporaneidade, a BOCC faz um registro dinâmico da história e atualidade das temáticas contemporâneas e por aí, fornece um farto material para avaliação e monitoramento da produção acadêmica luso-brasileira. No contexto da filosofia e da pedagogia que reconhece a positividade da comunicação digital, o portal consiste numa estratégia pós-colonialista. <br />Reciprocamente - apresenta aos brasileiros os textos portugueses, que falam o idioma sob o signo de Camões, Fernando Pessoa e José Saramago, e de modo similar, apresenta aos lusitanos os textos brasileiros, que falam o idioma sob o signo de Machado de Assis, Mário de Andrade e Jorge Amado. Convém reconhecer que – na era tecnológica - as condições de recepção dos textos se perfazem a partir de mediações socioculturais bem distintas, mas tal simbiose resulta sempre num olhar mais penetrante, mais agudo sobre as tramas da comunicabilidade e da sociabilidade.<br />No grande mapa da Biblioteca Virtual se desenham domínios e interfaces epistemológicas que nos levam a pensar. Certamente este mapa possui suas especificidades e diferenciações das políticas científicas nas cartografias realizadas, por exemplo, pelas instituições de fomento à pesquisa no Brasil, como Capes e CNPq, e as instituições científicas portuguesas. <br />Um trabalho interessante seria observar como estas instituições dialogam, pesquisando, por exemplo, como os novos formatos digitais (como a BOCC) vêem a Capes e o CNPq, e por outro lado, como a Capes e o CNPq vêem os dispositivos informacionais (como a BOCC). <br />Injunções diversas como os critérios adotados para a avaliação dos textos submetidos, a análise dos currículos dos autores, as referências e fontes adotadas nos protocolos institucionais, tudo isso pode ser problematizado de maneira eficaz para o conhecimento científico da comunicação no Brasil e em Portugal. <br />A BOCC pode ser considerada como um modelo para a elaboração dos projetos políticos pedagógicos, programas de ensino e pesquisa avançados, uma vez que reúne pesquisadores da Graduação e Pós Graduação de vários países, de reconhecido prestígio dentro e fora da academia. Portanto, consideramos a BOCC um paradigma de Comunicação Científica Digital.<br />Em linhas gerais, a partir de uma varredura nos textos disponibilizados, reconhecemos que a BOCC demonstra uma assimilação coerente das tendências mundiais em termos de pesquisa: trata das interfaces entre comunicação e cotidiano, artes e culturas midiáticas e cibercultura, contemplando suas relações com os espaços sociais, culturais e políticos, o webjornalismo, e as conexões da informação, comunicação e cultura digital.<br />Penso que é feliz a expressão “Galáxia Internet”, de Manuel Castells, para designar a nova realidade comunicacional. É feliz porque retoma o conceito de Marshall McLuhan de “Galaxia Gutenberg”. O que está verdadeiramente em jogo não é o que a internet traz ou não traz, mas fundamentalmente as novas formas de percepção e de comunicação que o novo meio está a provocar. Tal como a imprensa veio revolucionar na era moderna modos de ver, de estar, de conviver e de viver social e politicamente, também a internet está a alterar decisivamente a nossa maneira de percepcionar, de estar, de comunicar e de viver. <br />(FIDALGO, 2004).<br />No que concerne especificamente ao trabalho de interpretação das culturas na era da comunicação e cultura digital, o exame dessa Biblioteca Digital portuguesa tem alimentado há mais de uma década os conteúdos dos programas dos cursos de Comunicação e Ciências da Informação (entre outros) no Brasil. Assim, destacaríamos os artigos voltamos particularmente para a subárea disponibilizados na BOCC. <br />A lista pode parecer extensa, entretanto, julgamos relevante a indicação, primeiramente porque recolhe um repertório significativo de estudos que, sendo mais elaborados ou mais esquemáticos, revelam o itinerário das primeiras pesquisas na área, nos anos 90, quando a experiência do ciberespaço ainda era muito recente.<br />Depois porque apresenta uma linha evolutiva da pesquisa no campo, ao longo de mais de uma década, compilando textos investigativos de diversas procedências metodológicas e epistemológicas, e por isso mesmo constitui uma amostra bastante fecunda; depois porque contempla os trabalhos dos pesquisadores veteranos marcados por um estilo de escritura com fortes traços filosóficos, iluministas e os textos de autores da geração mais recente, cujo estilo expressa o hibridismo de uma inteligência cognitiva, que conserva o rigor metodológico, mas simultaneamente absorve e adéqua à sua linguagem os jargões inseridos pela semiurgia informacional é evidente.<br />Cumpre assinalar a importância desses artigos científicos disponibilizados na Biblioteca Virtual (BOCC), de professores, pesquisadores, jovens e veteranos, do Brasil e Portugal, que vêm suprir uma carência marcante no que respeita à atualização bibliográfica em diversos programas de curso, em várias partes do mundo lusófono.<br />Um estudo da comunicação e da cultura digital pela via das bibliotecas virtuais nos coloca no epicentro de três experiências fundamentais na existência dos seres humanos: a cognição, a informação e a educação, que possuem distinções e particularidades. Todavia, na era tecnológica tendem a se rearticular no contexto das atividades escolares dos jovens estudantes, assumindo novas configurações, o que implica em novos desafios para os professores e pesquisadores. <br />Porque a cognição é atravessada por mil interfaces eletrônicas que moldam os ambientes e influenciam marcantemente os modos de percepção e de conhecimento.<br />Porque a informação extrapolou o domínio dos impressos, emanando de várias fontes e direções, irradiando-se como vírus no cotidiano midiatizado, o que confere sentido à existência dos atores sociais em rede. <br />Porque a educação, entendida como uma paideia, uma experiência de formação do espírito tem sido realizada pelos jovens, mais do lado de fora do que dentro dos ambientes institucionais. A geração web 2.0 assimila as formas do ethos, do habitus e da aprendizagem nas relações mediadas pelos meios telemáticos. Os educadores em todos os níveis de ensino – do básico ao superior – precisam se atualizar e compreender o “novo mundo” irrigado pelas inteligências coletivas conectadas, sob pena de incorrer naquilo que o pensador Henri-Pierre Jeudy nomeou “a eutanásia dos sábios”. <br />
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Informação, Cognição e Educação mediadas pela biblioteca virtual

  • 1. Capítulo 9<br />Informação, Cognição e Educação mediadas pela Biblioteca Virtual<br />A Biblioteca on line de Ciências da Comunicação (BOCC) constitui um paradigma científico de comunicação digital, que nos instiga a colocá-la em perspectiva para uma reflexão acerca do uso das plataformas numéricas aplicado à pesquisa no campo das Ciências da Comunicação e da Informação. Partimos do pressuposto que a utilização dos dispositivos informacionais, como a BOCC, contribui para revigorar a formação de profissionais qualificados, competência crítica, pragmatismo, consciência ético-política, ecológica e organizacional (a partir do compartilhamento da inteligência coletiva conectada). Simultaneamente, o exame da biblioteca portuguesa atualiza o intercâmbio entre as pesquisas brasileiras e européias, sob o signo da globalização, do pós-colonialismo e das interculturalidades.<br />Um estudo do site da BOCC, Biblioteca on line de Ciências da Comunicação, construída na Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal é importante porque abre espaço para o debate sobre o fenômeno sociocomunicacional no contexto da modernização científica e tecnológica de Portugal, do Brasil (e dos povos lusófonos).<br />Ao mesmo tempo, coloca em evidência o campo das Ciências da Comunicação, assegurando o estabelecimento de uma agenda de discussão sobre a produção de conhecimento e suas ressonâncias nos domínios da vida econômica, social, política, cultural. E inclui as preocupações com os temas da história, filosofia, linguagem, tecnologia e meio ambiente; este último, ameaçado pela ação predatória industrial, tem-se tornado passagem obrigatória no debate público. <br />Em suma, uma plataforma de Ciências da Comunicação como a BOCC representa a oportunidade de reflexão sobre o papel social dos cientistas da comunicação e a sua participação ativa na esfera pública.<br />Hoje nos aproximamos mais da idéia de “transparência na comunicação”, particularmente no que concerne à visibilidade do trabalho teórico-metodológico dos pesquisadores, principalmente devido às auto-estradas da informação que nos autorizam o acesso à vasta e atualizada produção dos estudos na área. <br />A projeção das pesquisas no espaço público digital - propiciado pelas redes sociotécnicas de informação científica - reaquece o ambiente comunicacional, gerando a operacionalização de uma dinâmica mais vigorosa em sala de aula, no âmbito dos estudos avançados, nos exercícios de capacitação, e além disso, promove a interação entre a práxis teórica e o trabalho laboratorial; mas fundamentalmente lança uma ponte que liga o trabalho dos profissionais do mercado e a experiência acadêmica.<br />As publicações disponibilizadas nos portais da internet, uma vez que se abre para um público mais amplo e segmentado, funcionam como lócus privilegiado para se avaliar as competências cognitivas dos pesquisadores e especialistas da área. Por um lado, favorece uma apreciação do modus operandi do trabalho acadêmico, e por outro, nos dá a conhecer as idéias e estratégias que norteiam o desempenho dos profissionais do mercado em suas rotinas produtivas. Hoje, com a disseminação das redes sociais abrem-se novas perspectivas para a publicização das idéias e práticas dos profissionais - também fora do espaço acadêmico – o que favorece um debate mais pluralista.<br />Assim, a BOCC é importante na medida em que contempla os exercícios do pensamento, discurso e ação comunicacionais, dos docentes, pesquisadores, gestores, empresários, especialistas e outros profissionais na área, observando as interações entre os atores advindos de cenários sociais, epistemológicos e institucionais diferentes.<br />Buscando enfatizar a importância da digitalização e compartilhamento das obras científicas, voltamos nossas atenções para a experiência do portal da BOCC - Biblioteca on line de Ciências da Comunicação. Trata-se de uma plataforma virtual criada em 1999, por professor António Fidalgo, e hoje (2011) atua sob a coordenação de Paulo Serra, vinculado ao LABCOM, da Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal. <br />A BOCC se mostra pertinente como objeto de análise, em primeiro lugar porque atualiza o arquétipo da “árvore do conhecimento”, acolhendo textos, saberes, discursos atuais e extemporâneos, mas sobretudo propiciadores de novas inteligências e conectividades. Depois porque reúne linguagens, idiomas e sotaques de países distintos, que, apesar das suas diferenças geográficas e históricas, possuem afinidades eletivas comuns, irrigadas pelo ethos da latinidade. E finalmente, porque favorece o intercâmbio entre as gramáticas da tradição e as sintaxes da (pos)modernidade. <br />Brasileiros e portugueses encontram assim a oportunidade para a territorialização de um novo espaço público virtual, em que as competências teóricas, críticas, analíticas, pragmáticas podem ser compartilhadas. Os produtos virtuais, disponíveis nas redes digitais de comunicação - não podemos esquecer - são acessados por usuários-e-leitores-cidadãos de todas as partes do mundo luso-brasileiro, que não cessam de irrigar e realimentar coletivamente essa grande árvore do conhecimento.<br />No contexto da globalização da economia, gerenciado pelas megacorporações transnacionais e pelo modelo norte-americano, em que os fluxos de informação são codificados hegemonicamente no idioma inglês, a biblioteca virtual portuguesa demonstra o vigor de um procedimento tecnossocial avançado. É transdisciplinar, pós-colonialista e multicultural, divulgando artigos científicos em português, espanhol e outros idiomas latinos; o portal da UBI não apenas é bastante atualizado, como também mantém um intercâmbio permanente com outras instituições científicas internacionais.<br />O trabalho realizado pelos gestores, autores e operadores desta biblioteca digital luso-brasileira é pertinente para se avaliar as estratégias do desenvolvimento científico: no caso do Brasil, é oportuno para debatermos os programas cooperativos de comunicação, educação e formação profissional face à modernização tecnológica e informatização social, e no caso de Portugal, para uma discussão dos modos de inserção da comunicação científica digital nos fóruns acadêmicos e nos mercados globais da Comunidade Européia, em plena crise socioeconômica; em última instância, tudo isso contabilizando os paradoxos e complexidades da chamada “era da informação”, assegura uma grande evolução no campo da comunicação em idioma luso-brasileiro.<br />2. O design e a aura da Biblioteca virtual: a iconologia do monge eletrônico<br />Miramos a biblioteca virtual como uma grande incubadora de idéias e um enérgico programa de ação no que respeita às temáticas da comunicação, processos midiáticos e mediações sociais; percebemos logo de saída como a digitalização das obras científicas de autores clássicos e contemporâneos tem favorecido um intercâmbio dinâmico e profícuo entre as Escolas de Comunicação do Brasil e de Portugal.<br />Como estratégia metodológica, como primeiro passo da investigação, apresentamos uma descrição sucinta do portal da BOCC, e desde uma primeira observação do seu formato, desenho e configuração, já podemos entender a idéia, a intencionalidade e o resultado desta experiência, empenhada em otimizar o trabalho em Comunicação, que começa colocando em prática uma teoria do webjornalismo e se amplia exercitando os saberes que informam, igualmente, as habilitações de Publicidade, Editoração, Relações Públicas, Radialismo, Cinema, Televisão.<br />Ao abrirmos a página da BOCC deparamos com a aparição, na tela do computador, da gravura de um monge, eremita, um hermeneuta lendo um manuscrito numa biblioteca medieval. Lá num cantinho, no silêncio da clausura, através do livro, o monge desvela os mistérios do mundo à luz das velas. <br />Essa iconicidade ancestral funciona como anunciação metonímica de uma história da comunicação, que instiga à pesquisa empírica, análise e reflexão. <br />Para além de suas referências filosóficas, religiosas, laicas, seculares, históricas, o monge representa o arquétipo da serenidade, iluminação e sabedoria; sua figura silenciosa, discreta e reflexiva atua como um elixir vigoroso em nossa era de exacerbado narcisismo, hedonismo, aceleração e velocidade.<br />Pressentimos então as ressonâncias da filosofia de Walter Benjamin e a sua compreensão do presente atualizando as emanações luminosas do passado: o monge, o livro, o mosteiro sinalizam aqui os indícios de uma sabedoria antiga, que se atualiza e se revigora no imaginário eletrônico do ciberespaço, gerando empoderamento coletivo.<br />A página digital - aberta na telinha de plasma - sensorialmente nos instiga a avançar, a percorrer a espessura da sua cartografia, a agir como quem se dirige a um oráculo, formulando questões, tirando dúvidas, satisfazendo curiosidades. Então a investigação pode fluir, desde que o pesquisador, fazendo bom uso da intuição, dedução, memória seletiva e inteligência cognitiva, adote um certo critério organizacional na coleta de dados e não se perca no caminho. <br />No alto da página de abertura da BOCC estão ordenadas - em linha horizontal - as vias de acesso para as seções index, autores, títulos, escolas, ano, recursos. Logo acima lemos o registro do portal no ISSN , um indicativo formal de sua inclusão nos quadros de referência científica institucional, difusor de pesquisas e publicações internacionais, e o link de acesso imediato ao LABCOM. Um calendário fixado no hipertexto indica o dia, o mês e o ano da publicação dos novos artigos e à direita, abre-se o espaço para inscrevermos as palavras-chave e acionarmos a ferramenta de busca.<br />O index, na página inicial da Biblioteca traz um eficiente instrumento técnico de investigação, que nos leva a qualquer documento da biblioteca; em seguida, a partir de um simples comando, os - quase mil - autores podem ser consultados a se apresentarem.<br />De modo similar, ao clicarmos na seção dos títulos podemos encontrar os artigos, os quais, datados e classificados em ordem alfabética, nos permitem o acesso ao conteúdo completo dos quase 2000 textos publicados. <br />Clicando nos subtítulos, podemos conhecer as escolas, instituições de ensino e pesquisa a que os autores estão vinculados, e uma leitura dos textos pode ser feita também pela indicação do ano da publicação. Através do link recursos o portal nos fornece informações sobre os assuntos ligados ao trabalho sócio-organizacional, cultural, político e publicitário da comunicação, quais sejam: cursos superiores; mestrados, pós-graduações; associações; revistas; media studies; livrarias; biblioteca; dicionários e enciclopédias; jornais portugueses.<br />Os cursos superiores de Comunicação e áreas do domínio conexo estão catalogados e indexados na BOCC, oferecendo ao usuário um cardápio diversificado de escolas e ramos do conhecimento; a página indica os endereços eletrônicos de 31 universidades, escolas e institutos de ensino superior portugueses, informando sobre os 11 Mestrados e Pós-Graduações em Comunicação. O portal apresenta também as instituições estrangeiras, atuantes na parceria com as escolas portuguesas, que habilitam os recursos humanos nos níveis de graduação, licenciatura, bacharelato e formação politécnica. Assim, a BOCC cumpre a função pública de reorganizar e redistribuir as informações básicas sobre as áreas de concentração e as linhas de pesquisa da Pós-Graduação em Comunicação, em Portugal.<br />Inscrevem-se numa seção específica as associações, portuguesas e internacionais, os fóruns especializados, os centros profissionais, sindicatos, institutos, federações, facilitando ao pesquisador o acesso à circulação de notícias referentes ao mundo do trabalho, da jurisprudência, dos serviços sociais, das gestões políticas e administrativas; este recurso da BOCC a caracteriza como motor ativo de cooperação e interacionalidade, gerador de inclusividade e ações sociais afirmativas.<br />Atualizando a rede de informação sobre os fenômenos emergentes no domínio comunicacional, são disponibilizados os periódicos, jornais, revistas especializadas cobrindo áreas que se deslocam da filosofia aos estudos científicos e tecnológicos, artes e culturas urbanas. São indicados gêneros e formatos de cursos de várias partes do mundo (também aqui a BOCC colabora, suprindo a carência de várias escolas de nível superior de publicações em língua estrangeira). <br />Uma seleção acurada lista os media studies (estudos midiáticos), em 26 seções, que nos remetem aos centros de pesquisa estrangeiros, cujas áreas de concentração – em sua grande maioria – fazem intercâmbio com as instituições científicas mundiais, revigorando a convergência dos estudos de Comunicação, Cultura e Tecnologia<br />3. A economia organizacional de um portal científico<br />Em sua organização vertical, o index divide a página em três grandes colunas, enunciando as seções Temáticas, Agenda em Comunicação e Novidades. <br />A agenda em comunicação hospeda o site Livros-Labcom-books, dedicado à disponibilização de livros virtuais editados pelo LABCOM (UBI), em versões integrais em PDF; aqui se apresentam as obras de alguns dos mais destacados pesquisadores portugueses, em Ciências da Comunicação.<br />Os mirrors da BOCC: a partir dos intercâmbios culturais, interinstitucionais, universitários, estabelecem-se conexões importantes resultando em experiências como os mirrors, literalmente espelhos da BOCC, transportados por outras instituições, cuja virtude consiste num processo de filtragem das informações gerais e reorganização dos dados particularmente interessantes aos contextos locais e nacionais. O Grupo de Estudios Avanzados de Comunicación - Universidad Rey Juan Carlos (Espanha), a Universidade Fernando Pessoa (Portugal) e a Unisinos (Brasil) são parceiros efetivos nessa experiência acadêmica interativa.<br />Quanto à seção de novidades, esta se mostra como espaço de mobilidade permanente, posto que no canto da tela são anunciados os novos textos, os quais chegam interruptamente ao longo da semana (podemos contabilizar a disponibilização de uma média de três a cinco, chegando até 10 artigos por semana). Há uma oferta de livros, que podem ser recomendados e comprados pelo correio, em sua versão impressa, tratam de temas que abrangem as narrativas fílmicas, videojogos, retórica e mediatização, teoria da comunicação, cultura digital, estética, tecnologia, epistemologia, ética, espaço público, identidade, persuasão, política e jornalismo, entre outras.<br />Neste espaço difundem-se igualmente as notícias de eventos, encontros, simpósios, congressos de Comunicação, que ocorrem nas várias partes do mundo. Para inserir notícias na agenda basta enviar e-mail com os dados ao responsável da BOCC. <br />O núcleo duro da BOCC é constituído pelo hiperlink temáticas, constituído por 42 links, que permitem o acesso aos textos agrupados por temas, e alguns dos quais se subdividem em subtemas. São vias de acesso a uma biblioteca que contém livros, tratados, teses, dissertações e ensaios acadêmicos, o que constitui um acervo de centenas de textos científicos, uma extensa variedade de trabalhos que têm atendido grande parte da demanda dos pesquisadores, profissionais e principalmente dos estudantes de graduação e pós-graduação em Comunicação.<br />A partir de um simples comando digital ingressamos na história do pensamento comunicacional, desde os seus antecedentes, nos campos da filosofia, sociologia, semiologia, ciência política, passando por orientações funcionalistas, estruturalistas, críticas e fenomenológicas até as convergências epistemológicas mais recentes. Percorremos assim, as interfaces da comunicação, informação, biodiversidade, mídia, educação, espaço público, jornalismo, ética, política, arte, rádio, cinema, televisão, arquitetura, design, semiótica, estudos culturais e cibercultura. <br />Sendo o maior e mais atualizado acervo da pesquisa em Comunicação no Brasil e Portugal, a BOCC apresenta um vasto programa institucional e epistemológico, trazendo os textos essenciais para a pesquisa em graduação e pós-graduação. É um portal gerador de interatividade, entre pesquisadores e profissionais, uma vez que disponibiliza os estudos realizados pelos membros das principais instituições científicas luso-brasileiras. Centenas de estudiosos da Comunicação e domínios conexos do saber fazem pontes entre as diversas escolas de Comunicação no Brasil e na Europa. <br />Em verdade, faz-se aqui uma exposição do quadro atual e das tendências investigativas neste domínio interdisciplinar do conhecimento, e também um resgate de autores e textos clássicos na área das ciências sociais e humanidades. O portal oferece uma farta documentação inédita em língua luso-brasileira, realizando a abertura de um canal de comunicação entre a academia e o mercado de trabalho.<br />A acepção de publicação tão cara no meio acadêmico (publish or perish) vem-se alterando radicalmente com a internet. As revistas científicas tradicionais são porventura os maiores cemitérios de idéias. Mesmo as publicações em CD-ROM não fazem sentido. Quem quiser verdadeiramente publicar o seu trabalho intelectual, a sua pesquisa científica, tem de fazê-lo online. Quem publica em papel está confinado a um país ou a uma região. O caso de Portugal e do Brasil é sintomático. Os livros portugueses não têm uma boa divulgação no Brasil, e os brasileiros também não chegam a Portugal. Essa dificuldade de difusão entre os dois países desaparece nas publicações online, essas, sim, verdadeiramente abertas “urbi et orbi”. (...) A maior parte dos autores e dos visitantes da Biblioteca são brasileiros. A criação de mirrors da BOCC no Brasil originou um espaço de perfeita publicação da pesquisa dos dois países. <br />(FIDALGO, 2001, on line)<br />4. Origem e significado da BOCC<br />Cumpre destacar que a BOCC nasceu do fruto do trabalho do LABCOM/UBI – Laboratório de Comunicação on line, da evolução das experiências do jornalismo on line Orbis et Urbis, realizado no laboratório da Escola de Comunicação da UBI. Então, veio responder às demandas e necessidades de ampliação da área de estudos de Jornalismo e do campo das ciências da comunicação. Conseqüentemente, o êxito desta experiência de webjornalismo propiciou o surgimento do grande portal que é a Biblioteca on line de Ciências da Comunicação, tal qual a conhecemos hoje, abrangendo as mais variadas arestas da comunicação, cultura, mídia e tecnologia.<br />Doravante temos a oportunidade de encontrar textos de envergadura, de autores já consagrados na seara acadêmica internacional, e de conhecer o pensamento comunicacional português, brasileiro e de outros mares, por meio dos discursos dos teóricos e estudiosos, cuja produção antes se restringira às fronteiras geográficas, impressas e institucionais. <br />Descobrimos aqui a disponibilização de artigos diversos, desde os clássicos de Aristóteles, obras como Nicomachean Ethics; On Interpretation; Politics; Rethoric, até preciosidades como os ensaios de Peirce. Como tornar claras as nossas idéias [1878]; assim como a publicação digital de artigos dos cientistas de várias universidades portuguesas. E no contexto da produção mundial, além dos portugueses e brasileiros, encontramos autores de distintas universidades, cuja diversidade teórica e metodológica tem enriquecido cada vez mais o acervo do saber comunicacional.<br />Os quase mil autores dos textos são - na maioria - brasileiros; a maior parte deles está vinculada às instituições de ensino superior, públicas e privadas. Encontramos teses de doutorado, dissertações de mestrado e monografias de graduação, assinadas por pesquisadores advindos das diversas unidades administrativas, distintos núcleos de pesquisa instalados nas instituições dos diferentes Estados Federativos do Brasil. <br />Uma consulta à Plataforma Lattes, hospedada no site do CNPQ, pode atestar a qualidade dos currículos dos autores brasileiros na BOCC, em sua maioria engajados na pesquisa científica em Comunicação. O livre acesso às obras e ao pensamento de intelectuais brasileiros, dispersos na extensão continental deste imenso país é um luxo para os pesquisadores, que não conheciam os trabalhos dos seus próprios conterrâneos. Muitas destes prestam-se à utilização em sala de aula, nos estudos orientados, na coleta de dados para as pesquisas pessoais, na educação à distância, o que já é um avanço num contexto em que as bibliotecas são escassas, sucateadas e desatualizadas.<br />A explosão dos cursos superiores de comunicação em Portugal não teve, nem podia ter um aumento correspondente na produção científica. Considerei que faria todo o sentido disponibilizar on line para todos, docentes e alunos, a produção científica que já havia, e que essa seria a melhor forma de ajudar os novos cursos a ganhar consistência científica. <br />(FIDALGO, 2001, on line)<br />5. A relevância da biblioteca digital<br />É preciso não perder de vista as condições de criação da BOCC, num nicho laboratorial voltado para o estudo e a prática do webjornalismo; a evolução do seu desempenho vai ocorrer então a partir desta perspectiva, tornando-se um portal de investigação científica que extrapola o âmbito restrito do jornalismo e ilumina o domínio mais complexo das Ciências da Comunicação. Podermos fazer uma sondagem qualitativa de sua performance seguindo as dicas fornecidas pela teoria do webjornalismo, formulada por Marcio Palácios: <br />Ao estudar as características do jornalismo desenvolvido para a Web, Bardoel e Deuze (2000) assinalam a existência de quatro elementos distintivos: Interatividade, Customização de Conteúdo, Hipertextualidade e Multimidialidade (Palácios, 1999); com a mesma preocupação, estabelece cinco características: Multimidialidade/Convergência, Interatividade, Hipertextualidade, Personalização e Memória. Cabe ainda acrescentar a Instantaneidade do Acesso, possibilitando a Atualização Contínua do material informativo como mais uma característica do Webjornalismo. <br />(PALÁCIOS, 2003).<br />6. Estratégia de ação, competência editorial e atualização permanente<br />A internet, como meio de comunicação, caracteriza-se pelo seu poder globalizante e pela velocidade com que a informação pode ser divulgada, atualizada e acessada. Seu advento tem possibilitado novas formas de obtenção de dados, aumento na comunicação interpessoal, visão de outras realidades culturais, melhoria da comunicação escrita, intercâmbio do trabalho cooperativo, bem como o desenvolvimento de outras tecnologias provenientes da informática e das telecomunicações, fatores estes observados na intencionalidade de criação dos portais corporativos analisados. <br />O número de pessoas conectadas em rede tem aumentado a cada dia, o que pode ser confirmado através de levantamentos sobre o número de usuários de internet existentes no Brasil. Isto porque os recursos disponibilizados por essa tecnologia são formas diferenciadas de serviços de informação prestados a toda sociedade, sendo importante destacar que os portais analisados atendem à proposta da rede. <br />Entendemos que a BOCC é uma biblioteca virtual de comunicação, que reúne uma ampla de diversidade de autores e escolas. E para uma avaliação de sua circulação no espaço público digital caberia sondarmos quanto à existência de um dispositivo que permitisse se detectar a freqüência de acessos; quais os artigos mais procurados. <br />Em meio a uma profusão de textos desta ordem, conviria apreciarmos os níveis de organização do acervo digital da BOCC; talvez seja preciso entendermos as regras para a submissão dos papers, o aceite e a disponibilização dos textos. <br />Este valioso material pode alavancar o exercício de uma rigorosa hermenêutica dos textos de Ciências da Comunicação, em língua portuguesa, favorecendo bastante as escolas de comunicação em Portugal e no Brasil. <br />Percorrendo o portal podemos fazer um balanço e refletir sobre as tendências temáticas dominantes no Brasil e nos países europeus; igualmente, podemos tentar decifrar as orientações filosófico-científicas, epistemológicas dos textos. <br />Diante de um trabalho do porte da BOCC, com formato enciclopédico e espírito de Ilustração, pensamos sobre a pertinência em se eleger alguns critérios para uma avaliação dos seus conteúdos, e com esse intuito nos perguntaríamos sobre os critérios para avaliar os conteúdos das bibliotecas virtuais. Em todo o caso, no plano da pesquisa e do trabalho profissional, novas exigências se colocam: é preciso encontrar linhas de ordenação em meio ao aparente caos do ciberespaço. Neste sentido, o pesquisador Márcio Palácios (UFBa) nos traz valiosas sugestões: <br />... com o crescimento da massa de informação disponível aos cidadãos, torna-se ainda mais crucial o papel desempenhado por profissionais que exercem funções de “filtragem e ordenamento” desse material, seja a nível jornalístico, acadêmico, lúdico, etc. Uma biblioteca digital, como a BOCC Biblioteca on line de Ciências da Comunicação (http://www.bocc.ubi.pt), ou o site do Prossiga (http://www.prossiga.br) constituem exemplos de “filtragem e ordenamento de informação” de caráter acadêmico. (PALÁCIOS, 2003).<br />7. A nova ambiência social e a linguagem informacional<br />A BOCC atua efetivamente na formação das competências teóricas fazendo a conexão das várias áreas e subáreas do conhecimento (contidas nas temáticas do portal). Como numa enciclopédia antiga, os assuntos estão agrupados em temáticas que podem ser acessadas a partir de um clique no “rato”. Caberia - a título de exercício metodológico - explorarmos as formas como se organizam as temáticas, como são escolhidos os assuntos, o que rege a ordenação dos discursos competentes no campo da comunicação digital; quais as articulações do ethos comunicacional com a mídia, a escola, o mercado, a sociedade.<br />Diante do êxito da BOCC, o desafio maior que se coloca para nós – enquanto comunicólogos, leitores, usuários - é ampliar esta “agora midiática”, fazê-la iluminar os espaços globalizados em que proliferam os “sem-micro”, os desplugados, os desconectados, os sem infraestrutura informacional. Evidentemente, tudo isso passa pelo crivo da crítica da Economia, do Direito, da Ética, da Política e da Sociedade.<br />Nessa direção, emergem algumas questões solicitando respostas: este espaço público virtual, que favorece a expansão e revigora o campo da comunicação, poderia disseminar novos procedimentos éticos e voltados para a formação da cidadania? Na sociedade em rede, através dos meios digitais, podemos aprender mais sobre educação estética, produção da subjetividade e exercício da sociabilidade? A revolução digital tem chances de promover mudanças na dimensão socioeconômica e sociopolítica?<br />Alguns pensadores como Castells (1999) Rodrigues (1994), Boaventura dos Santos (2006), Milton Santos (2001), entre outros, têm despendido esforços analíticos, interpretativos, críticos e compreensivos para repensar a nova ambiência comunicacional e seus encadeamentos com os domínios da economia, sociedade, cultura, política. Repassando o repertório de artigos da BOCC, notamos que estes vínculos se fazem por toda a parte: sendo interdisciplinar, o campo das ciências da informação e da comunicação é permanentemente atravessado por discussões que advêm dos fenômenos emergentes nas várias esferas da vida cotidiana.<br />8. Gramáticas e sintaxes da comunicação luso-brasileira<br />Da tradição à contemporaneidade, a BOCC faz um registro dinâmico da história e atualidade das temáticas contemporâneas e por aí, fornece um farto material para avaliação e monitoramento da produção acadêmica luso-brasileira. No contexto da filosofia e da pedagogia que reconhece a positividade da comunicação digital, o portal consiste numa estratégia pós-colonialista. <br />Reciprocamente - apresenta aos brasileiros os textos portugueses, que falam o idioma sob o signo de Camões, Fernando Pessoa e José Saramago, e de modo similar, apresenta aos lusitanos os textos brasileiros, que falam o idioma sob o signo de Machado de Assis, Mário de Andrade e Jorge Amado. Convém reconhecer que – na era tecnológica - as condições de recepção dos textos se perfazem a partir de mediações socioculturais bem distintas, mas tal simbiose resulta sempre num olhar mais penetrante, mais agudo sobre as tramas da comunicabilidade e da sociabilidade.<br />No grande mapa da Biblioteca Virtual se desenham domínios e interfaces epistemológicas que nos levam a pensar. Certamente este mapa possui suas especificidades e diferenciações das políticas científicas nas cartografias realizadas, por exemplo, pelas instituições de fomento à pesquisa no Brasil, como Capes e CNPq, e as instituições científicas portuguesas. <br />Um trabalho interessante seria observar como estas instituições dialogam, pesquisando, por exemplo, como os novos formatos digitais (como a BOCC) vêem a Capes e o CNPq, e por outro lado, como a Capes e o CNPq vêem os dispositivos informacionais (como a BOCC). <br />Injunções diversas como os critérios adotados para a avaliação dos textos submetidos, a análise dos currículos dos autores, as referências e fontes adotadas nos protocolos institucionais, tudo isso pode ser problematizado de maneira eficaz para o conhecimento científico da comunicação no Brasil e em Portugal. <br />A BOCC pode ser considerada como um modelo para a elaboração dos projetos políticos pedagógicos, programas de ensino e pesquisa avançados, uma vez que reúne pesquisadores da Graduação e Pós Graduação de vários países, de reconhecido prestígio dentro e fora da academia. Portanto, consideramos a BOCC um paradigma de Comunicação Científica Digital.<br />Em linhas gerais, a partir de uma varredura nos textos disponibilizados, reconhecemos que a BOCC demonstra uma assimilação coerente das tendências mundiais em termos de pesquisa: trata das interfaces entre comunicação e cotidiano, artes e culturas midiáticas e cibercultura, contemplando suas relações com os espaços sociais, culturais e políticos, o webjornalismo, e as conexões da informação, comunicação e cultura digital.<br />Penso que é feliz a expressão “Galáxia Internet”, de Manuel Castells, para designar a nova realidade comunicacional. É feliz porque retoma o conceito de Marshall McLuhan de “Galaxia Gutenberg”. O que está verdadeiramente em jogo não é o que a internet traz ou não traz, mas fundamentalmente as novas formas de percepção e de comunicação que o novo meio está a provocar. Tal como a imprensa veio revolucionar na era moderna modos de ver, de estar, de conviver e de viver social e politicamente, também a internet está a alterar decisivamente a nossa maneira de percepcionar, de estar, de comunicar e de viver. <br />(FIDALGO, 2004).<br />No que concerne especificamente ao trabalho de interpretação das culturas na era da comunicação e cultura digital, o exame dessa Biblioteca Digital portuguesa tem alimentado há mais de uma década os conteúdos dos programas dos cursos de Comunicação e Ciências da Informação (entre outros) no Brasil. Assim, destacaríamos os artigos voltamos particularmente para a subárea disponibilizados na BOCC. <br />A lista pode parecer extensa, entretanto, julgamos relevante a indicação, primeiramente porque recolhe um repertório significativo de estudos que, sendo mais elaborados ou mais esquemáticos, revelam o itinerário das primeiras pesquisas na área, nos anos 90, quando a experiência do ciberespaço ainda era muito recente.<br />Depois porque apresenta uma linha evolutiva da pesquisa no campo, ao longo de mais de uma década, compilando textos investigativos de diversas procedências metodológicas e epistemológicas, e por isso mesmo constitui uma amostra bastante fecunda; depois porque contempla os trabalhos dos pesquisadores veteranos marcados por um estilo de escritura com fortes traços filosóficos, iluministas e os textos de autores da geração mais recente, cujo estilo expressa o hibridismo de uma inteligência cognitiva, que conserva o rigor metodológico, mas simultaneamente absorve e adéqua à sua linguagem os jargões inseridos pela semiurgia informacional é evidente.<br />Cumpre assinalar a importância desses artigos científicos disponibilizados na Biblioteca Virtual (BOCC), de professores, pesquisadores, jovens e veteranos, do Brasil e Portugal, que vêm suprir uma carência marcante no que respeita à atualização bibliográfica em diversos programas de curso, em várias partes do mundo lusófono.<br />Um estudo da comunicação e da cultura digital pela via das bibliotecas virtuais nos coloca no epicentro de três experiências fundamentais na existência dos seres humanos: a cognição, a informação e a educação, que possuem distinções e particularidades. Todavia, na era tecnológica tendem a se rearticular no contexto das atividades escolares dos jovens estudantes, assumindo novas configurações, o que implica em novos desafios para os professores e pesquisadores. <br />Porque a cognição é atravessada por mil interfaces eletrônicas que moldam os ambientes e influenciam marcantemente os modos de percepção e de conhecimento.<br />Porque a informação extrapolou o domínio dos impressos, emanando de várias fontes e direções, irradiando-se como vírus no cotidiano midiatizado, o que confere sentido à existência dos atores sociais em rede. <br />Porque a educação, entendida como uma paideia, uma experiência de formação do espírito tem sido realizada pelos jovens, mais do lado de fora do que dentro dos ambientes institucionais. A geração web 2.0 assimila as formas do ethos, do habitus e da aprendizagem nas relações mediadas pelos meios telemáticos. Os educadores em todos os níveis de ensino – do básico ao superior – precisam se atualizar e compreender o “novo mundo” irrigado pelas inteligências coletivas conectadas, sob pena de incorrer naquilo que o pensador Henri-Pierre Jeudy nomeou “a eutanásia dos sábios”. <br />