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1
X Congresso de Ciências da Comunicação - Região Nordeste
INTERCOM REGIONAL - São Luís - Maranhão 2008
YouTube: artes, invenções
& paródias da vida cotidiana
Um estudo de hipermídia,
cultura audiovisual e tecnológica
Cláudio Cardoso de Paiva
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
2
O que é o YouTube
YouTube é mais que um efeito da moda,
é uma experiência radical de interacionalidade,
que leva à autonomia e independência audiovisual
Uma comunicação dialógica e interativa, que absorve
compacta e transforma todas as mídias precedentes.
É um atrator estranho que acolhe os amantes e
iniciados nas artes audiovisuais e tecnológicas.
3
Transversalidades da
cultura audiovisual
• Passagem da cultura
de massa à cultura
fractal pós-massiva
• Mais do que meros
efeitos eletrônicos,
numéricos, digitais ,
os sites são feixes de
luz sobre as dimensões
ocultas e esquecidas
da realidade
4
A hipermídia vista
sob prismas diferentes
• A “cultura da
virtualidade real” cria
várias redes de afeto
e sociabilidade
(Manuel Castells).
• Uma “árvore do
conhecimento” que
irradia uma vigorosa
“inteligência coletiva”
(Pierre Lévy)
5
Evidências comerciais e
socioculturais da hipermídia
O YouTube
É produto de uma megacorporação,
nasce da pesquisa, invenção e criatividade;
é programado para gerar o lucro no mundo do
entretenimento, mas escapa às limitações
mercadológicas, pela sua potência comunicante,
sensorial e cognitiva
6
Bases lúdicas, sensoriais e
publicitárias do YouTube
• O YouTube surge de uma
razão lúdico-investigativa,
que, pelas vias óticas,
sonoras, sensoriais, não
cessa de gerar
conhecimento.
• O seu público-alvo é a
“geração ponto.com”
• E sua grande virtude
é reunir o arcaico e o
ultramoderno.
7
Cartografias da tribalização digital
• O gesto de clicar sobre
as palavras eletrônicas
coloca em sintonia uma
vasta comunidade.
• Internautas-cidadãos,
dispersos no mapa-
mundi do ciberespaço
• As tribos urbanas de
McLuhan e Maffesoli
8
Transmutações na
cultura do espetáculo
• No ciberespaço não há
mais distinção entre
palco e platéia
• Os personagens cedem
lugar aos avatares
• A representação dá lugar
à simulação
• Os seres e coisas do
mundo cyber pulsam
para além da cultura do
espetáculo
9
A arte do YouTube e
o turbilhão da audiovisualidade
• O ciberespaço é sinal de uma
experiência inédita na história
da civilização, em que se
fundem a percepção humana
e a memória tecnológica.
• A grande questão que o
youtube nos coloca é como
adotar estratégias para entrar
e sair do turbilhão da sua
extrema audiovisualidade?
10
Nasce um novo espírito científico
• A compressão de vários
suportes midiáticos e
audiovisuais
• a convergência de
distintas formações
culturais
• as interconexões da fala,
escrita, impressão,
audiovisualidade...
... tudo isso exige a paciência
de uma nova epistemologia,
um outro discurso, um “novo
espírito científico”
11
As bases da episteme.com
• Na hipermodernidade,
agita-se um “bios
midiático”, uma estranha
forma de vida gerada
pelos processos tecno-
comunicacionais,
que solicita novas
leituras, distintas do
cogito cartesiano.
Logo, chegam, em boa
hora, as obras dos
pensadores do
ciberespaço.
12
As estratégias de construção
do site YouTube
• As categorias de vídeos do
YouTube resultam das
pesquisas de opinião e
mercadologia.
• E a palavra mercado além do
sentido econômico, funcional,
tem um sentido orgânico,
social e simbólico.
• O mercado é o lugar dos
fluxos, das trocas simbólicas,
dos contratos e intercâmbios
socioculturais,.
• Tem, portanto, um lado que
extrapola a obsessão da
lucratividade.
13
A ordenação das palavras e
a vontade enciclopédica do YouTube
“Este texto cita uma certa
enciclopédia chinesa
onde está escrito que...”
os links se dividem em...
...“animais”, “ciência e
tecnologia”, “educação”,
“entretenimento”,
“esportes”, “filmes e
desenhos”, “humor”,
“instruções e estilo”,
“música”, “notícias e
política”, “pessoas e
blogs”, “veículos”,
“viagens e eventos”
14
A nova (des)ordem
organizacional do ciberespaço
• Uma organização
aparentemente desconexa,
que reflete a natureza
tecnosocial contemporânea
• Uma dispersividade com
seu próprio princípio
reordenador
• Um estágio da arte que se
revela por meio de uma
intuição enciclopédica
• Efêmero, provisório,
mutante mas responde às
demandas de saberes e
fazeres cotidianos
15
Mediações e sistemas de resposta
no uso do YouTube
• O YouTube atende às
expectativas dos
internautas e cidadãos da
“terra-pátria” digitalizada
• É um eficiente “sistema
de resposta” (Braga,
2006), e atua como um
poderoso feedback
• Os seus links sugerem
idéias aos internautas
que, de retorno,
realimentam a própria
cultura das redes
16
Entradas, atalhos
e conexões coletivas
• A configuração visual,
gráfica e semiológica
do Youtube é
povoada de entradas,
atalhos e conexões
• Uma rede aberta às
intervenções coletivas
• Uma modalidade
inédita de autogestão
dos processos
midiáticos
17
Redes de sociabilidade
nas comunidades virtuais
“Comediantes”,
“Diretores”,
“Gurus”,
“Músicos”,
“Parceiros”,
“Patrocinadores”,
“Sem fins lucrativos”
• Fluxos e redes de
sociabilidade
• várias tribos e
comunidades de
interesse
• novos modos de
cognição, afeto e
sensorialidade
18
Imagens especulares do real
A aparente desordem
hipermidiática
é como um espelho,
similar à organização
tecnosocial cotidiana,
que transforma a
desordem em novos
reordenamentos
estéticos, políticos e
socioculturais
19
Sites e blogs: infovias da pesquisa,
informação e conhecimento
• O retorno da escrita
• Acesso livre e partilha
global das notícias
• O blog do YouTube atua
como uma ferramenta de
comunicação interativa,
• A matriz hipertextual do
webjornalismo
• Canal informativo, aberto
à participação e
intervenção dos
internautas
20
A mídia digital e
a complexidade cognitiva
• O YouTube mexe com as dimensões sensoriais,
estéticas e cognitivas
• Pode atualizar o sistema educativo tradicional e
as práticas institucionalizadas da escolarização
• Pode-se aprender usando o YouTube:
em casa, em sala de aula, na lan house, no cybercafe,
na conexão com os grupos e diferentes comunidades
• A ambiência virtual também educa pois
envolve processos mentais, sensíveis e intelectuais
• O YouTube ativa a cognição por meio da sensorialidade
21
Uma mutação radical nos espaços
e tempos sociais
• As redes formam um
eficiente campo de
produção de conteúdos,
mas a sua maior virtude é o
seu aspecto interativo, que
promove as sociabilidades
• Os sites de vídeo
antecipam as condições
técnicas e semiológicas
para um acontecimento
tecnológico e social sem
precedentes
22
O riso da praça pública digital
O YouTube promove uma simulação do real,
revelando a alteridade, a parte imprevista e
perturbadora da cultura,através do riso bem
humorado, crítico, libertário, mas também do
riso grotesco, perverso e desestabilizador
23
O youtube,
o spoof, a paródia
Videotrash: YouTube, a
Cultura do “spoof” na
Internet
O YouTube exibe
modalidades de uma
poética tecnológica,
paródias e críticas de
outros produtos
midiáticos, como a TV, o
cinema e a publicidade
(Erick Felinto)
24
O império do grotesco
• O kitsch, “a parte maldita”,
a estranheza da cultura midiática,
a “comunicação do grotesco”
(Muniz Sodré)
• A interface da comunicação & cultura
como “o império do grotesco”
(Raquel Paiva e Muniz Sodré)
• Estética do “mau gosto”
na literatura, nas artes plásticas,
no cinema, na televisão
e no ciberespaço
25
O YouTube e a censura
O vídeo de Daniela Cicarelli:
invasão da intimidade,
polêmica, sensacionalismo,
As mídias e a cultura do espetáculo
Ética e controle da informação
no campo das novas mídias
• Censura sobre a comunicação digital
26
Os poderes do horror
• O enforcamento de
Saddam Hussein
• “terror midiático”,
grotesco, escatológico
• A atração do mal:
um novo estilo de
espetacularização,
banalização da morte
flagrante do voyeurismo
contemporâneo
• Abjeções na cultura da
audiovisualidade total
27
O Youtube põe a nu
a elite do ovo podre
• Socialities atiram ovos
podres nos pedestres
• O Brasil e o grotesco dos
abismos sociais
• Desvios na formação
sociocultural e política
• Falta de ética e
irresponsabilidade na
conduta das elites
• Tiranias da vida privada e
transtornos da via pública
28
O humor corrosivo
na telinha do YouTube
• Grupo de teatro paulista
Terça Insana
• A sátira dos costumes
urbanos
• O riso como saída dos
“medos líquidos”
(Bauman)
• Desmontagem das
verdades narcísicas da
sociedade midiatizada
• Digitalização das artes
minimalistas do besteirol
29
As charges animadas do
desenhista Maurício Ricardo
• Sátira política, dos
costumes urbanos, das
celebridades,
• Focalização das zonas
de tensão da cultura
• o riso sarcástico do
YouTube contamina as
velhas mídias, que
atualizam os seus
conteúdos humorísticos
nacionais
30
Tapa na Pantera
com Maria Alice Vergueiro
• Uma peça de teatro do absurdo na internet
• O êxtase e a sátira dos alucinógenos
• Revelação original dos jovens videastas
• Representação humorada dos desvios clínicos, políticos,
jurídicos e socioculturais
• Resgate de um ícone da dramaturgia nacional
• A migração da cyberarte para outros nichos midiáticos
(jornais, revistas, televisão)
31
A história e a diluição do tempo
no cotidiano as artes digitais
• Outro modo de se escrever a
história, o passado e o
presente das imagens
• Intersecção de imaginários e
temporalidades distintos
• A era do rádio, o tempo da
TV e o século do cinema
• Conexões imprevistas na
hipermídia
• YouTube: assimila o vigor e
a efervescência no cenário
cultural midiatizado.
• Minisséries
32
Oralidade & cultura tecnológica
• Conexões da
oralidade e
tecnicidade
• Desafios atuais das
culturas latino-
americanas
• O fenômeno das
interculturalidades
• Exercícios do Ver
(Barbéro & Réy)
33
Interculturalidades digitais e latinas
• A Guerra das
Imagens. De Cabral a
Blade Runner
• (Serge Gruzinsky)
• No fundo das
aparências. Por uma
ética da estética
(Maffesoli)
34
Da ficção televisiva à
ficcionalidade digital
• A ficção audiovisual nas
hipermídias
• Elementos de
ficcionalidade e vida
cotidiana
• As culturas latinas
midiatizadas
• Emergência da ficção
digitalizada
• O passado recente dos
audiovisuais na internet
35
Da televisão aos sites e DVDs
• A teledramaturgia nos
vídeos e DVDs
• Atualização da interface
entre a ficção e história
• Anos Dourados, Anos
Rebeldes, O auto da
Compadecida,
• Hoje é dia de Maria, A
Pedra do Reino,
Queridos Amigos ...
36
O tempo redescoberto
pelas mídias digitais
• A infância da cultura
audiovisual
• Seriados televisivos,
desenhos animados:
• Flash Gordon, Perdidos
no espaço, Túnel do
tempo, Os invasores,
• Os Flinstones, Zorro, Os
Jetsons, Jeannie é um
gênio e A Feiticeira
• Nacos do “tempo
redescoberto” nas
páginas virtuais
37
Memórias afetivas e sentimentais
do cinema mundial
• Os filmes cult ao alcance
dos cinéfilos e
pesquisadores
• Chaplin, Nosferatu,
Metrópolis, Os 10
mandamentos, 007
• 2001 uma odisséia no
espaço, Sem Destino e
Tempos modernos na
cultura das redes
• Memórias ficcionais do
breve século XX
38
Relíquias da cultura audiovisual
e do cinema brasileiro
• Documentários e
ficcionalidades nacionais
• Limite, Bye Bye Brasil, O
pagador de promessas,
• Terra em Transe,
Macunaíma, Dona Flor e
seus Dois Maridos
• Aruanda, Ilha das Flores,
• Nós que aqui estamos
esperamos por vós
39
As novas mídias e
os processos educacionais
As novas mídias podem levar a terceira idade,
os seniors, os pedagogos e os intelectuais -
educados pelas matrizes culturais tradicionais -
a adotarem uma estratégia de comunicação
mais interativa com as novas gerações
40
I-MIRROR
Admirável mundo novo digital
• Artista chinesa Cao Fei, nick China Tracy
• Uma ciber-instalação no Second Life
• Um site de conversação e relacionamento
• Inspirações estéticas de uma especialista
• Reflexão sensível sobre a vida digital
• Relacionamentos pós-humanos
• Experiências simuladas dos avatares
41
O espírito renascentista
de uma arte multimídia
• Criação dos personagens, produção dos
cenários, diálogos e conversações
• Produção da trilha sonora e a instalação
• no website Second Life
• Documentário machinímico em camara digital
• Na Bienal de Veneza de 2007
42
Para concluir
• O YouTube ajuda a entendermos a formação
da cultura audiovisual e tecnológica recente
• Serve como lugar de encontro incomum entre o
virtual e o atual, o histórico e o ficcional, o
ancestral e o emergente
• Consiste num produto cultural e comunicacional
radicalmente novo, mas já em fase acelerada de
transformação e... de rápido desaparecimento
43
Referências Bibliográficas
• BACHELARD, G. O novo espírito científico. 2a. Ed. Rio de Janeiro:
Tempo Brasileiro, 1995.
• BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévsky. Rio de
Janeiro: Tempo Brasileiro, 1981. BAKHTIN, M. A Cultura Popular na
Idade Média e no Renascimento. S. Paulo: HUCITEC, 1996.
• BARBÉRO, M. J; REY, G. Os exercícios do ver: hegemonia
audiovisual e ficção televisiva. S Paulo: Senac, 2001.
• BAUDRILLARD, J. Simulacres et simmulation. Paris: Galilée, 1981.
• BRAGA, J.L; CALAZANS, R. (org.) Comunicação & Educação:
questões delicadas na interface. superfície. S. Paulo: Hacker, 2001.
• CASTELLS, M. A sociedade em rede. A era da informação:
economia, sociedade e cultura, v.1. São Paulo: Paz e Terra, 1999a.
• FELINTO, E. Videotrash. O YouTube a Cultura do “Spoof” na
Internet. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho
“Comunicação e Cibercultura”, do XVI Encontro da Compós, na
UTP, Curitiba, PR, em junho de 2007.
44
Referências Bibliográficas
• JEUDY, H.P. A ironia da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2001.
• LEMOS, A. Cibercultura. Tecnologia e vida social na cultura
contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2004.
• LÉVY, P. Cibercultura. S. Paulo: Ed. 34, 1999.
• LÉVY, P. Les arbres de connaissances. Paris: La Découverte,
1992.
• MACHADO, A. Pré-cinemas e pós-cinemas. São Paulo, Papirus,
2002.
• MAFFESOLI, M. No fundo das aparências. Petrópolis: RJ. Ed.
Vozes, 1996.
• McLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do
homem. S. Paulo: Cultrix, 2000.
• SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das
mídias à cibercultura. São Paulo, Paulus, 2004a.
• SODRÉ, M; PAIVA, R. O império do grotesco. Rio: MAUAD, 2002.
45
Referências videográficas
Daniela Cicarelli
http://www.youtube.com/watch?v=KdvnyAfDvos
Saddam Hussein
http://www.youtube.com/watch?v=KdvnyAfDvos
A elite do ovo podre
http://www.youtube.com/watch?v=MqkpTkWpYqs
Charges de Maurício Ricardo
http://www.youtube.com/watch?v=-rDGkA0aQos
Grupo teatral paulista Terça Insana
http://www.youtube.com/watch?v=0_AEhhdo6xE
Tapa na pantera
http://www.youtube.com/watch?v=KdvnyAfDvos
China Tracy – Artista chinesa Cao Fei
46
claudiocpaiva@yahoo.com.br

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YouTube: cultura, comunicação e interatividade

  • 1. 1 X Congresso de Ciências da Comunicação - Região Nordeste INTERCOM REGIONAL - São Luís - Maranhão 2008 YouTube: artes, invenções & paródias da vida cotidiana Um estudo de hipermídia, cultura audiovisual e tecnológica Cláudio Cardoso de Paiva UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
  • 2. 2 O que é o YouTube YouTube é mais que um efeito da moda, é uma experiência radical de interacionalidade, que leva à autonomia e independência audiovisual Uma comunicação dialógica e interativa, que absorve compacta e transforma todas as mídias precedentes. É um atrator estranho que acolhe os amantes e iniciados nas artes audiovisuais e tecnológicas.
  • 3. 3 Transversalidades da cultura audiovisual • Passagem da cultura de massa à cultura fractal pós-massiva • Mais do que meros efeitos eletrônicos, numéricos, digitais , os sites são feixes de luz sobre as dimensões ocultas e esquecidas da realidade
  • 4. 4 A hipermídia vista sob prismas diferentes • A “cultura da virtualidade real” cria várias redes de afeto e sociabilidade (Manuel Castells). • Uma “árvore do conhecimento” que irradia uma vigorosa “inteligência coletiva” (Pierre Lévy)
  • 5. 5 Evidências comerciais e socioculturais da hipermídia O YouTube É produto de uma megacorporação, nasce da pesquisa, invenção e criatividade; é programado para gerar o lucro no mundo do entretenimento, mas escapa às limitações mercadológicas, pela sua potência comunicante, sensorial e cognitiva
  • 6. 6 Bases lúdicas, sensoriais e publicitárias do YouTube • O YouTube surge de uma razão lúdico-investigativa, que, pelas vias óticas, sonoras, sensoriais, não cessa de gerar conhecimento. • O seu público-alvo é a “geração ponto.com” • E sua grande virtude é reunir o arcaico e o ultramoderno.
  • 7. 7 Cartografias da tribalização digital • O gesto de clicar sobre as palavras eletrônicas coloca em sintonia uma vasta comunidade. • Internautas-cidadãos, dispersos no mapa- mundi do ciberespaço • As tribos urbanas de McLuhan e Maffesoli
  • 8. 8 Transmutações na cultura do espetáculo • No ciberespaço não há mais distinção entre palco e platéia • Os personagens cedem lugar aos avatares • A representação dá lugar à simulação • Os seres e coisas do mundo cyber pulsam para além da cultura do espetáculo
  • 9. 9 A arte do YouTube e o turbilhão da audiovisualidade • O ciberespaço é sinal de uma experiência inédita na história da civilização, em que se fundem a percepção humana e a memória tecnológica. • A grande questão que o youtube nos coloca é como adotar estratégias para entrar e sair do turbilhão da sua extrema audiovisualidade?
  • 10. 10 Nasce um novo espírito científico • A compressão de vários suportes midiáticos e audiovisuais • a convergência de distintas formações culturais • as interconexões da fala, escrita, impressão, audiovisualidade... ... tudo isso exige a paciência de uma nova epistemologia, um outro discurso, um “novo espírito científico”
  • 11. 11 As bases da episteme.com • Na hipermodernidade, agita-se um “bios midiático”, uma estranha forma de vida gerada pelos processos tecno- comunicacionais, que solicita novas leituras, distintas do cogito cartesiano. Logo, chegam, em boa hora, as obras dos pensadores do ciberespaço.
  • 12. 12 As estratégias de construção do site YouTube • As categorias de vídeos do YouTube resultam das pesquisas de opinião e mercadologia. • E a palavra mercado além do sentido econômico, funcional, tem um sentido orgânico, social e simbólico. • O mercado é o lugar dos fluxos, das trocas simbólicas, dos contratos e intercâmbios socioculturais,. • Tem, portanto, um lado que extrapola a obsessão da lucratividade.
  • 13. 13 A ordenação das palavras e a vontade enciclopédica do YouTube “Este texto cita uma certa enciclopédia chinesa onde está escrito que...” os links se dividem em... ...“animais”, “ciência e tecnologia”, “educação”, “entretenimento”, “esportes”, “filmes e desenhos”, “humor”, “instruções e estilo”, “música”, “notícias e política”, “pessoas e blogs”, “veículos”, “viagens e eventos”
  • 14. 14 A nova (des)ordem organizacional do ciberespaço • Uma organização aparentemente desconexa, que reflete a natureza tecnosocial contemporânea • Uma dispersividade com seu próprio princípio reordenador • Um estágio da arte que se revela por meio de uma intuição enciclopédica • Efêmero, provisório, mutante mas responde às demandas de saberes e fazeres cotidianos
  • 15. 15 Mediações e sistemas de resposta no uso do YouTube • O YouTube atende às expectativas dos internautas e cidadãos da “terra-pátria” digitalizada • É um eficiente “sistema de resposta” (Braga, 2006), e atua como um poderoso feedback • Os seus links sugerem idéias aos internautas que, de retorno, realimentam a própria cultura das redes
  • 16. 16 Entradas, atalhos e conexões coletivas • A configuração visual, gráfica e semiológica do Youtube é povoada de entradas, atalhos e conexões • Uma rede aberta às intervenções coletivas • Uma modalidade inédita de autogestão dos processos midiáticos
  • 17. 17 Redes de sociabilidade nas comunidades virtuais “Comediantes”, “Diretores”, “Gurus”, “Músicos”, “Parceiros”, “Patrocinadores”, “Sem fins lucrativos” • Fluxos e redes de sociabilidade • várias tribos e comunidades de interesse • novos modos de cognição, afeto e sensorialidade
  • 18. 18 Imagens especulares do real A aparente desordem hipermidiática é como um espelho, similar à organização tecnosocial cotidiana, que transforma a desordem em novos reordenamentos estéticos, políticos e socioculturais
  • 19. 19 Sites e blogs: infovias da pesquisa, informação e conhecimento • O retorno da escrita • Acesso livre e partilha global das notícias • O blog do YouTube atua como uma ferramenta de comunicação interativa, • A matriz hipertextual do webjornalismo • Canal informativo, aberto à participação e intervenção dos internautas
  • 20. 20 A mídia digital e a complexidade cognitiva • O YouTube mexe com as dimensões sensoriais, estéticas e cognitivas • Pode atualizar o sistema educativo tradicional e as práticas institucionalizadas da escolarização • Pode-se aprender usando o YouTube: em casa, em sala de aula, na lan house, no cybercafe, na conexão com os grupos e diferentes comunidades • A ambiência virtual também educa pois envolve processos mentais, sensíveis e intelectuais • O YouTube ativa a cognição por meio da sensorialidade
  • 21. 21 Uma mutação radical nos espaços e tempos sociais • As redes formam um eficiente campo de produção de conteúdos, mas a sua maior virtude é o seu aspecto interativo, que promove as sociabilidades • Os sites de vídeo antecipam as condições técnicas e semiológicas para um acontecimento tecnológico e social sem precedentes
  • 22. 22 O riso da praça pública digital O YouTube promove uma simulação do real, revelando a alteridade, a parte imprevista e perturbadora da cultura,através do riso bem humorado, crítico, libertário, mas também do riso grotesco, perverso e desestabilizador
  • 23. 23 O youtube, o spoof, a paródia Videotrash: YouTube, a Cultura do “spoof” na Internet O YouTube exibe modalidades de uma poética tecnológica, paródias e críticas de outros produtos midiáticos, como a TV, o cinema e a publicidade (Erick Felinto)
  • 24. 24 O império do grotesco • O kitsch, “a parte maldita”, a estranheza da cultura midiática, a “comunicação do grotesco” (Muniz Sodré) • A interface da comunicação & cultura como “o império do grotesco” (Raquel Paiva e Muniz Sodré) • Estética do “mau gosto” na literatura, nas artes plásticas, no cinema, na televisão e no ciberespaço
  • 25. 25 O YouTube e a censura O vídeo de Daniela Cicarelli: invasão da intimidade, polêmica, sensacionalismo, As mídias e a cultura do espetáculo Ética e controle da informação no campo das novas mídias • Censura sobre a comunicação digital
  • 26. 26 Os poderes do horror • O enforcamento de Saddam Hussein • “terror midiático”, grotesco, escatológico • A atração do mal: um novo estilo de espetacularização, banalização da morte flagrante do voyeurismo contemporâneo • Abjeções na cultura da audiovisualidade total
  • 27. 27 O Youtube põe a nu a elite do ovo podre • Socialities atiram ovos podres nos pedestres • O Brasil e o grotesco dos abismos sociais • Desvios na formação sociocultural e política • Falta de ética e irresponsabilidade na conduta das elites • Tiranias da vida privada e transtornos da via pública
  • 28. 28 O humor corrosivo na telinha do YouTube • Grupo de teatro paulista Terça Insana • A sátira dos costumes urbanos • O riso como saída dos “medos líquidos” (Bauman) • Desmontagem das verdades narcísicas da sociedade midiatizada • Digitalização das artes minimalistas do besteirol
  • 29. 29 As charges animadas do desenhista Maurício Ricardo • Sátira política, dos costumes urbanos, das celebridades, • Focalização das zonas de tensão da cultura • o riso sarcástico do YouTube contamina as velhas mídias, que atualizam os seus conteúdos humorísticos nacionais
  • 30. 30 Tapa na Pantera com Maria Alice Vergueiro • Uma peça de teatro do absurdo na internet • O êxtase e a sátira dos alucinógenos • Revelação original dos jovens videastas • Representação humorada dos desvios clínicos, políticos, jurídicos e socioculturais • Resgate de um ícone da dramaturgia nacional • A migração da cyberarte para outros nichos midiáticos (jornais, revistas, televisão)
  • 31. 31 A história e a diluição do tempo no cotidiano as artes digitais • Outro modo de se escrever a história, o passado e o presente das imagens • Intersecção de imaginários e temporalidades distintos • A era do rádio, o tempo da TV e o século do cinema • Conexões imprevistas na hipermídia • YouTube: assimila o vigor e a efervescência no cenário cultural midiatizado. • Minisséries
  • 32. 32 Oralidade & cultura tecnológica • Conexões da oralidade e tecnicidade • Desafios atuais das culturas latino- americanas • O fenômeno das interculturalidades • Exercícios do Ver (Barbéro & Réy)
  • 33. 33 Interculturalidades digitais e latinas • A Guerra das Imagens. De Cabral a Blade Runner • (Serge Gruzinsky) • No fundo das aparências. Por uma ética da estética (Maffesoli)
  • 34. 34 Da ficção televisiva à ficcionalidade digital • A ficção audiovisual nas hipermídias • Elementos de ficcionalidade e vida cotidiana • As culturas latinas midiatizadas • Emergência da ficção digitalizada • O passado recente dos audiovisuais na internet
  • 35. 35 Da televisão aos sites e DVDs • A teledramaturgia nos vídeos e DVDs • Atualização da interface entre a ficção e história • Anos Dourados, Anos Rebeldes, O auto da Compadecida, • Hoje é dia de Maria, A Pedra do Reino, Queridos Amigos ...
  • 36. 36 O tempo redescoberto pelas mídias digitais • A infância da cultura audiovisual • Seriados televisivos, desenhos animados: • Flash Gordon, Perdidos no espaço, Túnel do tempo, Os invasores, • Os Flinstones, Zorro, Os Jetsons, Jeannie é um gênio e A Feiticeira • Nacos do “tempo redescoberto” nas páginas virtuais
  • 37. 37 Memórias afetivas e sentimentais do cinema mundial • Os filmes cult ao alcance dos cinéfilos e pesquisadores • Chaplin, Nosferatu, Metrópolis, Os 10 mandamentos, 007 • 2001 uma odisséia no espaço, Sem Destino e Tempos modernos na cultura das redes • Memórias ficcionais do breve século XX
  • 38. 38 Relíquias da cultura audiovisual e do cinema brasileiro • Documentários e ficcionalidades nacionais • Limite, Bye Bye Brasil, O pagador de promessas, • Terra em Transe, Macunaíma, Dona Flor e seus Dois Maridos • Aruanda, Ilha das Flores, • Nós que aqui estamos esperamos por vós
  • 39. 39 As novas mídias e os processos educacionais As novas mídias podem levar a terceira idade, os seniors, os pedagogos e os intelectuais - educados pelas matrizes culturais tradicionais - a adotarem uma estratégia de comunicação mais interativa com as novas gerações
  • 40. 40 I-MIRROR Admirável mundo novo digital • Artista chinesa Cao Fei, nick China Tracy • Uma ciber-instalação no Second Life • Um site de conversação e relacionamento • Inspirações estéticas de uma especialista • Reflexão sensível sobre a vida digital • Relacionamentos pós-humanos • Experiências simuladas dos avatares
  • 41. 41 O espírito renascentista de uma arte multimídia • Criação dos personagens, produção dos cenários, diálogos e conversações • Produção da trilha sonora e a instalação • no website Second Life • Documentário machinímico em camara digital • Na Bienal de Veneza de 2007
  • 42. 42 Para concluir • O YouTube ajuda a entendermos a formação da cultura audiovisual e tecnológica recente • Serve como lugar de encontro incomum entre o virtual e o atual, o histórico e o ficcional, o ancestral e o emergente • Consiste num produto cultural e comunicacional radicalmente novo, mas já em fase acelerada de transformação e... de rápido desaparecimento
  • 43. 43 Referências Bibliográficas • BACHELARD, G. O novo espírito científico. 2a. Ed. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1995. • BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévsky. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1981. BAKHTIN, M. A Cultura Popular na Idade Média e no Renascimento. S. Paulo: HUCITEC, 1996. • BARBÉRO, M. J; REY, G. Os exercícios do ver: hegemonia audiovisual e ficção televisiva. S Paulo: Senac, 2001. • BAUDRILLARD, J. Simulacres et simmulation. Paris: Galilée, 1981. • BRAGA, J.L; CALAZANS, R. (org.) Comunicação & Educação: questões delicadas na interface. superfície. S. Paulo: Hacker, 2001. • CASTELLS, M. A sociedade em rede. A era da informação: economia, sociedade e cultura, v.1. São Paulo: Paz e Terra, 1999a. • FELINTO, E. Videotrash. O YouTube a Cultura do “Spoof” na Internet. Trabalho apresentado ao Grupo de Trabalho “Comunicação e Cibercultura”, do XVI Encontro da Compós, na UTP, Curitiba, PR, em junho de 2007.
  • 44. 44 Referências Bibliográficas • JEUDY, H.P. A ironia da comunicação. Porto Alegre: Sulina, 2001. • LEMOS, A. Cibercultura. Tecnologia e vida social na cultura contemporânea. Porto Alegre: Sulina, 2004. • LÉVY, P. Cibercultura. S. Paulo: Ed. 34, 1999. • LÉVY, P. Les arbres de connaissances. Paris: La Découverte, 1992. • MACHADO, A. Pré-cinemas e pós-cinemas. São Paulo, Papirus, 2002. • MAFFESOLI, M. No fundo das aparências. Petrópolis: RJ. Ed. Vozes, 1996. • McLUHAN, M. Os meios de comunicação como extensões do homem. S. Paulo: Cultrix, 2000. • SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. São Paulo, Paulus, 2004a. • SODRÉ, M; PAIVA, R. O império do grotesco. Rio: MAUAD, 2002.
  • 45. 45 Referências videográficas Daniela Cicarelli http://www.youtube.com/watch?v=KdvnyAfDvos Saddam Hussein http://www.youtube.com/watch?v=KdvnyAfDvos A elite do ovo podre http://www.youtube.com/watch?v=MqkpTkWpYqs Charges de Maurício Ricardo http://www.youtube.com/watch?v=-rDGkA0aQos Grupo teatral paulista Terça Insana http://www.youtube.com/watch?v=0_AEhhdo6xE Tapa na pantera http://www.youtube.com/watch?v=KdvnyAfDvos China Tracy – Artista chinesa Cao Fei