Os sofistas pertenciam, em geral, à periferia do mundo grego. Eram professores viajantes que vendiam seus ensinamentos, empregando a exposição ou o monólogo como método de ensino.
Conforme o interesse dos alunos, davam aulas de eloquência e de sagacidade men tal ou ensinavam elementos úteis para o sucesso nas atividades públicas e privadas. Eram mestres que viajavam de cidade em cidade oferecendo aulas, aparições públicas e discursos. O termo sofista significava “grande mestre ou sábio”.
Por Bruno Carrasco, psicoterapeuta existencial e professor.
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2020
2. Sofistas Os sofistas pertenciam, em geral, à
periferia do mundo grego. Eram
professores viajantes que vendiam
seus ensinamentos, empregando a
exposição ou o monólogo como
método de ensino.
Conforme o interesse dos alunos,
davam aulas de eloquência e de
sagacidade mental ou ensinavam
elementos úteis para o sucesso nas
atividades públicas e privadas.
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3. Ensinamentos dos
Sofistas
Entre os ensinamentos dos sofistas
destacavam-se o desenvolvimento da
habilidade da argumentação,
transmitindo a seus alunos raciocínios
e concepções úteis em um debate para
driblar as teses dos adversários e
convencer as pessoas.
Eles eram mestres que viajavam de
cidade em cidade oferecendo aulas,
aparições públicas e discursos. O
termo sofista significava “grande
mestre ou sábio”.
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5. Ensinamentos dos
Sofistas
Os jovens que procuravam os sofistas
buscavam a “areté”, que era a
qualidade indispensável para se tornar
um cidadão bem-sucedido, seja na
vida privada como na pública.
No regime democrático que vigorava
em Atenas, o exercício da função
política dependia do bom uso da
palavra. Os sofistas foram mestres na
arte de bem falar, tanto em discursos
longos quanto breves, de perguntas e
respostas.
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6. Sofistas como
“enganadores”
Com o decorrer do tempo, o termo
‘sofista’ passou a ter o sentido de
“enganador” ou “impostor”, devido às
críticas de Platão.
Por muito tempo os sofistas foram mal
vistos pelos historiadores de filosofia,
tidos como exploradores do
conhecimento ou falsos filósofos,
porém seus pensamentos
questionavam a “verdade” e admitiam
a possibilidade de diferentes
concepções de verdade, não somente
uma única.
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7. “O sofista vai, pois, negar que
exista a verdade, ou pelo menos a
possibilidade de acesso a ela. Para
o sofista, só existem opiniões:
boas e más, melhores e piores,
úteis e prejudiciais, mas jamais
falsas e verdadeiras.”
(Antônio Rezende, em ‘Curso de Filosofia’)
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8. Protágoras de
Abdera
(490-415 a.C.)
Protágoras é considerado o primeiro e
um dos mais importantes sofistas.
Segundo ele, o mundo é aquilo que
cada indivíduo percebe que é, sendo a
realidade é relativa a cada um
indivíduo, ou grupo social, pois
depende de suas disposições,
concepções e modos de viver.
Por conta disso, ele nega a existência
de um critério absoluto para julgar os
fatos e pessoas. O critério para
diferenciação torna-se o homem, cada
homem.
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10. “O homem é a medida de
todas as coisas, daquelas
que são por aquilo que
são e daquelas que não
são por aquilo que não
são.”
(Protágoras)
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11. Humanismo e
relativismo
A medida significava o julgamento e as
coisas eram os fatos e experiências de
cada pessoa. Esse fragmento de certa
forma sintetiza duas das ideias
centrais associadas aos sofistas, o
humanismo e o relativismo.
Protágoras valoriza uma explicação do
real a partir de seus aspectos
fenomenais apenas, sem apelo a
nenhum elemento externo ou
transcendente.
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12. Humanismo e
relativismo
As coisas são como nos parecem ser,
como se mostram à nossa percepção
sensorial, e não temos nenhum outro
critério para essa questão.
Portanto, nosso conhecimento
depende sempre das circunstâncias
em que nos encontramos e pode, por
isso mesmo, variar de acordo com a
situação. Protágoras aproxima-se
assim bastante dos mobilistas, tal
como Heráclito, de quem pode ter
sofrido influência, e afasta-se da visão
eleática de uma “verdade única”.
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13. “Sócrates: -Talvez tua definição de
conhecimento tenha algum valor; é a
definição de Protágoras; por outras palavras
ele dizia a mesma coisa. Afirmava que o
homem é a medida de todas as coisas, das
que são que elas são, das que não são que elas
não são. Decerto já leste isso?
Teeteto: -Sim, mais de uma vez.
Sócrates: -Não quererá ele, então, dizer que
as coisas são para mim conforme me
aparecerem, como serão para ti segundo te
aparecerem? Pois eu e tu somos homens.
Teeteto: -É isso precisamente o que ele diz.”
(Platão, em ‘Teeteto’)
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14. Górgias de
Leontinos
(487-380 a.C.)
Górgias foi considerado um dos
maiores oradores e principais mestres
da retórica de sua época. Ele afirmava
que um bom orador é capaz de
convencer qualquer pessoa sobre
qualquer coisa. Viajou por toda a
Grécia ministrando suas lições.
Ele defende a impossibilidade do
conhecimento em um sentido estável e
definitivo. Segundo ele, não podemos
ter acesso à natureza das coisas, mas
tudo de que dispomos é o discurso,
que é sempre visto como enganoso.
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16. “Nada existe que possa
ser conhecido; se pudesse
ser conhecido não poderia
ser comunicado, se
pudesse ser comunicado
não poderia ser
compreendido.”
(Górgias)
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17. Referências
Bibliográficas
BOTELHO, José F. A Odisséia da Filosofia: uma
breve história do pensamento ocidental. São
Paulo: Abril, 2016.
COTRIM, Gilberto; FERNANDES, Mirna.
Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva,
2013.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da
Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 12
ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
NIETZSCHE, Friedrich. A Filosofia na Época
Trágica dos Gregos. São Paulo: Escala, 2008.
REZENDE, Antonio. Curso de Filosofia. Rio de
Janeiro: Zahar, 2016.
18. Por Bruno Carrasco Psicoterapeuta existencial e professor.
Graduado em Psicologia, licenciado em
Filosofia e Pedagogia, pós-graduado em
Ensino de Filosofia e Psicologia
Existencial Humanista e
Fenomenológica, possui especialização
em Psicoterapia Fenomenológico
Existencial, formação em Arteterapia,
Educação Popular e Educação
Participativa.
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19. ex-isto Ex-isto é um projeto dedicado ao estudo
e pesquisa sobre o existencialismo e
suas relações com a psicologia, filosofia,
psicoterapia, fenomenologia, literatura e
artes, iniciado no final de 2016.
Tem como intuito oferecer conteúdos
que facilitem a compreensão sobre os
temas pesquisados, por meio de textos,
vídeos, cursos ou livros, optando por
utilizar uma linguagem acessível, de
modo a promover reflexões sobre a
subjetividade, a condição humana e suas
possibilidades.