1. Apontamentos distribuídos pelo Prof. Jorge Castelo no Curso de
Treinadores de Futebol 11 – UEFA BASIC, organizado pela AFG
em 2010
Futebol
Concepção e prática de
exercícios específicos de treino
3. De preparação
geral
São conceptualizados e operacionalizados sem
ter em conta, nem os contextos situacionais, nem
as condicionantes estruturais objectivas em que se
realiza a competição do jogo de futebol.
Na prática, são todos os exercícios que não
incluem a utilização da bola como centro de
decisão mental e acção motora do jogador.
Estes métodos requerem a mobilização de um
conjunto de capacidades condicionais de
suporte, pois, cada resposta motora requer
diferentes níveis de exigência de força, de
velocidade, de resistência e de flexibilidade.
4. Específicos de
preparação geral
São todos os métodos realizados em
contextos situacionais “básicos”, relativamente às
condições objectivas em que se realiza a
competição do jogo de futebol.
Têm por objectivo desenvolver o conteúdo
específico do jogo, através de uma relação
primordial do jogador com a bola. A bola é o
elemento a partir do qual se pode exprimir um
número infinito de relações.
Estes métodos estabelecem a relação do
jogador com a bola mas não envolvem a
concretização do objectivo fundamental do jogo (o
golo).
5. Específicos
de preparação
Devem constituir-se como o núcleo central
da preparação dos jogadores, tendo sempre em
consideração as condições estruturais em que as
diferentes situações de jogo se verifiquem.
São construídos a partir da lógica estrutural
do jogo de futebol, tendo sempre em atenção o seu
objectivo, isto é, o golo, que só é possível de ser
conseguido através da finalização (remate).
6. Futebol - métodos de treino
Métodos de
preparação geral
Resistência
Velocidade
Força
Métodos específicos
de preparação geral
Métodos específicos
de preparação
Manutenção
da posse da bola
Flexibilidade
Em circuito
Finalização
Meta
especializados
Padronizados
Descontextualizados
Sectores
Lúdico
recreativos
Partes
fixas do jogo
Competição
8. Objectivos
1. Cria condições de aprendizagem e aperfeiçoamento
dos padrões motores específicos.
2. Fomenta condições de intermitência e ritmo de
execução.
3. Potencia elevadas taxas de êxito na sua execução.
4. Modela diferentes níveis de complexidade e
dificuldade.
5. Integra o desenvolvimento dos padrões motores
específicos e as condicionantes físicas.
9. Regras
1. Limitar o número de jogadores, espaço e tempo de
actividade.
2. Criar condições de reduzida
limitando o fluxo informacional.
3. Possibilitar uma elevada
velocidades/ritmos de execução.
variabilidade,
repetitividade
e
4. Variar níveis de complexidade e dinamizar
componentes competitivas (afinamento técnico de carácter
analítico, incremento do número de companheiros com que se
pode relacionar ou adversários em oposição, redução do espaço
de actividade e, desenvolvimento de situações básicas de jogo)
10. Limitações
1. Redução dos níveis de motivação dos jogadores
durante a sua realização (redução dos níveis de
atenção/concentração mental e execução motora nas tarefas a
realizar).
2. Real grau de transferibilidade destes meios de
treino relativamente às condições de jogo (o reduzido grau
de transferibilidade para as situações de jogo e, confundir-se
que as acções individuais são um fim em si próprio e não um
meio para a resolução dos problemas inerentes ao jogo de
futebol).
3. Tendência para a criação de modelos únicos de
execução motora. (A acção técnica deriva de uma expressão
pessoal e Aplicação de normas decisionais em vez de imitação
de gestos)
11. Momentos
Na sessão de treino:
1. Na preparação preliminar para a persecução
integral da sessão de treino.
2. Na introdução de um exercício mais complexo cujo
conteúdo valoriza uma acção.
3. Na aprendizagem ou aperfeiçoamento técnico, em
qualquer uma das fases de treino.
4. Na regularização dos parâmetros fisiológicos entre
a aplicação de dois exercícios.
5. No desenvolvimento da condição física (utilizando
situações com contacto na bola.
No microciclo, a sua aplicação situam-se nas sessões
logo após a competição.
12. Organização
1. Exercícios de recepção e passe sob condições:
(i) de baixa complexidade,
(ii) de média complexidade,
(iii) de elevada complexidade,
(iv) básicas de jogo,
(v) realizada sob a dominante de uma
componente específica de exigência física.
2. Exercícios para a aprendizagem e desenvolvimento
da acção de condução da bola.
3. Exercícios para a aprendizagem e desenvolvimento
das acções de simulação e drible.
21. Objectivos
1. Potenciar uma organização compacta e homogénea
(unidades estruturais funcionais, leque opcional do atacante de
posse de bola e, binómio segurança/risco)
2. Controlar a iniciativa e o ritmo específico do jogo
(criar condições para surpreender a equipa adversária, obrigar
o adversário a jogar sobre uma grande pressão psicológica,
concretizar a recuperação física de companheiros, variação do
ritmo de desenvolvimento do processo ofensivo e quebrar o
ritmo ofensivo adversário).
3. Rentabilizar o espaço efectivo de jogo e de
transição defesa/ataque (aumentar o espaço ofensivo de
jogo, incrementar as várias opções tácticas de decisão/acção e,
dificultar as acções de marcação por parte da equipa
adversária).
4. Jogar com o resultado numérico favorável de jogo.
22. Regras
1. Desenvolver condições reais para uma efectiva
manutenção da posse da bola (relações de superioridade
versus inferioridade numérica, relações vantajosas de carácter
espacial, relações numéricas variáveis em diferentes espaços de
jogo e progressões metodológicas número/espaço).
2. Estabelecer alvos que direccionem as acções dos
jogadores.
3. Promover transições seguras defesa/ataque.
4. Prescrever objectivos tácticos múltiplos.
5. Estabelecer formas superiores de organização
ofensiva.
23. Momento
Na sessão de treino:
1. Na finalização da etapa de preparação preliminar
da equipa para a sessão de treino.
2. Na etapa inicial da parte principal da sessão de
treino durante a qual se cumpre tarefas de aprendizagem
e aperfeiçoamento dos jogadores e da organização de
jogo da equipa.
3. No microciclo de preparação da equipa, não
existem momentos propícios para a sua utilização. As
diferenças que se podem observar de sessão para sessão
referem-se ao tempo e à complexidade. Assim, são mais
alargados no tempo e menos complexos nas sessões
iniciais e, mais curtos e complexos quando nos
aproximamos da competição.
24. Organização
1. Exercícios em espaços de jogo reduzidos:
(1) em superioridade numérica, (2) em igualdade
numérica, (3) em inferioridade numérica, (4) com apoios,
(5) com três equipas e, (6) com objectivos tácticos
múltiplos.
2. Exercícios em espaços de jogo regulamentares:
(1) em superioridade numérica, (2) em igualdade
numérica, (3) em inferioridade numérica, (4) com apoios,
(5) com três equipas e, (6) com objectivos tácticos
múltiplos.
3. Exercícios secundado pelos métodos de jogo:
(1) contra-ataque, (2) ataque rápido, (3) ataque
posicional e, (4) defesa zona pressionante.
42. Objectivos
1. Proporcionar múltiplas actividades.
2. Evocar diferentes níveis de complexidade e
dificuldade.
3. Fomentar tarefas individuais ou em pequenos
grupos.
4. Objectivar a responsabilidade e a autonomia dos
jogadores.
43. Regras
1. Optar por um tipo de circuito (em percurso ou em
estações).
2.
Sequenciar
as
diferentes
actividades
(de
similaridade, de complexidade, de exigência e de activação de
diferentes grupos musculares).
3. Estandardizar os conteúdos das tarefas a realizar.
4. Manipular as componentes estruturais do treino.
5. Organizar os grupos de trabalho (número de
jogadores por grupo, critérios para a escolha dos elementos do
grupo e distribuição dos grupos pelas diferentes fases do
circuito).
44. Limitações
1. Obrigatoriedade em utilizar elevados volumes de
treino, para que os seus efeitos se possam manifestar
positivamente (ocupa uma grande parte da sessão de treino e,
cria condições favoráveis à manifestação da monotonia e do
desinteresse pelas tarefas a realizar).
2. Dificuldade de um correcto controlo das tarefas a
realizar, por parte do treinador (execução de acções motoras
com erros, execução rítmica desajustada às tarefas e, execução
conjugada e sequencial das tarefas).
3. Disponibilidade temporal e instrumental para a
organização do circuito
45. Momento
1. Na preparação preliminar dos jogadores para a
persecução integral da sessão de treino.
2. Na fase inicial da etapa principal da sessão de treino
durante
a
qual
se
desenvolve
factores
de
aperfeiçoamento
das
acções
técnicas
e
do
desenvolvimento dos factores condicionais (força,
velocidade, resistência, etc.). A aplicação destes métodos
de treino não são aconselhados para as outras etapas da
sessão de treino.
3. Relativamente ao microciclo de preparação
equipa devem ser fundamentalmente utilizados
primeiro ou segundo dia de trabalho depois
competição, sendo totalmente desaconselhado a
utilização nas restantes sessões de treino.
da
no
da
sua
46. Organização
1. Os circuitos técnico-físicos.
2. Os técnico/táctico-físicos.
3. Os técnico/tácticos-técnicos.
4. Os técnico-recreativos
54. Objectivos
1. Criar uma atitude nos jogadores de perseguirem
obstinadamente o objectivo do jogo - o golo.
2. Aperfeiçoar a execução de remate, que é a acção
mais importante do jogo de futebol.
3. Estimular um temperamento correcto nos jogadores,
que se baseia na capacidade destes se concentrarem
somente nos índices pertinentes da situação e alhear-se
de tudo o que não contribua para o sucesso da acção.
55. Regras
1. Criar situações contextuais em espaços propícios, com
um número reduzido de jogadores e com vantagens
temporárias para os atacantes.
2. Possibilitar que todos os jogadores possam finalizar.
3. Variar as condições contextuais de finalização.
4. Utilizar balizas regulamentares. O acto de finalizar
envolve uma componente mental e motora, através das quais os
jogadores desenvolvem noções espaciais e temporais. Ao
utilizar-se balizas de menores dimensões desenvolvem noções
erradas desses parâmetros, os quais estabelecem transferências
negativas para o jogo.
56. Limitações
1. Atitudes correctas. A acção de remate é o culminar
de um processo colectivo, que se baseia numa correcta
atitude de quem a executa.
2. Simplicidade das situações. Uma vez que é
necessário desenhar situações favoráveis em termos de
tempo, espaço e número.
3. Condicionar zonas de remate. Ao condicionar-se os
espaços propícios à finalização, esquece-se a
possibilidade de se explorar outras distâncias e ângulos.
4. Reduzido número de bolas. Não haver bolas
suficientes é o maior constrangimento destes métodos.
57. Momentos
1. Estes métodos devem ser aplicados na etapa principal
da sessão, depois dos jogadores já terem executado um
amplo conjunto de tarefas e assim, estarem preparados
para realizar esforços máximos com o mínimo de
possibilidades de provocar lesões.
2. No microciclo de preparação da equipa para a
competição, estes métodos de treino devem ser aplicados
em todas as sessões de treino variando de um nível de
complexidade
menor
no
início
da
semana
(aperfeiçoamento dos pontos críticos da acção) para uma
maior à medida que se aproxima da competição.
58. Organização
1. Situações caracterizadas pela sua reduzida complexidade.
(1) Em situações de treino individualizadas, (2) Em situações
de treino individualizadas, precedida por trabalho de
características físicas (velocidade curta, força rápida, etc.), (3)
Organizados a partir de combinações tácticas simples, directas
ou indirectas e, (4) Organizados em circuito.
2. Jogos de finalização com um número reduzido de jogadores
e espaço de jogo.
(1) Em espaços independentes para cada equipa, (2) Em
espaços de jogo comuns, (3) Em espaços de jogo comuns com
várias balizas e, (4) Precedida por uma situação de jogo.
3. Jogos de finalização com um número de jogadores e
espaços de jogo próximo das condições reais de competição
(1) Com restrições para se entrar num espaço de jogo e, (2) os
de finalização precedidos de uma situação de jogo realizados em
espaços reduzidos.
77. Na sessão de
treino
100%
80%
70%
2
Intensidade
4
4
4
50%
1
10%
Tempo da sessão
Parte
introdutória
Estabelecimento
dos objectivos
da sessão
1
Exerc.
gerais
3
2
Exerc.
gerais
2
Parte
preparatória
Geral
Volume
3
Específica
10%
Parte principal
Primeira
etapa
Segunda
etapa
Terceira
etapa
10 a 15%
2 Manutenção da bola
3 Em circuito
4
Finalização
Quarta
etapa
Recuperação
10 a 15%
50 a 70%
1 Descontextualizados
Parte final
Avaliação
78. No microciclo
semanal de treino
Específicos de preparação geral
Microciclo
semanal de
preparação da
equipa para a
competição
Descontextualizados
Manutenção da bola
Em circuito
Métodos específicos de preparação
Finalização
Competição
anterior
1º dia após a
competição
2º dia após a
competição
3º dia após a
competição
4º dia após a
competição
5º dia após a
competição
Competição
futura
Planeamento