SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 3
RESUMO TEXTO Questão racial e etnicidade
O presente texto trata-se da exploração e análise de uma das produções de Lília
K. M. Schwarcz intitulada Questão Racial e Etnicidade, publicada em 1999 na
revista O que ler na ciência social brasileira. O estudo da autora procura mostrar
uma síntese quantitativa da questão racial e etnicidade nos últimos vinte anos.
Destaca que pensar na questão racial, inevitavelmente, abrange a identidade;
particularidades. Os estudos se debruçaram em construir uma reflexão sobre o
Brasil a partir de sua independência; onde o problema, até então, era a falta de
produções bibliográficas elaboradas por brasileiros. O principal foco de
observação dos viajantes eram os índios e o sistema escravocrata.
Só a partir de Silvio Romero que esse problema é exclamado: “nós que temos o
material em casa, que temos a África em nossas cozinhas, como a América em
nossas selvas, e a Europa em nossos salões, nada havemos produzido nesse
sentido! É uma desgraça”. Em contrapartida, Nina Rodrigues defende a existência
da diversidade cultural no Brasil.
Durante o início do século XIX o Brasil ainda era regido com base em uma cultura
mestiça. “Era a cultura mestiça que despontava nas teorias da época e na
representação oficial da nação, ao lado do debate sobre o nacional-popular”. À
exemplo disso a autora cita Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre, onde
coloca a mestiçagem como uma questão nacional e distinta. Carrega o mito da
democracia racial, que foi um dos mecanismos mais poderosos de dominação
ideológica, porém é uma questão ainda muito atual.
Segundo Schwarcz, pesquisas de 1950 e 60 destacam que a democracia racial
era um disfarce para uma evidente discriminação, uma divisão que não era racial
ou cultural, mas econômica. Portanto, é evidente a desigualdade entre brancos e
negros. Foi a partir daí que a UNESCO abstrai tal questão como objeto de
pesquisa (em 1949), 128 Revista Magistro www.unigranrio.br Revista do
Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas – UNIGRANRIO
Vol. 1 Num.1 2010
caracterizando o Brasil como “laboratório de civilização; bom laboratório
socioantropológico; e que seus estudos possibilitassem a união étnica”. Porém,
para Florestan Fernandes a discriminação ainda ia continuar a persistir.
A partir de 1960 a vertente sociológica ganha espaço nos estudos sobre a
questão racial. A antropologia, de certo modo, analisou as estruturas e a
sociologia, as mudanças.
Florestan Fernandes, através de dados estatísticos, destaca que o racismo
dissimulado é consequência das diferenças regionais e privilégios. Com isso
surge, em 1970, o movimento Negro Unificado, que retomou a questão mítica da
democracia racial. “Com relação à temática selecionada, parece certo supor que o
conjunto dos estudos não colocava mais em dúvida a existência do preconceito”.
Não obstante em 1980, a retomada dos estudos indica que o racismo ainda
permanecia como um divisor social. “Na visão sociológica a desigualdade social
apresenta um componente racial inequívoco, que não poderia ser diluído num
gradiente de cor”.
A partir disso Schwarcz faz um levantamento quantitativo de algumas questões
envolvendo o negro. Todos os dados levantados estatisticamente demonstraram
uma forte discriminação e desigualdade racial.
Schwarcz destaca que “a identidade não é portanto, atemporal e imutável em
seus traços culturais (crenças, valores, símbolos, ritos, regras de conduta, língua
vestimentas, culinária...) transmitidos pelo grupo. Ela resulta da ação e reação
entre esses grupos e os outros, num tipo de jogo que não pára de se alterar”.
Neste sentido Roberto Cardoso de oliveira expõe que “a identificação étnica
refere-se ao uso que uma pessoa faz dos termos raciais, nacionais e religiosos
para se identificar”.
A autora ainda indica o problema do pardo (derivado do censo de 1950, sendo os
mulatos, mestiços, índios, caboclos, mamelucos, cafuzos etc.) como “uma
espécie de sobra do censo, que representa, paradoxalmente, a maior parte da
população”. Isso indica que há a negação por parte dos próprios negros em
declarar sua legítima cor (efeito branqueamento).
No último tópico de seu estudo mostra alguns grupos de pesquisa que analisam,
atualmente, as políticas públicas voltadas para a questão da mestiçagem. Em
destaque 129 Revista Magistro www.unigranrio.br Revista do Programa de Pós-
Graduação em Letras e Ciências Humanas – UNIGRANRIO Vol. 1 Num.1 2010
está o programa A Cor da Bahia (vinculado ao mestrado em Sociologia da FFCH-
UFBA).
O principal objetivo desse estudo foi o de tentar “descrever e entender a „questão
racial no Brasil‟”.
Diante do que foi exposto anteriormente pode-se perceber que a “questão racial”
no Brasil ainda é motivo de muitas discussões. Temos presenciado atualmente o
implante de políticas públicas voltadas para a diferenciação de cor, trazendo
vantagens para aqueles que, “no passado”, foram hostilizados. A exemplo disso
tem-se o programa de cotas instituído pelo Governo Federal numa tentativa de
ingressar os estudante oriundos de escolas publicas e declarantes mestiços na
Universidade Federal.
Referencia bibliográfica
SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. “Questão racial e etnicidade”. In: O que ler na ciência
social brasileira (1970-1995) (org) MICELI, S. São Paulo: Editora Sumaré:
ANPOCS; Brasília, DF: CAPES, 1999.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

4 cchladlcvmt06
4 cchladlcvmt064 cchladlcvmt06
4 cchladlcvmt06
Geraa Ufms
 
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículosInclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Wilson
 
Ensino de história e diversidade étnica cultural
Ensino de história e diversidade étnica culturalEnsino de história e diversidade étnica cultural
Ensino de história e diversidade étnica cultural
montorri
 
Prova preparatória n2 antropologia. corrigida (1) (1)
Prova preparatória n2 antropologia. corrigida (1) (1)Prova preparatória n2 antropologia. corrigida (1) (1)
Prova preparatória n2 antropologia. corrigida (1) (1)
Psicologia_2015
 

Was ist angesagt? (19)

Sociologia brasileira
Sociologia brasileiraSociologia brasileira
Sociologia brasileira
 
Atividade Sociologia
Atividade Sociologia Atividade Sociologia
Atividade Sociologia
 
Monografia Noêmia Pedagogia 2009
Monografia Noêmia Pedagogia 2009Monografia Noêmia Pedagogia 2009
Monografia Noêmia Pedagogia 2009
 
05 contribuicao povos-africanos técnicas
05 contribuicao povos-africanos técnicas05 contribuicao povos-africanos técnicas
05 contribuicao povos-africanos técnicas
 
4 cchladlcvmt06
4 cchladlcvmt064 cchladlcvmt06
4 cchladlcvmt06
 
Identidades brasileiras
Identidades brasileiras Identidades brasileiras
Identidades brasileiras
 
Aula 3 A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...
Aula 3    A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...Aula 3    A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...
Aula 3 A construção da identidade nacional - 1º ano de Sociologia - Prof. ...
 
Trabalho gilberto freyre ebepe
Trabalho gilberto freyre ebepeTrabalho gilberto freyre ebepe
Trabalho gilberto freyre ebepe
 
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículosInclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
Inclusao da historia cultura afro-brasileira e indigena nos currículos
 
Ensino de história e diversidade étnica cultural
Ensino de história e diversidade étnica culturalEnsino de história e diversidade étnica cultural
Ensino de história e diversidade étnica cultural
 
Interpretando o brasil
Interpretando o brasilInterpretando o brasil
Interpretando o brasil
 
Etnia
EtniaEtnia
Etnia
 
O ensino da história africana
O ensino da história africanaO ensino da história africana
O ensino da história africana
 
Raça, cor , cor da pele e etnia
Raça, cor , cor da pele e etniaRaça, cor , cor da pele e etnia
Raça, cor , cor da pele e etnia
 
Prova preparatória n2 antropologia. corrigida (1) (1)
Prova preparatória n2 antropologia. corrigida (1) (1)Prova preparatória n2 antropologia. corrigida (1) (1)
Prova preparatória n2 antropologia. corrigida (1) (1)
 
Ensino da história e diversidade cultural
Ensino da história e diversidade culturalEnsino da história e diversidade cultural
Ensino da história e diversidade cultural
 
Sociologia no Brasil
Sociologia no BrasilSociologia no Brasil
Sociologia no Brasil
 
Literatura afrobrasileira
Literatura afrobrasileiraLiteratura afrobrasileira
Literatura afrobrasileira
 
Culturasetniasediversidades
CulturasetniasediversidadesCulturasetniasediversidades
Culturasetniasediversidades
 

Andere mochten auch (16)

Hzz ve ra birlikleri defans el kitabı
Hzz ve ra birlikleri defans el kitabıHzz ve ra birlikleri defans el kitabı
Hzz ve ra birlikleri defans el kitabı
 
Hzz ve ra birlikleri defans
Hzz ve ra birlikleri defansHzz ve ra birlikleri defans
Hzz ve ra birlikleri defans
 
Asteroiden
AsteroidenAsteroiden
Asteroiden
 
Clearsea
ClearseaClearsea
Clearsea
 
C4 l powerpt
C4 l powerptC4 l powerpt
C4 l powerpt
 
Clearsea
ClearseaClearsea
Clearsea
 
Behaviorism in Education
Behaviorism in EducationBehaviorism in Education
Behaviorism in Education
 
Body tac 2012885
Body tac 2012885Body tac 2012885
Body tac 2012885
 
Behaviorism in Education
Behaviorism in EducationBehaviorism in Education
Behaviorism in Education
 
Las plantas para tercero de primaria
Las plantas para tercero de primariaLas plantas para tercero de primaria
Las plantas para tercero de primaria
 
Behaviorism in Education
Behaviorism in EducationBehaviorism in Education
Behaviorism in Education
 
Las funciones vitales de los seres humanos
Las funciones vitales de los seres humanosLas funciones vitales de los seres humanos
Las funciones vitales de los seres humanos
 
You
YouYou
You
 
Pedoman penyampaian proposal_insinas_2012
Pedoman penyampaian proposal_insinas_2012Pedoman penyampaian proposal_insinas_2012
Pedoman penyampaian proposal_insinas_2012
 
001 perbandingan proses_pembuatan_biodiesel_didalam_reaktor_batch_dan_...
001 perbandingan proses_pembuatan_biodiesel_didalam_reaktor_batch_dan_...001 perbandingan proses_pembuatan_biodiesel_didalam_reaktor_batch_dan_...
001 perbandingan proses_pembuatan_biodiesel_didalam_reaktor_batch_dan_...
 
peno2011Asteroïde
peno2011Asteroïdepeno2011Asteroïde
peno2011Asteroïde
 

Ähnlich wie Questão racial

Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdfPreconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
VIEIRA RESENDE
 
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.pptapresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
laerciojunior26
 
Gt4 as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Gt4  as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...Gt4  as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Gt4 as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Andrea Cortelazzi
 
Allysson fernandesgarcia
Allysson fernandesgarciaAllysson fernandesgarcia
Allysson fernandesgarcia
Geraa Ufms
 
Espetáculo da miscigenação
Espetáculo da miscigenaçãoEspetáculo da miscigenação
Espetáculo da miscigenação
Geraa Ufms
 
Sociologia unidade 3
Sociologia unidade 3Sociologia unidade 3
Sociologia unidade 3
joao paulo
 

Ähnlich wie Questão racial (20)

Bicudo
BicudoBicudo
Bicudo
 
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdfPreconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
Preconceito Racial_ Modos, Temas e Tempos - Antonio Sérgio A. Guimarães.pdf
 
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.pptapresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
apresentacaomoduloii-aula_i_-_racismo,_discriminacao_e_preconceito.ppt
 
Racismo, discriminacao e_preconceito
Racismo, discriminacao e_preconceitoRacismo, discriminacao e_preconceito
Racismo, discriminacao e_preconceito
 
Afrobrasileiros e a construção da democracia na década de 1920
Afrobrasileiros e a construção da democracia na década de 1920Afrobrasileiros e a construção da democracia na década de 1920
Afrobrasileiros e a construção da democracia na década de 1920
 
Críticas ao pensamento das senzalas e casa grande
Críticas ao pensamento das senzalas e casa grandeCríticas ao pensamento das senzalas e casa grande
Críticas ao pensamento das senzalas e casa grande
 
Gt4 as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Gt4  as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...Gt4  as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
Gt4 as diferenças culturais e a educação na (re) construção da identidade ét...
 
35041604 na-casa-de-meu-pai-resenha
35041604 na-casa-de-meu-pai-resenha35041604 na-casa-de-meu-pai-resenha
35041604 na-casa-de-meu-pai-resenha
 
Capítulo 4 - Antropologia Brasileira
Capítulo 4 - Antropologia BrasileiraCapítulo 4 - Antropologia Brasileira
Capítulo 4 - Antropologia Brasileira
 
África
ÁfricaÁfrica
África
 
Racismo sexismo-e-desigualdade-sueli-carneiro-1
Racismo sexismo-e-desigualdade-sueli-carneiro-1Racismo sexismo-e-desigualdade-sueli-carneiro-1
Racismo sexismo-e-desigualdade-sueli-carneiro-1
 
O Haiti é Aqui
O Haiti é AquiO Haiti é Aqui
O Haiti é Aqui
 
O Haiti é Aqui
O Haiti é AquiO Haiti é Aqui
O Haiti é Aqui
 
O Haiti é Aqui
O Haiti é AquiO Haiti é Aqui
O Haiti é Aqui
 
Allysson fernandesgarcia
Allysson fernandesgarciaAllysson fernandesgarcia
Allysson fernandesgarcia
 
Identidade
IdentidadeIdentidade
Identidade
 
Espetáculo da miscigenação
Espetáculo da miscigenaçãoEspetáculo da miscigenação
Espetáculo da miscigenação
 
A questão racial presente na sintese de macunaima araujo e neves
A questão racial presente na sintese de macunaima   araujo e nevesA questão racial presente na sintese de macunaima   araujo e neves
A questão racial presente na sintese de macunaima araujo e neves
 
Sociologia unidade 3
Sociologia unidade 3Sociologia unidade 3
Sociologia unidade 3
 
Aula 3ano
Aula 3anoAula 3ano
Aula 3ano
 

Kürzlich hochgeladen

Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
sh5kpmr7w7
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
AntonioVieira539017
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdfTCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
TCC_MusicaComoLinguagemNaAlfabetização-ARAUJOfranklin-UFBA.pdf
 
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemáticaSlide - SAEB. língua portuguesa e matemática
Slide - SAEB. língua portuguesa e matemática
 
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptxGÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
GÊNERO CARTAZ - o que é, para que serve.pptx
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdfPROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
PROJETO DE EXTENÇÃO - GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS.pdf
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptxResponde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
Responde ou passa na HISTÓRIA - REVOLUÇÃO INDUSTRIAL - 8º ANO.pptx
 

Questão racial

  • 1. RESUMO TEXTO Questão racial e etnicidade O presente texto trata-se da exploração e análise de uma das produções de Lília K. M. Schwarcz intitulada Questão Racial e Etnicidade, publicada em 1999 na revista O que ler na ciência social brasileira. O estudo da autora procura mostrar uma síntese quantitativa da questão racial e etnicidade nos últimos vinte anos. Destaca que pensar na questão racial, inevitavelmente, abrange a identidade; particularidades. Os estudos se debruçaram em construir uma reflexão sobre o Brasil a partir de sua independência; onde o problema, até então, era a falta de produções bibliográficas elaboradas por brasileiros. O principal foco de observação dos viajantes eram os índios e o sistema escravocrata. Só a partir de Silvio Romero que esse problema é exclamado: “nós que temos o material em casa, que temos a África em nossas cozinhas, como a América em nossas selvas, e a Europa em nossos salões, nada havemos produzido nesse sentido! É uma desgraça”. Em contrapartida, Nina Rodrigues defende a existência da diversidade cultural no Brasil. Durante o início do século XIX o Brasil ainda era regido com base em uma cultura mestiça. “Era a cultura mestiça que despontava nas teorias da época e na representação oficial da nação, ao lado do debate sobre o nacional-popular”. À exemplo disso a autora cita Casa Grande e Senzala de Gilberto Freyre, onde coloca a mestiçagem como uma questão nacional e distinta. Carrega o mito da democracia racial, que foi um dos mecanismos mais poderosos de dominação ideológica, porém é uma questão ainda muito atual. Segundo Schwarcz, pesquisas de 1950 e 60 destacam que a democracia racial era um disfarce para uma evidente discriminação, uma divisão que não era racial ou cultural, mas econômica. Portanto, é evidente a desigualdade entre brancos e negros. Foi a partir daí que a UNESCO abstrai tal questão como objeto de pesquisa (em 1949), 128 Revista Magistro www.unigranrio.br Revista do Programa de Pós-Graduação em Letras e Ciências Humanas – UNIGRANRIO Vol. 1 Num.1 2010
  • 2. caracterizando o Brasil como “laboratório de civilização; bom laboratório socioantropológico; e que seus estudos possibilitassem a união étnica”. Porém, para Florestan Fernandes a discriminação ainda ia continuar a persistir. A partir de 1960 a vertente sociológica ganha espaço nos estudos sobre a questão racial. A antropologia, de certo modo, analisou as estruturas e a sociologia, as mudanças. Florestan Fernandes, através de dados estatísticos, destaca que o racismo dissimulado é consequência das diferenças regionais e privilégios. Com isso surge, em 1970, o movimento Negro Unificado, que retomou a questão mítica da democracia racial. “Com relação à temática selecionada, parece certo supor que o conjunto dos estudos não colocava mais em dúvida a existência do preconceito”. Não obstante em 1980, a retomada dos estudos indica que o racismo ainda permanecia como um divisor social. “Na visão sociológica a desigualdade social apresenta um componente racial inequívoco, que não poderia ser diluído num gradiente de cor”. A partir disso Schwarcz faz um levantamento quantitativo de algumas questões envolvendo o negro. Todos os dados levantados estatisticamente demonstraram uma forte discriminação e desigualdade racial. Schwarcz destaca que “a identidade não é portanto, atemporal e imutável em seus traços culturais (crenças, valores, símbolos, ritos, regras de conduta, língua vestimentas, culinária...) transmitidos pelo grupo. Ela resulta da ação e reação entre esses grupos e os outros, num tipo de jogo que não pára de se alterar”. Neste sentido Roberto Cardoso de oliveira expõe que “a identificação étnica refere-se ao uso que uma pessoa faz dos termos raciais, nacionais e religiosos para se identificar”. A autora ainda indica o problema do pardo (derivado do censo de 1950, sendo os mulatos, mestiços, índios, caboclos, mamelucos, cafuzos etc.) como “uma espécie de sobra do censo, que representa, paradoxalmente, a maior parte da população”. Isso indica que há a negação por parte dos próprios negros em declarar sua legítima cor (efeito branqueamento). No último tópico de seu estudo mostra alguns grupos de pesquisa que analisam, atualmente, as políticas públicas voltadas para a questão da mestiçagem. Em destaque 129 Revista Magistro www.unigranrio.br Revista do Programa de Pós- Graduação em Letras e Ciências Humanas – UNIGRANRIO Vol. 1 Num.1 2010
  • 3. está o programa A Cor da Bahia (vinculado ao mestrado em Sociologia da FFCH- UFBA). O principal objetivo desse estudo foi o de tentar “descrever e entender a „questão racial no Brasil‟”. Diante do que foi exposto anteriormente pode-se perceber que a “questão racial” no Brasil ainda é motivo de muitas discussões. Temos presenciado atualmente o implante de políticas públicas voltadas para a diferenciação de cor, trazendo vantagens para aqueles que, “no passado”, foram hostilizados. A exemplo disso tem-se o programa de cotas instituído pelo Governo Federal numa tentativa de ingressar os estudante oriundos de escolas publicas e declarantes mestiços na Universidade Federal. Referencia bibliográfica SCHWARCZ, Lilia K. Moritz. “Questão racial e etnicidade”. In: O que ler na ciência social brasileira (1970-1995) (org) MICELI, S. São Paulo: Editora Sumaré: ANPOCS; Brasília, DF: CAPES, 1999.