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COLO UTERINO X COLPOSCOPIA
COLO UTERINO: ECTO + ENDO

1- CONSTITUIÇÃO: colágeno + fibras musculares lisas + elastina.
2- VASCULARIZAÇÃO: ramo desc. art. uterina + ramo art. ilíaca interna.
3- INERVAÇÃO: plexo autônomo pélvico.
********************************************

                ECTOCÉRVICE



Formada pelo Epitélio Escamoso Original ou Epitélio Pavimentoso Estratificado
   Não Queratinizado ou Epidermóide ou Malpighiano.

Origem: Epitélio da Placa Vaginal (epitélio

modificado a partir dos Ductos Wolffianos – Seio Urogenital ) ou pela
Metaplasia do Epitélio Colunar Endocervical (exposto ao meio vaginal).

O Epitélio é avascular, mas recebe vasos vindo do Estroma em forma de capilares
em alça (Papilas Estromais) ou rede ou ambos, atingindo até o 1/3 interno do
Epitélio.

EPITÉLIO { 4 camadas celulares: Superficial – Intermediária – Parabasal – Basal
ou Germinativa.

As Células das Camadas Superficial e Intermediária se descamam, não se
multiplicam (não há mitose).

Células da Parabasal e Basal se multiplicam.

À medida que as células se afastam da Membrana Basal  Citoplasmas
aumentam; Núcleos diminuem.

A) CAMADA SUPERFICIAL:
 - 6 à 8 fileiras de células grandes poligonais maduras, que se descamam, não se
multiplicam, isto é, não sofrem mitose;
- Núcleos picnóticos (núcleos puntiformes, muito corados, onde não se consegue
identificar cromatinas);
- Citoplasma amplo com pouco Glicogênio;
- Maior eixo das células é paralelo à superfície epitelial;
- Relação Núcleo / Citoplasma reduzida.

B) CAMADA INTERMEDIÁRIA:
 - 20 a 23 fileiras de células poligonais, menores que as superficiais, que se
descamam facilmente;
- Núcleos com Cromatina Sexual;
- Citoplasma rico em Glicogênio (daí o termo “Citoplasma Claro”).
- Não há mitose nesta camada;
- A relação N/C é reduzida.

- Nota: Células Naviculares surgem nas estimulações hormonais persistentes
(gravidez), nas associações estrogênio-progesterona (anovulatório combinado) ou
estrogênio-androgênio (anovulação crônica). São variantes das Células
Intermediárias, ricas em Glicogênio.

C) CAMADA PARABASAL:
 - 3 à 4 fileiras de células maiores que as Basais, porém com núcleos menores.
- As células são 3-4 vezes maiores que os neutrófilos.
- Ocorrem mitoses;
- Comuns nos esfregaços hipoestrogênicos.
- A relação N/C é menor que na Camada Basal.

D) CAMADA BASAL OU GERMINATIVA:
- 1 fileira de células pequenas arredondadas, com cariomegalia, com estruturas de
cromatina em seus interiores;
- Pouco citoplasma;
- Algumas células estão em mitose;
- Nucléolo presente;
- Eixo das células perpendicular à superfície epitelial;
- Comuns nos esfregaços hipoestrogênicos;
- Aderida à MB e ao Estroma subjacente.

NOTAS: 1) Vagina + Ectocérvice: são muito mais sensíveis ao Estrogênio e
Progesterona do que o Endométrio.
2) Duração da Maturação do Epitélio Escamoso = 80 à 300 hs.

Estrogênios  Mitoses na Parabasal e Basal  Células Intermediárias e
Superficiais (Estrogênio-Dependentes).

As camadas Basal e Parabasal são estimuladas pelo Estrogênio, e só.

3) POLARIDADE CELULAR: é a manutenção estrutural das camadas celulares
deste epitélio, isto é, as Células da Basal mantêm os seus maiores eixos
perpendiculares à superfície epitelial; e as da Superficial, paralelos à superfície.
Caso contrário, ocorrerá a Perda da Polaridade ou Despolarização Epitelial, que é
uma das características dos processos patológicos.
4) MATURAÇÃO CELULAR: é a transformação da Célula Basal Imatura em
Célula Superficial Matura ou Diferenciada, devido ao alto estímulo estrogênico.
O epitélio maturo é visto na menacme (estímulo hormonal ovariano) ou no
estímulo hormonal exógeno.
O indicador citológico de maturação é dado pela presença de Células Superficiais
nos esfregaços.

Baixo Estímulo Estrogênico (uso de ACO, fase luteínica plena, gestação e
anovulação crônica), o Epitélio Vaginal e/ou Ectocervical não consegue se
diferenciar até a Camada Superficial, apresentando uma descamação só de Células
Intermediárias, caracterizando um Epitélio Hipotrófico. Na insuficiência ovariana
fisiológica (infância, pós-menopausa, pós-parto e lactação) ou patológica, a mucosa
vaginal mostra sinais evidentes de atrofia, pela perda das dobras e da umidade,
além de uma fraca reação ao Teste de Schiller. As células, aqui achadas, são as
Profundas, caracterizando um Epitélio Atrófico. Quanto mais Células Profundas
(Parabasais e Basais) são vistas nos esfregaços, maior é a deficiência estrogênica.
Os esfregaços são formados por Células Profundas + Leucócitos + Muco,
conferindo ao raspado um aspecto “sujo”.

Amadurecimento consiste na diminuição da relação N/C, com diminuição e
condensação progressiva do núcleo que, em condições patológicas, pode até sumir.
A Célula Matura ou Diferenciada está "preocupada" com a função que exercerá.
Ex: Hemácia, célula anucleada, porém, Madura ou Diferenciada, porque fará a
troca gasosa.

A célula indiferenciada é uma célula imatura, sem se preocupar com a função.

******************************************

ÍNDICE PICNÓTICO (IP) = é a soma das céls. superficiais eosinofílicas e
cianofílicas.

ÍNDICE EOSINOFÍLICO (IE) = é a % de céls. superficiais eosinofílicas.

ÍNDICE DE MATURAÇÃO (Frost): é a              %   de Células Profundas/
               /
Intermediárias Superficiais. Ex: 0/40/60 = 0 % céls. profundas       / 40 %   céls.
intermediárias / 60 %   céls. superficiais.



Eosinofilia (vermelho-rosado) ≡ Ceratina.
Cianofilia (azul)  Citoplasma das Células Profundas.
Metacromasia: células com citoplasma eosinófilo e, também, cianófilo, achadas nos
processos infecciosos.
*******************************************

              ENDOCÉRVICE
Estende-se do OE à junção do seu epitélio com o endométrio.

Formada por Epitélio Colunar Original (ou Cilíndrico Simples ou Glandular),
constituído por 1 só fileira de células de 3 tipos:
- Células Secretoras ou Mucíparas;
- Células Ciliadas: “varrem” o muco do colo para a vagina;
- Células de Reserva ou Tote Potentes ou Subcilíndricas: são redondas ou ovais,
com núcleos grandes e citoplasma pouco denso, provavelmente de origem
mülleriana. São as responsáveis pelas metaplasias escamosa, glandular,
endometrial, tubárica, ovariana, etc. Elas têm potencialidade para diferenciarem-
se em células mucíparas, ciliadas ou basais escamosas.

O epitélio glandular não forma glândulas verdadeiras, porém, reveste superfícies
irregulares que se dispõem em criptas, sulcos, túneis, papilas, etc.
Os vasos são vistos abaixo e dentro das vilosidades.
Por ser formada por 1 só camada, a cor dos vasos é avermelhada.

Origem: DUCTOS DE MÜLLER, pela 28ª semana de gestação.

IMPORTANTE: Os Epitélios Escamoso e Glandular estão separados do Estroma
pela MEMBRANA BASAL.

Lesões acima da MB  NICs.
Lesões abaixo da MB  CÂNCER.
*******************************************

ZT ou 3ªMUCOSA ou MUCOSA METAPLÁSICA.

É a área de transição entre os Epitélios Escamoso Original e o Cilíndrico.
É a responsável pela transformação do Epitélio Colunar em Epitélio Escamoso,
através da hiperplasia das Células de ReservaMETAPLASIA ESCAMOSA (em
face de variações hormonais, que ocorrem durante a vida feminina).
O processo metaplásico é fisiológico, podendo ocorrer a qualquer momento
durante a vida da mulher, principalmente durante a vida fetal, após a puberdade e
na gravidez.
Após a puberdade, como resultado das mudanças no pH vaginal e o início da vida
sexual, o Epitélio Colunar não está mais adaptado a proteger a cérvice. A
Metaplasia, assim, tende a substituir este Epitélio Colunar pelo Escamoso.
Isto pode levar meses ou anos. Diversos fatores podem contribuir para acelerar ou
não este processo: Processo Metaplásico  Metaplasia Escamosa Imatura, que
torna-se indistinguível do Epitélio Escamoso Original, exceto pela angio-
arquitetura e pela persistência de algumas criptas glandulares no interior do
estroma.
Colposcopicamente, estas aparências glandulares e vasculares são os principais
aspectos que permitem a identificação da ZT normal.
Uma parte ou toda a área metaplásica pode retardar ou mesmo parar o seu
desenvolvimento antes que o tecido atinja a sua completa maturidade. Áreas de
Metaplasia Imatura ou Parcialmente Matura (Interrompida) estarão presentes e
reagirão ao AA, produzindo achados colposcópicos anormais dentro da ZT.
A infecção destas áreas pelo HPV resultará no desenvolvimento de lesões intra-
epiteliais, variando de Condilomas à NIC Alto Grau, podendo chegar ao Ca
Invasivo.

NOTA: O tecido escamoso recém formado na ZT (Metaplasia Escamosa) tem uma
origem Mülleriana, ao contrário do Epitélio Escamoso Original, que se origina do
Seio Urogenital. Isto pode explicar a sua sensibilidade ao potencial oncogênico do
HPV.
As Células de Reserva se dividirão rapidamente, revestindo o vilo e se estendendo
para dentro do espaço entre os 2 vilos adjacentes.
Estímulo hormonal  Corpo + Colo Uterinos  Eversão ou Ectopia do Epitélio
Colunar  Deslocamento da JEC para fora do OE  Exposição do Epitélio
Colunar ao meio ácido vaginal  Destruição do Epitélio Colunar  Hiperplasia
das Células de Reserva Endocervicais  Metaplasia Escamosa (fisiológica,
podendo ocorrer em qq. época da vida feminina) que substituirá o Epitélio
Colunar Evertido.
São vistos rastros desta substituição: orifícios glandulares, Cistos de Naboth,
alterações vasculares, etc.
Durante esta transformação, muitas vezes, parte do Epitélio Colunar é recoberto
por Epitélio Metaplásico que, ao maturar, sepulta glândulas secretoras impedindo,
assim, as suas secreções  Cistos de Naboth ou penetra nas mesmas
(colposcopicamente, dando um aspecto de “orifícios”) formando “glândulas” 
Última Glândula.

Esta Metaplasia pode durar meses ou anos e diversos fatores podem retardar ou
paralisar o curso deste processo. Assim teríamos: Metaplasia Escamosa Imatura e
Metaplasia Interrompida ou Parcialmente Matura.

Metaplasias Imatura e Interrompida = reações aceto-brancas (dentro da ZT).

Dentro dos limites da ZT, acha-se Epitélio Metaplásico, em vários estágios de
desenvolvimento.

Dentro da ZT, um 3º tipo de epitélio se desenvolve, é o Epitélio Atípico ou Anormal
e que está relacionado as Neoplasias. A ZT contendo este epitélio é chamada de
ZTA.

ZT NORMAL ou TÍPICA é formada por imagens que representam os vários
elementos residuais: cistos, orifícios glandulares, ilhotas de epitélio glandular no
epitélio escamoso, linguetas (epitélio escamoso) e uma vascularização adaptativa.

ZT ANORMAL ou ATÍPICA é formada pelas seguintes imagens colposcópicas:
EPITÉLIO BRANCO, MOSAICO, PONTILHADO, QUERATOSE e VASOS
ATÍPICOS.
*******************************************

                  JEC


No OE (ZERO)  Colo Padrão.

Na ECTO longe do OE  vista nas recém-natas, gravidez, puberdade,
menacme, etc. É a chamada ECTOPIA ou EVERSÃO.

No Canal Cervical  vista na infância, adolescência, menopausa e senilidade. É a
chamada REVERSÃO, em face da deficiência hormonal.
Quando o OE é visto por meio do espéculo, uma visão aparente é obtida
permitindo que uma parte do epitélio colunar seja vista, em face da retração dos
lábios cervicais. Isto explica o fato de que nos achados histológicos (cones enviados)
a JEC é detectada mais para dentro do canal, do que o colposcopista pensa.

AÇÃO HORMONAL SOBRE O EPITÉLIO VAGINAL ATRÓFICO.

1) ESTROGÊNIOS  Mitoses nas Células Basais e Parabasais  Produção de
Células Intermediárias e Superficiais.
Após 2 semanas do uso de Estrogênios: Mitoses nas Células Profundas  Células
Intermediárias e Superficiais  Desaparecimento dos Leucócitos + Escassez da
flora bacteriana = “Esfregaço limpo”.
Esfregaços da Menopausa = presença de Células Profundas + leucócitos + muco =
“Esfregaço Sujo”.

2) PROGESTERONA  Proliferação celular até Células Intermediárias, ricas em
Glicogênio. Raramente, surgem Células Superficiais.

3) ESTROGÊNIO + PROGESTERONA: o uso contínuo do Estrogênio num
epitélio atrófico o tornará maduro; a Progesterona, usada a seguir, causará,
paradoxalmente, uma diminuição das Células Superficiais, o ressurgimento dos
leucócitos e da flora bacteriana, com predomínio no esfregaço de Células
Intermediárias, que se descamam. A diminuição das Células Superficiais é devida
ao aumento da descamação das Células Intermediárias, não havendo tempo para o
amadurecimento epitelial até a Camada Superficial.
Portanto, não há sinais citológicos específicos da ação conjunta E-P, daí não ter
valor uma única avaliação citohormonal feita na 2ª fase do ciclo.

4) ANDROGÊNIOS  Proliferação só de Células Profundas e Intermediárias 
Atrofia Epitelial.
Aumentando-se as doses ou mantendo por um período mais longo, o Epitélio volta
a se tornar atrófico e apresentar esfregaços do tipo androgênico.
Na menacme, o uso de Androgênios tem efeito antiestrogênico, semelhante ao da
P em epitélio previamente tratado com E.

5) ANOVULATÓRIOS: Combinados  descamação das Células Intermediárias;
Noretindrona e Noretisterona  esfregaços atróficos; Sequenciais (etapa
Estrogênica)  descamação de Células Superficiais; Sequenciais (etapa
Progestagênica)  descamação de Células Intermediárias.

6) CLOMID  impede a captação do Estrogênio, ao se ligar aos seus receptores
 Atrofia epitelial. A sua ação começa pouco depois da tomada do 1º comprimido
e se mantém até cerca de 8 dias após o último.

7) DIGITÁLICOS  efeitos estrogênicos. Ligam-se aos receptores E (albumina e
betaglobulina), impedindo o acoplamento com o E, que se torna livre e
biologicamente ativo.
8) ACTH  causa uma certa maturação no Epitélio Vaginal por hiperestimulação
da córtex SR, que responde produzindo E, P e Androgênios.
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BASE TECIDUAL PARA A COLPOSCOPIA

1- Composição do Estroma.2- Arquitetura do Epitélio.3- Configuração da
Superfície do Tecido.

   1- Composição Vascular do Estroma.
Epitélio Escamoso Original: os vasos estão arrumados como capilares em alça ou
como uma rede de capilares ou como uma combinação de ambos.
Epitélio Cilíndrico ou Glandular ou Colunar: os vasos ramificados são vistos
abaixo das estruturas vilosas comuns e no interior dos vilos.

ZTN: a angioarquitetura reflete o arranjo da estrutura colunar, mas está alterada
pelo processo metaplásico. Há uma arborização característica: os vasos diminuem
de calibre uniformemente e terminam em uma fina rede capilar abaixo do epitélio,
contrastando com os padrões vistos nos epitélios anormais (vasos com súbita
redução de calibre ou interrupções e irregularmente situados e desordenados).

          2- Arquitetura do Epitélio.
As diferenças na cor do colo devem-se: 1) quantidade de camadas epiteliais; 2)
densidade celular; 3) diferenciação celular; 4) produção de ceratina e 5)
vascularização estromal.
Ectocérvice: é translúcido, espesso, agindo como um filtro, através do qual a luz
incidente (Colposcopia) reflete a coloração dos vasos sanguíneos do Estroma. Daí,
a sua coloração rósea (por ser espesso).
Endocérvice: é altamente translúcido, delgado (1 fileira de células), deixando
refletir uma coloração bem avermelhada (por ser mais fino).
ZTN: acha-se Epitélio Metaplásico em vários estágios de desenvolvimento. Assim,
o número de camadas está reduzido e a diferenciação celular não está, ainda,
completa. Por ser mais fino que o Epitélio Escamoso Normal e sem Glicogênio, ele
tem uma coloração avermelhada.
O Epitélio Anormal difere do Normal por ter mais células e, por consequência,
maior conteúdo nuclear e, portanto, mais proteína e menos Glicogênio. Daí, o
aspecto branco, na Colposcopia.
Menopausa e Fase Pré-Puberal: o epitélio está atrofiado, mais fino que o Normal e
sem Glicogênio. O suprimento sanguíneo pelo Estroma é muito reduzido e a
coloração é vermelho-pálida esbranquiçada. Entretanto, se o epitélio atrófico for
raspado, surgirão áreas avermelhadas.
Erosão: é a ausência de epitélio. Assim, o estroma acha-se exposto, mostrando uma
cor vermelho-escura. Nos casos de erosão pós-menopausa, um diagnóstico
diferencial com Câncer será preciso.

Processos Inflamatórios: a hiperemia explica a cor vermelha do colo, que,
raramente é homogênea (pequenos pontos vermelhos na colpite ou grandes áreas
na tricomoníase). Diversos critérios são usados para diferenciá-los do pontilhado.
NICs e Ca Invasivo: a hiperemia e a angiogênese conferem à este epitélio uma cor
vermelha. A presença de vasos atípicos, pontilhado e mosaico, assim como a reação
aceto-branca, permitirá distinguir entre este Epitélio Escamoso Atípico e o
Colunar Normal.
     3- Configuração da Superfície Tissular.
É melhor identificada após o Teste do AA, que tornará os vasos menos visíveis (por
isto, eles necessitam ser bem estudados antes do uso do AA).
Pode ser: Lisa (ECTO normal) ou Papilar (ENDO normal).
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   REAÇÃO AO ÁCIDO ACÉTICO (AA)
AA  coagulação das Citoceratinas (proteínas de ceratina) Epiteliais e Estromais
       Reação Acetobranca.
AA ≡ hipercromatismo nuclear + ceratinização.
AA ≠     Citoplasma e Glicogênio.

Epitélio Normal  Não Reagente (pouca proteína + muito glicogênio).

Epitélio Anormal  Reagente (muita proteína + pouco glicogênio).

Epitélio Colunar  Vasoconstrição  Edema nas papilas colunares  coloração
pálida

     TESTE DE SCHILLER - LUGOL

Lugol ≡ Glicogênio.

Epitélio Escamoso Maduro: é IODO POSITIVO, em face do Glicogênio nele
presente.

Epitélio da Menopausa: tem uma coloração amarelo-amarronzada, pois a baixa de
Estrogênio leva a atrofia tissular que reduz o conteúdo de Glicogênio. Assim, a
aplicação de “Lugol” na vagina produzirá um aspecto pontilhado marron,
enquanto que o colo cora-se de marron-claro ou amarelo (iodo-malhado).

Epitélio Colunar / Metaplasias / Displasias: são IODO NEGATIVOS.

Lesões pelo HPV (Condilomas) / NICs Baixo Grau: dão áreas iodo-claras,
mostrando, pois uma captação parcial pelo Lugol, que pode ser distribuída de
modo regular, focal ou difusa. Essa captação irregular, produzindo uma aparência
semelhante ao “mosaico”(anéis Iodo Negativos circundando áreas Iodo Positivas)
pode ser vista no Epitélio Escamoso (aparentemente normal) ou em volta de lesões
detectadas pelo AA. Biópsias destas áreas mostram infecção pelo HPV.

Metaplasia muito Imatura do Colo (ex: após uma gestação recente): pode dar um
Schiller Falso-Positivo.

    REAÇÃO AO AZUL DE METILENO
Epitélio Cilíndrico + Muco  fica azul-violeta.

Epitélio Escamoso  não cora.

Tecido Carcinomatoso  fica azul-rei.

NOTA: com o azul de metileno distingue-se bem a JEC.

    REAÇÃO AO AZUL DE TOLUIDINA

Todos os tecidos ricos em núcleos destacam-se num azul intenso.
É excelente para determinar a JEC e UG.
Epitélio Escamoso: não se colore praticamente, ao contrário do cilíndrico.
Epitélio Canceroso: fica azul.
Queratose + Mosaico: incolores.

Aplicando-se o Lugol por cima do Azul de Toluidina  fica tudo escuro  após
3min  áreas azuladas ≅ Ca ou Displasias ou Áreas de regeneração ativa.


        CONCEITOS BÁSICOS

Colo Uterino Normal = OE Anatômico = OE Histológico.

Epitélio Escamoso é a MUCOSA ORIGINÁRIA (MO), na Colposcopia.

Epitélio Cilíndrico é a MUCOSA PAPILAR ENDOCERVICAL, na
Colposcopia.

    ELEMENTOS ANORMAIS


1) EPITÉLIO BRANCO: as alterações ACETO-BRANCAS são as mais
importantes de todas as características colposcópicas, pq. se associam com os graus
de NIC.
Porém, as Metaplasias Escamosas Imaturas e as Lesões Virais também ficam
Aceto-Brancas.
SIL BAIXO GRAU  há quantidades significativas de proteínas e Glicogênio, o
AA irá causar somente uma leve brancura do epitélio e o Lugol mostrará um
tingimento fraco e desigual.

2) QUERATOSE (Ex-LEUCOPLASIA): é uma ou várias placas brancas causadas
pela Ceratose das camadas superficiais do epitélio. É iodo-negativa, Schiller
positiva.
Deve ser sempre biopsiada, pois devido a esta camada de ceratina, não se visualiza
o que se tem por debaixo dela.

3) PONTILHADO: representa uma alça capilar dilatada que pode ser vista
nitidamente no meio da mucosa edematosa e transparente, principalmente ao se
usar o filtro verde. Os capilares são vistos como pontos vermelhos finos em um
fundo esbranquiçado. Apresentam-se bem delimitados e perpendiculares à
superfície.
Também são vistos nas tricomoníases e cervicites.
Pontilhados Finos próximos a ZT = Processo benigno.
Pontilhados Grosseiros próximos ao OE = Displasia severa ou invasão incipiente.
Biopsiar.
AA  branco-amarelada.
Azul de Metileno  cora em azul-rei.
Teste de Schiller  iodo-negativo.
NOTA: quando o Pontilhado é muito fino e estende-se para a vagina = Colpite 
Iodo positiva.

4) MOSAICO: os capilares estão paralelos à superfície, em blocos.
AA  pequenos paralelepípedos brancos, circundado por uma margem vermelha,
correspondendo ao mosaico.
Filtro verde  destaca o mosaico.
Azul de Metileno  não cora o mosaico em face da sua cornificação superficial.
Teste de Schiller  iodo-negativo e some o padrão mosaico.
O filtro verde destaca o mosaico.
Os mosaicos são iodo-negativos e acetobrancos.
O azul de metileno não cora o mosaico, porque ele é acompanhado de cornificação
superficial, que impede a penetração da solução. Se corar, pensar em
DISPLASIA ACENTUADA ou Ca INVASIVO.

5) VASOS ATÍPICOS: os vasos são completamente irregulares, de calibres
variáveis e truncados. Só esta atipia, sem outros elementos, pensar em processo
inflamatório, principalmente em áreas desepitelizadas do colo uterino.
Nem toda vascularização atípica significa atipia acentuada.
Pontilhado Regular + Mosaico Regular = NIC Baixo Grau / Metaplasias.
Pontilhado Irregular + Mosaico = NIC Alto Grau.


              DEFINIÇÕES



CERATINA ou QUERATINA: é uma esclero-proteína insolúvel encontrada na
Epiderme, Cabelos, Unhas, Tecidos Córneos, etc.

CERATOSE: é um processo de ceratinização do epitélio.

PARACERATOSE: é um processo anormal de maturação onde as Células
Superficiais se ceratinizam, sem perderem os seus núcleos.
DISCERATOSE: é a ceratinização das Células Profundas do Epitélio.
É um achado frequente em processos irritativos crônicos (uso de DIU, diafragma,
etc) e na contaminação com epiderme ceratinizada vulvar, no momento da colheita
ou com células ceratinizadas descamadas das mãos do médico.

ACANTOSE: é a hiperplasia da camada intermediária.

DISCARIOSE: é uma expressão citológica que significa que há Atipia Nuclear
(termo reservado às Displasias e o Câncer).
Os maiores critérios são: Cromatina Grosseira + Nucléolos Irregulares + Espaços
Vazios + Cariomegalia + Hipercromasia + Anisocariose (diferença de tamanho
nuclear).
Divide-se em: Leve (NIC I) / Moderada (NIC II) / Acentuada (NIC III).

EXOCITOSE: presença de leucócitos no interior do epitélio.

ESPONGIOSE: edema intercelular indicativo de inflamação.

HIPERCERATOSE: É, também, um processo anormal de maturação, no qual as
lesões irritativas crônicas, as mutações epiteliais, as lesões pré-neoplásicas e as
neoplásicas podem adicionar ao Epitélio (normalmente não-queratinizado) uma
camada de ceratina.

CERATOSE + PARACERATOSE + DISCERATOSE + HIPERCERATOSE 
Epitélio Acetobranco.

CÉLULAS REACIONAIS: são alterações celulares caracterizadas por hipertrofia
nuclear e presença de pequenos nucléolos, determinadas por processos
inflamatórios (especialmente Tricomoníase e Monilíase), indicando um “estado de
alerta” do Epitélio a uma agressão. Estas alterações, quando intensas, podem
“mimetizar” atipias celulares que vão desde a Displasia Leve até ao CIS. Elas não
devem ser chamadas de “ATIPIAS”(termo reservado as Displasias e Câncer).

CÉLULAS DE REPARO ou REGENERATIVAS: são as responsáveis por
“tampar” áreas de erosão epitelial.

CÉLULAS DE LANGERHANS: são elementos não epiteliais mais importantes do
colo, estimulando a formação dos Linfócitos T.

DECIDUOSE: fenômeno conjuntivo-vascular e edema estromal induzido pela
gestação.
           ESFREGAÇOS INFLAMATÓRIOS:
A inflamação compreende: Reação ao agente agressor e Reparação dos danos
tissulares causados.
No processo inflamatório agudo há alterações gerais do esfregaço e específicas das
células, tais como:
1) Vasodilatação.
2) Exsudação de fluidos e células inflamatórias: polimorfonucleares neutrófilos
e/ou mononucleares (histiócitos, linfócitos e plasmócitos), conferindo ao esfregaço
um aspecto purulento, sujo.
3) Falsa Eosinofilia: células que são cianofílicas (intermediárias e profundas)
coram-se em alaranjado (eosinofilia).
4) Anfofilia ou Policromasia: as células ganham dupla afinidade tintorial.
5) Halo Perinuclear (vacuolização citoplasmática): característico da tricomoníase.
É confundido, às vezes, com o COILÓCITO.
6) Cariomegalia: hipertrofia nuclear que não exceda 2 vezes o tamanho do núcleo
de uma célula intermediária normal.
7) Hipercromasia.
8) Multinucleação: binucleação é frequente.
9) Perda da Nitidez das Bordas Citoplasmáticas.

Nos processos agudos predomina a destruição e nos crônicos a reparação.

Relação sexual  Congestão da mucosa cérvico-vaginal + Petéquias cervicais +
Aumento da secreção vaginal com odor diferente do normal.
Apesar do quadro colposcópico aparentemente inflamatório, ele é fisiológico,
normal.

Nos 7 primeiros e últimos dias do ciclo  Aumento normal de linfócitos.

Um resultado de Colposcopia Normal com Colpocitologia Inflamatória e vice-
versa, é uma possibilidade muito frequente e não é um erro havido.

********************************************************************
FLORA BACTERIANA VAGINAL NORMAL E PATOLÓGICA.

A flora vaginal normal é formada, principalmente, por Bacilos de Döderlein
(Lactobacilos).
Lactobacilos { Glicogênio Celular  Ácido Lático Acidez Vaginal  Destruição
do Citoplasma de Células Intermediárias = CITÓLISE.
Exacerbação da Flora Lactobacilar  Diminuição progressiva do pH  Aumento
da Citólise  Desenvolvimento das leveduras Vulvovaginites Micóticas
(Candidíases).
A maior incidência de candidíases vistas nas diabéticas, gestantes e em mulheres
em uso de AO reforça a teoria de que a Citólise é fator primordial no
favorecimento das micoses vaginais.

                  COLPITE.



Colpite Difusa: pontilhado vermelho fino, cobrindo toda a mucosa vaginal e a
ectocérvice. Quanto maior o número de pontilhados, tanto mais intensa e grave é a
infecção.
Ectocervicite = Colpite.
Colpite Focal: pequenas áreas vermelhas arredondadas ou ovais, separadas do
resto da mucosa. Geralmente, se associa à Colpite Difusa.

Colpite Aguda: pontilhado vermelho com edema da mucosa.

Colpite Crônica: pontilhado branco (são as papilas) ao lado do vermelho.

Colpite por Tricômona: é uma colpite difusa com conteúdo vaginal esverdeado e
com bolhas gasosas.

Colpite por Monília: é uma colpite difusa ao lado de placas esbranquiçadas.

Colpite Senil: o epitélio formado por poucas camadas deixa transparente os vasos
sanguíneos e é facilmente traumatizado, originando as Petéquias.

Quando a inflamação atinge a ectocérvice  Cérvico-Colpite.
A aplicação do AA diminui a nitidez do pontilhado, devido a vasoconstrição.
O iodo, também, diferencia o pontilhado da colpite de qq. outro. O causado por
crescimento atípico do epitélio, é iodo-negativo e o da colpite é sempre iodo-
positivo.
A hiperemia inflamatória causa intensa vascularização geral  vasos friáveis 
petéquias.

                 CERVICITE.

Área hiperemiada e edematosa com muco endocervical turvo e aderente.
É a inflamação da mucosa mucípara, coberta por epitélio glandular ou
transformada em epitélio escamoso 2º e com restos glandulares. A ectopia expõe a
mucosa glandular a um meio hostil, onde há bactérias e traumatismos, facilitando
o processo infeccioso.
Os vasos tornam-se hiperemiados, dilatados e muito permeáveis, com passagem de
leucócitos e proteínas para o interstício (o exsudato inflamatório).
Se o exsudato é grande e o processo inflamatório é intenso, ocorre descamação do
epitélio da superfície, o colo fica “nú” e forma-se a erosão.
Nas infecções intensas, com necrose do estroma, há perda de substância e
formação da úlcera.
O uso do AA, iodo e filtro verde são indispensáveis para a avaliação dos elementos
da cervicite.
Terminada a infecção, começa-se a reparação das lesões, por 3 mecanismos
básicos:
1º) as células de reserva multiplicam-se, surgindo, assim, um novo epitélio colunar
e a reabsorção do exsudato. É a cura clínica e anatômica da lesão. Não há sequelas;
2º) as céls. de reserva podem originar o epitélio escamoso  Metaplasia Escamosa;
3º) as céls. Basais podem reparar a área lesada e desnuda com o epitélio escamoso
recém formado por elas, surgindo, assim, epitélio escamoso em áreas onde antes
havia epitélio glandular (Epidermização). Este epitélio escamoso pode,
inicialmente, ser jovem e, depois, maduro. É nesses casos que, ao colposcópio, se vê
a formação de LINGUETAS, com crescimento centrípeto progressivo.

     LESÕES INFLAMATÓRIAS -
INFECCIOSAS - PARASITÁRIAS.

As mucosas do colo e vagina, como as demais do organismo, reagem aos agentes
agressores do seguinte modo:

Agressor  Destrói células  Liberação de substâncias vasoativas  Dilatação
dos capilares  Hiperemia  Aumenta os espaços interendoteliais, facilitando a
saída de leucócitos, imunoglobulinas, fibrinogênio, etc. de dentro dos vasos para
os espaços tissulares, para combaterem o agressor, removerem as céls. destruídas e
circundarem o foco infeccioso. As imunoglobulinas imobilizam as bactérias; os
leucócitos, as fagocitam, removem detritos celulares, etc.
Fibrinogênio (líquido)  Fibrina (sólida) que obstrui vasos e espaços tissulares e,
assim, circunscreve o processo infeccioso.
O exsudato pode ser: seroso (predomínio de subst. líquidas); fibrinoso (predomínio
de fibrina) e purulento (predomínio de leucócitos e detritos celulares).
A reação inflamatória com hiperemia e a formação de exsudato explica os sinais
clínicos da inflamação: calor, rubor, dor e edema.
Exsudato  Tumor  Distensão dos tecidos  Ação sobre os nervos  Dor.
A hiperemia traz maior aporte de O2 para a região e como nessa área existem
céls. mucíparas, elas produzem mais muco que, misturado ao exsudato, explica a
secreção muco-purulenta da cervicite.

ASPECTOS COLPOSCÓPICOS DAS COLPOCERVICITES:

Após o AA  estroma avermelhado + pontilhado fino ou grosseiro.
Após o Lugol  se a descamação é fraca, as células que contêm glicogênio
desaparecem só no vértice, onde o epitélio é mais fino, dando uma coloração
marron-claro; as camadas profundas, sem glicogênio, coram-se em amarelo (“pele
de leopardo”).

ASPECTOS COLPOSCÓPICOS DAS CERVICITES:

Após o AA  colo é avermelhado, dificultando o reconhecimento se a mucosa é
escamosa ou colunar.
JEC  raramente visível.
Lugol  nada acrescenta.


       CRITÉRIOS DE MALIGNIDADE.

            CITOPLASMÁTICOS:

  1) Células de uma mesma camada têm afinidade tintorial e densidade variáveis.
  2) Células em forma de girino, raquete, etc.
  3) Células de vários tamanhos e formas.
  4) Vacuolizações Atípicas: os coilócitos.

               NUCLEARES:
1) Cariomegalia: é o aumento nuclear, devido a uma maior quantidade de
  DNA e à presença de cromatinas gigantes e anômalas.
  2) Hipercromasia: maior afinidade tintorial do núcleo, devido à maior riqueza
  de DNA.
  3) Cromatina Grosseira e Irregular: é um dos maiores critérios citológicos de
  malignidade. As células normais têm cromatina finamente distribuída e
  uniforme, ao contrário das anormais.
  4) Espaços Vazios: outro grande critério de malignidade. O arranjo irregular da
  cromatina causa cavidades no núcleo.
  5) Membrana Nuclear Grosseira e Irregular: devido a um arranjo irregular da
  cromatina.
  6) Contorno Nuclear Irregular.
  7) Presença de Nucléolos: sendo múltiplos e irregulares é indicativo de neoplasia
  pouco diferenciada ou de adenocarcinoma. É um grande critério.
           DISPLASIAS.
São alterações celulares caracterizadas por apresentarem todas ou algumas, das
seguintes atipias:
1-Atipias Nucleares: cromatina grosseira (rechaçada para a periferia do núcleo),
aneuploidia ou poliploidia, nucléolos irregulares, cariomegalia, hipercromasia,
anisocariose (diferença de tamanho nuclear) e mitoses frequentes e atípicas.

2- Perda da Polaridade.

3- Alteração na Relação Núcleo/Citoplasma.

O processo de cancerização atinge células com grande potencial de divisão ou em
franca divisão (céls. jovens, imaturas, hiperplásicas, metaplásicas e displásicas)
sendo, esta multiplicação acelerada uma condição importante deste processo.
Bastaria que, à esse epitélio jovem, se juntasse um agente oncogênico para que o
processo displásico se estabelecesse.
O diagnóstico se baseia na Colposcopia, Citologia e Anátomopatologia.

                   NICs



O diagnóstico das NICs obedece aos critérios:
1- Citológico: Relação N/C + Hipercromasia + Anisonucleose / Multinucleação +
Espessamento da Membrana Nuclear + Mitoses Atípicas + Nucléolos evidentes +
Pleomorfismo.
2- Colposcópico: PELMA.
3- Histopatológico: Despolarização + Desdiferenciação.

        NIC 1 / DISPLASIA LEVE:

Histologia: as atipias atingem as camadas profundas.
Citologia: as atipias atingem as camadas superficiais.

Representa as alterações celulares atípicas que se sucedem no 1/3 inferior do
epitélio:
- transformação das Células Profundas em Células Intermediárias e Superficiais e
sua descamação.
- Coilocitose: pode estar presente.
- Polaridade: pouco alterada.
 ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS:
1- Citoplasma: Discreta irregularidade, com bordos nítidos e eosinofílico /
basofílico.
2- Relação N/C: pouco aumentada (maior diâmetro nuclear < maior raio celular).
3- Núcleo: Cariomegalia discreta (mais de 3x o de uma célula intermediária
normal)
4- Cromatina: fina, regular e com hipercromatismo. Pode ter nucléolos.
5- Esfregaço: “limpo”+ Coesão preservada + Células Basais.

O Epitélio Escamoso Displásico não tem Glicogênio.

      NIC 2 / DISPLASIA MODERADA:

Mostra uma progressão das atipias nucleares com o maior envolvimento do
epitélio.
Aqui, a metade ou 3/4 das camadas profundas do epitélio têm células
indiferenciadas.
As atipias celulares são mais acentuadas do que as da NIC 1.
Os núcleos são perpendiculares à superfície.
A MB é ondulada pela presença de irregulares digitações vasculares oriundas do
estroma.
Só as camadas superficiais têm um esboço de maturação.
 ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS:
1- Citoplasma: formas irregulares, com bordos nítidos e cianófilo. Halos
perinucleares.
2- Relação N/C: é maior do que na NIC 1.
3- Núcleo: Cariomegalia acentuada. Multinucleação. Polimorfismo.
4- Cromatina: granular, com hipercromasia mais intensa do que na NIC 1. Pode
ter
   nucléolos.
5- Esfregaço: lembra o normal + Há perda da coesão + Células Parabasais ou
   Intermediárias baixas.

       NIC 3 / DISPLASIA ACENTUADA:

Histologia: as atipias atingem a superfície do epitélio.
Citologia: as atipias atingem as camadas profundas.

Representa quase total comprometimento do epitélio, com somente 1 ou 2 camadas
de células maduras restando na sua superfície. Mitoses (tetrapolares) relevantes e
irregulares em quase todo o epitélio. Perda da polaridade em todas as camadas.
A maturação é muito tardia e, em alguns casos, só aparece em 1 ou 2 camadas de
Células Superficiais.
As características citológicas são de um Ca, exceto a invasão estromal.
 ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS:
1- Citoplasma: escasso, com pouca definição e cianófilo.
2- Relação N/C: mais aumentada do que na NIC 2 (maior diâmetro nuclear ≤
maior raio
   citoplasmático).
3- Núcleo: Cariomegalia mais acentuada do que na NIC 2 / multinucleação /
irregular / espessamento da membrana nuclear.
4- Cromatina: grosseira, com hipercromasia e não há nucléolos.
5- Esfregaço: não lembra o normal + Perda de coesão.

        CARCINOMA IN SITU (CIS):



Representa um comprometimento total do epitélio.
A célula característica é a célula basal ou parabasal atípica.
O epitélio tem características de carcinoma, mas, não há invasão do estroma.
Perda total da polaridade.
Características: células pequenas, com núcleos hipercromáticos e centrais,
perpendiculares à superfície. Os espaços vazios de cromatina e sua distribuição
irregular e desordenada são as características mais importantes. Os núcleos não
têm nucléolo evidente e são circundados por escasso citoplasma. Mitoses em todos
os níveis do epitélio.
A lesão ocupa frequentemente as glândulas.
O esfregaço do CIS é “limpo”, isto é, não apresenta necrose ou diátese tumoral.

Nota: Difícil distinguir o CIS de uma Displasia Acentuada.

DIAGNÓSTICO CITOPATOLÓGICO DAS NICs:



Baseia-se, em grande escala, no binômio Atipia Nuclear / Maturação Celular.
Quando estas lesões incidem em células de metaplasia escamosa imatura ou em
células de reserva, o diagnóstico é feito pelo grau de atipia nuclear:
a) LSIL  Células Escamosas Maduras com discariose: Relação N/C aumentada +
Hipercromasia Nuclear + Cromatina Fina + Membrana Nuclear Espessada.

b) HSIL  Células Escamosas Imaturas com discariose: Relação N/C mais
aumentada + Cromatina Grosseira com distribuição irregular + Membrana
Nuclear Espessada + Contorno Nuclear Irregular, etc.



DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO DAS NICs.

a) LSIL    ocorrem mitoses no 1/3 inferior do epitélio, com produção de células
imaturas. Os outros 2/3 têm maturação, porém ela é anormal.
b) HSIL  A proliferação de células atípicas compromete os 2/3 do epitélio (NIC
2); a proliferação de células imaturas parabasais é vista em todo o epitélio, com
perda da polaridade e desorganização celular e índice mitótico elevado (NIC 3).

NOTA: O nível em que são achadas as figuras de mitose é um critério importante.
Ex: Uma proliferação de atipias apenas nos 2/3 , mas com mitoses no 1/3 superior,
a lesão não é mais considerada NIC 2 e sim NIC 3.

EPITÉLIO ESCAMOSO NORMAL: membranas celulares e núcleos contendo
pouca proteína, sobretudo nas camadas intermediárias e superficiais.
O citoplasma é rico em glicogênio.
O AA não altera o epitélio (pouca ou nenhuma proteína). Ele permanece
translúcido e não esconde o estroma.
A coloração do colo é rósea.

EPITÉLIO ESCAMOSO DISPLÁSICO: membranas celulares, núcleos e
citoplasmas contêm muitas proteínas.
Citoplasma contém pouco ou nenhum glicogênio.
O AA modifica as proteínas que se tornam brancas e opacas, escondendo o
estroma. Assim, quanto mais proteína presente mais branco fica o epitélio.

EPITÉLIO ESCAMOSO IMATURO: células sem glicogênio, sem ceratina, mas
com muitas proteínas. Por isto, na colposcopia, nota-se um epitélio aceto-branco.

ASCUS (células escamosas atípicas de significado indeterminado)  só a
CARIOMEGALIA é a anormalidade.

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COLO UTERINO X COLPOSCOPIA: ECTO + ENDO

  • 1. COLO UTERINO X COLPOSCOPIA COLO UTERINO: ECTO + ENDO 1- CONSTITUIÇÃO: colágeno + fibras musculares lisas + elastina. 2- VASCULARIZAÇÃO: ramo desc. art. uterina + ramo art. ilíaca interna. 3- INERVAÇÃO: plexo autônomo pélvico. ******************************************** ECTOCÉRVICE Formada pelo Epitélio Escamoso Original ou Epitélio Pavimentoso Estratificado Não Queratinizado ou Epidermóide ou Malpighiano. Origem: Epitélio da Placa Vaginal (epitélio modificado a partir dos Ductos Wolffianos – Seio Urogenital ) ou pela Metaplasia do Epitélio Colunar Endocervical (exposto ao meio vaginal). O Epitélio é avascular, mas recebe vasos vindo do Estroma em forma de capilares em alça (Papilas Estromais) ou rede ou ambos, atingindo até o 1/3 interno do Epitélio. EPITÉLIO { 4 camadas celulares: Superficial – Intermediária – Parabasal – Basal ou Germinativa. As Células das Camadas Superficial e Intermediária se descamam, não se multiplicam (não há mitose). Células da Parabasal e Basal se multiplicam. À medida que as células se afastam da Membrana Basal  Citoplasmas aumentam; Núcleos diminuem. A) CAMADA SUPERFICIAL: - 6 à 8 fileiras de células grandes poligonais maduras, que se descamam, não se multiplicam, isto é, não sofrem mitose; - Núcleos picnóticos (núcleos puntiformes, muito corados, onde não se consegue identificar cromatinas); - Citoplasma amplo com pouco Glicogênio; - Maior eixo das células é paralelo à superfície epitelial; - Relação Núcleo / Citoplasma reduzida. B) CAMADA INTERMEDIÁRIA: - 20 a 23 fileiras de células poligonais, menores que as superficiais, que se descamam facilmente; - Núcleos com Cromatina Sexual;
  • 2. - Citoplasma rico em Glicogênio (daí o termo “Citoplasma Claro”). - Não há mitose nesta camada; - A relação N/C é reduzida. - Nota: Células Naviculares surgem nas estimulações hormonais persistentes (gravidez), nas associações estrogênio-progesterona (anovulatório combinado) ou estrogênio-androgênio (anovulação crônica). São variantes das Células Intermediárias, ricas em Glicogênio. C) CAMADA PARABASAL: - 3 à 4 fileiras de células maiores que as Basais, porém com núcleos menores. - As células são 3-4 vezes maiores que os neutrófilos. - Ocorrem mitoses; - Comuns nos esfregaços hipoestrogênicos. - A relação N/C é menor que na Camada Basal. D) CAMADA BASAL OU GERMINATIVA: - 1 fileira de células pequenas arredondadas, com cariomegalia, com estruturas de cromatina em seus interiores; - Pouco citoplasma; - Algumas células estão em mitose; - Nucléolo presente; - Eixo das células perpendicular à superfície epitelial; - Comuns nos esfregaços hipoestrogênicos; - Aderida à MB e ao Estroma subjacente. NOTAS: 1) Vagina + Ectocérvice: são muito mais sensíveis ao Estrogênio e Progesterona do que o Endométrio. 2) Duração da Maturação do Epitélio Escamoso = 80 à 300 hs. Estrogênios  Mitoses na Parabasal e Basal  Células Intermediárias e Superficiais (Estrogênio-Dependentes). As camadas Basal e Parabasal são estimuladas pelo Estrogênio, e só. 3) POLARIDADE CELULAR: é a manutenção estrutural das camadas celulares deste epitélio, isto é, as Células da Basal mantêm os seus maiores eixos perpendiculares à superfície epitelial; e as da Superficial, paralelos à superfície. Caso contrário, ocorrerá a Perda da Polaridade ou Despolarização Epitelial, que é uma das características dos processos patológicos. 4) MATURAÇÃO CELULAR: é a transformação da Célula Basal Imatura em Célula Superficial Matura ou Diferenciada, devido ao alto estímulo estrogênico. O epitélio maturo é visto na menacme (estímulo hormonal ovariano) ou no estímulo hormonal exógeno. O indicador citológico de maturação é dado pela presença de Células Superficiais nos esfregaços. Baixo Estímulo Estrogênico (uso de ACO, fase luteínica plena, gestação e anovulação crônica), o Epitélio Vaginal e/ou Ectocervical não consegue se diferenciar até a Camada Superficial, apresentando uma descamação só de Células
  • 3. Intermediárias, caracterizando um Epitélio Hipotrófico. Na insuficiência ovariana fisiológica (infância, pós-menopausa, pós-parto e lactação) ou patológica, a mucosa vaginal mostra sinais evidentes de atrofia, pela perda das dobras e da umidade, além de uma fraca reação ao Teste de Schiller. As células, aqui achadas, são as Profundas, caracterizando um Epitélio Atrófico. Quanto mais Células Profundas (Parabasais e Basais) são vistas nos esfregaços, maior é a deficiência estrogênica. Os esfregaços são formados por Células Profundas + Leucócitos + Muco, conferindo ao raspado um aspecto “sujo”. Amadurecimento consiste na diminuição da relação N/C, com diminuição e condensação progressiva do núcleo que, em condições patológicas, pode até sumir. A Célula Matura ou Diferenciada está "preocupada" com a função que exercerá. Ex: Hemácia, célula anucleada, porém, Madura ou Diferenciada, porque fará a troca gasosa. A célula indiferenciada é uma célula imatura, sem se preocupar com a função. ****************************************** ÍNDICE PICNÓTICO (IP) = é a soma das céls. superficiais eosinofílicas e cianofílicas. ÍNDICE EOSINOFÍLICO (IE) = é a % de céls. superficiais eosinofílicas. ÍNDICE DE MATURAÇÃO (Frost): é a % de Células Profundas/ / Intermediárias Superficiais. Ex: 0/40/60 = 0 % céls. profundas / 40 % céls. intermediárias / 60 % céls. superficiais. Eosinofilia (vermelho-rosado) ≡ Ceratina. Cianofilia (azul)  Citoplasma das Células Profundas. Metacromasia: células com citoplasma eosinófilo e, também, cianófilo, achadas nos processos infecciosos. ******************************************* ENDOCÉRVICE Estende-se do OE à junção do seu epitélio com o endométrio. Formada por Epitélio Colunar Original (ou Cilíndrico Simples ou Glandular), constituído por 1 só fileira de células de 3 tipos: - Células Secretoras ou Mucíparas; - Células Ciliadas: “varrem” o muco do colo para a vagina; - Células de Reserva ou Tote Potentes ou Subcilíndricas: são redondas ou ovais, com núcleos grandes e citoplasma pouco denso, provavelmente de origem mülleriana. São as responsáveis pelas metaplasias escamosa, glandular,
  • 4. endometrial, tubárica, ovariana, etc. Elas têm potencialidade para diferenciarem- se em células mucíparas, ciliadas ou basais escamosas. O epitélio glandular não forma glândulas verdadeiras, porém, reveste superfícies irregulares que se dispõem em criptas, sulcos, túneis, papilas, etc. Os vasos são vistos abaixo e dentro das vilosidades. Por ser formada por 1 só camada, a cor dos vasos é avermelhada. Origem: DUCTOS DE MÜLLER, pela 28ª semana de gestação. IMPORTANTE: Os Epitélios Escamoso e Glandular estão separados do Estroma pela MEMBRANA BASAL. Lesões acima da MB  NICs. Lesões abaixo da MB  CÂNCER. ******************************************* ZT ou 3ªMUCOSA ou MUCOSA METAPLÁSICA. É a área de transição entre os Epitélios Escamoso Original e o Cilíndrico. É a responsável pela transformação do Epitélio Colunar em Epitélio Escamoso, através da hiperplasia das Células de ReservaMETAPLASIA ESCAMOSA (em face de variações hormonais, que ocorrem durante a vida feminina). O processo metaplásico é fisiológico, podendo ocorrer a qualquer momento durante a vida da mulher, principalmente durante a vida fetal, após a puberdade e na gravidez. Após a puberdade, como resultado das mudanças no pH vaginal e o início da vida sexual, o Epitélio Colunar não está mais adaptado a proteger a cérvice. A Metaplasia, assim, tende a substituir este Epitélio Colunar pelo Escamoso. Isto pode levar meses ou anos. Diversos fatores podem contribuir para acelerar ou não este processo: Processo Metaplásico  Metaplasia Escamosa Imatura, que torna-se indistinguível do Epitélio Escamoso Original, exceto pela angio- arquitetura e pela persistência de algumas criptas glandulares no interior do estroma. Colposcopicamente, estas aparências glandulares e vasculares são os principais aspectos que permitem a identificação da ZT normal. Uma parte ou toda a área metaplásica pode retardar ou mesmo parar o seu desenvolvimento antes que o tecido atinja a sua completa maturidade. Áreas de Metaplasia Imatura ou Parcialmente Matura (Interrompida) estarão presentes e reagirão ao AA, produzindo achados colposcópicos anormais dentro da ZT. A infecção destas áreas pelo HPV resultará no desenvolvimento de lesões intra- epiteliais, variando de Condilomas à NIC Alto Grau, podendo chegar ao Ca Invasivo. NOTA: O tecido escamoso recém formado na ZT (Metaplasia Escamosa) tem uma origem Mülleriana, ao contrário do Epitélio Escamoso Original, que se origina do Seio Urogenital. Isto pode explicar a sua sensibilidade ao potencial oncogênico do HPV. As Células de Reserva se dividirão rapidamente, revestindo o vilo e se estendendo para dentro do espaço entre os 2 vilos adjacentes.
  • 5. Estímulo hormonal  Corpo + Colo Uterinos  Eversão ou Ectopia do Epitélio Colunar  Deslocamento da JEC para fora do OE  Exposição do Epitélio Colunar ao meio ácido vaginal  Destruição do Epitélio Colunar  Hiperplasia das Células de Reserva Endocervicais  Metaplasia Escamosa (fisiológica, podendo ocorrer em qq. época da vida feminina) que substituirá o Epitélio Colunar Evertido. São vistos rastros desta substituição: orifícios glandulares, Cistos de Naboth, alterações vasculares, etc. Durante esta transformação, muitas vezes, parte do Epitélio Colunar é recoberto por Epitélio Metaplásico que, ao maturar, sepulta glândulas secretoras impedindo, assim, as suas secreções  Cistos de Naboth ou penetra nas mesmas (colposcopicamente, dando um aspecto de “orifícios”) formando “glândulas”  Última Glândula. Esta Metaplasia pode durar meses ou anos e diversos fatores podem retardar ou paralisar o curso deste processo. Assim teríamos: Metaplasia Escamosa Imatura e Metaplasia Interrompida ou Parcialmente Matura. Metaplasias Imatura e Interrompida = reações aceto-brancas (dentro da ZT). Dentro dos limites da ZT, acha-se Epitélio Metaplásico, em vários estágios de desenvolvimento. Dentro da ZT, um 3º tipo de epitélio se desenvolve, é o Epitélio Atípico ou Anormal e que está relacionado as Neoplasias. A ZT contendo este epitélio é chamada de ZTA. ZT NORMAL ou TÍPICA é formada por imagens que representam os vários elementos residuais: cistos, orifícios glandulares, ilhotas de epitélio glandular no epitélio escamoso, linguetas (epitélio escamoso) e uma vascularização adaptativa. ZT ANORMAL ou ATÍPICA é formada pelas seguintes imagens colposcópicas: EPITÉLIO BRANCO, MOSAICO, PONTILHADO, QUERATOSE e VASOS ATÍPICOS. ******************************************* JEC No OE (ZERO)  Colo Padrão. Na ECTO longe do OE  vista nas recém-natas, gravidez, puberdade, menacme, etc. É a chamada ECTOPIA ou EVERSÃO. No Canal Cervical  vista na infância, adolescência, menopausa e senilidade. É a chamada REVERSÃO, em face da deficiência hormonal.
  • 6. Quando o OE é visto por meio do espéculo, uma visão aparente é obtida permitindo que uma parte do epitélio colunar seja vista, em face da retração dos lábios cervicais. Isto explica o fato de que nos achados histológicos (cones enviados) a JEC é detectada mais para dentro do canal, do que o colposcopista pensa. AÇÃO HORMONAL SOBRE O EPITÉLIO VAGINAL ATRÓFICO. 1) ESTROGÊNIOS  Mitoses nas Células Basais e Parabasais  Produção de Células Intermediárias e Superficiais. Após 2 semanas do uso de Estrogênios: Mitoses nas Células Profundas  Células Intermediárias e Superficiais  Desaparecimento dos Leucócitos + Escassez da flora bacteriana = “Esfregaço limpo”. Esfregaços da Menopausa = presença de Células Profundas + leucócitos + muco = “Esfregaço Sujo”. 2) PROGESTERONA  Proliferação celular até Células Intermediárias, ricas em Glicogênio. Raramente, surgem Células Superficiais. 3) ESTROGÊNIO + PROGESTERONA: o uso contínuo do Estrogênio num epitélio atrófico o tornará maduro; a Progesterona, usada a seguir, causará, paradoxalmente, uma diminuição das Células Superficiais, o ressurgimento dos leucócitos e da flora bacteriana, com predomínio no esfregaço de Células Intermediárias, que se descamam. A diminuição das Células Superficiais é devida ao aumento da descamação das Células Intermediárias, não havendo tempo para o amadurecimento epitelial até a Camada Superficial. Portanto, não há sinais citológicos específicos da ação conjunta E-P, daí não ter valor uma única avaliação citohormonal feita na 2ª fase do ciclo. 4) ANDROGÊNIOS  Proliferação só de Células Profundas e Intermediárias  Atrofia Epitelial. Aumentando-se as doses ou mantendo por um período mais longo, o Epitélio volta a se tornar atrófico e apresentar esfregaços do tipo androgênico. Na menacme, o uso de Androgênios tem efeito antiestrogênico, semelhante ao da P em epitélio previamente tratado com E. 5) ANOVULATÓRIOS: Combinados  descamação das Células Intermediárias; Noretindrona e Noretisterona  esfregaços atróficos; Sequenciais (etapa Estrogênica)  descamação de Células Superficiais; Sequenciais (etapa Progestagênica)  descamação de Células Intermediárias. 6) CLOMID  impede a captação do Estrogênio, ao se ligar aos seus receptores  Atrofia epitelial. A sua ação começa pouco depois da tomada do 1º comprimido e se mantém até cerca de 8 dias após o último. 7) DIGITÁLICOS  efeitos estrogênicos. Ligam-se aos receptores E (albumina e betaglobulina), impedindo o acoplamento com o E, que se torna livre e biologicamente ativo.
  • 7. 8) ACTH  causa uma certa maturação no Epitélio Vaginal por hiperestimulação da córtex SR, que responde produzindo E, P e Androgênios. ****************************************** BASE TECIDUAL PARA A COLPOSCOPIA 1- Composição do Estroma.2- Arquitetura do Epitélio.3- Configuração da Superfície do Tecido. 1- Composição Vascular do Estroma. Epitélio Escamoso Original: os vasos estão arrumados como capilares em alça ou como uma rede de capilares ou como uma combinação de ambos. Epitélio Cilíndrico ou Glandular ou Colunar: os vasos ramificados são vistos abaixo das estruturas vilosas comuns e no interior dos vilos. ZTN: a angioarquitetura reflete o arranjo da estrutura colunar, mas está alterada pelo processo metaplásico. Há uma arborização característica: os vasos diminuem de calibre uniformemente e terminam em uma fina rede capilar abaixo do epitélio, contrastando com os padrões vistos nos epitélios anormais (vasos com súbita redução de calibre ou interrupções e irregularmente situados e desordenados). 2- Arquitetura do Epitélio. As diferenças na cor do colo devem-se: 1) quantidade de camadas epiteliais; 2) densidade celular; 3) diferenciação celular; 4) produção de ceratina e 5) vascularização estromal. Ectocérvice: é translúcido, espesso, agindo como um filtro, através do qual a luz incidente (Colposcopia) reflete a coloração dos vasos sanguíneos do Estroma. Daí, a sua coloração rósea (por ser espesso). Endocérvice: é altamente translúcido, delgado (1 fileira de células), deixando refletir uma coloração bem avermelhada (por ser mais fino). ZTN: acha-se Epitélio Metaplásico em vários estágios de desenvolvimento. Assim, o número de camadas está reduzido e a diferenciação celular não está, ainda, completa. Por ser mais fino que o Epitélio Escamoso Normal e sem Glicogênio, ele tem uma coloração avermelhada. O Epitélio Anormal difere do Normal por ter mais células e, por consequência, maior conteúdo nuclear e, portanto, mais proteína e menos Glicogênio. Daí, o aspecto branco, na Colposcopia. Menopausa e Fase Pré-Puberal: o epitélio está atrofiado, mais fino que o Normal e sem Glicogênio. O suprimento sanguíneo pelo Estroma é muito reduzido e a coloração é vermelho-pálida esbranquiçada. Entretanto, se o epitélio atrófico for raspado, surgirão áreas avermelhadas. Erosão: é a ausência de epitélio. Assim, o estroma acha-se exposto, mostrando uma cor vermelho-escura. Nos casos de erosão pós-menopausa, um diagnóstico diferencial com Câncer será preciso. Processos Inflamatórios: a hiperemia explica a cor vermelha do colo, que, raramente é homogênea (pequenos pontos vermelhos na colpite ou grandes áreas na tricomoníase). Diversos critérios são usados para diferenciá-los do pontilhado.
  • 8. NICs e Ca Invasivo: a hiperemia e a angiogênese conferem à este epitélio uma cor vermelha. A presença de vasos atípicos, pontilhado e mosaico, assim como a reação aceto-branca, permitirá distinguir entre este Epitélio Escamoso Atípico e o Colunar Normal. 3- Configuração da Superfície Tissular. É melhor identificada após o Teste do AA, que tornará os vasos menos visíveis (por isto, eles necessitam ser bem estudados antes do uso do AA). Pode ser: Lisa (ECTO normal) ou Papilar (ENDO normal). ******************************************** REAÇÃO AO ÁCIDO ACÉTICO (AA) AA  coagulação das Citoceratinas (proteínas de ceratina) Epiteliais e Estromais  Reação Acetobranca. AA ≡ hipercromatismo nuclear + ceratinização. AA ≠ Citoplasma e Glicogênio. Epitélio Normal  Não Reagente (pouca proteína + muito glicogênio). Epitélio Anormal  Reagente (muita proteína + pouco glicogênio). Epitélio Colunar  Vasoconstrição  Edema nas papilas colunares  coloração pálida TESTE DE SCHILLER - LUGOL Lugol ≡ Glicogênio. Epitélio Escamoso Maduro: é IODO POSITIVO, em face do Glicogênio nele presente. Epitélio da Menopausa: tem uma coloração amarelo-amarronzada, pois a baixa de Estrogênio leva a atrofia tissular que reduz o conteúdo de Glicogênio. Assim, a aplicação de “Lugol” na vagina produzirá um aspecto pontilhado marron, enquanto que o colo cora-se de marron-claro ou amarelo (iodo-malhado). Epitélio Colunar / Metaplasias / Displasias: são IODO NEGATIVOS. Lesões pelo HPV (Condilomas) / NICs Baixo Grau: dão áreas iodo-claras, mostrando, pois uma captação parcial pelo Lugol, que pode ser distribuída de modo regular, focal ou difusa. Essa captação irregular, produzindo uma aparência semelhante ao “mosaico”(anéis Iodo Negativos circundando áreas Iodo Positivas) pode ser vista no Epitélio Escamoso (aparentemente normal) ou em volta de lesões detectadas pelo AA. Biópsias destas áreas mostram infecção pelo HPV. Metaplasia muito Imatura do Colo (ex: após uma gestação recente): pode dar um Schiller Falso-Positivo. REAÇÃO AO AZUL DE METILENO
  • 9. Epitélio Cilíndrico + Muco  fica azul-violeta. Epitélio Escamoso  não cora. Tecido Carcinomatoso  fica azul-rei. NOTA: com o azul de metileno distingue-se bem a JEC. REAÇÃO AO AZUL DE TOLUIDINA Todos os tecidos ricos em núcleos destacam-se num azul intenso. É excelente para determinar a JEC e UG. Epitélio Escamoso: não se colore praticamente, ao contrário do cilíndrico. Epitélio Canceroso: fica azul. Queratose + Mosaico: incolores. Aplicando-se o Lugol por cima do Azul de Toluidina  fica tudo escuro  após 3min  áreas azuladas ≅ Ca ou Displasias ou Áreas de regeneração ativa. CONCEITOS BÁSICOS Colo Uterino Normal = OE Anatômico = OE Histológico. Epitélio Escamoso é a MUCOSA ORIGINÁRIA (MO), na Colposcopia. Epitélio Cilíndrico é a MUCOSA PAPILAR ENDOCERVICAL, na Colposcopia. ELEMENTOS ANORMAIS 1) EPITÉLIO BRANCO: as alterações ACETO-BRANCAS são as mais importantes de todas as características colposcópicas, pq. se associam com os graus de NIC. Porém, as Metaplasias Escamosas Imaturas e as Lesões Virais também ficam Aceto-Brancas. SIL BAIXO GRAU  há quantidades significativas de proteínas e Glicogênio, o AA irá causar somente uma leve brancura do epitélio e o Lugol mostrará um tingimento fraco e desigual. 2) QUERATOSE (Ex-LEUCOPLASIA): é uma ou várias placas brancas causadas pela Ceratose das camadas superficiais do epitélio. É iodo-negativa, Schiller positiva.
  • 10. Deve ser sempre biopsiada, pois devido a esta camada de ceratina, não se visualiza o que se tem por debaixo dela. 3) PONTILHADO: representa uma alça capilar dilatada que pode ser vista nitidamente no meio da mucosa edematosa e transparente, principalmente ao se usar o filtro verde. Os capilares são vistos como pontos vermelhos finos em um fundo esbranquiçado. Apresentam-se bem delimitados e perpendiculares à superfície. Também são vistos nas tricomoníases e cervicites. Pontilhados Finos próximos a ZT = Processo benigno. Pontilhados Grosseiros próximos ao OE = Displasia severa ou invasão incipiente. Biopsiar. AA  branco-amarelada. Azul de Metileno  cora em azul-rei. Teste de Schiller  iodo-negativo. NOTA: quando o Pontilhado é muito fino e estende-se para a vagina = Colpite  Iodo positiva. 4) MOSAICO: os capilares estão paralelos à superfície, em blocos. AA  pequenos paralelepípedos brancos, circundado por uma margem vermelha, correspondendo ao mosaico. Filtro verde  destaca o mosaico. Azul de Metileno  não cora o mosaico em face da sua cornificação superficial. Teste de Schiller  iodo-negativo e some o padrão mosaico. O filtro verde destaca o mosaico. Os mosaicos são iodo-negativos e acetobrancos. O azul de metileno não cora o mosaico, porque ele é acompanhado de cornificação superficial, que impede a penetração da solução. Se corar, pensar em DISPLASIA ACENTUADA ou Ca INVASIVO. 5) VASOS ATÍPICOS: os vasos são completamente irregulares, de calibres variáveis e truncados. Só esta atipia, sem outros elementos, pensar em processo inflamatório, principalmente em áreas desepitelizadas do colo uterino. Nem toda vascularização atípica significa atipia acentuada. Pontilhado Regular + Mosaico Regular = NIC Baixo Grau / Metaplasias. Pontilhado Irregular + Mosaico = NIC Alto Grau. DEFINIÇÕES CERATINA ou QUERATINA: é uma esclero-proteína insolúvel encontrada na Epiderme, Cabelos, Unhas, Tecidos Córneos, etc. CERATOSE: é um processo de ceratinização do epitélio. PARACERATOSE: é um processo anormal de maturação onde as Células Superficiais se ceratinizam, sem perderem os seus núcleos.
  • 11. DISCERATOSE: é a ceratinização das Células Profundas do Epitélio. É um achado frequente em processos irritativos crônicos (uso de DIU, diafragma, etc) e na contaminação com epiderme ceratinizada vulvar, no momento da colheita ou com células ceratinizadas descamadas das mãos do médico. ACANTOSE: é a hiperplasia da camada intermediária. DISCARIOSE: é uma expressão citológica que significa que há Atipia Nuclear (termo reservado às Displasias e o Câncer). Os maiores critérios são: Cromatina Grosseira + Nucléolos Irregulares + Espaços Vazios + Cariomegalia + Hipercromasia + Anisocariose (diferença de tamanho nuclear). Divide-se em: Leve (NIC I) / Moderada (NIC II) / Acentuada (NIC III). EXOCITOSE: presença de leucócitos no interior do epitélio. ESPONGIOSE: edema intercelular indicativo de inflamação. HIPERCERATOSE: É, também, um processo anormal de maturação, no qual as lesões irritativas crônicas, as mutações epiteliais, as lesões pré-neoplásicas e as neoplásicas podem adicionar ao Epitélio (normalmente não-queratinizado) uma camada de ceratina. CERATOSE + PARACERATOSE + DISCERATOSE + HIPERCERATOSE  Epitélio Acetobranco. CÉLULAS REACIONAIS: são alterações celulares caracterizadas por hipertrofia nuclear e presença de pequenos nucléolos, determinadas por processos inflamatórios (especialmente Tricomoníase e Monilíase), indicando um “estado de alerta” do Epitélio a uma agressão. Estas alterações, quando intensas, podem “mimetizar” atipias celulares que vão desde a Displasia Leve até ao CIS. Elas não devem ser chamadas de “ATIPIAS”(termo reservado as Displasias e Câncer). CÉLULAS DE REPARO ou REGENERATIVAS: são as responsáveis por “tampar” áreas de erosão epitelial. CÉLULAS DE LANGERHANS: são elementos não epiteliais mais importantes do colo, estimulando a formação dos Linfócitos T. DECIDUOSE: fenômeno conjuntivo-vascular e edema estromal induzido pela gestação. ESFREGAÇOS INFLAMATÓRIOS: A inflamação compreende: Reação ao agente agressor e Reparação dos danos tissulares causados. No processo inflamatório agudo há alterações gerais do esfregaço e específicas das células, tais como: 1) Vasodilatação.
  • 12. 2) Exsudação de fluidos e células inflamatórias: polimorfonucleares neutrófilos e/ou mononucleares (histiócitos, linfócitos e plasmócitos), conferindo ao esfregaço um aspecto purulento, sujo. 3) Falsa Eosinofilia: células que são cianofílicas (intermediárias e profundas) coram-se em alaranjado (eosinofilia). 4) Anfofilia ou Policromasia: as células ganham dupla afinidade tintorial. 5) Halo Perinuclear (vacuolização citoplasmática): característico da tricomoníase. É confundido, às vezes, com o COILÓCITO. 6) Cariomegalia: hipertrofia nuclear que não exceda 2 vezes o tamanho do núcleo de uma célula intermediária normal. 7) Hipercromasia. 8) Multinucleação: binucleação é frequente. 9) Perda da Nitidez das Bordas Citoplasmáticas. Nos processos agudos predomina a destruição e nos crônicos a reparação. Relação sexual  Congestão da mucosa cérvico-vaginal + Petéquias cervicais + Aumento da secreção vaginal com odor diferente do normal. Apesar do quadro colposcópico aparentemente inflamatório, ele é fisiológico, normal. Nos 7 primeiros e últimos dias do ciclo  Aumento normal de linfócitos. Um resultado de Colposcopia Normal com Colpocitologia Inflamatória e vice- versa, é uma possibilidade muito frequente e não é um erro havido. ******************************************************************** FLORA BACTERIANA VAGINAL NORMAL E PATOLÓGICA. A flora vaginal normal é formada, principalmente, por Bacilos de Döderlein (Lactobacilos). Lactobacilos { Glicogênio Celular  Ácido Lático Acidez Vaginal  Destruição do Citoplasma de Células Intermediárias = CITÓLISE. Exacerbação da Flora Lactobacilar  Diminuição progressiva do pH  Aumento da Citólise  Desenvolvimento das leveduras Vulvovaginites Micóticas (Candidíases). A maior incidência de candidíases vistas nas diabéticas, gestantes e em mulheres em uso de AO reforça a teoria de que a Citólise é fator primordial no favorecimento das micoses vaginais. COLPITE. Colpite Difusa: pontilhado vermelho fino, cobrindo toda a mucosa vaginal e a ectocérvice. Quanto maior o número de pontilhados, tanto mais intensa e grave é a infecção. Ectocervicite = Colpite.
  • 13. Colpite Focal: pequenas áreas vermelhas arredondadas ou ovais, separadas do resto da mucosa. Geralmente, se associa à Colpite Difusa. Colpite Aguda: pontilhado vermelho com edema da mucosa. Colpite Crônica: pontilhado branco (são as papilas) ao lado do vermelho. Colpite por Tricômona: é uma colpite difusa com conteúdo vaginal esverdeado e com bolhas gasosas. Colpite por Monília: é uma colpite difusa ao lado de placas esbranquiçadas. Colpite Senil: o epitélio formado por poucas camadas deixa transparente os vasos sanguíneos e é facilmente traumatizado, originando as Petéquias. Quando a inflamação atinge a ectocérvice  Cérvico-Colpite. A aplicação do AA diminui a nitidez do pontilhado, devido a vasoconstrição. O iodo, também, diferencia o pontilhado da colpite de qq. outro. O causado por crescimento atípico do epitélio, é iodo-negativo e o da colpite é sempre iodo- positivo. A hiperemia inflamatória causa intensa vascularização geral  vasos friáveis  petéquias. CERVICITE. Área hiperemiada e edematosa com muco endocervical turvo e aderente. É a inflamação da mucosa mucípara, coberta por epitélio glandular ou transformada em epitélio escamoso 2º e com restos glandulares. A ectopia expõe a mucosa glandular a um meio hostil, onde há bactérias e traumatismos, facilitando o processo infeccioso. Os vasos tornam-se hiperemiados, dilatados e muito permeáveis, com passagem de leucócitos e proteínas para o interstício (o exsudato inflamatório). Se o exsudato é grande e o processo inflamatório é intenso, ocorre descamação do epitélio da superfície, o colo fica “nú” e forma-se a erosão. Nas infecções intensas, com necrose do estroma, há perda de substância e formação da úlcera. O uso do AA, iodo e filtro verde são indispensáveis para a avaliação dos elementos da cervicite. Terminada a infecção, começa-se a reparação das lesões, por 3 mecanismos básicos: 1º) as células de reserva multiplicam-se, surgindo, assim, um novo epitélio colunar e a reabsorção do exsudato. É a cura clínica e anatômica da lesão. Não há sequelas; 2º) as céls. de reserva podem originar o epitélio escamoso  Metaplasia Escamosa; 3º) as céls. Basais podem reparar a área lesada e desnuda com o epitélio escamoso recém formado por elas, surgindo, assim, epitélio escamoso em áreas onde antes havia epitélio glandular (Epidermização). Este epitélio escamoso pode, inicialmente, ser jovem e, depois, maduro. É nesses casos que, ao colposcópio, se vê a formação de LINGUETAS, com crescimento centrípeto progressivo. LESÕES INFLAMATÓRIAS -
  • 14. INFECCIOSAS - PARASITÁRIAS. As mucosas do colo e vagina, como as demais do organismo, reagem aos agentes agressores do seguinte modo: Agressor  Destrói células  Liberação de substâncias vasoativas  Dilatação dos capilares  Hiperemia  Aumenta os espaços interendoteliais, facilitando a saída de leucócitos, imunoglobulinas, fibrinogênio, etc. de dentro dos vasos para os espaços tissulares, para combaterem o agressor, removerem as céls. destruídas e circundarem o foco infeccioso. As imunoglobulinas imobilizam as bactérias; os leucócitos, as fagocitam, removem detritos celulares, etc. Fibrinogênio (líquido)  Fibrina (sólida) que obstrui vasos e espaços tissulares e, assim, circunscreve o processo infeccioso. O exsudato pode ser: seroso (predomínio de subst. líquidas); fibrinoso (predomínio de fibrina) e purulento (predomínio de leucócitos e detritos celulares). A reação inflamatória com hiperemia e a formação de exsudato explica os sinais clínicos da inflamação: calor, rubor, dor e edema. Exsudato  Tumor  Distensão dos tecidos  Ação sobre os nervos  Dor. A hiperemia traz maior aporte de O2 para a região e como nessa área existem céls. mucíparas, elas produzem mais muco que, misturado ao exsudato, explica a secreção muco-purulenta da cervicite. ASPECTOS COLPOSCÓPICOS DAS COLPOCERVICITES: Após o AA  estroma avermelhado + pontilhado fino ou grosseiro. Após o Lugol  se a descamação é fraca, as células que contêm glicogênio desaparecem só no vértice, onde o epitélio é mais fino, dando uma coloração marron-claro; as camadas profundas, sem glicogênio, coram-se em amarelo (“pele de leopardo”). ASPECTOS COLPOSCÓPICOS DAS CERVICITES: Após o AA  colo é avermelhado, dificultando o reconhecimento se a mucosa é escamosa ou colunar. JEC  raramente visível. Lugol  nada acrescenta. CRITÉRIOS DE MALIGNIDADE. CITOPLASMÁTICOS: 1) Células de uma mesma camada têm afinidade tintorial e densidade variáveis. 2) Células em forma de girino, raquete, etc. 3) Células de vários tamanhos e formas. 4) Vacuolizações Atípicas: os coilócitos. NUCLEARES:
  • 15. 1) Cariomegalia: é o aumento nuclear, devido a uma maior quantidade de DNA e à presença de cromatinas gigantes e anômalas. 2) Hipercromasia: maior afinidade tintorial do núcleo, devido à maior riqueza de DNA. 3) Cromatina Grosseira e Irregular: é um dos maiores critérios citológicos de malignidade. As células normais têm cromatina finamente distribuída e uniforme, ao contrário das anormais. 4) Espaços Vazios: outro grande critério de malignidade. O arranjo irregular da cromatina causa cavidades no núcleo. 5) Membrana Nuclear Grosseira e Irregular: devido a um arranjo irregular da cromatina. 6) Contorno Nuclear Irregular. 7) Presença de Nucléolos: sendo múltiplos e irregulares é indicativo de neoplasia pouco diferenciada ou de adenocarcinoma. É um grande critério. DISPLASIAS. São alterações celulares caracterizadas por apresentarem todas ou algumas, das seguintes atipias: 1-Atipias Nucleares: cromatina grosseira (rechaçada para a periferia do núcleo), aneuploidia ou poliploidia, nucléolos irregulares, cariomegalia, hipercromasia, anisocariose (diferença de tamanho nuclear) e mitoses frequentes e atípicas. 2- Perda da Polaridade. 3- Alteração na Relação Núcleo/Citoplasma. O processo de cancerização atinge células com grande potencial de divisão ou em franca divisão (céls. jovens, imaturas, hiperplásicas, metaplásicas e displásicas) sendo, esta multiplicação acelerada uma condição importante deste processo. Bastaria que, à esse epitélio jovem, se juntasse um agente oncogênico para que o processo displásico se estabelecesse. O diagnóstico se baseia na Colposcopia, Citologia e Anátomopatologia. NICs O diagnóstico das NICs obedece aos critérios: 1- Citológico: Relação N/C + Hipercromasia + Anisonucleose / Multinucleação + Espessamento da Membrana Nuclear + Mitoses Atípicas + Nucléolos evidentes + Pleomorfismo. 2- Colposcópico: PELMA. 3- Histopatológico: Despolarização + Desdiferenciação. NIC 1 / DISPLASIA LEVE: Histologia: as atipias atingem as camadas profundas. Citologia: as atipias atingem as camadas superficiais. Representa as alterações celulares atípicas que se sucedem no 1/3 inferior do epitélio:
  • 16. - transformação das Células Profundas em Células Intermediárias e Superficiais e sua descamação. - Coilocitose: pode estar presente. - Polaridade: pouco alterada. ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS: 1- Citoplasma: Discreta irregularidade, com bordos nítidos e eosinofílico / basofílico. 2- Relação N/C: pouco aumentada (maior diâmetro nuclear < maior raio celular). 3- Núcleo: Cariomegalia discreta (mais de 3x o de uma célula intermediária normal) 4- Cromatina: fina, regular e com hipercromatismo. Pode ter nucléolos. 5- Esfregaço: “limpo”+ Coesão preservada + Células Basais. O Epitélio Escamoso Displásico não tem Glicogênio. NIC 2 / DISPLASIA MODERADA: Mostra uma progressão das atipias nucleares com o maior envolvimento do epitélio. Aqui, a metade ou 3/4 das camadas profundas do epitélio têm células indiferenciadas. As atipias celulares são mais acentuadas do que as da NIC 1. Os núcleos são perpendiculares à superfície. A MB é ondulada pela presença de irregulares digitações vasculares oriundas do estroma. Só as camadas superficiais têm um esboço de maturação. ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS: 1- Citoplasma: formas irregulares, com bordos nítidos e cianófilo. Halos perinucleares. 2- Relação N/C: é maior do que na NIC 1. 3- Núcleo: Cariomegalia acentuada. Multinucleação. Polimorfismo. 4- Cromatina: granular, com hipercromasia mais intensa do que na NIC 1. Pode ter nucléolos. 5- Esfregaço: lembra o normal + Há perda da coesão + Células Parabasais ou Intermediárias baixas. NIC 3 / DISPLASIA ACENTUADA: Histologia: as atipias atingem a superfície do epitélio. Citologia: as atipias atingem as camadas profundas. Representa quase total comprometimento do epitélio, com somente 1 ou 2 camadas de células maduras restando na sua superfície. Mitoses (tetrapolares) relevantes e irregulares em quase todo o epitélio. Perda da polaridade em todas as camadas. A maturação é muito tardia e, em alguns casos, só aparece em 1 ou 2 camadas de Células Superficiais. As características citológicas são de um Ca, exceto a invasão estromal. ALTERAÇÕES CITOLÓGICAS: 1- Citoplasma: escasso, com pouca definição e cianófilo.
  • 17. 2- Relação N/C: mais aumentada do que na NIC 2 (maior diâmetro nuclear ≤ maior raio citoplasmático). 3- Núcleo: Cariomegalia mais acentuada do que na NIC 2 / multinucleação / irregular / espessamento da membrana nuclear. 4- Cromatina: grosseira, com hipercromasia e não há nucléolos. 5- Esfregaço: não lembra o normal + Perda de coesão. CARCINOMA IN SITU (CIS): Representa um comprometimento total do epitélio. A célula característica é a célula basal ou parabasal atípica. O epitélio tem características de carcinoma, mas, não há invasão do estroma. Perda total da polaridade. Características: células pequenas, com núcleos hipercromáticos e centrais, perpendiculares à superfície. Os espaços vazios de cromatina e sua distribuição irregular e desordenada são as características mais importantes. Os núcleos não têm nucléolo evidente e são circundados por escasso citoplasma. Mitoses em todos os níveis do epitélio. A lesão ocupa frequentemente as glândulas. O esfregaço do CIS é “limpo”, isto é, não apresenta necrose ou diátese tumoral. Nota: Difícil distinguir o CIS de uma Displasia Acentuada. DIAGNÓSTICO CITOPATOLÓGICO DAS NICs: Baseia-se, em grande escala, no binômio Atipia Nuclear / Maturação Celular. Quando estas lesões incidem em células de metaplasia escamosa imatura ou em células de reserva, o diagnóstico é feito pelo grau de atipia nuclear: a) LSIL  Células Escamosas Maduras com discariose: Relação N/C aumentada + Hipercromasia Nuclear + Cromatina Fina + Membrana Nuclear Espessada. b) HSIL  Células Escamosas Imaturas com discariose: Relação N/C mais aumentada + Cromatina Grosseira com distribuição irregular + Membrana Nuclear Espessada + Contorno Nuclear Irregular, etc. DIAGNÓSTICO HISTOPATOLÓGICO DAS NICs. a) LSIL  ocorrem mitoses no 1/3 inferior do epitélio, com produção de células imaturas. Os outros 2/3 têm maturação, porém ela é anormal.
  • 18. b) HSIL  A proliferação de células atípicas compromete os 2/3 do epitélio (NIC 2); a proliferação de células imaturas parabasais é vista em todo o epitélio, com perda da polaridade e desorganização celular e índice mitótico elevado (NIC 3). NOTA: O nível em que são achadas as figuras de mitose é um critério importante. Ex: Uma proliferação de atipias apenas nos 2/3 , mas com mitoses no 1/3 superior, a lesão não é mais considerada NIC 2 e sim NIC 3. EPITÉLIO ESCAMOSO NORMAL: membranas celulares e núcleos contendo pouca proteína, sobretudo nas camadas intermediárias e superficiais. O citoplasma é rico em glicogênio. O AA não altera o epitélio (pouca ou nenhuma proteína). Ele permanece translúcido e não esconde o estroma. A coloração do colo é rósea. EPITÉLIO ESCAMOSO DISPLÁSICO: membranas celulares, núcleos e citoplasmas contêm muitas proteínas. Citoplasma contém pouco ou nenhum glicogênio. O AA modifica as proteínas que se tornam brancas e opacas, escondendo o estroma. Assim, quanto mais proteína presente mais branco fica o epitélio. EPITÉLIO ESCAMOSO IMATURO: células sem glicogênio, sem ceratina, mas com muitas proteínas. Por isto, na colposcopia, nota-se um epitélio aceto-branco. ASCUS (células escamosas atípicas de significado indeterminado)  só a CARIOMEGALIA é a anormalidade.