Projeto Urbano Rua Taguá

Projeto Urbano - Rua Taguá
Cidade para pessoas

FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO
CIDADE ATIVA
RUA TAGUÁ
DIAGNÓSTICO
SÃO PAULO
2016

FIAM FAAM - CENTRO UNIVERSITÁRIO
CIDADE ATIVA
Erika Limpa Lopes
Rafaella Ayumi Kaneko
Vitor Manabe Zadra
RUA TAGUÁ
DIAGNÓSTICO
SÃO PAULO
2016

Análise e diagnóstico
da Rua Taguá, bairro da Liberdade,
São Paulo. Apresentado ao Escritório
Modelo do curso de graduação de
Arquitetura e Urbanismo da FIAM FAAM
- Centro Universitário sob orientação
do Professora Dra. Helena Napoleção
Degreas.

ÍNDICE
1.INTRODUÇÃO.....................................................................................................5
2.METODOLOGIA..................................................................................................7
2.1. PONTOS DE MEDIÇÃO..........................................................................8
2.1.1. FOTOS DOS PONTOS DE MEDIÇÃO..........................................9
2.2. LEVANTAMENTO GEOMÉTRICO..........................................................10
2.2.1.CROQUIS................................................................................10
2.3.MEDIÇÕES...........................................................................................12
2.3.1.FLUXOS..................................................................................13
2.3.2. PERMANÊNCIA......................................................................13
2.4. ENTREVISTAS......................................................................................14
2.5. ANÁLISE DOS 7 CRITÉRIOS..................................................................15
3. RUA TAGUÁ......................................................................................................17
3.1. ANÁLISE INICIAL.................................................................................17
3.2. DADOS DAS ENTREVISTAS...................................................................21
3.3.TRECHODEINTERSECÇÃOA-RUAFAGUNDESxRUATAGUÁ..................31
3.4. TRECHO DE VIA 1 - RUA TAGUÁ..........................................................34
3.5.TRECHODEINTERSECÇÃOB-RUASÃOJOAQUIMxRUATAGUÁ.............44
4.APROPOSTA.....................................................................................................48
REFERÊNCIA........................................................................................................53

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1. INTRODUÇÃO
A Rua Taguá está localizada no bairro da Liberdade, que pertence a
subprefeitura da Sé, na cidade de São Paulo. A região é diversificada com usos
mistos,comércios,serviços,residências,instituiçõeseducacionais,equipamentos
de saúde e serviços religiosos, tais como templos e igrejas.
A rua em questão - objeto principal de intervenção - atualmente dispõe
estacionamentos; serviços educacionais e comércios informais - bares – que por
sua vez são os principais elementos que resultam em eventuais conflitos entre
pedestres , moradores, trabalhadores e veículos.
A rua concentra edifícios de baixo gabarito, muitos deles tombados
desde 2012 pelo CONPRESP (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio
Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo) e que não são de fato
mantidos, cuidados pelos proprietários ou usuários dos bens, identificando-se
grande quantidade de patologias estruturais e a falta de manutenção, tal como a
pintura nas fachadas que possuem diversas pichações.
O diagnóstico tem por objetivo avaliar:
• Vias e intersecções que “conectam” a rua foram selecionadas
para realizar análises de dados quantitativos e qualitativos que auxiliassem
na elaboração da proposta de intervenção, tais como: medição de fluxo de
permanência; fluxo de veículos; entrevistas e levantamentos geométricos e
fotográficos.
• Síntese das informações obtidas por gráficos e peças gráficas. Que
resultam uma melhor visão dos dados recolhidos.

6
Entorno do trecho analisado
Legenda:
ENTORNO DA ÁREA
DELIMITADA
Indicação do
trecho escolhido
para análise pelo
grupo de alunos do
FIAM FAAM.

7
2. METODOLOGIA
A metodologia utilizada pelo grupo de alunos do Escritório Modelo do
FIAM FAAM - Centro Universitário tem como base a metodologia aplicada pela
Cidade Ativa, uma Organização Social sem fins lucrativos criada para promover
a discussão sobre o impacto que o planejamento urbano e que a aqrquitetura
das edificações exercem sobre o estilo de vida e a saúde pública. O diagnóstico
contemplapontosdemediçãodavia(RuaTaguá)ededuasintersecçõespróximas,
que foram importantes no levantamento e análise dos dados obtidos.
As análises consideraram a infraestrutura de mobilidade, uso do solo,
quantidadedecomérciosinformaiseprincipaisreferênciasdolocal-equipamentos
públicos, edificações históricas e estações de transporte. O grupo realizou visitas
ao local para observar a dinâmica do local, como o fluxo de pedestres e veículos;
intersecções problemáticas e pontos de atração que servem como origem e
destino de deslocamento.
A leitura inicial revelou que os três trechos analisados compartilham
questões similares: grande fluxo de pedestres e veículos; ausência de mobiliário
urbano e homogeneização do uso do solo, que foram instrumentos cruciais para
a realização da proposta de intervenção.
A seguir é apresentado o perímetro delimitado e os pontos de medição
para a realização das análises da Rua Taguá.

8
2.1. PONTOS DE MEDIÇÃO
N
0 50 100 150 (m)
Legenda:
Trecho de intersecção
Trecho de via
Estação de Metrô
Local analisado
PONTOS DE MEDIÇÃO DA
ÁREA DELIMITADA
Trecho de via e
intersecção escolhido
para análise pelo grupo de
alunos do FIAM FAAM.

9
2.1.1. FOTOS DOS PONTOS DE MEDIÇÃO
A
A
A
A
1
1
1
1
B
B
B
B
FOTOS DOS PONTOS DE
MEDIÇÃO ANALISADOS
Trecho de via e
intersecção foram
fotografados pelo grupo
de alunos do FIAM FAAM.

10
2.2. LEVANTAMENTO GEOMÉTRICO
O levantamento geométrico tem como objetivo identificar as medidas das
vias existentes - dimensões de calçadas e leito carroçável; relação do entorno
imediato; posicionamento dos elementos construídos e/ou temporários do local.
Oregistrodessasmediçõesforamfeitasatravésdecroquis quecontabilizam
a arborização, postes de iluminação e energia, semáforos, canteiros, comércios,
rampas de acessibilidade, banca de jornal, placas de localização, entre outros.
O desenho permite uma melhor compreensão dos elementos presentes
no espaço e, por isso, não pode ser subsitituído por foto ou video.
2.2.1. CROQUIS

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2.3. MEDIÇÕES
As medições são contagens que avaliam as atividades do local ao logo do
dia (manhã, tarde e noite), elas são divididas em duas caracaterísticas: fluxos e
permanências.
As contagens foram feitas em um intervalo de 30 minutos, divididos em:
fluxo de pedestres; fluxo de veículos; e permanência. Foram realizadas durante
dois dias, sexta, nos três períodos do dia, e sábado, no períodos da manhã e
tarde. Abaixo segue o cronograma da atividade.
Fonte: Grupo Escritório Modelo FIAM FAAM - Centro Universitário - Rua Taguá Diagnóstico

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2.3.1. FLUXOS
Para a contagem dos fluxos é pré-estabelecido um horário e local na via de
estudo. Neste caso são contabilizados o fluxo de pedestres e veículos, no qual,
podemos ter uma ideia da movimentação da via dependendo do horário.
Foi levada em consideração para a contagem de fluxos a quantidade de
pessoas e veículos que cruzam os trechos de via e/ou intersecções definidos:
• Pedestres (homens, mulher, idosos e crianças);
• Motocicletas;
• Veículos de passeio;
• Veículos de carga.
Para as intersecções, foram consideradas travessias em cada ponto,
contemplando:
• Travessias na faixa de pedestre;
• Travessias fora da faixa de pedestres;
• Travessias no sinal verde;
• Travessias no sinal vermelho.
2.3.2. PERMANÊNCIA
A permanência é referente aos pedestres, que por sua vez, permanecem
imóveis em um local, seja em pé ou sentados, independente de sua atividade.
A contagem de permanênia levou em consideração o número de pessoas
e o tipo de atividade que estava sendo realizada no momento da contagem.
• Em pé;
• Sentada
• Em pé aguardando a travessia;
• Atividade comercial;
• Outros.

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2.4. ENTREVISTAS
Com base nas entrevistas disponibilizadas pelo Cidade Ativa, foi aplicado
um questionário que abrange o perfil do entrevistado e os aspectos relacionados
à percepção do local na visão dos pedestres nos pontos de medição e suas
opiniões quanto a ideia de projeto de intervenção na via.
Aprimeiraseçãodaentrevista,operfildoentrevistado,recolheinformações
referentes ao gênero; idade; bairro de residência; local de origem e destino do
caminhante;frequênciaderealizaçãodotrajetorelatado;formadedeslocamento
principal e secundária; qual meio de transporte escolheria caso pudesse mudar a
maneira como se locomove.
A segunda seção é chamada de percepção do local, que busca entender
qual os pontos negativos do local; quais tipos de obras poderiam ser feitas para
melhorar o local; o que fariam se a rua fosse uma praça; qual a impressão sobre
o local; e por fim uma nota de 1 (péssimo) a 5 (ótimo).
Desta maneira foi possível traçar o perfil dos tipos de pessoas que
frequentam/passam pelo local.

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2.5. ANÁLISE DOS 7 CRITÉRIOS
A análise dos 7 critérios é também um método desenvolvido pelo Cidade
Ativa, que tem como referência os trabalhos desenvolvidos pela equipe do
arquiteto Jan Gehl (GEHL, 2013) e Active Design Guidelines (NYC, 2013). Por meio
desta avaliação é possível perceber o espaço em relação ao seu uso e se atende
conceitos básicos e essenciais que garantam o local como passagem e espaço
de estar. Com o levantamento e quantitativo desta análise, pode-se levar em
consideração para auxiliar em melhorias necessárias para requalificação destes
espaços.
Os parâmetros avaliados são distribuídos conforme os aspectos de
sensação pela percepção do pedestre, são divididos:
1. SEGURANÇA - a sensação de segurança está ligada à iluminação, presença de
outras pessoas, mistura do uso do solo, transparência, visibilidade entre espaços
públicos e privados, limpeza e conservação do local.
2. PROTEÇÃO - os espaços atraentes para as pessoas são aqueles onde se sentem
protegidos de acidentes ao caminhar ou cruzar a rua, ao utilizar equipamentos
ou também do frio e do calor. É importante avaliar se são confortáveis para
permanência, elementos de proteção contra intempéries, como arborização e
cobertura, ou aspectos nocivos a saúde.
3. ACESSIBILIDADE - é essesncial para garantir que o espaço público possa ser
utilizados por todos os tipos de usuários, independente da idade, capacidade
física, visual ou auditiva.
4. DIVERSATILIDADE / VERSATILIDADE - um espaço versátil permite diversas
possibilidades ao usuário e garante uma diversidade de público. (variedade de
tipo de espaços/zonas; espaços amplos e/ou versáteis; atividades temporárias
programadas; diversidade de usos no entorno; uso 24h do entorno; espaços
definidos de permanência; espaço específicos para usuários de diversas
habilidades).

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5. ATRATIVIDADE - espaços atrativos são desenhados na escala da percepção
sensorial do pedesntre. O design e a disposição de bancos, por exemplo, pode m
incentivarqueindivíduosutilizemolocalparaseencontrar.Fachadasinteressantes
incentivamousodecalçadaseavitalidadedosespaçospúbicosporelasdefinidos.
(conservação e limpeza do espaço; vistas para paisagens do entorno; fachadas
interessantes no entorno; mobiliário com design atraente; respeito a escala
humana; espaços e equipamentos lúdicos; atividades temporárias programadas;
elementos que possibilitem experienciais sensoriais ricas).
6. CONECTIVIDADE - para que seja um lugar acessível, o espaço público deve
ser bem conectado com o restante da cidade. A proximidade com pontos de
transporte coletivos, equipamentos públicos, comércio incentivam o seu uso. É
importante observar a existencia de sinalização para pedestres que indique os
caminhos e principais destinos do entorno.
7. RESILIÊNCIA E SUSTENTABILIDADE - o lugar deve cumprir estretégias para
gestão de águas, energia, resíduos, mitigando efeitos de enchentes, das ilhas
de calor, reduzindo emissão de poluentes e o consumo insustentável de
recursos (grelhas e/ou canaletas para drenagem; arborização; área permeável;
conservação e limpeza do espaço; iluminação natural, entre outros).
A avaliação é realizada através de “faces” que demonstrem de felicidade à
tristeza, conforme pode ser observado abaixo:
Fonte: Análise dos 7 critérios - Cidade Ativa

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3. RUA TAGUÁ
3.1. ANÁLISE INICIAL
ParadefiniçãodospontosdemediçãodaRuaTaguá,osalunosparticipantes
do escritório modelo do FIAM FAAM - Centro universitário estudaram as bases
cartográficas existentes e foram a campo identificar os principais pontos
de atração; rede de transportes; uso do solo e aplicando os questionários e
demais instrumentos apresentados pela ONG Cidade Ativa em workshop. Esses
levantamentos permitiram indicar as regiões com maior fluxo de circulação
entre pedestres, automóveis em diferentes horários do dia, da noite e finais de
semana além dos pontos de parada e comportamentos de convivência entre os
usuários. Além disso, foram medidas as dimensões físicas do lugar, a caixa de rua,
as calçadas, os postes, as interferências diversas tais como lixeiras, cabeamentos,
caixas de inspeção entre outros.
A Rua Taguá foi dividida em 3 setores para fins de análise. Há duas
intersecções que foram analisadas, porém, a intersecção B, cujas vias são entre
Rua São Joaquim e Rua Taguá foram identificadas como as que recebem maior
número de pessoas “de passagem” ou seja, usuários locais que estão no lugar
mas não tem vínculo com ele tais como moradores, locatários ou donos de
estabelecimentos, trabalhadores locais durante o período matutino. O metrô,
as escolas e as faculdades existentes naquela região também contribuem para
um fluxo intenso de pessoas, além da quantidade de bares, comércios e serviços
informais existentes na Rua Taguá. Quanto ao uso do solo deste trecho analisado:
consiste em comércios e serviços horizontais, com portas abertas para as calçadas
além de pensões, comércios e serviços que atendem a população local entre
outros.

18
N
0 50 100 150 (m)
LEGENDA:
1 - Hospital Santa Helena
2 - Estação de metrô São Joaquim
3 - Centro universitário especial
civil FMU
4 - Juizado do tribunal de justiça do
estado de São Paulo
5 - Uni FMU
6 - Editora Ática
7 - Editora Scipione
8 - Museu Histórico da
imigração japonesa
9 - Sociedade Brasileira de
cultura japonesa
10 - Palácio do trabalhador
Local analisado
EDIFICAÇÕES NOTÁVEIS
DA ÁREA DELIMITADA
Levantamento dos
edifícios notáveis
pelo grupo de alunos
do FIAM FAAM.

19
N
0 50 100 150 (m)
Linhas / pontos de ônibus
Metrô existente
Ciclovia / ciclofaixa
LEGENDA:
Local analisado
TRANSPORTE DA ÁREA
DELIMITADA
Levantamento de
infraestrutura existente
do FIAM FAAM.

20
N
0 50 100 150 (m)
Comércio e Serviços
Uso misto
Equipamentos públicos
Praças – parques - canteiros
Comércios e serviços horizontais
Residencial horizontal
Estacionamento
Residencial vertical
Edificação sem uso
LEGENDA:
Local analisado
USO DO SOLO DA ÁREA
DELIMITADA
Levantamento do uso
do solo do entorno
do FIAM FAAM.

21
3.2. DADOS DAS ENTREVISTAS
Foram entrevistadas 17 pessoas nos três pontos de medição( Rua Taguá,
Rua São Joaquim e Rua Fagundes), dividindo-se em: 11 pessoas na semana
(sexta-feira, manhã - tarde - noite) e 6 pessoas no final de semana (sábado,
manhã e tarde), para o final de semana, por motivos de segurança dos alunos
do FIAM FAAM, não foi possível realizar as análises de fluxo e permanência, e as
entrevistas no período da noite, pois a região encontra-se pouco movimentada.
A seguir serão apresentados gráficos com o quantitativo das entrevistas.

22
Qual é o seu gênero?
Qual é a sua idade?
Você mora na região?

23
De onde você veio? - Nome do local (bairro)
De onde você veio caminhando? De onde você saiu? - Local

24
Para onde você está caminhando? - Nome do local (bairro)
Para onde você está caminhando? Aonde você quer chegar? - Local

25
Qual é a sua principal forma de deslocamento?
Qual é a sua segunda principal forma de deslocamento?
Se pudesse mudar o seu principal meio de locomoção, qual seria sua
opção?

26
Quantos dias da semana você realiza esse trajeto?
Esta primeira parte de gráficos representa a primeira seção da entrevista,
o perfil do entrevistado. Ao analisar os gráficos de ambos os dias é possível
perceber a diferença de público.
Nas entrevistas de sexta-feira a maior parte dos entrevistados é
representado pelo público masculino, entre 21 a 29 anos, não residentes da
região, representado por 72,7%. Desta maneira, levantando a hipótese de que
os maiores frequentadores do local são estudantes universitários da reigão, pois
quase um terço das pessoas são jovens adultos que tem como destino a “escola”,
isto é ainda mais visível no gráfico que indica a quantidade de vezes que se é feito
os trajetos dos entrevistados.
Em contrapartida, as entrevistas do sábado mostram que o público
frequentador é mais familiar, todos os entrevistados são pessoas com mais de
30 anos. Outra grande diferença entre esses dois públicos é em relação ao tipo
de deslocamento, os mais jovens, por sua vez, utilizam ou gostariam de utilizar
o transporte individual como meio de locomoção principal. Já 50% do público
mais velhos não mudariam seu meio de locomoção.

27
O que você acha que está ruim no local?
Que tipo de obra poderia ser feita ou quais equipamentos poderiam ser
instalados para ajudar a melhorar o espaço?

28
Se esse espaço fosse como uma praça, o que você gostaria de poder fazer
aqui?
Qual é a sua impressão / percepção sobre esse espaço?

29
Sendo 1 “péssimo” e 5 “ótimo” qual nota você daria para esse local?
A segunda seção da entrevista representa a percepção do local na visão do
pedestre, frequentadores ou não.
As tabelas mostram o que há de ruim no local para as pessoas; as obras
que elas gostariam para melhorar o lugar e; o que elas gostariam de fazer se
fosse proibida a entrada de veículos na rua.
As pessoas de um modo geral procuram um lugar aonde possam se
sociabilizar com os amigos, um local de descanso ou para praticar exercícios
físicos.
A questão da impressão/percepção do local, a maioria das pessoas
relataram que se sentem inseguras devido a presença de drogas ilícitas e o
grande fluxo de pessoas. Em contrapartida, há quem acha o lugar agradável pelo
convívio social que estas pessoas tem ao encontrar amigos.
As notas dada a Rua Taguá é quase que equilibrada por ambos os públicos.
Diante as entrevistas e as visitas feitas ao local foram feitas algumas
observações por parte do grupo e dos entrevistados:
• O uso de drogas ilícitas e álcool em excesso principalmente por
alunos das faculdades da região é uma questão social.
• Os estabelecimentos que vendem bebidas e alimentos em frente
às escolas de curso fundamental e médio não tem alvará de funcionamento e
claramente são informais.
• Os usuários destes estabelecimentos são coniventes com a
situação.

30
• Os comportamentos e práticas dos usuários adultos são
incivilizados durante o dia e ocorrem em frente à escola de curso fundamental e
médio servindo de referência para as crianças e adolescentes.
• Falta preservação e manutenção dos imóveis antigos.
•ACETclaramentedescumpresuamissãoaonãoreveraclassificação
da rua bem como sua função atual para a circulação de veículos e mobilidade
dos cidadãos. A situação atual fere normas de segurança de todos os usuários. A
sinalização vertical e horizontal é inadequada.
• As condições de acessibilidade estão inadequadas para quaisquer
usuários.
• A iluminação não é adequada no período noturno.

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3.3. TRECHO DE INTERSECÇÃO A - RUA
FAGUNDES x RUA TAGUÁ
A intersecção A está localizada no encontro da Rua Taguá com a Rua
Fagundes. Trata-se do ponto crítico para futura proposta de intervenção, pois
é neste local onde se encontra a maior índice de permanência de pessoas nos
períodos da tarde e da noite durante a semana.
O levantamento geométrico do trecho revelou que as calçadas possuem
medidas próximas ao mínimo de largura que a CET (Companhia de Engenharia
de Tráfego) determina para a circulação de pedestres, porém, como o fluxo e
permanênciadepessoaséintensoeconcentrado,asdimensões,emboracorretas,
não atendem a demanda do lugar. As escolas (curso fundamental e médio) criam
tambémumproblemanacirculaçãodepessoaseautomóveis.Ospaisestacionam
no meio da rua para poder deixar e pegar seus filhos no mesmo horário em que
alunos das faculdades saem para beber e encontrar-se com os amigos. Além
disso, a caixa de rua fica ainda mais estreita para comportar conjuntamente a
circulação de automóveis em mão dupla, as manobras dos carros provenientes
dos diversos estacionamentos, os alunos aglomerados no meio da mesma rua e
espalhados nas calçadas mínimas geram uma situação caótica, para o local. Por
sua vez, a velocidade local permitida para automóveis é de 40km/hora, situação
excessiva para local onde há escolas e circulação de público infanto-juvenil.
Por meio das entrevistas identificamos que os dias onde tais aglomerações
são mais perceptíveis são as quintas e sextas feiras no período noturno, onde a
concentração de pedestres, em sua maioria jovens, chega a impedir a passagem
de veículos na Rua Taguá.
A análise do trecho de intersecção A, refletiu na seguinte avaliação na
Análise dos 7 critérios, explicado anteriormente, na visão do grupo do Escritório
Modelo da FIAM FAAM.

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Travessia na faixa de pedestres
Sentadas em locais improvisados
PERMANÊNCIA
Pedestres
FLUXOS
Pedestres
Veículos de carga
Motocicletas
Veículos de passeio 0
5
10 pessoas

34
3.4. TRECHO DE VIA 1 - RUA TAGUÁ
A Rua Taguá está localizada entre as ruas São Joaquim e Fagundes. O trecho
de via 1 foi subdividida em 3 partes para que se tivesse uma melhor visualização
e compreensão dos dados analisados.
TRECHO 01: Próximo à Rua Fagundes, é caracterizado pela grande
quantidade de locais de permanência e um grande fluxo de circulação de
pedestres. Há residências, instituições educacionais e comércios, que em sua
grande maioria vendem bebidas alcoólicas, e que entram em conflito com as
instituições de ensino, principalmente com o Colégio Adventista da Liberdade
por conta da grande concentração de crianças menores de idade. No Art. 1º do
PROJETO DE LEI 135/2011 fica “...proibida a venda de bebidas alcoólicas em um
raio de 500(quinhentos) metros de qualquer estabelecimento de ensino de nível
fundamentale médio da rede pública e privada doMunicípio de São Paulo...”.
TRECHO 02: Trata-se do segundo trecho analisado. Nele podemos
encontrar as entrada e saídas de alunos e de automóveis provenientes da FMU,
além do estacionamento demarcado para motos em uma faixa exclusiva no leito
carroçável. Do outro lado da via há residências de gabarito baixo e pequenos
comércios, tais como copiadora e bombonieres.
TRECHO 03: É o trecho da rua próxima da Rua São Joaquim e da estação
de metrô que leva o mesmo nome. Além de pequenos comércios alimentícios
e uma copiadora, também há uma empresa de pequeno porte. Nesta área o
gabarito das edificações é mais alto, residenciais de até 8 pavimentos, quando
comparado aos demais edifícios existentes na rua.
O levantamento geométrico realizado no trecho de via mostra que as
calçadaspossuemquasetrêsmetrosdelargura,porém,comoofluxodepedestres,
ambulantes, de pessoas consumindo produtos ou observando mercadorias em
frente às lojas, bares e vitrines, carrinhos de alimentos, árvores, postes, lixeiras
e bancas de jornal é intensa, a faixa livre de circulação é ocupada por outros
usos – menos para a circulação de pessoas. Com isso, o pedestre vê-se obrigado
a descer da calçada e seguir sobre a rua ou ainda, sobre o leito carroçável.
Nomeiodestetrechodeviaháumaescadariaquelevaparaumaruadecasas
residenciais de baixo gabarito. Durante o período diurno este local permanece
aberto ao público, situação essa que cria algumas atividades inconvenientes aos
moradores. Por se tratar de “rua de destino único”, ou seja, só transita por ela
quem mora nela, o local se apresenta como propício para as práticas ilícitas ou

35
ainda, para aquelas práticas só podem ocorrer em locais de baixa circulação de
pedestres e longe da segurança pública. Nessa situação, os usuários de drogas
ilícitas bem como traficantes utilizam as escadas tranquilamente. Já durante o
período noturno, o portão da escadaria é fechado por conta do grande fluxo de
pessoas na Rua Taguá e o barulho provenientes dos usuários da rua.
Os trechos 02 e 03 apresentam menor incidência de pessoas, tornando
o local mais acessível para a passagem de pedestres na calçada. A circulação
é em grande maioria a entrada e saída dos estudantes das universidades e
trabalhadores que utilizam a via como passagem.
As medições de fluxo e permanência do trecho 01 apontam que durante a
semana a maior incidência de usuários são de jovens adultos. O fluxo mais intenso
de pedestres e automóveis ocorre no período da tarde, resultado da entrada
e saída de alunos do colégio, e aos trabalhadores locais e dos estudantes das
universidades que estão no horário de almoço. Apesar do tráfego de veículos ser
constante e uma via de mão dupla, os frequentadores dos bares não respeitam
o limite a calçada, não se impotando e nem se intimidando pela passagem de
veículos. No período noturno a permanência de pessoas neste trecho é muito
maior sendo praticamente impossível o fluxo de veículos no local.
A maioria dos entrevistados acreditam que a via é um local inseguro, por
causa da quantidade de usuários e tráfico de drogas ilícitas que se escondem no
meio de tantas pessoas.
De modo geral de acordo com o público, para o melhoramento do local é
necessário o alargamento das calçadas; inserção de bancos, lixeiras e iluminação
adequada; restauração dos edifícios históricos da rua; melhor policiamento;
arborização; e a modificação da via para uma mão única.

37
PERMANÊNCIA
Pedestres
FLUXOS
Pedestres
Veículos de carga
Motocicletas
5
10 pessoas

38
Os gráficos a seguir mostram a diferença entre o fluxo de pedestres e
veículos, e permanência de pessoas no trecho 01 da Rua Taguá que foram
contabilizados na contagem dos dois dias (sexta e sábado). Este mesmo gráfico é
válido para o trecho de intersecção A - Rua Fagundes x Rua Taguá.
GRÁFICO FLUXO DE PEDESTRES E VEÍCULOS - SEXTA-FEIRA
GRÁFICO FLUXO DE PEDESTRES E VEÍCULOS - SÁBADO

39
GRÁFICO DE PERMANÊNCIA DE PESSOAS - SEXTA-FEIRA
GRÁFICO DE PERMANÊNCIA DE PESSOAS - SÁBADO

41
PERMANÊNCIA
Pedestres
FLUXOS
Pedestres
Veículos de carga
Motocicletas
5
10 pessoas
02

43
PERMANÊNCIA
Pedestres
FLUXOS
Pedestres
Veículos de carga
Motocicletas
5
10 pessoas
03

44
3.5. TRECHO DE INTERSECÇÃO B - RUA
SÃO JOAQUIM x RUA TAGUÁ
A intersecção B está localizada no cruzamento da Rua Taguá com a Rua São
Joaquim. Trata-se do encontro de vias com grande fluxo de pedestres no período
matutino e noturno, por conta das instituições de ensino da região, e com maior
fluxo de veículos na Rua São Joaquim. Foi localizado somente semáforo para
veículos e nenhum para pedestres no cruzamento, dificultando a travessia.
O levantamento geométrico realizado revelou que apenas duas calçadas
possuem a largura de faixa livre adequada aos manuais da CET, porém estas
calçadas não comportam o grande fluxo de pedestres. Ainda o comércio
ambulante é um dos elementos que atrapalham a circulação de pedestres, desta
maneira as pessoas acabam utilizando, nos horários de maior fluxo de pedestres,
o leito carroçável para circular, colocando em perigo a própria segurança.
No geral é uma área que atrai mais jovens e adultos, com incidência
de crianças apenas no período diurno. Por conter uma grande quantidade de
comércio e serviços nessas intersecções, o movimento é intenso durante todo
o período do dia. No período noturno o movimento é maior nas lanchonetes e
restaurantes existentes.
Osentrevistadosnestatravessiaconsideramolocalinseguro;comaltofluxo
de pedestres e moradores de rua. A sugestão para melhoria é o alargamento das
calçadas, seguida por policiamento, diminuição do leito carroçável da Rua Taguá
para o fluxo de veículos deixando somente uma via de mão única e fiscalização.

46
RUA SÃO JOAQUIM
PERMANÊNCIA
Pedestres
FLUXOS
Pedestres
Veículos de carga
Motocicletas
5
10 pessoas

47
Os gráficos a seguir mostram a diferença entre o fluxo de pedestres
e veículos, e permanência de pessoas no trecho de intersecção B da Rua São
Joaquim X Rua Taguá que foram contabilizados na contagem dos dois dias (sexta
e sábado).
GRÁFICO FLUXO DE PEDESTRES E VEÍCULOS - SEXTA-FEIRA
GRÁFICO FLUXO DE PEDESTRES E VEÍCULOS - SÁBADO

48
4. A PROPOSTA
O projeto resultante do diagnóstico prioriza a mobilidade não motorizada.
O aumento da largura da calçada (5 metros) cria espaços onde as pessoas possam
permanecer e abre espaço para a implantação de mobiliários urbanos (bancos,
lixeiras, postes) que não obstruem a passagem de outros. Os postes terão o
aterramento dos fios, diminuindo a poluição visual, assim como a restauração dos
edifícios tombados da rua. A inserção de arborização também foi uma demanda
dos entrevistados, pois a rua não possui quase nenhuma cobertura vegetal.
A diminuição da via destinada a circulação de veículos foi alterada para
“mão única” indo do sentido da Rua Fagundes para Rua São Joaquim, levando o
motorista a prestar mais atenção. Além disso também foram projetadas faixas de
travessia elevadas que levam a redução da velocidade. O levantamento do uso
do solo da região apontou que há um grande número de estacionamentos com
preços equivalentes a zona azul, mostrando que não há necessidade de vagas na
rua. Baias de embarque e desembarque foram feitas próximas as instituições de
educação e igreja.
Aequipeentendequeavendadebebidasalcoólicasemhorárioscomerciais
deveria ser estabelecida ou ainda, que o PROJETO DE LEI 135/2011 (“...proibida a
venda de bebidas alcoólicas em um raio de 500 (quinhentos) metros de qualquer
estabelecimentodeensinodenívelfundamentalemédiodaredepúblicaeprivada
do Município de São Paulo...”) seja implantado em um acordo entre todos os
estabelecimentos de ensino, atléticas, diretórios academicos e estabelecimentos
comerciais informais fosse cumprido para o bem-estar de todos os usuários e
moradores da região.
Os cortes a seguir mostram a diferença entre a medida das calçadas e rua
do existente (imagens páginas 36 e 40), onde as calçadas variam de 1,50 a 2,50
metros, de com a medida da proposta de projeto, que possuem até 5,40 metros
de passeio.

49

50
Planta - Parte 01 - Rua Fagundes X Rua Taguá
RUA TAGUÁ
RUAFAGUNDES

51
Planta - Parte 02 - Rua Taguá X Rua São Joaquim
RUA TAGUÁ
RUASÃOJOAQUIM

52

53
REFERÊNCIA
CIDADE ATIVA. Disponível em: < http://www.cidadeativa.org.br/ > Acesso em: 10
set 2016.
ISSUU: Concurso Áreas 40 – Diágnostico Brás, Lapa e Santana. Disponível em:
<https://issuu.com/cidadeativa/docs/160324_ca_concursozonas40_relat__ri>
Acesso em: 24 set 2016.

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