Ähnlich wie Vida, morte e pós-morte do Geocities: memória em degeneração/regeneração e nostalgia como crítica no projeto One terabyte of Kilobyte Age (20)
A Congregação de Jesus e Maria, conhecida também como os Eudistas, foi fundad...
Vida, morte e pós-morte do Geocities: memória em degeneração/regeneração e nostalgia como crítica no projeto One terabyte of Kilobyte Age
1. Vida, morte e pós-morte do GeoCities: memória em
degeneração/regeneração e nostalgia como crítica
no Projeto One Terabyte of Kilobyte Age.
• Gustavo Daudt Fischer
• UNISINOS / PPGCC
• Intercom 2016/GP Cibercultura
7. Construtos de memória (conceito beta)
• modelagens imageticamente arranjadas de coleções de dados
referentes a diferentes produtos midiáticos, até mesmo aqueles
originários da própria web.
8. • GeoCities – da web dos colonizadores à expulsão da terra
prometida.
• Morte e pós-morte: One Terabyte of Kilobyte Age
• Memória em estado de degeneração/regeneração na web.
• Nostalgia como crítica nos construtos de memória.
14. "Você pode navegar na Internet através de utilitários de acesso ou
serviços on-line, mas você vai viver em GeoCities de BHI", disse
ele. Ali, na rua ou na cidade de sua escolha, você vai morar em
uma casa que reflete o contexto de sua vida, tornar-se parte da
estrutura da comunidade e estabelecer a sua própria cultura da net.
Nosso objetivo ao fazer uma ponte entre o ciberespaço e a
realidade é atrair usuários da net que querem colonizar a web -
criar raízes em uma GeoCity que se sinta confortável e
familiarizado para chamar em casa, onde eles podem expressar-se,
criar seu próprio conteúdo, construir seus próprios bairros”
(BUSINESS WIRE, 1995, online).
16. Em 1999, o site Geocities.com era
considerado a 3ª página web mais acessada,
ficando apenas atrás da AOL (American
Online) e do Yahoo! em acessos[1].
• Fonte
http://web.archive.org/web/20090426073628/http://www.vnunet.
com/vnunet/news/2241092/yahoo-closing-geocities (acesso em
julho/2016)
24. • a iniciativa de preservação/salvamento
que nos interessa mais neste estudo teve
início através de um grupo de voluntários
chamado Archive Team que se define
como um “coletivo de arquivistas,
programadores, escritores e falastrões
dedicados a salvar nossa herança digital”.
O próprio Archive Team chegou a
construir a sua proposta memorialística
para disponibilizar os arquivos do
GeoCities, hoje apenas recuperável,
ironicamente, via Wayback Machine.
26. One terabyte of
Kilobyte Age
Olia Lialina e Dragan Espenschied
No 26 de outubro de 2009 GeoCities
deixou de existir. Em entre o anúncio e
a data oficial da morte, um grupo de
pessoas que se autodenominam Archive
Team conseguiu resgatar quase um
terabyte [TB] de páginas GeoCities. No
dia 26 de outubro de 2010, o primeiro
aniversário deste Holocausto Digital, o
Archive Team começou a alimentar o
geocities.archiveteam.torrent. No dia 1º
de novembro de 2010, Olia e Dragan
compraram um disco de 2 TB e
começaram a baixar o maior torrent de
todos os tempos (LIALINA e
ESPENSCHIED, 2011, online) .
http://blog.geocities.institute/about (acesso julho/2016)
27. OTFKA: quatro ocorrências
• Blog
• Tumblr
• Instalação em vídeo (online)
• Instalação em vídeo (exposição galeria fotográfica)
31. • Olia Lialina e Dragan Espenschied estão apresentando um fluxo
ininterrupto de captura de vídeo desta cidade perdida e suas ruínas
de arquivamento, documentando a cultura visual da web e a
criatividade de seus usuários. O projeto oferece uma breve visão
sobre publicação na web quando design e narrativa estavam a cargo
dos usuários em contraste com os modelos automatizados de
Facebook, YouTube e Flickr. (ESPENSCHIED, S/D, online.)
• http://1x-upon.com/1tb/ (acesso julho/2016)
33. Memória em estado de
degeneração/regeneração na web.
• tecnocultura de imagens que operam por convergência e dispersão
(Kilpp, 2012),
• “mídias digitais são degenerativas, esquecíveis, apagáveis” (Chun,
2008, p. 160).
• conforme Chun (2008), ao mesmo tempo em que sempre pode
“constantemente transmitir e regenerar textos e imagens” a “idade
de um dispositivo de memória computacional raramente acompanha
a memória que ele guarda” (p.160).
34. • Com isso, o projeto de Olia e Dragan não caminha na direção de uma
reconstituição idealizada das comunidades do Geocities ou uma
catalogação que permita buscas como se estivéssemos em uma
biblioteca de obras (páginas) raras. Na pluralidade das soluções
produzidas (blog, Tumblr, vídeo, instalações) emergem e se reafirmam
a transitoriedade da qual o próprio GeoCities padeceu, visibilizam-se os
links quebrados, as imagens não carregadas e, acima de tudo, não se
navega outra vez diretamente nas páginas dos usuários GeoCities, pelo
contrário, audiovisualizando telas, produzindo coleções inusitadas
como Memoirs, One Terabyte simultaneamente recoloca um passado
datado em curto-circuito com plataformas contemporâneas,
experimentando um processo de recordação ativo, uma outra forma de
refletir sobre a nostalgia aí presente.
• http://art.teleportacia.org/exhibition/AGM/#memoirs (acesso
julho/2016)
35. Nostalgia como crítica nos construtos de memória.
• “tristeza causada pela saudade de sua terra ou de sua pátria;
melancolia” (verbete)
• Devir nostálgico enquanto possibilidade crítica
36. • Na tentativa de perceber o que está faltando em um presente
modificado, a nostalgia por um tempo perdido claramente envolve
desejar o que agora não é alcançável, simplesmente por causa da
irreversibilidade do tempo; mas condenar nostalgia somente a essa
posição deixa a descoberto não apenas sentimentos mais gerais de
arrependimento sobre o que tempo trouxe, mas também mais questões
gerais para como o passado pode se engajar ativamente com o presente
e o futuro. (PICKERING e KEIGHTLEY, 2006, p.920)
38. • De acordo com Pickering e
Keightley (2006), devemos
apreender pelas
representações midiáticas
sobre o passado, um
entendimento mais complexo
entre “os vestígios do tempo e
as reconstruções históricas,
incluindo as possibilidades de
ironia e jogo ao repensar a
história e nossas diversas
relações com ela. ” (Pickering e
Keightley, 2006, p. 924).
39. O Arquivo do Geocities
nos proporciona a
experiência de
envelhecer. Entrar em
contato com as páginas
envelhecidas é uma
lição importante que
desafia a impressão de
que na rede, tudo
sempre acontece no
presente. (LIALINA,
2012, online)
40. Considerações finais
• Agir arqueológico (no texto/pesquisa e pelos propositores dos
construtos de memória como em One Terabyte)
• Degeneração/regeneração é ao mesmo tempo característica formal e
ambiência da vida/morte/pós-morte do Geocities.
• Assumir a dialética da DEG/REG através de jogo/ironia como modos
de produzir imagens, recolocando a nostalgia como operação crítica.