Slide do Curso Psicologia Cognitiva da Ansiedade. Autor: Psicólogo Felipe de Souza, site www.psicologiamsn.com - Aula sobre TEPT, Transtorno do Estresse Pós-Traumático
2. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Exemplo de Edward: militar canadense, formado em filosofia, enviado para a
Ex-Iugoslávia em 1992 e Ruanda (massacre de 800.000 pessoas) em 1994.
Diagnosticado com Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
O TEPT foi incluído pela primeira vez no DSM-III (1980) e é o único transtorno
de ansiedade a incluir uma variável etiológica (exposição a um evento
traumático), seja ele:
1) Morte ou ferimento sério real ou ameaçador a si mesmo ou ameaça à
integridade física de terceiros;
2) Testemunhar morte, ferimento sério ou ameaça à integridade física de outra
pessoa;
3) Ter conhecimento sobre morte inesperada, dano sério ou ameaça de morte
ou ferimento a um familiar ou amigo íntimo.
3. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
No DSM-IV temos os Critérios diagnósticos para TEPT:
Critério A (Evento Traumático):
A. Exposição a um evento traumático no qual os seguintes quesitos estiveram
presentes:
(1) a pessoa vivenciou, testemunhou ou foi confrontada com um ou mais
eventos que envolveram morte ou grave ferimento, reais ou ameaçados, ou uma
ameaça à integridade física, própria ou de outros;
(2) a resposta da pessoa envolveu intenso medo, impotência ou horror.
4. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Critério B (sintomas de revivescência):
B. O evento traumático é persistentemente revivido em uma (ou mais) das
seguintes maneiras:
(1) recordações aflitivas, recorrentes e intrusivas do evento, incluindo imagens,
pensamentos ou percepções.
(2) sonhos aflitivos e recorrentes com o evento.
(3) agir ou sentir como se o evento traumático estivesse ocorrendo novamente
(inclui um sentimento de revivência da experiência, ilusões, alucinações e
episódios de flashbacks dissociativos, inclusive aqueles que ocorrem ao
despertar ou quando intoxicado).
(4) sofrimento psicológico intenso quando da exposição a indícios internos ou
externos que simbolizam ou lembram algum aspecto do evento traumático;
(5) reatividade fisiológica na exposição a indícios internos ou externos que
simbolizam ou lembram algum aspecto do evento
5. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Critério C (sintomas de evitação e entorpecimento):
Esquiva persistente de estímulos associados com o trauma e entorpecimento da
responsividade geral (não presente antes do trauma), indicados por três (ou
mais) dos seguintes quesitos:
(1) esforços no sentido de evitar pensamentos, sentimentos ou conversas
associadas com o trauma;
(2) esforços no sentido de evitar atividades, locais ou pessoas que ativem
recordações do trauma;
(3) incapacidade de recordar algum aspecto importante do trauma;
(4) redução acentuada do interesse ou da participação em atividades
significativas;
(5) sensação de distanciamento ou afastamento em relação a outras pessoas;
(6) faixa de afeto restrita (por ex., incapacidade de ter sentimentos de carinho);
(7) sentimento de um futuro abreviado (por ex., não espera ter uma carreira
profissional, casamento, filhos ou um período normal de vida).
6. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Critério D (sintomas de excitabilidade fisiológica aumentada)
D. Sintomas persistentes de excitabilidade aumentada (não presentes antes do
trauma), indicados por dois (ou mais) dos seguintes quesitos:
(1) dificuldade em conciliar ou manter o sono
(2) irritabilidade ou surtos de raiva
(3) dificuldade em concentrar-se
(4) hipervigilância
(5) resposta de sobressalto exagerada.
7. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Critério E (duração)
A duração da perturbação (critérios B, C e D) é superior a 1 mês
Critério F (sofrimento ou prejuízo funcional)
Critério G: a perturbação tem duração mínima de 2 dias e máxima de 4 semanas
e ocorre dentro de 4 semanas após o evento traumático.
Critério H (exclusão)
A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância, ou de uma
condição médica geral, não é mais bem explicada por um Transtorno Psicótico
Breve, nem representa uma mera exacerbação de um Transtorno preexistente
do Eixo I ou II.
8. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Prevalência:
Vivência de um evento traumático: Homens (60,7%) e Mulheres (51,2%)
Na população americana, de 7,8% (na vida).
A maioria dos adultos vivenciará pelo menos um estressor traumático do
Critério A, com a prevalência mais alta em homens do que em mulheres.
Embora a maioria dos indivíduos vivencie sintomas de TEPT como um resposta
imediata ao trauma, apenas uma pequena fração subsequentemente
desenvolverá o TEPT.
Vulnerabilidade: a) ser mulher; b) condição socieconomica baixa, c) histórico
psiquiátrico positivo, d) história relatada de abuso, outras experiências
traumáticas ou adversidade na infância, e) história psiquiátrica familiar.
9. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Curso:
Embora o TEPT seja uma reação temporária à exposição do trauma que
desaparece em dois terços dos indivíduos em 3 a 6 meses, aproximadamente um
terço de indivíduos expostos ao trauma desenvolverá uma forma crônica do
transtorno que pode persistir por muitos anos.
Comorbidade:
Depressão maior, transtorno de abuso de substâncias, TAG, fobia específica ou
fobia social concomitante.
10. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Modelo Cognitivo
Hipótese 1
No TEPT a codificação de informação do trauma é caracterizada por um modo
de processamento orientado a dados que resulta em processamento aumentado
de aspectos de ameaça e perigo do trauma.
11. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Modelo Cognitivo
Hipótese 2
Crenças negativas sobre ser vulnerável, um mundo perigoso, os efeitos
ameaçadores do trauma e as consequências adversas dos sintomas do TEPT são
mais características de indivíduos com TEPT duradouro do que de vítimas
traumatizadas sem TEPT duradouro.
12. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Modelo Cognitivo
Hipótese 3
Indivíduos com TEPT exibirão um viés atencional automático para informação
representando uma ameaça à segurança pessoal.
13. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Modelo Cognitivo
Hipótese 4
O TETP é caracterizado por uma lembrança seletiva e distorcida de informação
de ameaça e perigo relacionada ao trauma.
14. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Modelo Cognitivo
Hipótese 5
Indivíduos com TEPT duradouro tem maior probabilidade de interpretar
erroneamente seus pensamentos e imagens intrusivos relacionados ao trauma
de uma maneira negativa e ameaçadora do que indivíduos sem TEPT
duradouro.
15. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Modelo Cognitivo
Hipótese 6
Estratégias cognitivas maladaptativas como supressão de pensamento,
ruminação e dissociação serão significativamente mais prevalentes naqueles
com TEPT duradouro comparados com suas contrapartes sem TEPT.
16. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Modelo Cognitivo
Hipótese 7
Esquiva de sinais relacionados ao trauma e busca de segurança serão mais
frequentes no TEPT duradouro comparado a estados sem TEPT.
17. Transtorno de Estresse Pós-Traumático
Terapia Cognitiva
Uma formulação cognitiva de caso para TEPT deve especificar:
1) Como as crenças do indivíduo sobre si mesmo, o mundo, e os outros foram
modificados pelo trauma;
2) Como o trauma é lembrado;
3) As avaliações e crenças disfuncionais sobre o trauma e suas consequências;
4) As interpretações negativas de pensamentos, imagens e recordações
intrusivos relacionados ao trauma;
5) As estratégias de enfrentamento maladaptativas usadas para suprimir
sintomas intrusivos e minimizar a ansiedade.