O documento discute o conceito de arte, sua definição e função ao longo da história. Primeiro, explora como a arte tem sido definida em diferentes períodos e culturas, desde a antiguidade até a era moderna. Em seguida, descreve os principais fatores que influenciam uma obra de arte, como a personalidade do artista, as ideias da época e habilidades técnicas. Por fim, discute as principais teorias sobre a arte e como sua função evoluiu, incluindo representação, significado religioso/político e criação.
6. INTRODUÇÃO À LINGUAGEM ARTÍSTICA:
O QUE É A ARTE ?
•O QUE É A ARTE ?
•Quando é que um objeto é obra de
arte ou quando não é ?
•Qual é o seu valor ?
•Para que serve ?
•A que dão importância numa obra
de arte os historiadores ?
Algumas PERGUNTAS
prévias
7. COMO OBSERVAMOS A
OBRA DE ARTE ?
AS
SENSAÇÕES
do espectador
CONTEMPLAÇÃO REFLEXÃ
O
É necessário um processo de formação :
•SABER OLHAR A OBRA DE ARTE,
•APRENDER A OLHAR PARA A OBRA DE
ARTE
UMA VISITAUMA VISITA
AO MUSEUAO MUSEU
8. O QUE É A ARTE ?
Redige uma breve explicação na qual defina o que
você entende por Arte
E AINDA:
• A Arte tem ou terá alguma função ? Qual ?
• É preciso ter algum tipo de conhecimento para entender e apreciar
uma obra de arte ? Porquê ?
• Já visitou alguma exposição artística ou museu ? O que gostou mais?
O que gostaste menos ?
• Acredita que o valor de uma obra de arte e o seu “preço” são a mesma
coisa ? Porquê ?
• Que fatores ou circunstâncias influenciam o trabalho dos artistas ?
Enumera-as.
9. Primeiras
Conclusões
O que é a arte ?
A função da arte
A linguagem artística
O contexto da
obra de arte
O valor da
obra de arte
“Não existe Arte. Há
somente artistas”
(E. Gombrich)
“Arte é tudo o que o
homem chama Arte”
(Dino de Formaggio)
10. A palavra arte tem origem no termo latino Ars.
Na Antiguidade considerou-se a arte como a
perícia e habilidade na produção humana de
algo.
É só a partir de finais do século XV, durante o
Renascimento Italiano, quando, pela primeira
vez, se faz a distinção entre o artesão e o
artista (artesanato e belas artes) e, por isso
mesmo, entre o artesão, produtor de obras
múltiplices, e o artista, produtor de obras
únicas.
É também neste período quando se cria uma
linguagem articulada para referir-se ao exterior
e não à representação formal. Ficando assim
classificadas as artes liberais (as atuais belas
artes) em três ofícios: escultores, pintores e
arquitetos.
11. É nos finais do século XVIII e, sobretudo, em
meados do XIX (primeira industrialização)
quando se dá uma verdadeira oposição
entre o produto artístico (trabalho global com
carácter exclusivo) e o industrial (trabalho
parcelar e produzido em série).
Neste período deu-se um notável incremento
das coleções privadas, criaram-se as
primeiras academias de arte (sem acesso
para as mulheres até princípios do séc. XX)
e os primeiros museus.
Surgiu a idéia de patrimônio com a criação
dos primeiros museus (nascidos, em muitos
casos, das coleções reais) e os
'especialistas' como críticos, galeristas e
colecionadores.
12. A GRÉCIA CLÁSSICA (séc. V a.C.): a busca
do
ideal de “Beleza e a fixação do “Cânone
clássico”.
(reivindicação do conceito de CLASSICISMO
ao
longo da História : Renascimento (séc. XV-
XVI),
Neoclasicismo (séc. XVIII).
O CONCEITO DE ARTE:
As respostas ao longo da História
A IDADE MÉDIA (Ocidente, séc. VII-XIV) :
A mentalidade religiosa condiciona o valor
das expressões artísticas nesta época
e em diferentes culturas (Cristandade, Islão,
etc.).
A arte é uma forma de Honrar Deus.
Na ÉPOCA CONTEMPORÂNEA (a partir do séc.
XIX) :
• Deslocação definitiva das tradicionais
concepções da arte.
• Multiplicidade de movimentos e estilos
artísticos.
• Triunfo do subjetivismo e do individualismo.
A necessidade
da arte e o
PAPEL DO
HISTORIADOR
13. A CONSIDERAÇÃO SOCIAL DO ARTISTA
(evolução ao longo da História)
O trabalho artístico era considerado, tanto na
Antiguidade como na Idade Média, como
uma ATIVIDADE ARTESANAL, os seus autores
careciam de relevância social.
Reconhecimento do
caráter intelectual
da atividade artística.
Consolidação da figura
do “Artista”.
Renascimento
Barroco
(séc. XV-
XVIII)
Apolo,
Anónimo
14. COMO APRENDER A OLHAR UMA
OBRA DE ARTE
PROCESS
O
• Interpretar a linguagem artística:
saber ler a obra de arte.
• Conhecer a morfologia com a qual
construimos a linguagem artística
(arquitetura, escultura, pintura,
fotografia, etc.)
• Valorização do contexto histórico
no qual se desenvolve a obra de arte.
Um espectador formado
converte-se num receptor
consciente da obra de arte
EXERCITAR O OLHAR - FORMAR O OLHAR
15. TEORIA E FUNÇÃO
DA ARTE
1. A ARTE E A
CRIAÇÃO ARTÍSTICA
2. NATUREZA DA
OBRA DE ARTE
3. A OBRA E O
ESTILO ARTÍSTICO
4. CLASSIFICAÇÃO DAS
OBRAS DE ARTE
5. A FUNÇÃO DA
OBRA DE ARTE
16. 1. A ARTE E A CRIAÇÃO ARTÍSTICA
A criação artística é inerente
ao ser humano, desde a
infância e desde as primeiras
culturas do Homo Sapiens, a
arte e o homem são
inseparáveis.
17. A obra de arte é, antes de
mais, comunicação; é um
código a mais dos que
foram criados pelo Homem
para expressar e transmitir
idéias e sentimentos, por
isso a criação artística é
uma linguagem, a
linguagem artística.
Através da arte o homem imita
ou expressa o material ou o
imaterial, o artista expressa
imagens da realidade física
ou humana ou
simplesmente sentimentos,
sonhos ou esperanças.
Definitivamente, cria
copiando, evocando ou
inventando.
18. O autor,
independentemente
da época e do
modo de
expressão, é,
sobretudo, um
criador, umas vezes
respondendo a
critérios ou normas
da sua civilização e
outras expressando
as suas idéias e
sentimentos com
maior liberdade.
19. ARTE E BELEZA
Deve-se mencionar
que a criação
artística não tem
necessariamente
implícita a idéia de
beleza, já que às
vezes se expressa
com formas feias e
até grotescas.
Goya,
Saturno devorando os seus
filhos
20. 2. NATUREZA DA OBRA DE ARTE
A obra artística é o
resultado de uma
série de fatores que
influenciam o criador
e a obra de arte em
si, já que nela
incidem e se
concentram uma
série de
componentes
individuais (a
personalidade do
artista), intelectuais
(as idéias da época),
sociais (a clientela e
os gostos da
sociedade do
momento) e
técnicos.
Catedral gótica
de León - Espanha
Turning Torso, de
Santiago Calatrava
21. 2.1. A personalidade do artista
A obra de arte é o reflexo de
uma personalidade criadora
(“não existe a arte, só
artistas”, assinala E.
Gombrich), pelo qual
podemos até chegar a
apreciar as características
psicológicas do artista
através da sua obra (“Auto-
retrato” de Van Gogh; “Auto-
retrato” de P. Picasso). Mas
como não atua o criador
sem mais referências que o
seu própio eu, é inevitável
que o mundo exterior da
realidade visível incida sobre
os seus sentidos e influencie
nas suas criações.
22. 2.2 As idéias e os gostos da época
Sobre a personalidade do
artista sobrepõe-se o mundo
de pensamentos e
sentimentos da época na qual
o artista trabalha, o que
influencia as suas criações
consciente ou
inconscientemente. Podem
influir circunstâncias
excepcionais da biografia de
um artista (“Os fusilamentos
do 3 de Maio”, de Goya); os
acontecimentos históricos que
que ele vivencia (“A Liberdade
guiando o povo”, de
Delacroix); ou a obra dos
contemporâneos, outro fator
que influencia na produção de
cada um dos outros artistas.
23. Portanto, as
obras de arte não
são simplesmente
a expressão de
um artista
individual,
traduzem além
disso os múltiplos
aspectos de uma
época, de uma
sociedade, ainda
que a última
palavra a tenha o
gênio individual
(“A romaria de
San Isidro”, de
Goya). A arte é o
reflexo da
sociedade do
momento em que
se cria.
24. 2.3. Os conhecimentos
técnicos
Na medida em que a
atividade artística
exige destreza manual,
as possibilidades e
características do
material sobre o qual
se trabalha e os
conhecimentos
técnicos que se
tenham, em geral e
sobre materiais
concretos e sobre as
suas possibilidades de
trabalho, influenciam
inevitavelmente na
obra final.
25. A história da arte não
é acumulativa, um
estilo não supõe um
progresso sobre o
anterior, nem a arte de
um século implica
superioridade sobre o
dos precedentes, mas
é sim no sentido
técnico, porque os
meios de trabalho se
vão descobrindo e
aperfeiçoando
sucessivamente
(Cromeleque de
Stonehenge; e
Catedral de Toledo).
26. 3. A OBRA ARTÍSTICA E O ESTILO
Denominamos "estilo
artístico" à forma de se
manifestar um artista ou
uma coletividade
mediante características
comuns que se repetem
durante uma determinada
época. Em arte trata-se de
um conceito fundamental,
sem ele careceríamos dos
elementos que distinguem
todas as criações de uma
mesma época e do
sentido da evolução das
formas.
27. Relativamente ao
processo de evolução
dos estilos e mais
concretamente referindo-
nos ao seu
desaparecimento e
substituição por outros
novos, alguns teóricos
baseiam as suas
explicações na aparição
de inovações técnicas,
mas esta é só uma das
explicações possíveis ou
aplicável unicamente a
momentos concretos,
porque também as
mudanças de estilo
podem dever-se a
mudanças sociais,
ideológicas, religiosas,
políticas, etc.
Vejamos algumas obras sobre um único tema ao longo da História
28.
29. 4. CLASSIFICAÇÃO DAS OBRAS DE
ARTE.
A classificação que
devemos estabelecer,
ficando nela incluídas
todas as suas
manifestações, é a que
divide as obras de arte
em Artes Plásticas
(arquitetura, pintura e
escultura), Artes
Decorativas
(subordinadas à
arquitetura, como os
mosaicos, vitrais,
etc., os esmaltes, a
cerâmica ...) e, por
último, as Artes Não
Plásticas (literatura,
música, dança,
fotografia, cinema,
etc.).
30. 5. A FUNÇÃO DA ARTE
Desde sempre a função
principal da arte
(sobretudo da pintura e da
escultura) tem sido a
imitação ou representação
da realidade (“As
Meninas”, de Velázquez),
mas hoje é evidente que a
fotografia e o cinema
cumprem com maior
exatidão esta
possibilidade.
31. Na época contemporânea os artistas têm que buscar outras
saídas, convertendo-se a arte numa arte-criação (“As
demoiselles de Avignon” de Picasso; e “Composição” de
Mondrian), de alto conteúdo conceitual e subjetivo.
32. 5.1. A função da escultura e da pintura.
A função tanto da escultura
como da pintura tem evoluído ao
longo da História. Nas suas
primeiras manifestações
(“Bisonte” da gruta de Altamira; e
“Vénus” de Willendorf) as
funções estavam definidas pelo
seu carácter mágico e religioso
(função religiosa). Este carácter
mágico-religioso tem estado
associado à arte até aos inícios
da Modernidade, já que as
instituições religiosas tiveram um
papel determinante na criação
artística ao longo da História.
Tem sido, para além disso, um
elemento comúm a todas as
civilizações.
33. Posteriormente,
quando as
instituições políticas
e religiosas
começaram a
realizar grandes
edifícios (Estátuas
do templo de
Ramsés II em Abu-
Simbel), a escultura
e a pintura serviram
para mostrar o
poder e a riqueza
dos seus
constructores
(função política).
34. Noutras ocasiões (Arco
de Constantino)
destaca-se uma clara
função comemorativa,
convertendo-se as
obras de arte em
importantes
instrumentos
"educativos" (função
comemorativa e
educativa ou
propagandística).
Em todos estes casos
são também elementos
de representação de
ideais estéticos (função
estética).
35. 5.2. A função da arquitetura
Tem um fim
eminentemente
utilitário, tem que se
atender
prioritariamente aos
aspectos técnicos,
embora também
sejam importantes os
aspectos estéticos, o
que permitiu que a
história dos estilos
arquitetônicos seja tão
rica e variada (o
Parténon; Museu
Guggenheim de
Bilbao, de Frank O.
Gehry).
36. ALGUMAS TEORIAS
SOBRE A ARTE
A ARTE COMO
FORMA
A ARTE COMO
EXPRESSÃO
A ARTE COMO
SÍMBOLO
A ARTE COMO AGENTE
PARA MUDAR A SOCIEDADE
A ARTE COMO
EDUCAÇÃO MORAL
37. Teorias sobre a arte
As principais teorias sobre a
arte:
Formalismo:
A arte consiste na
combinação de cores,
linhas e planos, etc.
Estas obras geralmente
não cumprem um fim. É a
chamada arte pela arte. A
obra é o fim em si
mesma.
38. Expressionismo:
A arte representa nas
suas obras as
emoções e
sentimentos do autor.
O artista representa
uma experiência
emocional servindo-
se das diferentes
formas de expressão
artísticas.
39. Simbolismo:
Teoria que se centra na
significação da obra. Os
signos estéticos
caracterizam-se por não
ser referenciais, quer
dizer, não há uma relação
objetiva entre o signo e o
objeto representado.
Outra característica é a de
que são ícones, quer
dizer, estabelecem
semelhanças entre as
propriedades do objecto e
a imagem que o
representa. Expressam
valores que contêm o
signo em si mesmo.
40. ARTE PARA MUDAR A SOCIEDADE
• A arte dá-se sempre num
contexto histórico e social
determinado. Algumas
teorias indagam sobre o
propósito do artista nesse
contexto.
• Consideram a arte (ou ao
artista, mais propriamente)
como uma força social: o
artista tem uma grande
responsabilidade social, e
terá que estar
"comprometido" com o seu
tempo. Esta teoria foi
defendida pelos socialistas
franceses do século XIX e
rapidamente se estendeu a
outros países.
41. A ARTE COMO EDUCAÇÃO MORAL
• A concepção moralista
baseia-se na ideia de que a
arte há-de estar ao serviço
da moralidade, e chega-se a
considerar inclusive que
deve ser recusada toda a
arte que não prometa
valores morais que se
considerem aceitáveis. O
moralismo na arte remonta a
Platão (século IV a.C.), para
quem as três idéias
fundamentais as quais deve
aspirar o ser humano são a
de Beleza, Bondade e
Justiça, havendo entre elas
uma íntima relação.
“A morte de Sócrates”, de J.L. David
42. Na atualidade continua viva a
polêmica sobre os efeitos
morais da arte e sobre a
legitimidade ou não de
censurar a arte por critérios
morais e não estéticos