3. A língua portuguesa é
um
instrumento
de
comunicação
usado
por uma comunidade
de
falantes.
Precisamente porque
os falantes vivem em,
necessitam
de
comunicar uns com os
outros
pelos
mais
diferentes motivos e nos
mais diversos lugares
da vida social: na
escola, em casa, no
cinema, na rua, no
estádio de futebol…
As
trocas
de
“palavras” - série de
enunciados
–
constituem o discurso,
que se relaciona com
a
situação
de
comunicação.
Qualquer situação de
comunicação
é
composta pelo emissor
(quem fala), recetor (a
quem se fala), lugar
(onde se fala)e tempo
(quando se fala)
4.
5. Cooperação
Cortesia
Para que a comunicação seja bem
sucedida, os interlocutores falam do
assunto de que se está a falar, dão
informaçãoes adequadas e verdadeiras,
procuram ser claros e ordenar o seu
discurso, para que os outros entendam.
Adequação da forma como se fala à
relação que se tem com o interlocutor,
ao local onde se está e à situação de
comunicação em geral consiste no
princípio de cortesia que orienta a troca
de enunciados entre emissor e recetor.
6. É muito importante
saber manter uma
conversa com outra
pessoa. Para isso, é
preciso
cumprir
certas regras:
Só se deve dizer a
verdade;
Os assuntos têm de
ser
apresentados
de forma clara e
sem desvios nem
demasiados
pormenores.
Quando falamos com alguém,
temos de seguir o princípio de
cortesia, ou seja, devemos:
esforçar-nos por não
interromper o nosso
interlocutor;
Estar atentos ao que ele
diz;
Evitar o silêncio;
Ter o cuidado de nunca o
insultar nem o acusar;
Saber falar de forma suave e
educada, sem exigências
com um tom de voz baixo.
7. Na farmácia:
estacionamento:
No parque de
Farmacêutico: Boa tarde, diga, se faz favor!
Utente: Boa tarde. Estou com imensas dores
de cabeça! Será que posso levar aspirina?
Farmacêutico: Com certeza. Mas não se
esqueça de ler o folheto para tomar o
medicamento de forma correta.
Homem idoso: Podia ajudar-me? Estou com
alguma dificuldade em tirar o carro deste
lugar tão estreito.
Rapaz jovem: Com certeza, não me custa
nada! Mas o senhor está a sentir-se bem?
Homem idoso: Estou, mas receio de bater.
Muito obrigado.
8. Exemplo:
- Bom dia,
senhora
professora! Pode
tirar-me uma
dúvida?
- Com certeza,
Joana, diz lá!
Principais formas
de tratamento:
maior intimidade: tu
menor intimidade:
você
maior deferência: o
senhor, a senhora
Numa
das
situações
de
comunicação
que
te
é
apresentada, reparaste, com
certeza, na forma de tratamento
utilizada pelo rapaz ao dirigir-se
ao homem idoso que lhe pede
ajuda. De forma delicada, ele
trata-o por “senhor”.
A forma de tratamento depende
da maior ou menor intimidade e
do maior ou menor deferência
que existe entre duas pessoas
numa situação de comunicação.
9. Fazer pedidos, dar ordens, fazer promessas, fazer
ameaças, fazer declarações de amor… são
situações que se realizam através do uso da língua.
Para conseguirmos o que queremos também
adequamos o nosso discurso a cada situação.
Quando não o fazemos, falhamos e podemos não
conseguir o que queríamos.
Na interação comunicativa há papéis diferentes aos
quais ajustamos o nosso discurso, não só na escolha
das palavras, na forma de tratamento, na entoação
que usamos, mas também no tipo de ações que
podemos fazer.
10. 1.
2.
Feche a janela.
Pode fechar a
janela?
O falante tem a mesmo
intencionalidade,
mas
de
acordo
com
a
situação concreta de
comunicação escolherá
entre dar uma ordem ou
fazer um pedido.
Em
ambos
os
exemplos, o que se
pretende do recetor é
idêntico: que feche a
janela. No entanto, o
enunciado 1 pode ser
interpretado
como
uma ordem e o
enunciado 2 como um
pedido.
11.
12. “[…] O médico
viu-o, examinou-o
com
todo
o
cuidado e, no
fim, perante a
ansiedade
de
Marcela, disse:
- Vá aviar esta
receita
à
farmácia e dê-lhe
os remédios tal
qual eu vou dizer.
E torne cá para a
semana.”
Papiniano Carlos, Era
uma vez…, Campo das
Letras
Quem diz – um médico
A quem se destina – a uma utente a
Marcela, mãe de um menino que
está doente
A intencionalidade – dar ordens
O tema ou assunto – consulta médica
O registo utilizado – formal
Em A :
A situação é formal;
A relação entre o falante e o seu
interlocutor é distante;
A linguagem é formal, o que se nota
sobretudo
pelo
tempo
verbal
utilizado na 3ª pessoa (Vá, dê, torne)
e pelo recurso a expressões que o
médico utiliza como “aviar uma
receita”.
13. O Pedro pediu ao
irmão:
- Por favor, passa
na
farmácia
onde a gente
costuma
ir
e
compra-me
aspirina.
Estou
com umas dores
de cabeça que
nem
imaginas!
Toma lá a massa.
Quem diz – o Pedro
A quem se destina – ao irmão
A intencionalidade – fazer um
pedido
O tema ou assunto – compra de
medicamento
O registo utilizado – informal
Em B :
A situação é informal;
A relação entre o falante e o seu
interlocutor é próxima, pois eles
são irmãos;
A linguagem é informal: a
expressão “a gente” em vez de
“nós”; o verbo no imperativo
(passa,
compra,
toma);
o
emprego da palavra “massa” em
vez de dinheiro.
14. Exemplo 1
O facto da cantina da escola
estar encerrada perturba o
funcionamento
das
atividades
escolares,
comprometendo ainda o
bom rendimento dos alunos.
Exemplo 2
A cantina tem de estar
aberta. A malta tem de
comer. Não se vive de ar e
vento.
Sem
cantina,
os
catraios têm de ir ao cafés
que há por aí. Ficam com
fome, chegam atrasados às
aulas, armam um berreiro… E
depois nas aulas não estão
quietos e a ouvir com
atenção.
15. Registo formal
Registo informal
É utilizado quando os falantes têm uma
relação distante, que tem a ver com a
idade, o grau de instrução ou a relação
social, como é o caso do médico e do
doente;
É utilizado sempre que os falantes têm
uma relação mais íntima e de confiança.