SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 68
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Daniela Lompa Nunes
Miguel Casagrande
Roger Monteiro
Copyright © 2012 dos autores
Capa, projeto gráfico e ilustrações: Roger Monteiro
Revisão: Renato Deitos
Finalização: Ricardo Lilja
Impressão e acabamento:Plural Editora  Negócios Ltda.
CNPJ: 04.370.488/0001-08
Tiragem: 1.000 unidades
D448 Desconstruindo marcas / Daniela Lompa Nunes ... [et
al.]. - Porto Alegre : Entrementes Editorial, 2012.
ISBN 978-85-60084-03-6
1. Marca de produtos. 2. Publicidade. 3.
Branding (Marketing). 4. Desenho (Projetos). 5.
	 Marca registrada. I. Nunes, Daniela Lompa.
CDD 658.827
CDU 658.626
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Bibliotecário: Flávio Nunes - CRB 10/1298)
Entrementes Editorial
entrementeseditorial@uol.com.br
+55 +51 3737.6103
Um mergulho bem (ou mal) humorado no universo do branding.
TODO ATO DE CRIAÇÃO É,ANTES
DE TUDO, UM ATO DE DESTRUIÇÃO.
_Pablo Picasso
Essas conversas sobre marcas são as sobras
de guerra do trabalho diário, as reflexões que
ficam pelo caminho toda vez que precisamos
ajudar uma marca a acontecer. Mais do que
conversas, são pequenas provocações. Elas
podem lhe oferecer respostas e atalhos, mas,
se fizerem isso, provavelmente vão estar
enganando você. Elas são contraditórias. Se nós
mesmos somos, por que elas não seriam? Elas
são mal-educadas, inconvenientes e
inadequadas, e não se espera que sejam outra
coisa. Algumas vão fazer de tudo para que você
se desfaça de certezas, sem lhe dar
absolutamente nada em troca, além de mais
perguntas. Mas as regras são claras: elas podem
mudar a qualquer momento. Não acredite em
coisa alguma que você ler aqui. A menos que
faça sentido para você. Se é conversando que a
gente se entende, conversemos. Se vamos nos
entender ou não, já é outra história.
Este livro é um relato da convivência diária de
profissionais de design e comunicação que
trabalham com marcas criadas por pessoas há
muito tempo, ou marcas recém-criadas para
pessoas, ou mesmo marcas criadas por nossas
pessoas, mas todas elas com certeza de nada,
pois muito do sucesso que se vê por aí foi fruto
do acaso, da conjunção de fatores econômicos
e do velho e produtivo boca a boca.
Marcas são criadas todos os dias. Todas elas
vêm ao mundo com uma carga de expectativa e
de esperança, mas, infelizmente, expectativa e
esperança nunca foram garantia de sucesso.
Algumas crescerão fortes, saudáveis, serão o
orgulho dos seus pais, as queridinhas de suas
mães. Outras, coitadas, nascerão mortas, ou
quase isso. Existem muitas maneiras de se
construir uma marca. Algumas acadêmicas,
cartesianas. Algumas intuitivas. Outras, ainda,
completamente acidentais. Na maior parte das
vezes, entretanto, uma grande marca se
constrói a partir de diferentes doses de todos
esses elementos. O segredo está na medida.
O segredo está na medida das coisas, na
paciência, no investimento (sim, uma boa
marca não se faz sem dinheiro) e na
pertinência, essa palavrinha chata mas que
resume muito do que se quer dizer sobre
branding: se a sua marca se parece com um
bife, não adianta você pretender que ela venda
sapatos. Simples assim. Então, a primeira lição
é: pertinência, adequação à categoria e
desapego. Porque não adianta você se apegar
a um cavalo manco.
Será perda de energia e dinheiro.
UMA GRANDE
MARCA SE FAZ
MAIS COM
DÚVIDAS DOQUE
COM CERTEZAS.
_Marty Neumeier
MARCA NÃO É UM LOGOTIPO.
MARCA NÃO É UMA IDENTIDADE
VISUAL. MARCA NÃO É UM
PRODUTO. MARCA É UM
SENTIMENTO VISCERAL E
INDIVIDUAL SOBRE UM PRODUTO,
SERVIÇO OU ORGANIZAÇÃO.
UMA MARCA NÃO É O QUE A
EMPRESA DIZ QUE ELA É, É O QUE
OS OUTROS DIZEM QUE ELA É.
Existe muita confusão a respeito de imagem e
identidade de marca. A identidade é aquilo que a
marca quer ser e comunica através do seu
posicionamento. Já a imagem da marca é aquilo
que está na cabeça do público. E é em relação a isso
que nem sempre as marcas têm clareza e o correto
entendimento para cultivar um bom relacionamento.
A VERDADE DA
MARCA.
A VERDADE DA
MARCA.
A VERDADE DA
MARCA?
As mentiras que as marcas contam, as
mentiras que a mídia conta, as mentiras que o
produto afirma quando está a sós com o
consumidor. A frustração da compra, seja ela
real ou imaginária, detona com a próxima
compra daquela marca.
QUALQUER
COISA SOA
EXTREMAMENTE
INTELIGENTE
QUANDO VOCÊ
ESTÁ FALANDO
CONSIGO MESMO.
E aí está uma grande mancada dos profissionais de
marketing em geral: acreditar que a marca para a qual
trabalham é a melhor do mundo, a mais querida, a mais
moderna, a mais desejada. Isso é uma visão interna das
organizações, que absolutamente não condiz com o que
os consumidores e potenciais compradores estão
comentando ou ouvindo sobre o seu produto. Não
acredite em tudo que as pesquisas indicam, pois as
pessoas adoram mentir em pesquisas. Preocupe-se
muito mais com o índice de rejeição da sua marca
do que com o que os entusiastas afirmam ser
qualidades inarredáveis do seu produto. Com o advento
da internet (advento e internet são palavras muito
velhas hoje), está todo mundo se sentindo muito à
vontade para queimar a reputação que a sua marca
levou anos de pesquisa para construir. E se você não
estiver ligado, dança na próxima coleção.
Apaixonar-se pela própria marca é colocar em
movimento uma força poderosa e inspiradora.
Exceto quando essa paixão se transforma em
miopia. Acontece todos os dias. Executivos
fascinados com suas próprias empresas se
convencem muito rapidamente de que o mundo gira
em torno do seu produto, do seu serviço, das boas
intenções que compõem a sua marca. Voltam-se
para dentro do pequeno universo que lhes é
colorido e familiar. Tornam-se tão herméticos que
passam a investir consideráveis somas de dinheiro
para falarem consigo mesmos. A mensagem que
chega até o público é a de uma marca tão ególatra
que ele não entende por que deveria se engajar nela.
As pessoas não querem se relacionar
com alguém que só pensa em si mesmo.
Elas não querem legitimar um monólogo
disfarçado de diálogo.
Mas uma boa dose de paixão é importante na
construção de uma marca. O importante é
manter um nível de autocrítica e bom senso
para não errar na medida.
SE VOCÊ VENDE
PERFUMES,TALVEZ
FIQUE TRISTE EM
SABER QUE NINGUÉM
ESTÁ INTERESSADO
NA FÓRMULA DA
FRAGRÂNCIA. O
CONSUMIDOR QUER
MAIS É FICAR
CHEIROSO.
_Júlio Ribeiro
É o benefício que constrói a marca, não sua
característica, nem suas vantagens. Isso
ajuda engenheiros a explicar motores, mas
não vai ajudar a vender o carro se ele não
tiver cheiro de sonho.
É INÚTIL CHAMAR
A ATENÇÃO DAS
PESSOAS QUANDO
VOCÊ NÃO TEM
NADA A DIZER.
Quando você não tem nada interessante para
dizer, você pode ficar calado e deixar que as
pessoas pensem que você é enfadonho, ou
abrir a boca e fazê-las ter certeza. O melhor
trabalho de branding, a melhor campanha
publicitária, as estratégias de marketing mais
ousadas e pirotécnicas não vão sustentar uma
marca que não saiba exatamente quem ela é,
por que ela existe, por que as pessoas deveriam
perder o seu tempo prestando atenção a ela.
Na verdade, quando uma marca não tem
consistência, quanto mais atenção para si ela
chamar, mais evidente essa falha de caráter
se torna. E reverter essa percepção prematura é
inúmeras vezes mais difícil do que destilar sua
essência e transformá-la em uma promessa
com a qual as pessoas possam
se conectar de verdade.
Quando você fala demais, parece não ter nada a
dizer. Um olhar sedutor sobre a marca produz
mais efeito do que uma conversa chata sobre suas
virtudes. Uma embalagem bem pensada pode
fazer muito mais na gôndola do supermercado do
que milhares de promotoras tentando lhe empurrar
um petisco que você aceita por que está com fome,
mas que não vai colocar dentro do carrinho.
Se o seu produto é ruim e a campanha é boa,
você provavelmente ganhará prêmios de propaganda
e venderá esse produto aos incautos. Apenas uma
vez. Depois, é esperar pela diminuição do espaço na
cabeça das pessoas e no market share, não
necessariamente nessa ordem.
NADA AFASTA
MAIS DEPRESSA
UM MAU PRODUTO
DO MERCADO DO
QUE UMA
EXCELENTE
CAMPANHA
PUBLICITÁRIA.
_Morris Hite
VOCÊ PODE
MENTIR PARA A
SUA MÃE.
VOCÊ PODE
MENTIR PARA OS
SEUS FILHOS.
VOCÊ PODE
MENTIR PARA A
SUA ESPOSA.
MAS EXPERIMENTE
MENTIR PARA O
SEU CONSUMIDOR.
Em um cenário que trocou o monólogo pelo
diálogo, a mentira nunca teve as pernas tão
curtas. Construir imagens de marca baseadas
em meias verdades deixou de ser uma tarefa
rentável. O esforço e a quantidade de
recursos necessários para dar credibilidade a
promessas que não se sustentam por si sós
acabam excedendo, em muito, os eventuais
lucros que elas poderiam gerar. Você pode
tentar enganar a todos por algum tempo.
Talvez até obtenha algum sucesso pontual. Mas
os seus acionistas estarão dispostos a investir
na construção de uma marca que já nasce
com seu prazo de validade expirado?
O cenário atual é complexo para os negócios.
De acordo com Patrícia Ashley , em seu Ética e
Responsabilidade Social nos Negócios, todo esse
aumento da complexidade dos negócios está
impondo ao empresariado novas formas de realizar
suas transações. A nova realidade vem forçando as
empresas a investir em outros atributos além de
preço e qualidade, tais como confiabilidade, serviço
de pós-venda, produtos ambientalmente corretos
e relacionamento ético das empresas com seus
consumidores, fornecedores e varejistas, além da
valorização de práticas ligadas à segurança de seus
funcionários e à preservação do meio
ambiente. Manter o discurso alinhado e verdadeiro em
frente a esta demanda é um grande desafio das marcas.
NÃO IMPORTA O
QUÃO BONITO
SEJA O SEU
CHAPÉU.
O CONSUMIDOR
PERCEBE QUANDO
UMA MARCA ESTÁ
SEM CALÇAS.
MARCA NÃO
COMBINA COM
EGOÍSMO.
Sempre que uma marca se ocupa mais de
parecer culturalmente relevante do que de
entregar aquilo que promete, seja enquanto
produto, seja enquanto instrumento de
identidade e aglutinação, ela fracassa. Quando
existe um relacionamento genuíno entre a
marca e o público, ele desenvolverá um certo
grau de tolerância em relação a pequenos
pecados, desde que sua essência se mantenha
consistente e fiel à promessa que estabeleceu
essa conexão. Quando o consumidor percebe
que o reflexo da marca no espelho se tornou
mais importante do que essa promessa, ele se
sentirá traído e a abandonará.
Portanto, seja genuíno em suas intenções,
deixe muito claro o que você pretende vender e
para quem. Quando você esnoba um
consumidor, ele se vingará no futuro,
deixando de comprar.
ONIPRESENÇA
NÃO SIGNIFICA
RELEVÂNCIA.
Vivemos em uma época em que
existem mais meios de dizer do que
coisas a serem ditas. Uma marca
precisa estar presente apenas nos
canais que são relevantes para o
público com o qual ela pretende se
relacionar. Não existe mágica que
faça uma marca acontecer de
maneira consistente em um
ambiente que não diz coisa alguma
para os seus consumidores.
Todos os dias, inúmeras empresas
mal direcionam recursos para
consolidar sua presença nas mais
diversas mídias sem saber,
exatamente, como essas mídias
podem contribuir para sua relação
com o público.
Alguém disse por aí uma frase que
resume o mundo contemporâneo:
“Estamos obesos de informação e
famintos de significado”.
NA ERA DE OURO DO
WESTERN
SPAGHETTI,
O MESMO ÍNDIO
PODIA MORRER EM
ATÉ DOZE CENAS
DIFERENTES.MAS
ISSO NÃO FAZIA
DELE COISA
ALGUMA ALÉM DE
UM ÍNDIO A MENOS.
Por um momento, talvez os seus esforços
de comunicação possam parecer eficientes.
Provavelmente o índice de awareness da
marca apresente números fascinantes.
Entretanto, conhecimento não é conexão.
E é somente ela que pode transformar recall
em vendas efetivas.
UMA MARCA
CHATA ESTÁ A
MEIO CAMINHO
DE SE TORNAR
IRRELEVANTE.
As pessoas estão dispostas a relevar diversas
falhas de caráter, mas uma delas não é a
chatice. O público não gosta de ser
interrompido. Quando uma marca impõe a
sua presença de forma ostensiva, ela se torna chata,
inconveniente, e é essa imagem que se
fixa na mente do consumidor.
OS CONSUMIDORES
VÃO IGNORAR
SEMPRE
QUE SE SENTIREM
OBRIGADOS
A PRESTAR
ATENÇÃO.
QUANDO UM
CONCEITO NÃO
ESTÁ NO DNA DA
SUA MARCA,
FINGIR QUE ESTÁ
PODE ARRUINAR
TODOS OS SEUS
OUTROS
ESFORÇOS DE
MARKETING
GENUÍNOS.
Sempre que uma marca se apropria de
conceitos que não fazem parte da sua
essência, apenas para parecer
simpática a um determinado segmento
do mercado, ela está cometendo
um duplo erro. As pessoas para as
quais esses conceitos realmente
significam alguma coisa vão perceber a
manobra quase que imediatamente. Elas a
rejeitarão. Enquanto isso, seu público atual
estará sendo impactado por uma
mensagem inconsistente, que o levará
a questionar tudo o que ele já sabe
a respeito da marca.
Se você é sério, não tente fazer
piadinhas com o seu consumidor,
ou não ria de si próprio. Nem todo
o público é adolescente para rir
de qualquer coisa, nem todo o
produto pode ser cômico sem
perder a credibilidade.
O criativismo publicitário pode
matar um produto apenas
para ganhar um prêmio.
SUA MARCA NÃO
PRECISA SER
VERDE,
ELA PRECISA SER
DE VERDADE.
Muitos esforços estão sendo feitos para provar que
determinadas marcas estão na moda, e a moda
é ser sustentável. Mas se você gasta muita água
na produção, ou corta árvores, ou sua empresa é
cruel com os colaboradores, ou tem lucros absurdos,
não gaste dinheiro dizendo que você é legal. Invista
em uma comunicação que não trate o consumidor
como um desinformado, invista nas suas maiores
virtudes, sejam elas preço, ou durabilidade,
ou mesmo tradição. E esqueça as toalhas que
plantam árvores nos hotéis.
SER FIEL À
VERDADE DA SUA
MARCA É SER FIEL
AO SEU PÚBLICO.
Para que uma marca se mantenha viva e relevante,
e não se torne um louco gritando sozinho no deserto,
ela precisa se relacionar com o contexto à sua volta.
Esse contexto muda de acordo com diferentes fatores.
Mas a marca não. Manter a sua essência, enquanto
estabelece essas relações efêmeras e surfa nas
inúmeras ondas do momento, é o segredo para
que ela seja percebida como algo fresco, porém sólido.
Suas expressões podem – e devem – ecoar o ambiente
em que ela está inserida, mas de modo a relacionar
esse ambiente com a sua essência, com a sua verdade.
Uma marca se torna relevante, no sentido cultural,
quando consegue se apropriar dos estímulos
que lhe são atirados pelo mercado e devolvê-los
ao público através da sua própria ótica,
dos seus valores, e nos seus termos.
Quando ela apenas dança conforme a música e
não se posiciona, ela enfraquece, se torna
esquizofrênica, e as pessoas a abandonam.
Entretanto, os momentos de verdadeira inovação
são raros. Como já disseram nas organizações
mais vencedoras: a estrutura se adapta às
pessoas, e não o contrário. Se você quer um
produto vencedor, com uma marca forte,
adapte-se às pessoas, aos seus sonhos e
necessidades. E esqueça essa conversa de criar
demanda. Mas as verdadeiras marcas à prova de
balas sempre deram às pessoas aquilo que elas
sequer sonharam possível. Elas fizeram história.
O HOMEM SENSATO
SE ADAPTA AO
MUNDO.O HOMEM
INSENSATO ADAPTA O
MUNDO A SI MESMO.
TODO PROGRESSO
DEPENDE DO HOMEM
INSENSATO.
_George Bernard Shaw
UMA MARCA FORTE
NÃO TEM A VER COM
O QUE UMA EMPRESA
DE FATO É.
ELA TEM A VER
COM O QUE UMA
EMPRESA ESTÁ
DISPOSTA A SER.
Nenhuma marca nasce grande. Ela se torna
grande quando consegue fazer com que o
público acredite em sua promessa, quando
consegue despertar nas pessoas uma sensação
de pertencimento. É isso que as faz abandonar
sua condição passiva de audiência. É isso que as
faz se engajar. Como disse Jim Jarmusch, diretor
de Sobre Café e Cigarros, não importa de onde
você tira as coisas, importa é para onde as leva.
_Polvo Paul
Ou um exercício de introspecção? Ou seria
escavação, como diz o nosso amigo Joey Reiman?
Mas às vezes nem isso é suficiente. Existe um
componente intangível e imponderável chamado
sorte. Muitas vezes o acaso faz mais por uma marca
do que todos os esforços de marketing.
CRIAR UMA
GRANDE MARCA É
UM EXERCÍCIO DE
FUTUROLOGIA.
PARADIGMA,
Sempre que uma marca atinge novos níveis de
significado em seu contexto, ela se expõe a
dinâmicas e demandas diferentes daquelas com
as quais está familiarizada. Elevar uma marca
ao patamar de ícone cultural é um processo
gratificante, mas que inspira cuidados.
Seja pelo seu grau de penetração no
imaginário popular ou por se tornar sinônimo
de um determinado nicho, essa mudança de
status a obriga a se redefinir, para que sua
nova condição não acabe anulando a
sua função primária, que é mercadológica.
Muitas boas marcas se perdem quando
se veem obrigadas a andar sobre essa linha.
Nada mais perigoso do que essa máxima de
ter que quebrar paradigmas o tempo inteiro.
Algumas convicções da administração
moderna não têm respaldo em experiências
reais, e são transferidas para o branding como
se fossem verdades imutáveis.
QUANDOVOCÊ
QUEBRA UM
PRECISA ESTAR
PREPARADO PARA
LIDAR COM
OS CACOS.
É comum que as marcas percam o seu apelo, ao longo
do tempo, por insistir em operar dentro de um
repertório limitado de soluções, baseadas em
experiências de sucesso. Quando restringe as opções
de interação com seus públicos a meia dúzia de
fórmulas comprovadamente eficazes, porém repetidas
à exaustão, uma marca está
trocando segurança por impacto. Mesmo ações
equivocadas possuem mais apelo do que manter os
seus esforços de marketing em uma linha reta. É
preciso saber usar a experiência mais como uma vela
do que como uma âncora.
Ou você compra margarina por causa dos
comerciais, todos iguais, da família feliz ideal?
NÃO FIQUE PRESO
AO QUE A SUA
EXPERIÊNCIA
ENSINA.
Erre
rápido.
Erre antes.
Corrija
logo.
A LINHA RETA
É A MENOR
DISTÂNCIA ENTRE
DOIS PONTOS?
A LINHA RETA É A
MORTE.
NÃO OLHE EM
VOLTA PARA
FAZER IGUAL,
OLHE EMVOLTA
PARA FAZER
DIFERENTE.
Pautar a construção de uma marca por
características que a tornem similar às dos seus
competidores, apostando que a equivalência
visual facilite associações semânticas e a torne
menos suscetível a interpretações distorcidas,
faz tanto sentido quanto poesia concreta. Uma
marca não se torna referência em seu segmento
procurando se aproximar de suas concorrentes.
É só assumindo o risco da
diferença que ela subverte as expectativas do
público em relação ao que determinada marca
deveria ser, e se coloca no mercado
como uma coisa nova, uma coisa
interessante, uma coisa que tem
algo a dizer e que merece ser ouvida.
AGARRAR UM
RINOCERONTE
PELO CHIFRE É
MENOS PERIGOSO
DO QUE MANTER
UMA MARCA EM
SUA ZONA DE
CONFORTO.
Quando se trata de posicionamento de marca, ser o
primeiro é mais importante do que ser o melhor.
O NOVO É UMA
PROMESSA DE
TRANSFORMAÇÃO.
_Luciana Stein
Os consumidores se acostumaram a um cenário
de recompensas imediatas, de livre acesso à
experimentação de bens e serviços, e a um
mercado que se esforça cada vez mais para ampliar
o seu leque de opções. Todo produto novo
traz implícita a promessa de uma experiência
inédita e, potencialmente, transformadora.
A velocidade com que uma marca é capaz de suprir
essa necessidade de inovação se tornou
fundamental para que o público a perceba como
algo dinâmico e conectado com os seus desejos.
Lançar antes, lançar primeiro e lançar agora
garante que a sua marca ocupe um espaço na
mente do consumidor que o seu concorrente,
mesmo com um produto mais bem acabado,
precisará conquistar.
_Juliana Franzon
Mas não é tarefa fácil achar a síntese.
Requer abrir mão de muitas questões, e
normalmente não queremos abrir mão de nada.
Síntese e essência rimam com inteligência.
O SIMPLES NÃO É
O OPOSTO DO
COMPLEXO,É A
SUA DEPURAÇÃO.
Construir uma marca sobrecarregada de
significados é construir uma marca
incomunicável. É preciso buscar a síntese.
É preciso fazer escolhas. O consumidor só é
capaz de se conectar com aquilo que ele é
capaz de entender. Quando uma marca faz o
seu trabalho direito, ela tem uma chance muito
pequena de fazer com que o público se engaje
a ela. Quando não faz, essa chance sequer
existe. Sempre que uma marca não puder
reduzir a sua promessa a uma palavra,
ela não está fazendo o seu trabalho direito.
O consumidor
percebe quando o
investimento é
maior em mídia
do que em
pesquisa,
desenvolvimento
e atendimento.
OFEREÇA EMVEZ DE FOGOS DE ARTIFÍCIO
SE UMA MARCA
DESEJA FAZER
PARTE DA VIDA DO
CONSUMIDOR,
ELA PRECISA
DEIXÁ-LO FAZER
PARTE DA SUA.
Nunca o público esteve tão disposto a fazer parte
da história da vida de uma marca. As ferramentas
sociais tornaram as pessoas agentes ativos de um
processo que, até há bem pouco tempo, ocorria
somente nos bastidores. Convidar o consumidor
para fazer parte disso cria um senso de comunidade
e pertencimento. É o fim da era dos imperativos.
A interação é mais forte do que a imposição.
Não se trata de uma inversão de poder nas
relações de mercado, mas sim de uma equalização.
A marca que fala de igual para igual com seu
consumidor se torna um amigo.
Muitas marcas têm telhado de vidro e medo do
que vão escutar. Mas o consumidor vai falar de
qualquer jeito. Nesses tempos conectados, já não há
saída. O melhor é fazer o dever de casa direitinho
para não transformar o Twitter em Angry Birds.
Marcas queridas geram compra automática
nas gôndolas. As pessoas pagarão até mais
pelo seu produto, e o recomendarão para
outras pessoas. Elas não levarão um
substituto. E terão certeza de estar fazendo
uma boa compra.
A CHAVE É
FAZER PARTE DA
VIDA DAS
PESSOAS. ELAS
SEMPRE VÃO
PREFERIR FAZER
NEGÓCIOS COM
AMIGOS.
_Marty Kohr
O CONCEITO
MAIS BRILHANTE
SE TORNA
COMPLETAMENTE
INÚTIL QUANDO
NÃO PODE SER
TRADUZIDO
EM UMA
ESTRATÉGIA DE
COMUNICAÇÃO
CONSISTENTE.
Por mais impactantes que sejam, ações isoladas
não constituem uma estratégia de comunicação
consistente. O discurso de uma marca precisa
seguir a lógica de uma narrativa. Isso não quer
dizer que precisemos raciocinar de maneira
linear e cartesiana, mas sim que todos os
pontos de contato da marca com o seu público
precisam contar a mesma história, ou ela
perderá credibilidade. O consumidor se tornou
um cético. Sua atitude natural em relação
à publicidade é a de duvidar. Ele não está mais
disposto a se conectar com uma marca apenas
porque a modelo bonita, na televisão, diz para
ele fazer isso. Se a história que está sendo
contada não fizer sentido, a marca deixa de
existir. Se a história não for convincente,
a marca some. Se a história se mostrar
contraditória, a marca morre.
Se a essência estiver entendida e
disseminada, tudo flui mais facilmente.
O relacionamento com o público se
estabelece, e, se a marca estiver atenta
a esta relação, ambos crescem.
EM
COMUNICAÇÃO,
SEMPRE QUE A
CELEBRIDADE
NÃO ESTÁ A
SERVIÇO DE
UMA IDEIA,
O QUE NÓS
TEMOS É UM
FIGURANTE
MUITO BEM
PAGO.
UMA ESTRATÉGIA
DE COMUNICAÇÃO
É TÃO BOA
QUANTO AS
INTERAÇÕES QUE
ELA CONSEGUE
INSPIRAR.
Estratégias são um meio para atingir objetivos,
não os objetivos em si. Elas são apenas uma
parte da construção de uma grande marca. Sem
a execução, elas se tornam não mais do que um
exercício teórico. Não existe sucesso quando as
peças de comunicação, que são sua linha de
frente e devem tornar a promessa de uma marca
tangível ao consumidor, não cumprem o seu papel
de atraí-lo e estabelecer um nexo.
Afaste sua execução do lugar-comum, aposte
no inusitado, não se deixe seduzir pelos
modismos, recombine as referências, subverta
os formatos. Mas, acima de tudo, seja
consistente com a verdade da marca.
GOSTAMOSDEACREDITAR
QUENÃOOUSAMOSEM
NOSSOSTRABALHOSPOR
CULPADOSCLIENTES,MAS,
QUANDOCHEGAAHORA,
CORREMOSPARABAIXO
DASAIADENOSSASVELHAS
FÓRMULASÀPROVADEERROS.
Cada marca possui a sua verdade e uma
maneira única para expressá-la. Pode parecer
um atalho para roubar a audiência do seu
concorrente adaptar a linguagem de
comunicação dele ao seu universo. Fazendo
isso, é possível que você atraia a atenção de
alguns consumidores menos fiéis e consiga
converter uma meia dúzia em entusiastas
genuínos. Entretanto, eles não justificam os
danos permanentes que essa falta de
consistência costuma trazer à imagem de uma
marca. O que funciona para o seu concorrente
nem sempre funciona para você.
SE NÃO PUDER
VENCÊ-LOS,
FAÇA QUALQUER
COISA, MENOS
JUNTAR-SE
A ELES.
RESISTA À
TENTAÇÃO DE
RECOLHER AS
PEQUENAS
CERTEZAS QUE A
CONCORRÊNCIA
DEIXA CAIR
PELO CAMINHO.
O melhor a fazer é criar suas próprias certezas,
mesmo que elas batam de frente com todas as
afirmações dos seus concorrentes.
VIVEMOS UMA
DITADURA DO
CONSUMIDOR.
A MARCA QUE SE
RECUSAR A
ADMITIR SERÁ
SUMARIAMENTE
EXECUTADA.
Existem poucas marcas inovadoras. Isso
acontece porque a inovação genuína implica
riscos, implica ir contra o senso comum e
apostar em ideias que nem sempre parecem
fazer sentido. Ironicamente, confiar de maneira
abnegada em uma pesquisa de mercado pode
ser inúmeras vezes mais perigoso do que
ignorá-la completamente. As pessoas não são
capazes de lidar com o desconhecido, o que faz
com que um conceito realmente novo, em
estado teórico, tenda a ser rejeitado. Entretanto,
os anuários de comunicação estão cheios de
conceitos que, apesar de terem fracassado
miseravelmente em grupos focais, acabaram se
transformando em expressões quase definitivas
para suas marcas. Acredite no novo.
Mais do que perguntar ao consumidor,
devemos observar o consumidor.
Existe todo um sistema contraditório
em relação à inovação. Todos os
clientes querem ou dizem que querem
inovar. Mas pecam em dois
momentos cruciais: os prazos
exíguos e a intolerância ao erro.
UMA PARTE DAS
PESSOAS
NÃO SABE
O QUE QUER.
A OUTRA, SABE
APENAS O QUE
NÃO QUER.
AS DUAS
NÃO ESTÃO
PREPARADAS
PARA RECEBÊ-LO.
PERMITIR
QUE O SEU
CONCORRENTE SE
POSICIONE ANTES
DE VOCÊ É UMA
IDEIA TÃO BOA
QUANTO JOGAR
PETECA COM UMA
GRANADA.
Quando uma marca é a primeira a se posicionar
em seu nicho, ela está posicionando, também, a
dos seus competidores. A última pessoa que você
gostaria que decidisse qual posicionamento a
sua marca vai ter é o seu concorrente.
As pessoas compram por muitos motivos. Elas
compram para se expressar. Compram para se
sentir bem. Compram para socializar.
Compram para facilitar suas vidas. Compram,
até mesmo, para dificultá-las. Mas, de todas as
razões que levam alguém a se tornar um
consumidor, a necessidade talvez seja a menos
relevante. Exceto por uma pequena gama de
produtos que atendem a necessidades básicas,
todo o resto é escolha. E essa escolha quase
nunca é racional.
O RACIONAL É O
ÚLTIMO RECURSO
DO CONSUMIDOR
QUE PRECISA
JUSTIFICAR OS
SEUS PRÓPRIOS
DESEJOS.
Ou uma concepção artística da proporção que
ele assume em 90% das situações de compra.
CÉREBRO DO
CONSUMIDOR
Quando uma marca percebe que o terreno mais
fértil para o seu crescimento é o do desejo, e
não o da necessidade, ela passa a se conectar
com o público em um outro nível. Falando ao
desejo, a marca deixa de se apresentar como
uma alternativa e passa a ser percebida como
a única alternativa. Muitos produtos podem
suprir uma necessidade, apenas um pode
realizar um desejo. Dessa forma, faça com que
a sua marca apareça no radar do consumidor
quando ele menos espera, quando ele ainda
não teve tempo de se armar contra ela, longe
do olhar vigilante do lado esquerdo do cérebro.
DESPERTAR
DESEJOS É MAIS
PODEROSO
DO QUE
CORRESPONDER
A EXPECTATIVAS.
TRATA DE UNIR A
FORMA À
FUNÇÃO, MAS
SIM DE UNIR A
FORMA À
PAIXÃO
JÁ NÃO
SE
de ostentar suas marcas preferidas.
É como passear com o cachorro,
e adorar que outras pessoas
percebam e elogiem.
FAZER AS
COISAS DIREITO
UMA VEZ NÃO
SIGNIFICA QUE
VOCÊ NÃO
AS TERÁ QUE
FAZER DE NOVO.
FAZER AS
COISAS DIREITO
UMA VEZ NÃO
SIGNIFICA QUE
VOCÊ NÃO
AS TERÁ QUE
FAZER DE NOVO.
Marcas tendem ao vício. Sempre que
alcançamos uma estratégia de sucesso, o
movimento natural é nos agarrarmos a ela e
tentar espremer da ideia que a sustenta o
máximo possível. Entretanto, assim como
qualquer material possui um limite de
resistência, a partir do qual sua estrutura
entra em colapso, uma ideia não é uma fonte
inesgotável de possibilidades. Quando uma
marca se mostra incapaz de estabelecer novas
relações entre a sua essência e o contexto no
qual está inserida, seu discurso se torna
velho e irrelevante.
Marcas tendem ao vício. Sempre que
alcançamos uma estratégia de sucesso, o
movimento natural é nos agarrarmos a ela e
tentar espremer da ideia que a sustenta o
máximo possível. Entretanto, assim como
qualquer material possui um limite de
resistência, a partir do qual sua estrutura
entra em colapso, uma ideia não é uma fonte
inesgotável de possibilidades. Quando uma
marca se mostra incapaz de estabelecer novas
relações entre a sua essência e o contexto no
qual está inserida, seu discurso se torna
velho e irrelevante.
A melhor maneira de proteger a sua ideia é
atacando-a você mesmo. Para cada conceito
que nasce, nascem dez argumentos para
derrubá-lo. Construa sua estratégia a partir do
seu ponto mais fraco. Concentre a pressão sobre
as suas deficiências. Submeta o seu pensamento
às condições mais rigorosas. Não seja
autoindulgente. Os consumidores são
refratários. O mercado os fez assim. Como
crianças, todos os dias eles vão testar os
limites da sua promessa. Em compensação,
se ela resistir, eles farão tudo por ela.
IDEIAS NÃO
GOSTAM
DE AFAGOS.
IDEIAS
NASCERAM
PARA
APANHAR.
Quando você se convence de que existe apenas
um caminho, apenas uma resposta certa, você
está fechando os olhos para um mundo de
possibilidades e apostando no primeiro
conceito adequado que surge durante o
processo de criação de uma marca. Não é uma
regra, mas as primeiras ideias são primeiras
ideias porque vêm de uma camada de
raciocínio mais rasa. Elas pertencem ao
domínio do óbvio. As relações que o público
está disposto a estabelecer com o óbvio são
frágeis. Elas vão se sustentar enquanto forem
únicas, porém farão com que qualquer conceito
ligeiramente mais interessante, lançado por um
concorrente, assuma ares de genialidade.
NÃO ABRA MÃO
DE EXPLORAR AS
POSSIBILIDADES
PORQUE
VOCÊ ESTÁ
APAIXONADO POR
UMA IDEIA.
Ela engana. Ela nos manipula.
Ela diz que somos bonitos.
Ela finge orgasmos.
Livrar-se da primeira ideia antes
que possamos nos apaixonar
por ela é fundamental.
A PRIMEIRA IDEIA
ÉVENENOSA.
Conhecer as variáveis da equação que
determina o sucesso ou o fracasso de uma
marca é uma parte importante do processo de
sua construção, porém não é suficiente para
que se possa estabelecer estratégias consistentes
para a sua manutenção. Isso porque a mensagem
de uma marca não acontece de forma isolada,
no seu ponto de partida ou de chegada, mas sim
no espaço entre essas variáveis, quando a promessa
da empresa encontra a percepção do consumidor,
que, por si só, já está sujeita a uma série de fatores
externos. Compreender as dinâmicas desse espaço
comum é a chave para se conectar com o público
e engajá-lo na sua proposta.
VOCÊ ACHA QUE,
PELO FATO DE
ENTENDER O UM,
VOCÊ DEVE
NECESSARIAMENTE
ENTENDER O DOIS,
PORQUE UM MAIS
UM É IGUAL A DOIS.
MAS, PARA
ENTENDER O DOIS,
VOCÊ PRECISA
ENTENDER O
MAIS.
_Antigo provérbio sufi
Os critérios de classificação econômica
utilizados pelos institutos de pesquisa
brasileiros estão defasados. Baseados quase que
exclusivamente na posse de bens, boa parte dos
perfis econômicos traçados a partir deles acabam
trazendo algum nível de distorção. Esses critérios
ignoram completamente as mudanças sociais,
os novos modelos de famílias, a quantidade crescente
de pessoas que moram sozinhas em espaços racionais,
a gradual substituição da cultura do ter pela cultura
do ser, e uma série de outros aspectos que revelariam
muito mais a respeito dos hábitos de consumo dessas
parcelas da população do que o número de banheiros
à sua disposição.
Isso quer dizer, entre outras coisas, que, a partir
desses critérios, o porteiro de um prédio de
apartamentos destinado a jovens solteiros,
pode pertencer a uma classe econômica mais elevada
do que o morador para o qual ele cuida das plantas,
enquanto aquele viaja pela Europa.
QUANTOS
RÁDIOS EXISTEM
NA SUA CASA?
O PROGRAMA
A QUE UM
CONSUMIDOR
ESTÁ ASSISTINDO
DIZ MUITO MAIS A
RESPEITO DELE
DO QUE A
QUANTIDADE DE
TELEVISORES EM
QUE ELE PODE
ASSISTI-LO.
Segmentar o seu público com base em fatores
culturais faz muito mais sentido do que
segmentá-lo de acordo com dados econômicos.
Quando passamos da análise grupal à individual,
fica fácil perceber que os hábitos de compra não são
estabelecidos, necessariamente, pelos recursos
financeiros que um consumidor possui à sua disposição,
mas sim pela bagagem de informação do indivíduo
e pelos estímulos aos quais o seu contexto cultural o
expõe. Muitos consumidores da chamada classe C
preferem adquirir uma quantidade menor de bens e
serviços, percebidos como de maior qualidade, do que
se fartar com os produtos mais baratos direcionados
para eles. Não estamos falando, aqui, a respeito do
caráter aspiracional que costuma estar associado
a produtos milimetricamente projetados para atrair
a atenção de segmentos econômicos menos
favorecidos do que aqueles aos quais eles
aparentemente se dirigem. Esse raciocínio está mais
ligado ao gap cada vez maior entre o acesso à
cultura e o acesso à renda.
A economia é dinâmica.
Quando você é de determinada classe social, e
ascende, você não comprará um produto que
o esnobava quando você estava por baixo.
Logo, toda marca envelhecerá com a classe
social a que pertence exclusivamente,
e morrerá com ela.
SÓ UMA
PESSOA
DECIDE SE UM
PRODUTO
É OU NÃO PARA
VOCÊ.
E ESSA PESSOA
É VOCÊ.
O CONSUMIDOR,
ESSA
MITOLÓGICA
CRIATURA
UNIDIMENSIONAL.
Um dos maiores equívocos que uma marca pode
cometer é tentar se conectar com consumidores, e
não com pessoas. Durante muito tempo, o microscópio
das pesquisas de mercado privou o público da sua
humanidade, reduzindo-o a uma entidade plana, isolada
de um contexto, analisada unicamente a partir da sua
relação com o objeto exclusivo daquele estudo. Isso
levou uma multidão de marcas a dirigirem seus
esforços de comunicação para seres unidimensionais,
como se o homem, entre os 30 e 40 anos, com formação
universitária, que reside em grandes centros urbanos
e pertence à classe B, consumisse unicamente
automóveis. Quando entendemos que esse homem
alterna os seus hábitos de consumo, de acordo com
os diversos papéis que ele desempenha ao longo de
um dia, podemos traçar relações entre esses hábitos.
Passamos a enxergá-los como partes relevantes
de um conjunto, o que nos permite nos
conectarmos com ele em um nível muito mais
profundo, humano e verdadeiro.
Hoje fala-se muito sobre os tais pontos de contato
com as marcas, sejam eles na mídia ou no PDV.
Mas a questão toda é mais simples do que o
neologismo: um mau produto vai fazer o consumidor
pensar se realmente gosta daquela marca, um
vendedor indolente vai afastar o comprador, um
vendedor insistente vai aborrecer o consumidor, e
um caixa de supermercado mal-educado vai fazer com
que o consumidor escolha outro varejo mais conveniente.
Isso sem falar nas inomináveis gravações que recebemos
quando estamos tentando contato com as empresas.
Então, fica a dica: pessoas querem se relacionar com
pessoas, e esses são os verdadeiros, os genuínos
pontos de contato com a marca. Todo o resto é
mídia e merchandising, importantes para o
branding, mas não determinantes para a
fidelidade e o encantamento com as marcas.
NO FIM DAS
CONTAS, É TUDO
A RESPEITO DE
PESSOAS.
Daniela, Miguel e Roger
trabalham juntos na CDA Design.
MIGUEL CASAGRANDE
Snowboarder e artista plástico, é pós-graduado em
administração pela PUCRS. Sócio e copresidente da CDA Design,
foi executivo de multinacionais e passou por diversas áreas da
publicidade e do marketing antes de ser abduzido pelo branding
e pelo design.
ROGER MONTEIRO
DANIELA LOMPA NUNES
Sócia e fundadora da CDA, com interesses em design, arquitetura,
artes visuais e comportamento humano, uniu seus conhecimentos
na atividade de pensar as marcas e suas formas de expressão.
Apaixonada por viajar, aproveita esses momentos para observação
de culturas e tendências.

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Ebook Rebranding: Design e Estratégia para renovar marcas!
Ebook Rebranding: Design e Estratégia para renovar marcas!Ebook Rebranding: Design e Estratégia para renovar marcas!
Ebook Rebranding: Design e Estratégia para renovar marcas!Beto Lima Branding
 
Branding | Construção e Gestão de Marcas
Branding | Construção e Gestão de MarcasBranding | Construção e Gestão de Marcas
Branding | Construção e Gestão de MarcasValente Branding
 
Branding aula 3 diego gervaes
Branding aula 3 diego gervaesBranding aula 3 diego gervaes
Branding aula 3 diego gervaesDiego Gervaes
 
Marca e Identidade: Como começar
Marca e Identidade: Como começarMarca e Identidade: Como começar
Marca e Identidade: Como começarRenato Melo
 
Branding - Gestão de Marcas
Branding - Gestão de MarcasBranding - Gestão de Marcas
Branding - Gestão de MarcasBreno Brito
 
Seminário sobre Criatividade e Inovação
Seminário sobre Criatividade e InovaçãoSeminário sobre Criatividade e Inovação
Seminário sobre Criatividade e InovaçãoJorge Covacs
 
Apresentação Branding Construção de Marcas
Apresentação Branding Construção de MarcasApresentação Branding Construção de Marcas
Apresentação Branding Construção de MarcasCesar Miranda
 
Você acredita no poder de seu discurso de vendas
Você acredita no poder de seu discurso de vendasVocê acredita no poder de seu discurso de vendas
Você acredita no poder de seu discurso de vendasAgendor
 
Construção da Marca - Conceitos fundamentais
Construção da Marca - Conceitos fundamentaisConstrução da Marca - Conceitos fundamentais
Construção da Marca - Conceitos fundamentaisBrav Design
 
Jogos de criatividade
Jogos de criatividadeJogos de criatividade
Jogos de criatividadeThiago Reis
 

Was ist angesagt? (20)

Plano de Marketing
Plano de MarketingPlano de Marketing
Plano de Marketing
 
Ebook Rebranding: Design e Estratégia para renovar marcas!
Ebook Rebranding: Design e Estratégia para renovar marcas!Ebook Rebranding: Design e Estratégia para renovar marcas!
Ebook Rebranding: Design e Estratégia para renovar marcas!
 
Branding | Construção e Gestão de Marcas
Branding | Construção e Gestão de MarcasBranding | Construção e Gestão de Marcas
Branding | Construção e Gestão de Marcas
 
Branding aula 3 diego gervaes
Branding aula 3 diego gervaesBranding aula 3 diego gervaes
Branding aula 3 diego gervaes
 
Marca e Identidade: Como começar
Marca e Identidade: Como começarMarca e Identidade: Como começar
Marca e Identidade: Como começar
 
Branding 101
Branding 101Branding 101
Branding 101
 
Branding - Gestão de Marcas
Branding - Gestão de MarcasBranding - Gestão de Marcas
Branding - Gestão de Marcas
 
Branding 2014
Branding 2014Branding 2014
Branding 2014
 
Treinamento vendas
Treinamento vendasTreinamento vendas
Treinamento vendas
 
Seminário sobre Criatividade e Inovação
Seminário sobre Criatividade e InovaçãoSeminário sobre Criatividade e Inovação
Seminário sobre Criatividade e Inovação
 
Apresentação Branding Construção de Marcas
Apresentação Branding Construção de MarcasApresentação Branding Construção de Marcas
Apresentação Branding Construção de Marcas
 
Você acredita no poder de seu discurso de vendas
Você acredita no poder de seu discurso de vendasVocê acredita no poder de seu discurso de vendas
Você acredita no poder de seu discurso de vendas
 
Marketing Pessoal 2.0
Marketing Pessoal 2.0Marketing Pessoal 2.0
Marketing Pessoal 2.0
 
O que é branding?
O que é branding?O que é branding?
O que é branding?
 
Construção da Marca - Conceitos fundamentais
Construção da Marca - Conceitos fundamentaisConstrução da Marca - Conceitos fundamentais
Construção da Marca - Conceitos fundamentais
 
Os tipos de cliente
Os tipos de clienteOs tipos de cliente
Os tipos de cliente
 
Relacionamento com o cliente
Relacionamento com o clienteRelacionamento com o cliente
Relacionamento com o cliente
 
Aula Branding - Branding Equity
Aula Branding - Branding EquityAula Branding - Branding Equity
Aula Branding - Branding Equity
 
Jogos de criatividade
Jogos de criatividadeJogos de criatividade
Jogos de criatividade
 
Branding - O valor da marca
Branding - O valor da marcaBranding - O valor da marca
Branding - O valor da marca
 

Andere mochten auch

O Manual Secreto do Marketing
O Manual Secreto do Marketing O Manual Secreto do Marketing
O Manual Secreto do Marketing Beto Lima Branding
 
Mini Tool Kit Design Thinking
Mini Tool Kit Design Thinking Mini Tool Kit Design Thinking
Mini Tool Kit Design Thinking Beto Lima Branding
 
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais?
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais?  Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais?
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais? Beto Lima Branding
 
Livro Design Thinking, Inovação em Negócios
Livro Design Thinking, Inovação em NegóciosLivro Design Thinking, Inovação em Negócios
Livro Design Thinking, Inovação em NegóciosBeto Lima Branding
 
Relações Públicas para Construção de Marca
Relações Públicas para Construção de MarcaRelações Públicas para Construção de Marca
Relações Públicas para Construção de MarcaBeto Lima Branding
 
Livro Grandes Marcas Grandes Negócios
Livro Grandes Marcas Grandes NegóciosLivro Grandes Marcas Grandes Negócios
Livro Grandes Marcas Grandes NegóciosBeto Lima Branding
 
Trust in the Future – O Futuro Além das Marcas (artigo)
Trust in the Future – O Futuro Além das Marcas (artigo)Trust in the Future – O Futuro Além das Marcas (artigo)
Trust in the Future – O Futuro Além das Marcas (artigo)Beto Lima Branding
 
31 Histórias de Marcas Pessoais Contada na Primeira Pessoa
31 Histórias de Marcas Pessoais Contada na Primeira Pessoa31 Histórias de Marcas Pessoais Contada na Primeira Pessoa
31 Histórias de Marcas Pessoais Contada na Primeira PessoaBeto Lima Branding
 
31 Histórias de Personal Branding
31 Histórias de Personal Branding31 Histórias de Personal Branding
31 Histórias de Personal BrandingBeto Lima Branding
 

Andere mochten auch (20)

O Manual Secreto do Marketing
O Manual Secreto do Marketing O Manual Secreto do Marketing
O Manual Secreto do Marketing
 
O Significado da Cores
O Significado da CoresO Significado da Cores
O Significado da Cores
 
Mini Tool Kit Design Thinking
Mini Tool Kit Design Thinking Mini Tool Kit Design Thinking
Mini Tool Kit Design Thinking
 
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais?
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais?  Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais?
Como fazer a sua marca ser amada nas redes sociais?
 
Marcas Que São Gente
Marcas Que São GenteMarcas Que São Gente
Marcas Que São Gente
 
Livro Design Thinking, Inovação em Negócios
Livro Design Thinking, Inovação em NegóciosLivro Design Thinking, Inovação em Negócios
Livro Design Thinking, Inovação em Negócios
 
Personal Branding
Personal BrandingPersonal Branding
Personal Branding
 
Sua Marca Vai Ser Um Sucesso
Sua Marca Vai Ser Um SucessoSua Marca Vai Ser Um Sucesso
Sua Marca Vai Ser Um Sucesso
 
Brandemecum
BrandemecumBrandemecum
Brandemecum
 
Relações Públicas para Construção de Marca
Relações Públicas para Construção de MarcaRelações Públicas para Construção de Marca
Relações Públicas para Construção de Marca
 
Logo R.I.P.
Logo R.I.P. Logo R.I.P.
Logo R.I.P.
 
Livro Grandes Marcas Grandes Negócios
Livro Grandes Marcas Grandes NegóciosLivro Grandes Marcas Grandes Negócios
Livro Grandes Marcas Grandes Negócios
 
The Dictionary of Brand
 The Dictionary of Brand  The Dictionary of Brand
The Dictionary of Brand
 
Brand Book da Oi 2016
Brand Book da Oi 2016Brand Book da Oi 2016
Brand Book da Oi 2016
 
In Branding
In BrandingIn Branding
In Branding
 
Trust in the Future – O Futuro Além das Marcas (artigo)
Trust in the Future – O Futuro Além das Marcas (artigo)Trust in the Future – O Futuro Além das Marcas (artigo)
Trust in the Future – O Futuro Além das Marcas (artigo)
 
31 Histórias de Marcas Pessoais Contada na Primeira Pessoa
31 Histórias de Marcas Pessoais Contada na Primeira Pessoa31 Histórias de Marcas Pessoais Contada na Primeira Pessoa
31 Histórias de Marcas Pessoais Contada na Primeira Pessoa
 
31 Histórias de Personal Branding
31 Histórias de Personal Branding31 Histórias de Personal Branding
31 Histórias de Personal Branding
 
A Menina do Vale
A Menina do ValeA Menina do Vale
A Menina do Vale
 
Livro Naming -
Livro Naming - Livro Naming -
Livro Naming -
 

Ähnlich wie Um mergulho na construção de marcas

Starbucks
StarbucksStarbucks
Starbucksduniak
 
Por um mundo com marcas mais humanas - SMSUNA
Por um mundo com marcas mais humanas - SMSUNAPor um mundo com marcas mais humanas - SMSUNA
Por um mundo com marcas mais humanas - SMSUNAHey, make it Better
 
Rafael Kiso - live comex digital fsb
Rafael Kiso  - live comex digital fsbRafael Kiso  - live comex digital fsb
Rafael Kiso - live comex digital fsbRizzo Miranda
 
Marketing - Vantagem Relativa
Marketing - Vantagem RelativaMarketing - Vantagem Relativa
Marketing - Vantagem RelativaRafael Junqueira
 
Ebook AAIDDU - Atitude e Atendimento Ins-piradoramente Diferentes Do Usual
Ebook AAIDDU - Atitude e Atendimento Ins-piradoramente Diferentes Do UsualEbook AAIDDU - Atitude e Atendimento Ins-piradoramente Diferentes Do Usual
Ebook AAIDDU - Atitude e Atendimento Ins-piradoramente Diferentes Do UsualEdmour Saiani
 
2 Marca Construindo
2   Marca Construindo2   Marca Construindo
2 Marca Construindoguestb81928
 
Palestra "Conteúdos que geram Vendas e Engajamento" - 02/07 - Quartel Digital
Palestra "Conteúdos que geram Vendas e Engajamento" - 02/07 - Quartel DigitalPalestra "Conteúdos que geram Vendas e Engajamento" - 02/07 - Quartel Digital
Palestra "Conteúdos que geram Vendas e Engajamento" - 02/07 - Quartel DigitalMOT | mkt digital
 
Apostila de marketing de resultados
Apostila de marketing de resultadosApostila de marketing de resultados
Apostila de marketing de resultadossimuladocontabil
 
Ebook Gestão de Marcas - Deskfy
Ebook Gestão de Marcas - DeskfyEbook Gestão de Marcas - Deskfy
Ebook Gestão de Marcas - DeskfyDeskfy
 
Livro Grandes marcas - Grandes negocios - Download gratuito
Livro Grandes marcas - Grandes negocios - Download gratuito Livro Grandes marcas - Grandes negocios - Download gratuito
Livro Grandes marcas - Grandes negocios - Download gratuito Marcio Dupont
 
Livro grandes-marcas-grandes-negocios
Livro grandes-marcas-grandes-negociosLivro grandes-marcas-grandes-negocios
Livro grandes-marcas-grandes-negociosDavi Montenegro
 
Livro Grandes Marcas Grandes Negocios
Livro Grandes Marcas Grandes NegociosLivro Grandes Marcas Grandes Negocios
Livro Grandes Marcas Grandes NegociosIsrael Degasperi
 
livro-grandes-marcas-grandes-negocios
livro-grandes-marcas-grandes-negocioslivro-grandes-marcas-grandes-negocios
livro-grandes-marcas-grandes-negociosGuto Xavier
 

Ähnlich wie Um mergulho na construção de marcas (20)

Starbucks
StarbucksStarbucks
Starbucks
 
Por um mundo com marcas mais humanas - SMSUNA
Por um mundo com marcas mais humanas - SMSUNAPor um mundo com marcas mais humanas - SMSUNA
Por um mundo com marcas mais humanas - SMSUNA
 
Rafael Kiso - live comex digital fsb
Rafael Kiso  - live comex digital fsbRafael Kiso  - live comex digital fsb
Rafael Kiso - live comex digital fsb
 
Marketing - Vantagem Relativa
Marketing - Vantagem RelativaMarketing - Vantagem Relativa
Marketing - Vantagem Relativa
 
Ebook AAIDDU - Atitude e Atendimento Ins-piradoramente Diferentes Do Usual
Ebook AAIDDU - Atitude e Atendimento Ins-piradoramente Diferentes Do UsualEbook AAIDDU - Atitude e Atendimento Ins-piradoramente Diferentes Do Usual
Ebook AAIDDU - Atitude e Atendimento Ins-piradoramente Diferentes Do Usual
 
2 Marca Construindo
2   Marca Construindo2   Marca Construindo
2 Marca Construindo
 
Palestra "Conteúdos que geram Vendas e Engajamento" - 02/07 - Quartel Digital
Palestra "Conteúdos que geram Vendas e Engajamento" - 02/07 - Quartel DigitalPalestra "Conteúdos que geram Vendas e Engajamento" - 02/07 - Quartel Digital
Palestra "Conteúdos que geram Vendas e Engajamento" - 02/07 - Quartel Digital
 
Comportamento do consumidor online e gestão de marcas 3
Comportamento do consumidor online e gestão de marcas 3Comportamento do consumidor online e gestão de marcas 3
Comportamento do consumidor online e gestão de marcas 3
 
Mkt
MktMkt
Mkt
 
Mkt
MktMkt
Mkt
 
Apostila de marketing de resultados
Apostila de marketing de resultadosApostila de marketing de resultados
Apostila de marketing de resultados
 
Mkt
MktMkt
Mkt
 
Ebook Gestão de Marcas - Deskfy
Ebook Gestão de Marcas - DeskfyEbook Gestão de Marcas - Deskfy
Ebook Gestão de Marcas - Deskfy
 
Livro Grandes marcas - Grandes negocios - Download gratuito
Livro Grandes marcas - Grandes negocios - Download gratuito Livro Grandes marcas - Grandes negocios - Download gratuito
Livro Grandes marcas - Grandes negocios - Download gratuito
 
Livro grandes-marcas-grandes-negocios
Livro grandes-marcas-grandes-negociosLivro grandes-marcas-grandes-negocios
Livro grandes-marcas-grandes-negocios
 
Branding - Grandes marcas grandes negócios
Branding - Grandes marcas grandes negóciosBranding - Grandes marcas grandes negócios
Branding - Grandes marcas grandes negócios
 
Palestra arquetipos de mkt
Palestra arquetipos de mktPalestra arquetipos de mkt
Palestra arquetipos de mkt
 
Livro Grandes Marcas Grandes Negocios
Livro Grandes Marcas Grandes NegociosLivro Grandes Marcas Grandes Negocios
Livro Grandes Marcas Grandes Negocios
 
Livro Grandes Marcas Grandes Negocios
Livro Grandes Marcas Grandes NegociosLivro Grandes Marcas Grandes Negocios
Livro Grandes Marcas Grandes Negocios
 
livro-grandes-marcas-grandes-negocios
livro-grandes-marcas-grandes-negocioslivro-grandes-marcas-grandes-negocios
livro-grandes-marcas-grandes-negocios
 

Mehr von Beto Lima Branding

O Manual Secreto do Marketing
O Manual Secreto do Marketing O Manual Secreto do Marketing
O Manual Secreto do Marketing Beto Lima Branding
 
Manual Marca RJ- Marca Registrada do Brasil
Manual Marca RJ- Marca Registrada do BrasilManual Marca RJ- Marca Registrada do Brasil
Manual Marca RJ- Marca Registrada do BrasilBeto Lima Branding
 
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para Organizações Esportivas
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para Organizações EsportivasGuia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para Organizações Esportivas
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para Organizações EsportivasBeto Lima Branding
 
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 Para Anunciantes e Demais Organizações
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 Para Anunciantes e Demais OrganizaçõesGuia de Proteção às Marcas da Rio 2016 Para Anunciantes e Demais Organizações
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 Para Anunciantes e Demais OrganizaçõesBeto Lima Branding
 
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para o Setor de Turismo, Hotelaria e ...
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para  o Setor de Turismo, Hotelaria e ...Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para  o Setor de Turismo, Hotelaria e ...
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para o Setor de Turismo, Hotelaria e ...Beto Lima Branding
 
Guia de Identidade Visual e Naming by ABA
Guia de Identidade Visual e Naming by ABAGuia de Identidade Visual e Naming by ABA
Guia de Identidade Visual e Naming by ABABeto Lima Branding
 
Cases de rebrand da Dia Comunicação
Cases de rebrand da Dia ComunicaçãoCases de rebrand da Dia Comunicação
Cases de rebrand da Dia ComunicaçãoBeto Lima Branding
 
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Materialidade, Gestão e Serviço
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Materialidade, Gestão e ServiçoRumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Materialidade, Gestão e Serviço
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Materialidade, Gestão e ServiçoBeto Lima Branding
 
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Inserção Social
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Inserção SocialRumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Inserção Social
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Inserção SocialBeto Lima Branding
 
Manual de Identidade Visual da ANAC
Manual de Identidade Visual da ANACManual de Identidade Visual da ANAC
Manual de Identidade Visual da ANACBeto Lima Branding
 
Manual de iIdentidade Visual da SAMU/192
Manual de iIdentidade Visual da SAMU/192Manual de iIdentidade Visual da SAMU/192
Manual de iIdentidade Visual da SAMU/192Beto Lima Branding
 
Manual do Uso da Marca Governo Federal do Brasil
Manual do Uso da Marca Governo Federal do BrasilManual do Uso da Marca Governo Federal do Brasil
Manual do Uso da Marca Governo Federal do BrasilBeto Lima Branding
 
La Marca Como Ventaja Competitiva - Case BMW
La Marca Como Ventaja Competitiva - Case BMWLa Marca Como Ventaja Competitiva - Case BMW
La Marca Como Ventaja Competitiva - Case BMWBeto Lima Branding
 

Mehr von Beto Lima Branding (16)

O Manual Secreto do Marketing
O Manual Secreto do Marketing O Manual Secreto do Marketing
O Manual Secreto do Marketing
 
Manual Marca RJ- Marca Registrada do Brasil
Manual Marca RJ- Marca Registrada do BrasilManual Marca RJ- Marca Registrada do Brasil
Manual Marca RJ- Marca Registrada do Brasil
 
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para Organizações Esportivas
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para Organizações EsportivasGuia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para Organizações Esportivas
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para Organizações Esportivas
 
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 Para Anunciantes e Demais Organizações
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 Para Anunciantes e Demais OrganizaçõesGuia de Proteção às Marcas da Rio 2016 Para Anunciantes e Demais Organizações
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 Para Anunciantes e Demais Organizações
 
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para o Setor de Turismo, Hotelaria e ...
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para  o Setor de Turismo, Hotelaria e ...Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para  o Setor de Turismo, Hotelaria e ...
Guia de Proteção às Marcas da Rio 2016 para o Setor de Turismo, Hotelaria e ...
 
Guia de Identidade Visual e Naming by ABA
Guia de Identidade Visual e Naming by ABAGuia de Identidade Visual e Naming by ABA
Guia de Identidade Visual e Naming by ABA
 
Cases de rebrand da Dia Comunicação
Cases de rebrand da Dia ComunicaçãoCases de rebrand da Dia Comunicação
Cases de rebrand da Dia Comunicação
 
Tim Manual da Marca
Tim Manual da MarcaTim Manual da Marca
Tim Manual da Marca
 
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Materialidade, Gestão e Serviço
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Materialidade, Gestão e ServiçoRumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Materialidade, Gestão e Serviço
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Materialidade, Gestão e Serviço
 
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Inserção Social
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Inserção SocialRumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Inserção Social
Rumos da Pesquisa no Design Contemporâneo: Inserção Social
 
Mobile Book of Trends 2014
Mobile Book of Trends 2014Mobile Book of Trends 2014
Mobile Book of Trends 2014
 
Manual de Identidade Visual da ANAC
Manual de Identidade Visual da ANACManual de Identidade Visual da ANAC
Manual de Identidade Visual da ANAC
 
Manual de iIdentidade Visual da SAMU/192
Manual de iIdentidade Visual da SAMU/192Manual de iIdentidade Visual da SAMU/192
Manual de iIdentidade Visual da SAMU/192
 
Manual do Uso da Marca Governo Federal do Brasil
Manual do Uso da Marca Governo Federal do BrasilManual do Uso da Marca Governo Federal do Brasil
Manual do Uso da Marca Governo Federal do Brasil
 
La Marca Como Ventaja Competitiva - Case BMW
La Marca Como Ventaja Competitiva - Case BMWLa Marca Como Ventaja Competitiva - Case BMW
La Marca Como Ventaja Competitiva - Case BMW
 
Cómo crear una marca
Cómo crear una marcaCómo crear una marca
Cómo crear una marca
 

Kürzlich hochgeladen

Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoGametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoCelianeOliveira8
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...LuizHenriquedeAlmeid6
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptTREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptAlineSilvaPotuk
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxacaciocarmo1
 
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdforganizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdfCarlosRodrigues832670
 
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLinguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLaseVasconcelos1
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdfDemetrio Ccesa Rayme
 
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024GleyceMoreiraXWeslle
 
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptxErivaldoLima15
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfEyshilaKelly1
 
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalSilvana Silva
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfErasmo Portavoz
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileirosMary Alvarenga
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfangelicass1
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e femininoGametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
Gametogênese, formação dos gametas masculino e feminino
 
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
Slides Lição 3, Betel, Ordenança para congregar e prestar culto racional, 2Tr...
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.pptTREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
TREINAMENTO - BOAS PRATICAS DE HIGIENE NA COZINHA.ppt
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptxBaladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
 
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdforganizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
organizaao-do-clube-de-lideres-ctd-aamar_compress.pdf
 
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdfLinguagem verbal , não verbal e mista.pdf
Linguagem verbal , não verbal e mista.pdf
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppttreinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
 
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
Geometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdfGeometria  5to Educacion Primaria EDU  Ccesa007.pdf
Geometria 5to Educacion Primaria EDU Ccesa007.pdf
 
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
Apresentação sobre o Combate a Dengue 2024
 
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
6°ano Uso de pontuação e acentuação.pptx
 
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdfGuia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
Guia completo da Previdênci a - Reforma .pdf
 
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mentalADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
ADJETIVO para 8 ano. Ensino funda.mental
 
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdfO guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
O guia definitivo para conquistar a aprovação em concurso público.pdf
 
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
19 de abril - Dia dos povos indigenas brasileiros
 
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdfMapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
Mapas Mentais - Português - Principais Tópicos.pdf
 

Um mergulho na construção de marcas

  • 1. Daniela Lompa Nunes Miguel Casagrande Roger Monteiro
  • 2. Copyright © 2012 dos autores Capa, projeto gráfico e ilustrações: Roger Monteiro Revisão: Renato Deitos Finalização: Ricardo Lilja Impressão e acabamento:Plural Editora Negócios Ltda. CNPJ: 04.370.488/0001-08 Tiragem: 1.000 unidades D448 Desconstruindo marcas / Daniela Lompa Nunes ... [et al.]. - Porto Alegre : Entrementes Editorial, 2012. ISBN 978-85-60084-03-6 1. Marca de produtos. 2. Publicidade. 3. Branding (Marketing). 4. Desenho (Projetos). 5. Marca registrada. I. Nunes, Daniela Lompa. CDD 658.827 CDU 658.626 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Bibliotecário: Flávio Nunes - CRB 10/1298) Entrementes Editorial entrementeseditorial@uol.com.br +55 +51 3737.6103 Um mergulho bem (ou mal) humorado no universo do branding.
  • 3. TODO ATO DE CRIAÇÃO É,ANTES DE TUDO, UM ATO DE DESTRUIÇÃO. _Pablo Picasso
  • 4. Essas conversas sobre marcas são as sobras de guerra do trabalho diário, as reflexões que ficam pelo caminho toda vez que precisamos ajudar uma marca a acontecer. Mais do que conversas, são pequenas provocações. Elas podem lhe oferecer respostas e atalhos, mas, se fizerem isso, provavelmente vão estar enganando você. Elas são contraditórias. Se nós mesmos somos, por que elas não seriam? Elas são mal-educadas, inconvenientes e inadequadas, e não se espera que sejam outra coisa. Algumas vão fazer de tudo para que você se desfaça de certezas, sem lhe dar absolutamente nada em troca, além de mais perguntas. Mas as regras são claras: elas podem mudar a qualquer momento. Não acredite em coisa alguma que você ler aqui. A menos que faça sentido para você. Se é conversando que a gente se entende, conversemos. Se vamos nos entender ou não, já é outra história. Este livro é um relato da convivência diária de profissionais de design e comunicação que trabalham com marcas criadas por pessoas há muito tempo, ou marcas recém-criadas para pessoas, ou mesmo marcas criadas por nossas pessoas, mas todas elas com certeza de nada, pois muito do sucesso que se vê por aí foi fruto do acaso, da conjunção de fatores econômicos e do velho e produtivo boca a boca.
  • 5. Marcas são criadas todos os dias. Todas elas vêm ao mundo com uma carga de expectativa e de esperança, mas, infelizmente, expectativa e esperança nunca foram garantia de sucesso. Algumas crescerão fortes, saudáveis, serão o orgulho dos seus pais, as queridinhas de suas mães. Outras, coitadas, nascerão mortas, ou quase isso. Existem muitas maneiras de se construir uma marca. Algumas acadêmicas, cartesianas. Algumas intuitivas. Outras, ainda, completamente acidentais. Na maior parte das vezes, entretanto, uma grande marca se constrói a partir de diferentes doses de todos esses elementos. O segredo está na medida. O segredo está na medida das coisas, na paciência, no investimento (sim, uma boa marca não se faz sem dinheiro) e na pertinência, essa palavrinha chata mas que resume muito do que se quer dizer sobre branding: se a sua marca se parece com um bife, não adianta você pretender que ela venda sapatos. Simples assim. Então, a primeira lição é: pertinência, adequação à categoria e desapego. Porque não adianta você se apegar a um cavalo manco. Será perda de energia e dinheiro. UMA GRANDE MARCA SE FAZ MAIS COM DÚVIDAS DOQUE COM CERTEZAS.
  • 6. _Marty Neumeier MARCA NÃO É UM LOGOTIPO. MARCA NÃO É UMA IDENTIDADE VISUAL. MARCA NÃO É UM PRODUTO. MARCA É UM SENTIMENTO VISCERAL E INDIVIDUAL SOBRE UM PRODUTO, SERVIÇO OU ORGANIZAÇÃO. UMA MARCA NÃO É O QUE A EMPRESA DIZ QUE ELA É, É O QUE OS OUTROS DIZEM QUE ELA É.
  • 7. Existe muita confusão a respeito de imagem e identidade de marca. A identidade é aquilo que a marca quer ser e comunica através do seu posicionamento. Já a imagem da marca é aquilo que está na cabeça do público. E é em relação a isso que nem sempre as marcas têm clareza e o correto entendimento para cultivar um bom relacionamento.
  • 8. A VERDADE DA MARCA. A VERDADE DA MARCA. A VERDADE DA MARCA? As mentiras que as marcas contam, as mentiras que a mídia conta, as mentiras que o produto afirma quando está a sós com o consumidor. A frustração da compra, seja ela real ou imaginária, detona com a próxima compra daquela marca.
  • 9. QUALQUER COISA SOA EXTREMAMENTE INTELIGENTE QUANDO VOCÊ ESTÁ FALANDO CONSIGO MESMO. E aí está uma grande mancada dos profissionais de marketing em geral: acreditar que a marca para a qual trabalham é a melhor do mundo, a mais querida, a mais moderna, a mais desejada. Isso é uma visão interna das organizações, que absolutamente não condiz com o que os consumidores e potenciais compradores estão comentando ou ouvindo sobre o seu produto. Não acredite em tudo que as pesquisas indicam, pois as pessoas adoram mentir em pesquisas. Preocupe-se muito mais com o índice de rejeição da sua marca do que com o que os entusiastas afirmam ser qualidades inarredáveis do seu produto. Com o advento da internet (advento e internet são palavras muito velhas hoje), está todo mundo se sentindo muito à vontade para queimar a reputação que a sua marca levou anos de pesquisa para construir. E se você não estiver ligado, dança na próxima coleção. Apaixonar-se pela própria marca é colocar em movimento uma força poderosa e inspiradora. Exceto quando essa paixão se transforma em miopia. Acontece todos os dias. Executivos fascinados com suas próprias empresas se convencem muito rapidamente de que o mundo gira em torno do seu produto, do seu serviço, das boas intenções que compõem a sua marca. Voltam-se para dentro do pequeno universo que lhes é colorido e familiar. Tornam-se tão herméticos que passam a investir consideráveis somas de dinheiro para falarem consigo mesmos. A mensagem que chega até o público é a de uma marca tão ególatra que ele não entende por que deveria se engajar nela. As pessoas não querem se relacionar com alguém que só pensa em si mesmo. Elas não querem legitimar um monólogo disfarçado de diálogo.
  • 10. Mas uma boa dose de paixão é importante na construção de uma marca. O importante é manter um nível de autocrítica e bom senso para não errar na medida.
  • 11. SE VOCÊ VENDE PERFUMES,TALVEZ FIQUE TRISTE EM SABER QUE NINGUÉM ESTÁ INTERESSADO NA FÓRMULA DA FRAGRÂNCIA. O CONSUMIDOR QUER MAIS É FICAR CHEIROSO. _Júlio Ribeiro É o benefício que constrói a marca, não sua característica, nem suas vantagens. Isso ajuda engenheiros a explicar motores, mas não vai ajudar a vender o carro se ele não tiver cheiro de sonho.
  • 12. É INÚTIL CHAMAR A ATENÇÃO DAS PESSOAS QUANDO VOCÊ NÃO TEM NADA A DIZER. Quando você não tem nada interessante para dizer, você pode ficar calado e deixar que as pessoas pensem que você é enfadonho, ou abrir a boca e fazê-las ter certeza. O melhor trabalho de branding, a melhor campanha publicitária, as estratégias de marketing mais ousadas e pirotécnicas não vão sustentar uma marca que não saiba exatamente quem ela é, por que ela existe, por que as pessoas deveriam perder o seu tempo prestando atenção a ela. Na verdade, quando uma marca não tem consistência, quanto mais atenção para si ela chamar, mais evidente essa falha de caráter se torna. E reverter essa percepção prematura é inúmeras vezes mais difícil do que destilar sua essência e transformá-la em uma promessa com a qual as pessoas possam se conectar de verdade. Quando você fala demais, parece não ter nada a dizer. Um olhar sedutor sobre a marca produz mais efeito do que uma conversa chata sobre suas virtudes. Uma embalagem bem pensada pode fazer muito mais na gôndola do supermercado do que milhares de promotoras tentando lhe empurrar um petisco que você aceita por que está com fome, mas que não vai colocar dentro do carrinho.
  • 13. Se o seu produto é ruim e a campanha é boa, você provavelmente ganhará prêmios de propaganda e venderá esse produto aos incautos. Apenas uma vez. Depois, é esperar pela diminuição do espaço na cabeça das pessoas e no market share, não necessariamente nessa ordem. NADA AFASTA MAIS DEPRESSA UM MAU PRODUTO DO MERCADO DO QUE UMA EXCELENTE CAMPANHA PUBLICITÁRIA. _Morris Hite
  • 14. VOCÊ PODE MENTIR PARA A SUA MÃE. VOCÊ PODE MENTIR PARA OS SEUS FILHOS. VOCÊ PODE MENTIR PARA A SUA ESPOSA. MAS EXPERIMENTE MENTIR PARA O SEU CONSUMIDOR. Em um cenário que trocou o monólogo pelo diálogo, a mentira nunca teve as pernas tão curtas. Construir imagens de marca baseadas em meias verdades deixou de ser uma tarefa rentável. O esforço e a quantidade de recursos necessários para dar credibilidade a promessas que não se sustentam por si sós acabam excedendo, em muito, os eventuais lucros que elas poderiam gerar. Você pode tentar enganar a todos por algum tempo. Talvez até obtenha algum sucesso pontual. Mas os seus acionistas estarão dispostos a investir na construção de uma marca que já nasce com seu prazo de validade expirado? O cenário atual é complexo para os negócios. De acordo com Patrícia Ashley , em seu Ética e Responsabilidade Social nos Negócios, todo esse aumento da complexidade dos negócios está impondo ao empresariado novas formas de realizar suas transações. A nova realidade vem forçando as empresas a investir em outros atributos além de preço e qualidade, tais como confiabilidade, serviço de pós-venda, produtos ambientalmente corretos e relacionamento ético das empresas com seus consumidores, fornecedores e varejistas, além da valorização de práticas ligadas à segurança de seus funcionários e à preservação do meio ambiente. Manter o discurso alinhado e verdadeiro em frente a esta demanda é um grande desafio das marcas.
  • 15. NÃO IMPORTA O QUÃO BONITO SEJA O SEU CHAPÉU. O CONSUMIDOR PERCEBE QUANDO UMA MARCA ESTÁ SEM CALÇAS.
  • 16. MARCA NÃO COMBINA COM EGOÍSMO. Sempre que uma marca se ocupa mais de parecer culturalmente relevante do que de entregar aquilo que promete, seja enquanto produto, seja enquanto instrumento de identidade e aglutinação, ela fracassa. Quando existe um relacionamento genuíno entre a marca e o público, ele desenvolverá um certo grau de tolerância em relação a pequenos pecados, desde que sua essência se mantenha consistente e fiel à promessa que estabeleceu essa conexão. Quando o consumidor percebe que o reflexo da marca no espelho se tornou mais importante do que essa promessa, ele se sentirá traído e a abandonará. Portanto, seja genuíno em suas intenções, deixe muito claro o que você pretende vender e para quem. Quando você esnoba um consumidor, ele se vingará no futuro, deixando de comprar.
  • 17.
  • 18. ONIPRESENÇA NÃO SIGNIFICA RELEVÂNCIA. Vivemos em uma época em que existem mais meios de dizer do que coisas a serem ditas. Uma marca precisa estar presente apenas nos canais que são relevantes para o público com o qual ela pretende se relacionar. Não existe mágica que faça uma marca acontecer de maneira consistente em um ambiente que não diz coisa alguma para os seus consumidores. Todos os dias, inúmeras empresas mal direcionam recursos para consolidar sua presença nas mais diversas mídias sem saber, exatamente, como essas mídias podem contribuir para sua relação com o público. Alguém disse por aí uma frase que resume o mundo contemporâneo: “Estamos obesos de informação e famintos de significado”.
  • 19. NA ERA DE OURO DO WESTERN SPAGHETTI, O MESMO ÍNDIO PODIA MORRER EM ATÉ DOZE CENAS DIFERENTES.MAS ISSO NÃO FAZIA DELE COISA ALGUMA ALÉM DE UM ÍNDIO A MENOS.
  • 20. Por um momento, talvez os seus esforços de comunicação possam parecer eficientes. Provavelmente o índice de awareness da marca apresente números fascinantes. Entretanto, conhecimento não é conexão. E é somente ela que pode transformar recall em vendas efetivas. UMA MARCA CHATA ESTÁ A MEIO CAMINHO DE SE TORNAR IRRELEVANTE. As pessoas estão dispostas a relevar diversas falhas de caráter, mas uma delas não é a chatice. O público não gosta de ser interrompido. Quando uma marca impõe a sua presença de forma ostensiva, ela se torna chata, inconveniente, e é essa imagem que se fixa na mente do consumidor.
  • 21.
  • 22. OS CONSUMIDORES VÃO IGNORAR SEMPRE QUE SE SENTIREM OBRIGADOS A PRESTAR ATENÇÃO.
  • 23. QUANDO UM CONCEITO NÃO ESTÁ NO DNA DA SUA MARCA, FINGIR QUE ESTÁ PODE ARRUINAR TODOS OS SEUS OUTROS ESFORÇOS DE MARKETING GENUÍNOS. Sempre que uma marca se apropria de conceitos que não fazem parte da sua essência, apenas para parecer simpática a um determinado segmento do mercado, ela está cometendo um duplo erro. As pessoas para as quais esses conceitos realmente significam alguma coisa vão perceber a manobra quase que imediatamente. Elas a rejeitarão. Enquanto isso, seu público atual estará sendo impactado por uma mensagem inconsistente, que o levará a questionar tudo o que ele já sabe a respeito da marca. Se você é sério, não tente fazer piadinhas com o seu consumidor, ou não ria de si próprio. Nem todo o público é adolescente para rir de qualquer coisa, nem todo o produto pode ser cômico sem perder a credibilidade. O criativismo publicitário pode matar um produto apenas para ganhar um prêmio.
  • 24. SUA MARCA NÃO PRECISA SER VERDE, ELA PRECISA SER DE VERDADE. Muitos esforços estão sendo feitos para provar que determinadas marcas estão na moda, e a moda é ser sustentável. Mas se você gasta muita água na produção, ou corta árvores, ou sua empresa é cruel com os colaboradores, ou tem lucros absurdos, não gaste dinheiro dizendo que você é legal. Invista em uma comunicação que não trate o consumidor como um desinformado, invista nas suas maiores virtudes, sejam elas preço, ou durabilidade, ou mesmo tradição. E esqueça as toalhas que plantam árvores nos hotéis.
  • 25. SER FIEL À VERDADE DA SUA MARCA É SER FIEL AO SEU PÚBLICO. Para que uma marca se mantenha viva e relevante, e não se torne um louco gritando sozinho no deserto, ela precisa se relacionar com o contexto à sua volta. Esse contexto muda de acordo com diferentes fatores. Mas a marca não. Manter a sua essência, enquanto estabelece essas relações efêmeras e surfa nas inúmeras ondas do momento, é o segredo para que ela seja percebida como algo fresco, porém sólido. Suas expressões podem – e devem – ecoar o ambiente em que ela está inserida, mas de modo a relacionar esse ambiente com a sua essência, com a sua verdade. Uma marca se torna relevante, no sentido cultural, quando consegue se apropriar dos estímulos que lhe são atirados pelo mercado e devolvê-los ao público através da sua própria ótica, dos seus valores, e nos seus termos. Quando ela apenas dança conforme a música e não se posiciona, ela enfraquece, se torna esquizofrênica, e as pessoas a abandonam.
  • 26. Entretanto, os momentos de verdadeira inovação são raros. Como já disseram nas organizações mais vencedoras: a estrutura se adapta às pessoas, e não o contrário. Se você quer um produto vencedor, com uma marca forte, adapte-se às pessoas, aos seus sonhos e necessidades. E esqueça essa conversa de criar demanda. Mas as verdadeiras marcas à prova de balas sempre deram às pessoas aquilo que elas sequer sonharam possível. Elas fizeram história. O HOMEM SENSATO SE ADAPTA AO MUNDO.O HOMEM INSENSATO ADAPTA O MUNDO A SI MESMO. TODO PROGRESSO DEPENDE DO HOMEM INSENSATO. _George Bernard Shaw
  • 27. UMA MARCA FORTE NÃO TEM A VER COM O QUE UMA EMPRESA DE FATO É. ELA TEM A VER COM O QUE UMA EMPRESA ESTÁ DISPOSTA A SER. Nenhuma marca nasce grande. Ela se torna grande quando consegue fazer com que o público acredite em sua promessa, quando consegue despertar nas pessoas uma sensação de pertencimento. É isso que as faz abandonar sua condição passiva de audiência. É isso que as faz se engajar. Como disse Jim Jarmusch, diretor de Sobre Café e Cigarros, não importa de onde você tira as coisas, importa é para onde as leva.
  • 28. _Polvo Paul Ou um exercício de introspecção? Ou seria escavação, como diz o nosso amigo Joey Reiman? Mas às vezes nem isso é suficiente. Existe um componente intangível e imponderável chamado sorte. Muitas vezes o acaso faz mais por uma marca do que todos os esforços de marketing. CRIAR UMA GRANDE MARCA É UM EXERCÍCIO DE FUTUROLOGIA.
  • 29. PARADIGMA, Sempre que uma marca atinge novos níveis de significado em seu contexto, ela se expõe a dinâmicas e demandas diferentes daquelas com as quais está familiarizada. Elevar uma marca ao patamar de ícone cultural é um processo gratificante, mas que inspira cuidados. Seja pelo seu grau de penetração no imaginário popular ou por se tornar sinônimo de um determinado nicho, essa mudança de status a obriga a se redefinir, para que sua nova condição não acabe anulando a sua função primária, que é mercadológica. Muitas boas marcas se perdem quando se veem obrigadas a andar sobre essa linha. Nada mais perigoso do que essa máxima de ter que quebrar paradigmas o tempo inteiro. Algumas convicções da administração moderna não têm respaldo em experiências reais, e são transferidas para o branding como se fossem verdades imutáveis. QUANDOVOCÊ QUEBRA UM PRECISA ESTAR PREPARADO PARA LIDAR COM OS CACOS.
  • 30. É comum que as marcas percam o seu apelo, ao longo do tempo, por insistir em operar dentro de um repertório limitado de soluções, baseadas em experiências de sucesso. Quando restringe as opções de interação com seus públicos a meia dúzia de fórmulas comprovadamente eficazes, porém repetidas à exaustão, uma marca está trocando segurança por impacto. Mesmo ações equivocadas possuem mais apelo do que manter os seus esforços de marketing em uma linha reta. É preciso saber usar a experiência mais como uma vela do que como uma âncora. Ou você compra margarina por causa dos comerciais, todos iguais, da família feliz ideal? NÃO FIQUE PRESO AO QUE A SUA EXPERIÊNCIA ENSINA.
  • 32. A LINHA RETA É A MENOR DISTÂNCIA ENTRE DOIS PONTOS?
  • 33. A LINHA RETA É A MORTE.
  • 34. NÃO OLHE EM VOLTA PARA FAZER IGUAL, OLHE EMVOLTA PARA FAZER DIFERENTE. Pautar a construção de uma marca por características que a tornem similar às dos seus competidores, apostando que a equivalência visual facilite associações semânticas e a torne menos suscetível a interpretações distorcidas, faz tanto sentido quanto poesia concreta. Uma marca não se torna referência em seu segmento procurando se aproximar de suas concorrentes. É só assumindo o risco da diferença que ela subverte as expectativas do público em relação ao que determinada marca deveria ser, e se coloca no mercado como uma coisa nova, uma coisa interessante, uma coisa que tem algo a dizer e que merece ser ouvida.
  • 35. AGARRAR UM RINOCERONTE PELO CHIFRE É MENOS PERIGOSO DO QUE MANTER UMA MARCA EM SUA ZONA DE CONFORTO.
  • 36. Quando se trata de posicionamento de marca, ser o primeiro é mais importante do que ser o melhor. O NOVO É UMA PROMESSA DE TRANSFORMAÇÃO. _Luciana Stein Os consumidores se acostumaram a um cenário de recompensas imediatas, de livre acesso à experimentação de bens e serviços, e a um mercado que se esforça cada vez mais para ampliar o seu leque de opções. Todo produto novo traz implícita a promessa de uma experiência inédita e, potencialmente, transformadora. A velocidade com que uma marca é capaz de suprir essa necessidade de inovação se tornou fundamental para que o público a perceba como algo dinâmico e conectado com os seus desejos. Lançar antes, lançar primeiro e lançar agora garante que a sua marca ocupe um espaço na mente do consumidor que o seu concorrente, mesmo com um produto mais bem acabado, precisará conquistar.
  • 38. Mas não é tarefa fácil achar a síntese. Requer abrir mão de muitas questões, e normalmente não queremos abrir mão de nada. Síntese e essência rimam com inteligência. O SIMPLES NÃO É O OPOSTO DO COMPLEXO,É A SUA DEPURAÇÃO. Construir uma marca sobrecarregada de significados é construir uma marca incomunicável. É preciso buscar a síntese. É preciso fazer escolhas. O consumidor só é capaz de se conectar com aquilo que ele é capaz de entender. Quando uma marca faz o seu trabalho direito, ela tem uma chance muito pequena de fazer com que o público se engaje a ela. Quando não faz, essa chance sequer existe. Sempre que uma marca não puder reduzir a sua promessa a uma palavra, ela não está fazendo o seu trabalho direito.
  • 39. O consumidor percebe quando o investimento é maior em mídia do que em pesquisa, desenvolvimento e atendimento. OFEREÇA EMVEZ DE FOGOS DE ARTIFÍCIO
  • 40. SE UMA MARCA DESEJA FAZER PARTE DA VIDA DO CONSUMIDOR, ELA PRECISA DEIXÁ-LO FAZER PARTE DA SUA. Nunca o público esteve tão disposto a fazer parte da história da vida de uma marca. As ferramentas sociais tornaram as pessoas agentes ativos de um processo que, até há bem pouco tempo, ocorria somente nos bastidores. Convidar o consumidor para fazer parte disso cria um senso de comunidade e pertencimento. É o fim da era dos imperativos. A interação é mais forte do que a imposição. Não se trata de uma inversão de poder nas relações de mercado, mas sim de uma equalização. A marca que fala de igual para igual com seu consumidor se torna um amigo. Muitas marcas têm telhado de vidro e medo do que vão escutar. Mas o consumidor vai falar de qualquer jeito. Nesses tempos conectados, já não há saída. O melhor é fazer o dever de casa direitinho para não transformar o Twitter em Angry Birds.
  • 41. Marcas queridas geram compra automática nas gôndolas. As pessoas pagarão até mais pelo seu produto, e o recomendarão para outras pessoas. Elas não levarão um substituto. E terão certeza de estar fazendo uma boa compra. A CHAVE É FAZER PARTE DA VIDA DAS PESSOAS. ELAS SEMPRE VÃO PREFERIR FAZER NEGÓCIOS COM AMIGOS. _Marty Kohr
  • 42.
  • 43. O CONCEITO MAIS BRILHANTE SE TORNA COMPLETAMENTE INÚTIL QUANDO NÃO PODE SER TRADUZIDO EM UMA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO CONSISTENTE. Por mais impactantes que sejam, ações isoladas não constituem uma estratégia de comunicação consistente. O discurso de uma marca precisa seguir a lógica de uma narrativa. Isso não quer dizer que precisemos raciocinar de maneira linear e cartesiana, mas sim que todos os pontos de contato da marca com o seu público precisam contar a mesma história, ou ela perderá credibilidade. O consumidor se tornou um cético. Sua atitude natural em relação à publicidade é a de duvidar. Ele não está mais disposto a se conectar com uma marca apenas porque a modelo bonita, na televisão, diz para ele fazer isso. Se a história que está sendo contada não fizer sentido, a marca deixa de existir. Se a história não for convincente, a marca some. Se a história se mostrar contraditória, a marca morre. Se a essência estiver entendida e disseminada, tudo flui mais facilmente. O relacionamento com o público se estabelece, e, se a marca estiver atenta a esta relação, ambos crescem.
  • 44. EM COMUNICAÇÃO, SEMPRE QUE A CELEBRIDADE NÃO ESTÁ A SERVIÇO DE UMA IDEIA, O QUE NÓS TEMOS É UM FIGURANTE MUITO BEM PAGO.
  • 45. UMA ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO É TÃO BOA QUANTO AS INTERAÇÕES QUE ELA CONSEGUE INSPIRAR. Estratégias são um meio para atingir objetivos, não os objetivos em si. Elas são apenas uma parte da construção de uma grande marca. Sem a execução, elas se tornam não mais do que um exercício teórico. Não existe sucesso quando as peças de comunicação, que são sua linha de frente e devem tornar a promessa de uma marca tangível ao consumidor, não cumprem o seu papel de atraí-lo e estabelecer um nexo. Afaste sua execução do lugar-comum, aposte no inusitado, não se deixe seduzir pelos modismos, recombine as referências, subverta os formatos. Mas, acima de tudo, seja consistente com a verdade da marca.
  • 47. Cada marca possui a sua verdade e uma maneira única para expressá-la. Pode parecer um atalho para roubar a audiência do seu concorrente adaptar a linguagem de comunicação dele ao seu universo. Fazendo isso, é possível que você atraia a atenção de alguns consumidores menos fiéis e consiga converter uma meia dúzia em entusiastas genuínos. Entretanto, eles não justificam os danos permanentes que essa falta de consistência costuma trazer à imagem de uma marca. O que funciona para o seu concorrente nem sempre funciona para você. SE NÃO PUDER VENCÊ-LOS, FAÇA QUALQUER COISA, MENOS JUNTAR-SE A ELES.
  • 48. RESISTA À TENTAÇÃO DE RECOLHER AS PEQUENAS CERTEZAS QUE A CONCORRÊNCIA DEIXA CAIR PELO CAMINHO. O melhor a fazer é criar suas próprias certezas, mesmo que elas batam de frente com todas as afirmações dos seus concorrentes.
  • 49. VIVEMOS UMA DITADURA DO CONSUMIDOR. A MARCA QUE SE RECUSAR A ADMITIR SERÁ SUMARIAMENTE EXECUTADA.
  • 50. Existem poucas marcas inovadoras. Isso acontece porque a inovação genuína implica riscos, implica ir contra o senso comum e apostar em ideias que nem sempre parecem fazer sentido. Ironicamente, confiar de maneira abnegada em uma pesquisa de mercado pode ser inúmeras vezes mais perigoso do que ignorá-la completamente. As pessoas não são capazes de lidar com o desconhecido, o que faz com que um conceito realmente novo, em estado teórico, tenda a ser rejeitado. Entretanto, os anuários de comunicação estão cheios de conceitos que, apesar de terem fracassado miseravelmente em grupos focais, acabaram se transformando em expressões quase definitivas para suas marcas. Acredite no novo. Mais do que perguntar ao consumidor, devemos observar o consumidor. Existe todo um sistema contraditório em relação à inovação. Todos os clientes querem ou dizem que querem inovar. Mas pecam em dois momentos cruciais: os prazos exíguos e a intolerância ao erro. UMA PARTE DAS PESSOAS NÃO SABE O QUE QUER. A OUTRA, SABE APENAS O QUE NÃO QUER. AS DUAS NÃO ESTÃO PREPARADAS PARA RECEBÊ-LO.
  • 51. PERMITIR QUE O SEU CONCORRENTE SE POSICIONE ANTES DE VOCÊ É UMA IDEIA TÃO BOA QUANTO JOGAR PETECA COM UMA GRANADA. Quando uma marca é a primeira a se posicionar em seu nicho, ela está posicionando, também, a dos seus competidores. A última pessoa que você gostaria que decidisse qual posicionamento a sua marca vai ter é o seu concorrente.
  • 52. As pessoas compram por muitos motivos. Elas compram para se expressar. Compram para se sentir bem. Compram para socializar. Compram para facilitar suas vidas. Compram, até mesmo, para dificultá-las. Mas, de todas as razões que levam alguém a se tornar um consumidor, a necessidade talvez seja a menos relevante. Exceto por uma pequena gama de produtos que atendem a necessidades básicas, todo o resto é escolha. E essa escolha quase nunca é racional. O RACIONAL É O ÚLTIMO RECURSO DO CONSUMIDOR QUE PRECISA JUSTIFICAR OS SEUS PRÓPRIOS DESEJOS.
  • 53. Ou uma concepção artística da proporção que ele assume em 90% das situações de compra. CÉREBRO DO CONSUMIDOR
  • 54. Quando uma marca percebe que o terreno mais fértil para o seu crescimento é o do desejo, e não o da necessidade, ela passa a se conectar com o público em um outro nível. Falando ao desejo, a marca deixa de se apresentar como uma alternativa e passa a ser percebida como a única alternativa. Muitos produtos podem suprir uma necessidade, apenas um pode realizar um desejo. Dessa forma, faça com que a sua marca apareça no radar do consumidor quando ele menos espera, quando ele ainda não teve tempo de se armar contra ela, longe do olhar vigilante do lado esquerdo do cérebro. DESPERTAR DESEJOS É MAIS PODEROSO DO QUE CORRESPONDER A EXPECTATIVAS.
  • 55. TRATA DE UNIR A FORMA À FUNÇÃO, MAS SIM DE UNIR A FORMA À PAIXÃO JÁ NÃO SE de ostentar suas marcas preferidas. É como passear com o cachorro, e adorar que outras pessoas percebam e elogiem.
  • 56. FAZER AS COISAS DIREITO UMA VEZ NÃO SIGNIFICA QUE VOCÊ NÃO AS TERÁ QUE FAZER DE NOVO. FAZER AS COISAS DIREITO UMA VEZ NÃO SIGNIFICA QUE VOCÊ NÃO AS TERÁ QUE FAZER DE NOVO. Marcas tendem ao vício. Sempre que alcançamos uma estratégia de sucesso, o movimento natural é nos agarrarmos a ela e tentar espremer da ideia que a sustenta o máximo possível. Entretanto, assim como qualquer material possui um limite de resistência, a partir do qual sua estrutura entra em colapso, uma ideia não é uma fonte inesgotável de possibilidades. Quando uma marca se mostra incapaz de estabelecer novas relações entre a sua essência e o contexto no qual está inserida, seu discurso se torna velho e irrelevante. Marcas tendem ao vício. Sempre que alcançamos uma estratégia de sucesso, o movimento natural é nos agarrarmos a ela e tentar espremer da ideia que a sustenta o máximo possível. Entretanto, assim como qualquer material possui um limite de resistência, a partir do qual sua estrutura entra em colapso, uma ideia não é uma fonte inesgotável de possibilidades. Quando uma marca se mostra incapaz de estabelecer novas relações entre a sua essência e o contexto no qual está inserida, seu discurso se torna velho e irrelevante.
  • 57. A melhor maneira de proteger a sua ideia é atacando-a você mesmo. Para cada conceito que nasce, nascem dez argumentos para derrubá-lo. Construa sua estratégia a partir do seu ponto mais fraco. Concentre a pressão sobre as suas deficiências. Submeta o seu pensamento às condições mais rigorosas. Não seja autoindulgente. Os consumidores são refratários. O mercado os fez assim. Como crianças, todos os dias eles vão testar os limites da sua promessa. Em compensação, se ela resistir, eles farão tudo por ela. IDEIAS NÃO GOSTAM DE AFAGOS. IDEIAS NASCERAM PARA APANHAR.
  • 58. Quando você se convence de que existe apenas um caminho, apenas uma resposta certa, você está fechando os olhos para um mundo de possibilidades e apostando no primeiro conceito adequado que surge durante o processo de criação de uma marca. Não é uma regra, mas as primeiras ideias são primeiras ideias porque vêm de uma camada de raciocínio mais rasa. Elas pertencem ao domínio do óbvio. As relações que o público está disposto a estabelecer com o óbvio são frágeis. Elas vão se sustentar enquanto forem únicas, porém farão com que qualquer conceito ligeiramente mais interessante, lançado por um concorrente, assuma ares de genialidade. NÃO ABRA MÃO DE EXPLORAR AS POSSIBILIDADES PORQUE VOCÊ ESTÁ APAIXONADO POR UMA IDEIA.
  • 59. Ela engana. Ela nos manipula. Ela diz que somos bonitos. Ela finge orgasmos. Livrar-se da primeira ideia antes que possamos nos apaixonar por ela é fundamental. A PRIMEIRA IDEIA ÉVENENOSA.
  • 60. Conhecer as variáveis da equação que determina o sucesso ou o fracasso de uma marca é uma parte importante do processo de sua construção, porém não é suficiente para que se possa estabelecer estratégias consistentes para a sua manutenção. Isso porque a mensagem de uma marca não acontece de forma isolada, no seu ponto de partida ou de chegada, mas sim no espaço entre essas variáveis, quando a promessa da empresa encontra a percepção do consumidor, que, por si só, já está sujeita a uma série de fatores externos. Compreender as dinâmicas desse espaço comum é a chave para se conectar com o público e engajá-lo na sua proposta. VOCÊ ACHA QUE, PELO FATO DE ENTENDER O UM, VOCÊ DEVE NECESSARIAMENTE ENTENDER O DOIS, PORQUE UM MAIS UM É IGUAL A DOIS. MAS, PARA ENTENDER O DOIS, VOCÊ PRECISA ENTENDER O MAIS. _Antigo provérbio sufi
  • 61. Os critérios de classificação econômica utilizados pelos institutos de pesquisa brasileiros estão defasados. Baseados quase que exclusivamente na posse de bens, boa parte dos perfis econômicos traçados a partir deles acabam trazendo algum nível de distorção. Esses critérios ignoram completamente as mudanças sociais, os novos modelos de famílias, a quantidade crescente de pessoas que moram sozinhas em espaços racionais, a gradual substituição da cultura do ter pela cultura do ser, e uma série de outros aspectos que revelariam muito mais a respeito dos hábitos de consumo dessas parcelas da população do que o número de banheiros à sua disposição. Isso quer dizer, entre outras coisas, que, a partir desses critérios, o porteiro de um prédio de apartamentos destinado a jovens solteiros, pode pertencer a uma classe econômica mais elevada do que o morador para o qual ele cuida das plantas, enquanto aquele viaja pela Europa. QUANTOS RÁDIOS EXISTEM NA SUA CASA?
  • 62. O PROGRAMA A QUE UM CONSUMIDOR ESTÁ ASSISTINDO DIZ MUITO MAIS A RESPEITO DELE DO QUE A QUANTIDADE DE TELEVISORES EM QUE ELE PODE ASSISTI-LO.
  • 63. Segmentar o seu público com base em fatores culturais faz muito mais sentido do que segmentá-lo de acordo com dados econômicos. Quando passamos da análise grupal à individual, fica fácil perceber que os hábitos de compra não são estabelecidos, necessariamente, pelos recursos financeiros que um consumidor possui à sua disposição, mas sim pela bagagem de informação do indivíduo e pelos estímulos aos quais o seu contexto cultural o expõe. Muitos consumidores da chamada classe C preferem adquirir uma quantidade menor de bens e serviços, percebidos como de maior qualidade, do que se fartar com os produtos mais baratos direcionados para eles. Não estamos falando, aqui, a respeito do caráter aspiracional que costuma estar associado a produtos milimetricamente projetados para atrair a atenção de segmentos econômicos menos favorecidos do que aqueles aos quais eles aparentemente se dirigem. Esse raciocínio está mais ligado ao gap cada vez maior entre o acesso à cultura e o acesso à renda. A economia é dinâmica. Quando você é de determinada classe social, e ascende, você não comprará um produto que o esnobava quando você estava por baixo. Logo, toda marca envelhecerá com a classe social a que pertence exclusivamente, e morrerá com ela. SÓ UMA PESSOA DECIDE SE UM PRODUTO É OU NÃO PARA VOCÊ. E ESSA PESSOA É VOCÊ.
  • 64. O CONSUMIDOR, ESSA MITOLÓGICA CRIATURA UNIDIMENSIONAL. Um dos maiores equívocos que uma marca pode cometer é tentar se conectar com consumidores, e não com pessoas. Durante muito tempo, o microscópio das pesquisas de mercado privou o público da sua humanidade, reduzindo-o a uma entidade plana, isolada de um contexto, analisada unicamente a partir da sua relação com o objeto exclusivo daquele estudo. Isso levou uma multidão de marcas a dirigirem seus esforços de comunicação para seres unidimensionais, como se o homem, entre os 30 e 40 anos, com formação universitária, que reside em grandes centros urbanos e pertence à classe B, consumisse unicamente automóveis. Quando entendemos que esse homem alterna os seus hábitos de consumo, de acordo com os diversos papéis que ele desempenha ao longo de um dia, podemos traçar relações entre esses hábitos. Passamos a enxergá-los como partes relevantes de um conjunto, o que nos permite nos conectarmos com ele em um nível muito mais profundo, humano e verdadeiro.
  • 65. Hoje fala-se muito sobre os tais pontos de contato com as marcas, sejam eles na mídia ou no PDV. Mas a questão toda é mais simples do que o neologismo: um mau produto vai fazer o consumidor pensar se realmente gosta daquela marca, um vendedor indolente vai afastar o comprador, um vendedor insistente vai aborrecer o consumidor, e um caixa de supermercado mal-educado vai fazer com que o consumidor escolha outro varejo mais conveniente. Isso sem falar nas inomináveis gravações que recebemos quando estamos tentando contato com as empresas. Então, fica a dica: pessoas querem se relacionar com pessoas, e esses são os verdadeiros, os genuínos pontos de contato com a marca. Todo o resto é mídia e merchandising, importantes para o branding, mas não determinantes para a fidelidade e o encantamento com as marcas. NO FIM DAS CONTAS, É TUDO A RESPEITO DE PESSOAS.
  • 66.
  • 67.
  • 68. Daniela, Miguel e Roger trabalham juntos na CDA Design. MIGUEL CASAGRANDE Snowboarder e artista plástico, é pós-graduado em administração pela PUCRS. Sócio e copresidente da CDA Design, foi executivo de multinacionais e passou por diversas áreas da publicidade e do marketing antes de ser abduzido pelo branding e pelo design. ROGER MONTEIRO DANIELA LOMPA NUNES Sócia e fundadora da CDA, com interesses em design, arquitetura, artes visuais e comportamento humano, uniu seus conhecimentos na atividade de pensar as marcas e suas formas de expressão. Apaixonada por viajar, aproveita esses momentos para observação de culturas e tendências.